A Verdadeira História de Anahi e Dulce...? - 2 Temporada

 

A gente estava em casa vendo um filme na televisão, estávamos tranquilas, o tempo estava meio estranho, pedi pra ela dar uma pausa no filme pois me deu vontade de ir ao banheiro. Me levantei, porém no meio do caminho do sofá até o banheiro senti algo molhado entre minhas pernas, parei e ao olhar, percebi o que era…

– Meu Deus! – quando eu falei vi a Anahi me olhando.

– Você não ía ao banheiro, amor? – não consegui falar nada, apenas a olhava- Que foi Dul? Tá tudo bem? – ela se preocupou e eu consegui organizar meus pensamentos.

– A bolsa estourou. – falei e ela ficou com cara de nada.

– O que? – perguntou confusa.

– A bolsa, Anahi! Estourou! – ela ficou uns segundos me olhando antes de arregalar os olhos.

– A bolsa?? – ela se levantou do sofá meio afobada.

– Sim. Vai nascer!

– Meu Deus! Ok. O que a gente faz??

– Liga pra Dani!

– Tá. Cadê meu celular? – ela ficou rodando procurando e tateando o bolso.

– Tá em cima do sofá. – apontei. Ela correu até lá pra pegar.

– Senta amor.

– Eu to bem, só liga.

– Ok.

Nesse meio tempo a Lupita surgiu ali, acho que deve ter ouvido nossas vozes altas.

– Tá tudo bem gente?

– Minha bolsa estourou, Lu.

– Ai meu Deus! Jura? – balancei a cabeça- Que emoção, Dulce! – ela me olhava sorrindo, juntou as mãos na frente do rosto, sorri de volta tão emocionada quanto- Mas senta. Você está bem?

– To. A Anahi tá ligando pra nossa médica. – ela mais uma vez sorriu e foi o tempo que a Anahi desligou o celular.

– A Dani falou pra gente ir pro hospital que ela também está terminando um atendimento e vai.

– Tá.

A Anahi ficou parada me olhando.

– Amor, as bolsas.

– Ah sim! Eu vou lá pegar. – ela se apressou em subir as escadas, me sentei com a ajuda da Lupita, aí do nada ela para na escada e fala:

– Onde estão?

– Lá no quarto dela amor, em cima da cômoda. Você colocou lá.

– Ah é! – ela deu um tapinha na testa- To nervosa, desculpa.

– To vendo….

– Vou lá! – ela subiu correndo.

– Pega um casaco pra mim! – gritei pra ela que já estava quase no fim da escada.

A Lupita me olhou e nós rimos.

– Fica calma que vai dar tudo certo….- ela falou e eu apenas sorri, balançando a cabeça. A Anahi estava mais nervosa que eu hahaha.

Ela logo desceu com as coisas e meu casaco.

– Toma. Quer por agora?

– Não precisa, leva pra mim. Ai!

– Que foi? – ela se virou desesperada enquanto eu sentia uma contração.

– Acho que foi uma contração.

– Deve ser….- Lupita.

– Ai, vamos logo então!

– Vamos. – antes de chegarmos na porta eu falei- Amor, você está bem pra dirigir? Não é melhor chamarmos um táxi?

– To ótima. Vamos.

– Ok.

– Lu, avisa nossos pais por favor?

– Não precisa. – me adiantei- A gente liga amor. Elas vão ficar chateadas se não formos nós a ligarmos. – a olhei.

– Também acho melhor. – Lupita.

– É verdade, vocês estão certas. Desculpa, eu to meio nervosa pra pensar nessas coisas. – eu apenas sorri.

– A gente liga do carro. Tchau Lu.

– Se cuidem meninas e me avisem!

– Pode deixar. – sorri a olhando.

– Agora vamos.

Dei o braço pra ela e fui me apoiando nela porque eu estava sentindo umas pontadas, fomos pro elevador.

– Você está bem?

– Tá dando umas contrações mas to bem. – eu estava com a cabeça apoiada na parede do elevador e com a mão na barriga. Ela sorriu.

– Vai dar tudo certo! – ela me deu um beijo na bochecha.

Chegamos no carro e durante o trajeto liguei pra nossos pais.

– Pronto, eles estão indo pra lá. Pedi pra avisar a sua irmã. – ela apenas balançou a cabeça.

A Dani demorou um pouco pra chegar, eu já estava com a roupa do hospital e deitada lá esperando, já começava a ficar nervosa…. A Anahi tinha saído pra tentar falar com a Sophie.

– A Dani mandou mensagem dizendo que já está entrando na rua do hospital. – ela falou ao entrar, apenas sorri, tentando manter a calma.

– Falou com a Sophie?

– Não consegui. Ela não atendeu.

– Daqui a pouco ela retorna.

– É….- ela me olhou e então sentou na ponta da cama pegando na minha mão- Tá tudo bem amor?

– Tá. – respirei fundo- To só um pouco nervosa. – enquanto eu falava eu senti mais uma pontada.

– Tá doendo muito? – ela fez uma careta ao falar.

– Um pouco.

– A Dani deve estar chegando….

Ela acabou de falar e ela entrou pela porta.

– Olá. – ela veio até mim- Como você está? Tudo bem?

– To, mas as contrações estão incomodando um pouco.

– É assim mesmo, Dul. – ela sorriu e eu com dor- Me atrasei um pouco porque está caindo maior chuva! O trânsito está péssimo já!

– Nossa, nem sabia que estava chovendo….- Anahi falou.

– Tá. Mas deixa eu ver como está isso aqui.

Ela me examinou.

– Temos que esperar um pouquinho ainda tá? – balancei a cabeça. O celular da Anahi tocou.

– É a Sophie. – ela falou.

– Pode atender. Ainda vamos esperar um tempo aqui. Eu vou lá falar com a equipe pra ver se está tudo certinho, tá?

– Tá bom.

– Aguenta firme aí que eu já venho. – ela segurou na minha mão e me deu um sorriso.

– Obrigada Dani. – ela saiu ao mesmo tempo que a Anahi voltou.

– Ela está vindo. – eu sorri- Eu liguei pra Fuzz tá?

– Obrigada amor. Cadê nossos pais que não chegam?

– Devem estar presos no trânsito amor, calma, daqui a pouco eles estão aí. – ela também pegou na minha mão fazendo carinho, sentada na cama.

– Você não estava nervosa lá em casa? – a olhei porque agora ela parecia calma.

– Mas agora estamos no hospital, a Dani está aqui. Eu estava nervosa lá porque eu estava sozinha. – acabei rindo e ela pegou na minha mão, dando um beijo- Vai ficar tudo bem. – eu sorri de volta mas confesso que estava bem nervosa.

As horas foram se passando, as contrações aumentando. Estava maior chuva lá fora, agora dava pra ouvir o barulho. Meus pais e os dela já estavam ali, minhas irmãs e a Mari também, as crianças que não vieram. Ela disse que amanhã as traria. Nem a Sophie e nem a Fuzz tinham chegado, eu, a Anahi e a Mari tentávamos ligar pra elas mas nada, só fora de área, estava ficando preocupada.

Um tempo depois a Dani entrou no quarto dizendo que daqui a pouco passava pra me levar, as contrações doíam cada vez mais e eu estava nervosa e com medo!

Quando ela voltou, cerca de vinte minutos depois, disse que o enfermeiro já passaria ali pra me levar.

– Te vejo lá dentro e fica calma tá? – balancei a cabeça- Você também. – se virou pra Anahi.

– Melhor a gente ir indo pra lá também né….- Mari falou- Deixar vocês duas sozinhas agora….- todo mundo concordou com ela e se despediram.

– Filha, fica calma tá? Estaremos aqui fora te esperando. – minha mãe me deu um beijo na testa.

– Obrigada mãe. – ela me abraçou e eu precisava mesmo desse abraço.

– Te amo. – ela saiu do abraço e meu pai e minhas irmãs fizeram o mesmo. Em seguida minha sogra e a Mari.

Eles foram nos deixando a sós.

Assim que a porta foi fechada, a Anahi me olhou.

– Vem cá. – bati na cama ao meu lado, ela veio e se sentou. Ela estava com um sorriso lindo…..- Quero te pedir uma coisa.

– Fala amor.

– Depois que ela nascer, jura pra mim que você não vai deixar ela sozinha um segundo.

– Claro meu amor.

– To falando sério Anahi. Quando ela nascer quero que você vá com ela e fique com ela o tempo todo, esquece que eu vou estar lá. Por favor?

– Prometo. – ela falou sorrindo e me beijou- Vai dar tudo certo tá? – estávamos com os rostos próximos e minha mão no rosto dela.

– E se por acaso acontecer alguma coisa….- ela me interrompeu.

– Não vai acontecer nada.

– Se acontecer….- reforcei o que eu estava falando e continuei- se algo acontecer comigo…

– Dulce para com isso! Não vai acontecer nada!

– Me ouve por favor? – tentei mais uma vez. Ela suspirou mas não falou nada- Se algo acontecer me promete que você vai se focar só nela?

– Dulce….

– Promete Anahi.

– Eu não vou prometer porque não vai acontecer nada.

– Você não sabe. As coisas acontecem. Se chegar a um momento que você tenha que escolher….- ela me cortou quase gritando.

– Nem termina essa frase!

– Amor, por favor….- pedi a puxando pelo braço porque ela tinha se afastado um pouco.

– Por favor eu Dulce! Olha o que você está me pedindo! Não vai acontecer nada, você vai entrar lá e vai voltar com a nossa filha nos braços, ouviu? – ela voltou a falar perto do meu rosto.

– Mas amor….

– Mas nada! Para com esse assunto!

– Annie….

Nessa hora o enfermeiro chegou e a vi se levantando da cama e vi que os olhos dela estavam marejados, os meus também. Eu estava apavorada!

– Vamos lá? – ele falou todo simpático.

– Vamos. – respondi.

Ele indicou pra ela onde ela podia se trocar, quando ela voltou eu já estava deitada na maca mas a Dani e nem o médico tinham chegado ainda. Ela sentou no banquinho que colocaram ao meu lado (pra ela mesmo) e se virou pra mim, tocando no meu rosto.

– Olha pra mim. – ela falava com calma, fiz o que ela pediu- Vai dar tudo certo, em alguns minutos ela vai estar nos seus braços….- tentei falar algo mas ela não deixou- Dulce, você confia em mim? – fiz que sim com a cabeça- Que bom! Então confia quando eu digo que tudo dará certo, ok? Eu não vou abrir mão nem de você e nem dela.

– Eu só to com medo….- deixei uma lágrima rolar.

– Eu sei….- ela colou as nossas testas- Eu também to. Mas vai dar tudo certo, eu te prometo tá? – balancei a cabeça, estava com os olhos marejados já. Ela me deu um beijo.

– Cheguei! – a Dani falou- E então, pronta Dulce? – fiz que sim com a cabeça, mas mordi o lábio- Fica tranquila. Antes do que você espera, vocês terão essa boneca nos braços tá?

– Tá. – sussurrei. Não consegui conter uma das lágrimas que desceu. Ela sorriu e se posicionou.

A Anahi me olhou e me deu um beijo na testa.

– Eu te amo. – ela sussurrou e segurou na minha mão, eu apertei e fechei os olhos- Pode apertar com força rs….- ela falou porque eu tinha apertado com força mas depois me toquei e suavizei. Olhei pra ela e sorri. Ela também estava com lágrimas nos olhos.

– Ok Dul, vamos lá. – a Dani falou e eu fechei os olhos. Comecei a rezar.

O parto foi normal, eu devo ter arrancado a pele da mão da Anahi de tanto que eu finquei a minha unha. Só parei quando ouvi o choro.

– Bem vinda princesa. – ouvi a voz da Dani e tentei levantar a cabeça pra vê-la mas não dava por causa do pano.

– Ela está bem Dani?? – Anahi perguntou só que a Dani não respondeu de imediato- Dani?? – a Anahi se levantou indo lá.

– Calma, só estamos checando e limpando ela.

Logo ela apareceu na minha frente com a minha filha nos braços.

– Perfeitinha….

Ela me entregou ela nos braços e eu só sabia chorar. A Anahi passou a mão no rostinho dela.

– Ela é linda amor! – me beijou a bochecha.

– Tem certeza Dani? Ela está bem?? – perguntei e abri aquela mantinha que ela estava enrolada porque eu precisava verificar se estava tudo ali.

– Tá perfeita. Tudinho aí rs.

A Anahi me olhou sorrindo, cara de choro também, me beijou e vi o rapaz tirando umas fotos, aquelas de quando nasce. Eu não queria saber de nada, só da minha filha!

– Agora que vocês já viram, a Katia tem que levar ela. – a entreguei com o coração partido- Já já vocês veem ela de novo. – ela falou e a enfermeira estava saindo dali com a minha filha.

– Vai com elas Anahi! – falei porque ela estava ali no meio do caminho sem saber o que fazer, ela me olhou- Vai.

– Pode ir Annie. – a Dani falou e só então ela balançou a cabeça.

– Eu te amo! Até daqui a pouco….- ela me beijou e foi atrás da enfermeira e da nossa filha.

– Agora nós Dulce. – assim que elas saíram eu apaguei, me sentia sem forças.

Eu já estava agoniada porque estava demorando muito e eu não tinha conseguido ver minha filha novamente ainda! Quando me levaram pro quarto, dei graças a Deus! Devia ser tarde já porque estava bastante silencioso o corredor, a Anahi estava lá dentro, graças à Deus!

– Demorou amor. Estava preocupada já.

– Cadê ela? – foi a primeira pergunta que fiz.

– A enfermeira já deve estar a trazendo. – o enfermeiro que me trouxe falou.

– Quero ver ela! Não vi mais!

Mal eu acabei de falar entrou uma outra enfermeira com ela no colo.

– Graças a Deus! – ela me entregou. O outro enfermeiro já tinha saído.

Ela estava chorando.

– Por que ela está chorando? – já fiquei puta achando que tinha acontecido algo.

– Tá com fome….- a Anahi me olhou sorrindo.

– Vou te ajudar. Vamos ver se ela pega sozinha….- a enfermeira falou, eu abaixei a alça da camisola e ela estava chorando e não achava, mas logo conseguimos e ela parou de chorar- Doeu? – eu fiz maior careta, não estava esperando aquela força toda hahah.

– Não, está tudo bem. – doeu mas suportável rs.

– Ela provavelmente vai cansar logo, não tem problema.

– Tá…- eu não conseguia tirar os olhos dela, tão perfeitinha, toda cabeluda….tão linda! Olhei pra Anahi que estava sentada na cama à minha frente e me sorria. A gente entrou num mundo só nosso.

Quando ela acabou de mamar a Anahi a pegou pra arrotar e quando conseguimos a enfermeira saiu, ela já estava dormindo, dormiu no meu peito mas eu não conseguia parar de olhar pra ela.

– Quer por ela ali, amor? – tinha tipo um bercinho ao lado da cama.

– Não. Deixa ela aqui….- no meu colo. A Anahi sorriu fazendo carinho na cabecinha dela- Ela é linda! – a olhei. Eu estava com lágrimas nos olhos.

– Perfeita! Eu te amo tanto…..obrigada! – eu sorri.

– Ainda não acredito que ela está aqui com a gente….

– Mas ela está….- não consegui segurar a lágrima que desceu, ela me deu um beijo na testa- A minha mãe viu ela?

– Viu. Todo mundo viu…. Eles tiveram que ir embora por causa do horário de visita mas disseram que amanhã de manhã eles voltam. Tá todo mundo apaixonado por ela….- eu sorri- Deixa eu te mostrar as fotos.

Enquanto a gente via as fotos ela acordou. Mas não chorou nem nada, ela só abriu os olhos me olhando.

– Oi meu amor, você acordou…- ela ficou nos olhando alguns segundos, as pessoas dizem que nessa idade eles não conseguem enxergar direito ainda mas eu acho que ela estava nos olhando rs. Mas ela abria e fechava os olhos.

– Não sabe se dorme ou acorda….

– Será que ela está com fome de novo? – perguntei.

– Acho que se ela tiver, ela vai chorar né amor? Você viu como ela não teve problemas com isso….- a olhei e rimos. Ela abriu o berreiro mesmo mais cedo.

– Acho que o sono venceu….- ela tinha fechado os olhos novamente. Olhei pra Anahi que olhava sorrindo pra ela que segurava na mão dela apertado mesmo dormindo- Sabia que eu te amo? – sussurrei e ela me olhou. Ela estava com os olhos cheios d’água, apenas sorriu.

– Eu que amo você…- ela deitou a cabeça no meu ombro sem largar a mão da nossa filha- vocês…- a olhei e ela me deu um selinho.

Ao nos separarmos ela me olhou, ainda sorria mas depois desviou pra ela.

– Quando eu peguei ela no colo pela primeira vez, lá no berçário pra mostrar pra todo mundo, minha perna bambeou. – a olhei e ela sorriu, abaixou a cabeça de leve a olhando mas depois voltou a me olhar- Não sei, eu fiquei nervosa, ela é tão pequenininha né….- a olhei- Só que aí ela abriu os olhos…- ela secou uma lágrima que desceu pelo seu rosto- e me olhou, você pode achar que é maluquice mas eu me senti diferente só pelo fato dela me olhar. Ali, eu me toquei que eu não podia ficar nervosa nem a minha perna poderia bambear, me toquei que eu era responsável por outra pessoa e a forma que ela me olhou, foi como se ela soubesse, como se ela já confiasse em mim…. Eu me senti a pessoa mais forte do mundo. – ela me olhou, estava com os olhos cheios d’água, eu também estava, na verdade eu já tinha chorado- O amor que eu senti quando ela me olhou não chega nem perto do que eu achava que sentia….- eu sorri e olhei pra ela, toquei em seu rosto fazendo carinho.

– Tenho certeza que você vai ser a melhor mãe do mundo pra ela! – ela sorriu com o rosto molhado e abaixou de leve a cabeça- Eu também senti um amor que nunca havia sentido antes quando vi ela pela primeira vez. Só fez tudo fazer sentido, né….- ela balançou a cabeça e deitou no meu ombro de novo. Quando olhei pra nossa filha, ela estava de olhos abertos nos olhando- Ela tem os seus olhos….- comentei.

– Eu acho que o dela é mais claro ainda…

– Vai escurecer e ficar igual o da mãe dela. – a olhei ao falar e dei um selinho. Eu sempre torci pra que ela parecesse mais com a Anahi do que comigo, já que veio da minha barriga, queria que ela se parecesse com ela, pra ela se sentir completamente nossa filha.

Fomos interrompidas pelo choro dela, queria mamar hahaha.

Isso durou a madrugada toda….em um desses intervalos, tocamos no assunto do nome dela, eu já sabia que nome queria por mas não tinha falado ainda pra ela.

– Mas eu já sei qual o nome dela….- falei.

– Sabe?? – ela me olhou surpresa. Ela estava deitada ao meu lado na cama, meio espremida mas estava rs.

– Sim. – balancei a cabeça e sorri.

– Por que não me falou nada? Quando você decidiu??

– Porque eu queria fazer uma surpresa, na verdade uma homenagem….

– Como assim? Que nome é esse que você quer?

– Giovanna. – a olhei ao falar. Ela ficou um tempo me olhando, acho que assimilando….

– Giovanna?

– Sim. – eu sorri ainda a olhando. Ela continuava me olhando meio sem saber o que falar hahaha- Gosta?

– Tenho que gostar né, é meu nome.

– Exatamente. – falei a olhando. Acho que só então ela se tocou, me olhou meio boquiaberta- Quero por o seu nome nela.

– Mas por que? Quer dizer, eu gosto mas por que o meu nome?

– Porque você é a mãe dela ué, quero fazer essa homenagem pra você, não pode?

– Pode….eu só….- ela estava bastante surpresa- não esperava Dul…

– Ela estava na minha barriga, mas eu quero que ela tenha uma parte sua também. – ela sorriu e me abraçou.

– Obrigada. Mas eu não precisava disso pra saber que ela é minha, eu sei que é, é nossa! Independente de como foi o processo….digamos assim…- ela tinha um sorriso no rosto.

– Só queria que você não tivesse dúvidas alguma disso.

– Eu não tenho! Mas eu fico muito feliz de você pensar em por o meu nome nela. É óbvio que eu aceito essa homenagem, vou amar! Acho que minha mãe também….- nós duas sorrimos.

– Então está decidido. O nome dela é Giovanna Puente Portilla Savinon.

A Anahi apenas sorriu e me abraçou.

– Soa perfeito….- ela me beijou.

Eu era a pessoa mais feliz do mundo e a com mais sono também rs…. Consegui cochilar em alguns momentos.

Fomos acordadas com a entrada da enfermeira com a bandeja do café, aí que percebi que apaguei e quando olhei pro sofá, a Giovanna estava dormindo no colo da Anahi, abri um sorriso espontaneamente e lembrei de pedir silêncio pra quando ela entrasse, mas a Anahi percebeu e abriu os olhos, me sorriu.

– Vou lá buscar o seu tá? – a enfermeira se virou pra ela avisando e assim saiu.

– Dormiu bem? – ela me perguntou.

– Sim. Você que não né….

– To ótima! Ela acordou?

– Ainda não.

– Que bom rs.

Nós conversávamos sussurrando. Óbvio que ela logo acordou chorando e com fome hahah. E assim, o segundo dia se seguiu…

Meus pais e os dela logo chegaram lá, realmente vieram cedo como falaram, a Mari também foi com os três e o Jorge, ainda bem que o quarto era grande hahah. Ela já tinha passado pela mão de todos, até do Santi, óbvio que a Anahi ficou do lado e ele sentado. Fiquei nervosa, confesso.

– Amor, cadê meu celular? – perguntei e ela me olhou. Ela estava sentada na cama conversando com a Mari que estava em pé, a Giovanna no colo da minha mãe.

– Tá ali em cima. Por que? Você quer ele? – ela perguntou se inclinando pra pegar.

– Quero. Vou mandar mensagem pra Fê. Onde ela se meteu??

– Pois é, não veio né? – Anahi falou.

– Não vi a Sophie também. Ela vem? – a Mari perguntou.

– Eu não consigo falar com a Sophie desde ontem, to preocupada já! – ela nos olhou ao falar.

Só que antes de eu conseguir mandar a mensagem, meu reloginho reclamou.

– De novo? – perguntei vendo a minha mãe trazer ela pra mim.

– Ah minha filha, se acostuma, é assim mesmo.

– Pois é. Vai se preparando….- Mari.

– É que o estômago dela é pequeno aí mama pouco e logo dá fome….- minha sogra explicou.

– Eu sei, não to reclamando não. Só comentei….- me expliquei a olhando, ela me olhava de volta e foi inevitável não sorrir.

– Seu peito está doendo, Dul? – Mari.

– Não, por enquanto não.

– Graças a Deus. O meu rachou no das três. – minha mãe falou.

– Nem fala! Da Ana Paula o meu também. Dói muito! – Mari falou mas só ouvi, não podia falar né rs….

– E vocês dormiram? – minha sogra perguntou com um sorriso no rosto, eu e a Anahi nos olhamos e rimos.

– Talvez uma hora, no máximo duas. – respondi.

– Dormiram bastante até….- minha mãe falou e eu arregalei os olhos.

– Hahahah. Vai se preparando, vocês não vão dormir muito mais que isso nos próximos seis meses. – Mari.

– Cruzes!

– É verdade. – minha mãe e minha sogra falaram e todos riram.

A Dani passou lá pra ver como estávamos e assim que ela saiu, a Anahi disse que ía ali fora tentar ligar pra Sophie, tinha tanta gente naquele quarto que ela poderia sair tranquilamente porque sempre teria alguém comigo hahaha. Ela voltou dizendo que tinha conseguido falar com a Sophie e que ela estava vindo já. Uma meia-hora depois ela chegou, mas não sozinha, com a Fê…..

O quarto ainda estava cheio quando elas chegaram e elas vieram direto em mim porque eu estava com a Giovanna né.

– Tá dormindo? – a Sophie se abaixou perguntando e a olhando.

– Acabou de dormir….- falei baixo pra ela não acordar e vi ela sorrindo pra mim.

– Ela é linda! Parabéns! A Annie me mandou as fotos.

– Obrigada. – a olhei sorrindo.

A Fê também se aproximou.

– Parabéns amiga! – ela me abraçou- E desculpa não ter estado aqui com você….- ela me olhou ao falar, dei um sorriso pra ela que me deu um beijo na bochecha- Ela é uma boneca.

– Uma boneca com nome agora. – Anahi falou e as duas a olharam.

– Ah é? Qual? – Sophie.

– Giovanna. – eu respondi e ela olhou pra Anahi.

– Sério? – Anahi balançou a cabeça fazendo que sim.

– É sério. – Mari- Não está vendo a cara de boba dela? – Anahi alargou o sorriso mais ainda- Dulce, você não podia ter feito isso, agora ela vai ficar mais babona ainda.

– Deixa ela….- falei e a olhei sorrindo, ela me sorriu de volta.

– É um lindo nome. – minha sogra falou e todos a olhamos rindo.

Um tempinho depois, a Mari disse que ía embora pois as crianças tinham uma festinha e Ana Paula também foi com ela, nossos pais resolveram ir almoçar mas disseram que voltariam depois. Ficamos só nós quatro.

– Posso segurar ela? – a Sophie pediu quando ela acordou.

– Claro, só cuidado com a cabecinha. – eu falei enquanto via a Anahi a colocando no colo dela.

– Eu sei, pode deixar. – ela pegou direitinho e como a Giovanna estava acordada, ela estava a olhando e conversando com ela. Não perdi o olhar bobo que a Fê as olhava, eu percebi bem pois ela estava sentada na cama, na minha frente mas ela não me viu olhando- Anahi. – a Sophie falou e a olhei. Anahi também- Eu não vou deixar a sua filha cair não. – a olhou ao falar.

– Eu sei.

– Então para de ficar grudada em mim, eu hein. – ela me olhou e eu ri.

– Só estava aqui porque vai que você cansa ou….- a Sophie a olhou e ela parou de falar. Quando a Sophie me olhou, estava rindo, ri também e ela balançou a cabeça.

– A sua mãe é meio maluca mas ela é legal, tá? – falou com a Giovanna e vi a Anahi revirando os olhos- E esse olho azul hein? – ela continuava conversando com a Giovanna que prestava atenção nela- Vai dar muito trabalho, meu amor, vai?

– Claro que não. – a Anahi respondeu e nós a olhamos- Ela vai ser uma boa menina com a mãe dela. – todo mundo riu.

– É…. Tomara então que você não puxe essa sua mãe aqui né? – ela olhou pra Anahi ao falar. Ela segurava a mão da Giovanna que não largava e a olhava- Senão, coitado dos meninos….

– Por que?

– Pra eles não terem o coração partido…

Todo mundo riu e a Anahi revirou os olhos.

– Ela não vai fazer nada disso, ela vai ficar em casa. – mais uma vez rimos e a Sophie me olhou, balancei a cabeça.

– Ela é calminha né….- Fê falou mudando de assunto.

– Isso porque você não viu ela com fome ainda….- a Anahi falou e me olhou rindo.

– Mas ela tem que avisar que está com fome né….- falei.

– Ah sim, mas desse jeito ela vai acordar o hospital inteiro hahahah.

– Que maldade…..- ri também- Mas por falar nisso, você não está com fome amor? Não comeu nada ainda.

– Você já comeu, Dul? – Fê.

– Eles vão trazer pra mim daqui a pouco.

– Eu espero amor, não tem problema.

– Vai lá. Aproveita e leva a Sophie, ela deve estar com fome né….- as olhei. Ela ficou meio sem graça e não entendi.

– Verdade. A Sophie deve estar com fome, não comeu nada. – Fê.

– Nem você. – ela a respondeu.

Eu e a Anahi nos olhamos. Aí tem….

As duas ficaram em silêncio, meio sem graça.

– A gente pode ir lá e traz algo pra ela. O que você quer, Fuzz? – Anahi falou, ela também sacou e provavelmente ía querer tirar da Sophie.

– Ah não sei, qualquer coisa….

– Tá bom. Vamos Sophie? – Anahi se virou pra ela ao perguntar.

– Aham.

– Me da ela aqui. – pedi e quando ela me entregou, acordou e começou a chorar.

– Deve estar com fome já….- comentei a olhando.

– Quer ajuda amor?

– Precisa não. Pode ir lá, qualquer coisa a Fê me ajuda. – a olhei e ela só balançou a cabeça.

– Tá bom, já venho. – ela me deu um selinho e então elas foram. Percebi a Sophie olhando pra Fê de relance antes de sair, mas não falou nada, nem eu.

Assim que ela saiu, olhei pra Fê, ela me olhou de volta mas em silêncio. Ergui uma das sobrancelhas.

– Que foi?

– Que foi?? Pode ir me contando! Onde você estava e como ela sabe que você não comeu nada?

– É uma longa história. – ela deu um sorriso ao falar.

– Eu tenho tempo, como você pode ver….- indiquei a Giovanna dormindo no meu colo e ela sorriu a olhando mas depois me olhou.

– Nós passamos a noite juntas.

– Mentira?? – arregalei os olhos mas consegui me controlar por causa da Giovanna no meu colo.

– Mas não foi premeditado. A gente realmente estava vindo pra cá.

– Vocês estavam vindo? Juntas?! – estranhei….

– Sim. – ela suspirou e soltou um leve sorriso- Ela foi falar comigo, lá no ensaio.

– Sério? Foi atrás de você?

– Mais ou menos….

– Como assim mais ou menos?

– Ela foi, mas a gente brigou porque a Bianca apareceu lá quase se jogando em cima de mim.

– Quem é Bianca?

– Ah, é só uma menina da banda.

– Sei….- ela riu.

– É sério. Mas então, a gente estava vindo, a Anahi me ligou mas o mundo simplesmente caiu lá fora. Estava chovendo muito Dul, sério! Você não tem ideia! Acabei furando o pneu do carro mas ficamos praticamente ilhadas, não conseguíamos falar com o reboque.

– Por que vocês não ligaram pra gente? Ficamos preocupadas!

– Eu imagino….. Mas a gente ficou sem sinal. Só hoje de manhã que a Anahi conseguiu falar com ela e conseguimos sair de lá.

– Nossa! Mas vocês dormiram aonde?

– No carro. – quando ela falou isso a olhei etada. Eu ficava olhando pra ela e pra Giovanna, alternando.

– Tá zoando??

– Não. Tivemos que dormir no carro.

– Que perigo!

– Eu sei, mas não tinha outra opção. Você não tem noção da chuva que caiu! Ainda bem que vocês chegaram aqui antes.

– Ainda bem mesmo! Nossa, nem fala! – ela sorriu e me olhou.

– Tá feliz?

– Muitoooo! Nossa, não sei nem explicar! É uma coisa louca o que a gente sente….- ela sorriu mais uma vez- Mas e vocês duas? – ela deu de ombros.

– Nem conversamos, Dul.

– Mas eu vi a troca de olhares….- ela suspirou.

– Não sei Dul. Não entendo ela.

Acabei suspirando também porque estava difícil defender a Sophie, ultimamente.

– E quando vocês saem daqui?

– Acho que ainda hoje. Se Deus quiser….

– Sério? Que bom!

– Graças a Deus. Não vejo a hora de levar ela pra casa. – olhei pra minha filha que ainda mamava. Fiquei um tempo assim, a olhando, nem sei quanto tempo. Quando levantei o olhar ela me olhava sorrindo também- Não quer pegar ela depois?

– Não. – ela balançou a cabeça- Muito pequena, fico com medo hahah. Depois eu pego. – acabei rindo dela.

– Tá bom.

Anahi e a Sophie voltaram um tempo depois com um lanche pra ela, também comi a minha comida e mais tarde a Dani passou lá pra nos liberar, graças a Deus!

A Fê nos deu carona até em casa. Minha mãe disse que amanhã de manhã iria pra lá nos ajudar.

A melhor sensação do mundo foi entrar em casa com ela nos braços e a Anahi ao meu lado.

– Que foi amor? – ela me olhou e eu estava com os olhos cheios d’água- Tá tudo bem? – ela olhou pra Giovanna que dormia no meu colo.

– Tá. – sorri- Eu só to feliz. – toquei no rosto dela fazendo carinho- Eu amo muito você, sabia? – ela sorriu e me beijou, um selinho.

– Também te amo. Agora vamos subir com ela? – fiz que sim e subimos.

A gente tinha comprado aqueles bercinhos que se acoplam à cama porque tinham nos avisado, que principalmente no primeiro mês a mamada seria de hora em hora, então de madrugada não íamos aguentar levantar o tempo todo, então compramos pra deixar ela durante a noite ali. Deitei ela que milagrosamente não acordou, ainda bem!

Fui me trocar enquanto a Anahi ficou com ela, depois ela foi tomar banho, eu estava morta de cansada e só queria dormir, tanto que dormi antes dela voltar pra cama, eu sei porque senti ela me abraçando por trás ao deitar, só fiz um carinho nos cabelos dela mas nem me virei.

– Obrigada pelo dia mais feliz da minha vida! – eu sorri e me virei me aninhando nos braços dela.

Eu só apaguei, mas durou meia-hora. A noite foi longa….