― Do que precisas, Martina?>
Martina já estava há uma hora naquele hospital, medicada, presa ao leito, sem qualquer notícia de Victoria.>
― De notícias da Victoria. Por que não me dizem como ela está?>
― Precisas descansar. Está tudo sobre controle. Estão a cuidar bem dela. Ela está sedada, inalou muita fumaça. Estão a fazer exames para saber até que ponto a fumaça nos pulmões a agrediu.>
A enfermeira tinha uma expressão firme e dócil.>
― Eu prometi a ela que a tiraria bem do avião.>
― E fizestes isso. Não te culpes.>
A enfermeira era estranhamente compreensiva às preocupações de sua paciente, que inspirava cuidados, mas parecia estar nova em folha.>
― Eu me culpo sim. Se algo acontecer com ela eu nunca irei me perdoar. Não consigo pensar em outra coisa.>
― Escuta. Após os exames ela irá para a ala de tratamento intensivo. Posso arranjar uma visita.>
Os olhos de Martina brilharam com a ideia de ver Victoria.>
― Eu prometo que nunca mais te peço nada… ― Martina olhou o crachá da enfermeira procurando por seu nome. ― Manuela.>
A enfermeira deu um sorriso, piscou um olho para a ruiva e saiu elegantemente. Ela era estranhamente jovem.>
Após algumas horas Martina levantou-se sem dificuldades, com a ajuda de Manuela e seguiu para o corredor da ala intensiva. O hospital era estranhamente silencioso e calmo. A enfermeira deixou-a na recepção e depois retornou e a chamou da porta com um gesto.>
― Antes de entrar tens de vestir-se.>
Ela apontou para um balcão com a roupa e as palamentas que Martina teria de por.>
A ruiva se vestiu e seguiu com a enfermeira. A ala de tratamento era aberta com biombos dividindo cada paciente. Martina ficou nervosa de escutar tantos aparelhos de monitoramento ligados ao mesmo tempo e tentou não olhar os estados dos que ali estavam.>
Pararam na frente de um leito como os outros, ao fundo da sala. Havia dois médicos junto de Victoria que parecia estar com os olhos abertos.>
Eles olhavam exames do pulmão e cochichavam algo entre si e escreviam várias coisas nas fichas da CEO. Ao ver Manuela e Martina, os dois olharam estranhamente para a enfermeira. Quando saíram, Manuela os acompanhou para explicar quem Martina era.>
Martina recostou-se ao lado de Victoria, que estava entubada e recheada de fios passando por cima de si. Seu olhar não era de dor. Ao vê-la acordada sentiu seu coração pular de alegria, embora parte dela estivesse genuinamente assustada com tantos fios.>
― Você vai ficar bem, você é forte.>
Martina tocou sua mão esquerda e acariciava seu braço.>
Ao perceber que os olhos de Martina começaram a lacrimejar, Victoria levou a mão ao rosto da ruiva, passando pelo curativo na testa dela.>
― Isso não foi nada, não se preocupe.>
― Victoria preocupava-se muito com Martina. O momento que ela bateu a cabeça depois do avião tocar a pista foram momentos de pavor que ela ainda guardava fresco na memória.>
Martina alcançou a mão de Victoria e trouxe para seus lábios, as beijando suavemente como se pudesse curá-la.>
― Eu te amo. ― Victoria sussurrou no que pôde.>
Martina não achava que tal coisa seria possível. Não imaginava que o que retornou a ela com tanta força nos últimos dias era sentido também pela CEO. Achou que ela poderia estar delirando. Beijou a mão de Victoria com paixão e desejou profundamente sua melhora acima de qualquer coisa que desejasse.>
― Martina, temos de ir.>
― Manuela apareceu e a chamou suavemente e deixou que se despedissem.>
Martina disse que sim com a cabeça e virou-se para Victoria que estava com os olhos fechados, respirando tranquilamente.>
― Eu também te amo. ― A ruiva sussurrou e saiu dali como se estivesse deixando parte de si para trás.>
Aí…o amor❤️
Show! ???