Eu tentava me controlar pra não dar bandeira pra Maria que aqueles ensaios, aquela aproximação e pior, ver aquelas fotos e tudo mais não tinha mexido comigo, mas eu só conseguia pensar no aniversário da Mai amanhã. Ficar um dia todo com ela e a Maria, não sei se eu estava pronta pra isso….

Era sábado, dia do aniversário da Mai. Fomos com a minha irmã, o marido e a Ana Pau. O Gui também foi.

Ao chegarmos lá fui apresentando a Maria um a um, só quem a conhecia era o Chris, minha irmã e o Jorge falaram com todos também, todos se conheciam e à princípio foi aquela conversa de “ah, quanto tempo, saudades e tal….”

– E cadê a Maitê? – Maria perguntou porque nem ela nem a Dulce estavam ali.

– Foi ali dentro com a Dulce, devem estar vindo aí….- Koko, marido dela respondeu.

Assim que ele acabou de falar, elas apareceram. Apresentei ela a Maria, depois falou com a minha irmã e Jorge, foi aquela mesma coisa, depois minha irmã tomou a iniciativa e foi falar com a Dulce, já que ela havia ficado parada mais atrás da Mai. Quando acabaram de se falar, minha irmã deu um passo pra trás e ficou aquele meio silêncio chato, todos se olhando. Era hora….

– Dulce, essa é a Maria, minha namorada. Maria, Dulce.

Elas se cumprimentaram com dois beijinhos e um “oi” mega formal. Depois a Maria me abraçou pela cintura, a Dulce desviou o olhar. Mais silêncio e clima chato.

– Bom, querem beber algo? – a Mai salvou e assim todos fomos na direção da mesa.

Os pais dela também estavam lá, assim como os sogros, era um almoço nos jardins da casa dela mesmo. Me sentei ao lado da Maria, a Dulce estava meio longe.

– Amor, será que não tem um suco? Não posso beber álcool….- Maria me sussurrou.

– Claro. Vou pegar pra você. – me virei pra Mai e falei- Mai, será que tem um suco ou uma água? A Mah não tá podendo beber….tá tomando remédio.

– Claro, tem sim. Eu pego lá pra ela. – ela já estava se levantando.

– Não. Me diz onde tá que eu pego. – também me levantei.

– Vamos lá comigo então….- ela esticou a mão pra mim.

– Já venho Mah…- ela sorriu pra mim.

– Brigada.

Fomos até a cozinha dela.

– Então, tem suco de laranja, uva ou água….

– Pode ser o de laranja mesmo.

Ela foi pegar na geladeira, fiquei esperando sem falar nada. Ela pegou uma jarra pra colocar o suco dentro.

– Annie, posso te fazer uma pergunta?

– Claro. – a olhei.

– Eu sei que não temos mais a intimidade de antes mas é que estou curiosa, preciso saber rs….- ela falava enquanto colocava o suco na jarra.

– Pode falar Mai….- sorri pra parecer simpática.

– Não é estranho pra você…. A Dulce, a Maria…juntas aqui? Mesmo depois de tanto tempo….

Eu sorri antes de responder.

– É um pouco…..mas…- dei de ombros- eu e a Dulce passou, não tem mais problemas….

– Eu sei, mas mesmo assim, sei lá, esse reencontro, deve passar um monte de coisas na sua cabeça né? Na minha passa direto….

– Ah passa, com certeza rs. – ela estava me olhando- Mas não o que você está pensando, acabou.

– Mas não sente nada, nada?? Não balançou?

– Não. Eu amo a Maria.

– Eu sei, mas é que depois de tanto tempo….. Não sei qual seria minha reação rs…. Ainda mais um amor como o de vocês….- a olhei quando ela falou isso- Você ainda sente mágoa pelo que ela fez?

– Não. – suspirei ao falar e a olhei- Na época eu fiquei, depois fiquei com raiva e agora é só decepção mesmo….

– Complicado….te entendo….

– Na verdade não é complicado Mai….- ela me olhou- não deu certo porque não era pra dar, porque era pra ser ela….- apontei lá pra fora- a Maria. Ela me dá tudo que eu sempre quis! Eu to feliz com ela, como acho que não seria com ninguém….

– Que bom Annie! Fico feliz por você, vocês….- ela sorriu ao se consertar. Sorri também- Mas você ama ela igual amava a Dulce?

– Igual não, nunca é igual né…. Mas eu amo! – ela sorriu.

– Que bom! Vamos lá? – ela estava com a jarra na mão.

– Vamos.

Voltamos pra lá e logo o almoço foi servido, depois do almoço continuamos ali nos jardins conversando, estava um clima agradável. A Dulce não estava perto de nós mas toda vez que ela chegava ou tocavam no nome dela a Maria pegava na minha mão ou me abraçava…. Não falei nada.

Já era quase noite quando resolvemos ir embora, mas a Maria quis ir ao banheiro antes, e me pediu pra ir com ela porque não conhecia direito e ficava sem graça…. Enfim, eu fui. Fiquei a esperando na porta.

– Vai usar amor? – ela perguntou quando acabou, havia aberto a porta e lavava as mãos.

– Não. – respondi me encostando na dobradiça da porta- Vim só te acompanhar mesmo…

Ela sorriu e ao acabar de lavar as mãos, me puxou pela cintura e me beijou. Foi um beijo só com os lábios mas não foi um selinho, eu estava com as costas apoiadas na dobradiça da porta. Quando abri os olhos a Dulce estava do nosso lado, perdi a fala!

– Vão usar? – ela perguntou e então a Maria se virou pra ela, se encostando em mim.

– Não. Vai usar amor? – me perguntou levantando a cabeça pra trás pra me olhar. Fiz que não com a cabeça e tinha quase certeza que ela falou “amor” só pra marcar território porque eu já tinha dito que não ía.

– Dá licença então!

A Dulce estava com uma cara estranha. A Maria riu e me puxou pela mão, não consegui falar nada!

Fomos nos despedir dos outros e quando ela voltou nos despedimos dela e fomos embora, confesso que fiquei aliviada de chegar em casa!



Notas:



O que achou deste história?

2 Respostas para CAPÍTULO 7: ANAHI POV

  1. Amando cada dia mais essa história, estou ansiosa pra saber o que a Dulce fez para que acontecesse o término, e já torcendo para um encontro mais intimo entre elas.

    • Olá!
      Feliz que está gostando!! E também pros comentários, é sempre bom saber o que estão achando.
      No capítulo anterior teve algumas coisinhas hahaha, mas foi em flashback.
      Em breve rolará na atualidade, digamos assim! E logo começarão a desconfiar também, ao longo da história vou dando umas dicas ?
      Bjssss

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