Aléssia

Capítulo XII

POR ƉIANA ŘOCCO

Revisão: Carolina Bivard, Isie Lobo
Cartografia: N. Lobo
Mapa de Âmina

>>> XII <<<

Tive vontade de me esbofetear e, numa reação quase cômica, comecei a me xingar compulsivamente.

— Calma, Aléssia!

— Calma? Calma, Lara? Era nítido pra todos vocês que Matilde me fazia de boba, e só eu não fui capaz de perceber!

— Lamento muito… mesmo… Quis alertá-la, mas todos à minha volta me disseram que não devemos nos meter na vida dos nobres…

Controlei meu mau humor. A criadagem não tinha responsabilidade alguma sobre meus atos.

— Você não tem culpa, Lara. Eu é que fui muito imbecil.

Lara afagou meu rosto no primeiro gesto leve desde o início de nossa conversa. Um pensamento desagradável aumentou meu mal-estar. Aquilo que eu só descobrira ontem à noite, certamente estava claro para todos, desde o início.

— Bem, se sabiam de meu envolvimento com Matilde, então acho que é, igualmente, do conhecimento de todos, que o Rei Aran também frequenta a cama da cortesã, não é?

O eto com que Lara me olhou, deixou claro que ao menos ela não sabia de nada. Talvez meu pai fosse mais sábio e cuidadoso do que eu. Ainda tinha muito a aprender com ele…

— Oh, pelos Deuses, Alê… ah… não acredito! Como você sabe? Você…

— Eu os vi juntos ontem à noite.

Minhas palavras saíram molhadas, sem que eu pudesse conter as lágrimas. Lara se apressou em retirar a bandeja de meu colo e me acolheu em um longo abraço. Quando meus soluços amainaram, a criada recolheu os utensílios e levou para a copa.

Retornou, alguns minutos depois, em companhia de Malvina, que me examinou demoradamente, sem encontrar nada de errado.

— Tem se esforçado demais em suas atividades, Princesa?

— Um tanto quanto, Malvina.

— Precisa de descanso, apenas isso. Vou deixar com sua criada alguns chás para que relaxe. Procure dormir, o máximo que puder hoje. Amanhã poderá retomar sua rotina, mas encontre um tempo para relaxar e se distrair, antes que entre em algum colapso nervoso.

— Ah, você fala como se eu não quisesse tais coisas! Mas minhas obrigações estão cada vez maiores, seria preciso esticar o dia, para que eu pudesse encontrar espaço para distrações. Será que você não tem aí um chá que acrescente horas ao relógio, Malvina?

A curandeira sorriu com meu gracejo e saiu do quarto, dizendo que teria uma conversa com meu pai a esse respeito: mesmo uma Princesa precisa de descanso.

Depois de acompanhar Malvina à porta do aposento, Lara retornou para organizar algumas coisas. Colocou a sineta na mesa, ao meu lado, e fez uma mesura para sair:

— Chame se necessitar de alguma coisa, Princesa.

— Fique, Lara.

— Perdão, alteza…

— Já lhe disse para não me chamar assim. Fique aqui, por favor, gosto de sua companhia.

— Ouviu o que Malvina disse, não é? Deve descansar. Seu chá está sendo preparado e a copeira trará em breve. Procure dormir, Aléssia.

— Quero sua companhia.

Minha fala saiu mais incisiva e autoritária do que eu pretendia. Não havia nenhuma pretensão especial naquele pedido, apenas acontecia de não me sentir à vontade para estar sozinha. A mera presença de Lara me acalmava, expulsava de minha alma a sensação doentia de que coisas, ainda piores, estavam por me acontecer.

A jovem criada, no entanto, habituada aos mandos e desmandos de sua posição social, fez uma mesura e saiu, dizendo que ia informar minha solicitação à governanta. Lara cuidava de minhas coisas apenas nas primeiras horas da manhã e durante a noite. No período em que eu estava ocupada com meus afazeres, ela auxiliava as outras serviçais nos diversos trabalhos da casa. Não sei se a aia, sabendo que eu havia perdido minha companheira de distração noturna, temia ser coagida a assumir esse posto. Esse foi o único motivo que me ocorreu para sua reticência em permanecer comigo durante todo o dia. Mas se era essa sua expectativa, estava léguas de distância da realidade. Aquele dia, Lara passou deitada ao meu lado, acompanhando-me em meu descanso, repousando junto comigo. Provavelmente, o primeiro dia de ócio de toda a sua vida.

Nos dias seguintes, encarar meu pai com naturalidade se tornou um desafio. Temia que ele percebesse meu jeito arredio e acabasse descobrindo que eu o vira com Matilde. Mais ainda: horrorizava-me a ideia de que ele pudesse descobrir meus encontros com a cortesã.

Foi nesse ritmo que minha instrução nos assuntos familiares prosseguiu. Pouco a pouco, meu pai requisitava tempo de meus instrutores, tornava-se mais próximo de mim, enchia-me a cabeça com lendas, histórias, nomes. Entre uma coisa e outra, havia Lara, a cada dia mais minha companheira, escapando de outras atividades domésticas para me dar atenção, cuidados especiais. Eu me encantava com sua companhia, a jovem aia revelando-se bem-humorada, dotada de inteligência e perspicácia.

A profusão de tarefas mantinha minha cabeça ocupada durante o dia. Mas minhas noites eram mergulhadas em solidão, a traição de Matilde me ferindo, noite após a noite. Não era raro que eu acordasse aos gritos, Lara sentada a meu lado, tentando me acalmar. Sonhos a cada dia piores me perseguiam e, por mais estranho que parecesse, a presença de minha mãe era constante neles.

Numa dessas madrugadas de terror, Lara me tomou em seus braços, aflita, buscando acalmar meu espírito atormentado. Em algum lugar nebuloso de minha alma eu corria assustada, tropel de cavalos me perseguindo em uma noite muito escura, nenhuma luz atingia o solo de nosso bosque e as árvores pareciam mais próximas do que o normal. Minha mãe chamava, gritava por socorro, e um soldado urrava que morreria pela Rainha, se preciso fosse.

Quando despertei, finalmente, meu rosto dançava no colo de Lara, sua pele adocicada invadindo minha inspiração, seu coração batendo acelerado junto ao meu ouvido.

— Acorde, minha querida, acorde… está tudo bem… acorde…

Seu hálito fresco tão perto do meu, sua pele convidando a minha, sua ternura acarinhando meu coração desgostoso, tudo isso pareceu um oásis dentro do pesadelo do qual eu ansiava fugir. Então, deixei meus desejos assumirem o comando, segurei Lara pela nuca, girei nossos corpos na cama, meu tronco pesando sobre o dela, e provei o sabor de seus lábios. Meus braços a desejaram profundamente, envolvendo-a num abraço sedento, e quando repousei minhas costas no colchão, trouxe seu corpo junto do meu, minhas mãos correndo por suas costas até a altura dos quadris. Mas então, algum tipo de lucidez sacudiu meu juízo e, com horror, quase nojo de mim mesma, me pôs em pé num único salto, os olhos doidos mirando, apavorados, Lara indefesa, assustada, encarando-me entre os lençóis.

Sem que eu encontrasse uma única palavra de desculpas minha aia saiu, lágrimas penduradas no abismo de seus cílios e, provavelmente, a mesma vontade de me esbofetear que senti, quando flagrei Matilde com meu pai.

As obrigações profissionais trouxeram Lara de volta pela manhã. Desviei os olhos, envergonhada, enquanto a jovem me auxiliava com a higiene matutina e a troca de roupas. O constrangimento não podia me impedir de ser decente, no entanto e, antes que Lara terminasse suas tarefas, encontrei forças para pedir desculpas por meu comportamento ultrajante. A moça fez uma leve mesura dizendo, num tom de voz entre o submisso e o cínico, que estava aqui para me servir, que eu não devia me desculpar por nada. Seus modos extremamente formais, no entanto, deixavam a raiva transparente. E eu não podia censurá-la por isso.

Meu cotidiano ficou mais triste sem a amizade de Lara. As horas em que eu estava sob seus cuidados ganharam tons tão doloridos, que comecei a evitá-los, na medida do possível. Uma semana depois a sensação era insuportável e exigi de mim mesma que encontrasse um meio de reparar o estrago.

— Sou uma estúpida idiota, Lara. Tão estúpida e tão idiota que nem sequer encontro palavras para me desculpar, embora não tenha feito outra coisa, esses dias, além de pensar em como posso me redimir.

Um esboço de sorriso surgiu no canto de seus lábios e uma luz suave brilhou em seu olhar. Alegrei-me. Ainda havia esperança.

— Perdoe-me, Lara, perdoe-me, por favor. Nunca mais tornará a acontecer, eu garanto. Sua amizade é profundamente especial pra mim.

Esbocei um gesto em sua direção, mas, como se eu tivesse dito algo errado, a garota levou as mãos à boca e saiu de meu quarto aos prantos.

Corri atrás, sem poder alcançá-la. Antes que terminasse minha ala íntima, contive os gritos. Já havia rumores demais a nosso respeito entre os criados e, certamente, não seria bom para sua reputação se me vissem perseguindo-a, como se namorada minha fosse.

Não desisti de alcançá-la, no entanto e, de forma discreta, procurei segui-la.

Por sorte ou azar Lara enfurnou-se na cozinha. Encostei furtivamente na porta e aguardei até que meus ouvidos pudessem distinguir com clareza os sons que vinham lá de dentro.

— …não é possível isso, menina, ela não pode continuar lhe tratando assim! Vou falar com Ada. Ela que substitua a aia ou fale com o Rei, o que quiser, mas as coisas não podem continuar assim, isso tem que parar.

— Pare de falar assim, Pri, está tudo bem.

— Está tudo bem? Você invade minha cozinha aos prantos e diz que está tudo bem!

Uma panela caiu no chão, fazendo enorme estrondo, e me impediu de ouvir o que uma terceira pessoa comentava. Logo em seguida, a voz de Lara veio arisca, meio soluçada, entre o choro e a raiva.

— Parem com isso! Ela não é assim! Ela não é igual ao pai, não é!

— Ah, provavelmente você está chorando porque ela lhe tratou muito bem.

Não reconheci essa terceira voz, provavelmente alguma serviçal nova na cozinha, ambiente que eu não frequentava desde a adolescência.

— Ela disse que me quer como amiga…

— Pois sim! Quer é que você coma na mão dela, que faça todos os seus caprichoscomentou a desconhecida.

Houve uma pausa na conversa, nenhum som vindo da cozinha. O silêncio me deixou aflita e cheguei a desencostar o tronco da parede, na intenção de entrar no recinto. Então a voz de Agripina soou nítida e muito perto de onde eu estava.

— Ah, não é possível! Ah, não, Lara! Essa mulher enfeitiçou você!

Os soluços de minha aia se tornaram mais profundos e audíveis.

Um som agudo, metálico, que me fez pensar em uma panela sendo colocada com força sobre o fogão, encobriu por um instante a voz da cozinheira. Mas logo em seguida pude ouvi-la dizendo:

— …isso é coisa do mau, menina! Ela plantou uma coisa ruim no seu coração. Ah, meus Deuses, protejam essa menina! A Princesa está arrastando você para os vícios dela…

— Pare com isso, Pri, não admito que fale assim da Princesa, ninguém a conhece tão bem.

— Como você quer que eu fale? Vai me dizer que isso está certo? Ela fez você sentir por ela o que só é possível uma mulher sentir por um homem! Essa é a ordem natural das coisas e essa mulher nojenta…

— Não fale assim dela, Pri!

— Olhe pra você, há dias tudo o que faz é chorar por essa desgraçada! Agradeço aos Deuses por terem levado a Rainha, antes que ela tivesse visto o monstro que a filha é.

— Talvez as coisas fossem diferentes se a Rainha estivesse aqui — completou a voz desconhecida.

— …pobre Rainha Maura, seu destino estava traçado desde que se casou com esse maldito. Ele a trouxe apenas para lhe dar um filho. E essa maldita Princesa, que não é homem nem mulher. Protejam-me os céus por dizer isso, mas é a mais profunda verdade!

As últimas palavras de Agripina quase me escaparam. Eu havia crescido dentro daquela cozinha, devorando as guloseimas que Pri preparava… Sua opinião a meu respeito rasgaram meu peito, como nenhuma espada seria capaz de fazer. Subi as escadas de dois em dois degraus e busquei refúgio em meus aposentos.

Afastar Lara de mim foi o primeiro pensamento coerente que tive quando consegui me acalmar. Desci atrasada para a sala de reuniões e, tão logo cheguei, fui questionada por meu pai sobre minha ausência no café da manhã. Respondi que havia feito meu desjejum no quarto, embora isso não fosse verdade. Não queria preocupá-lo e, muito menos, chamar atenção para meu estado confuso de alma. Sentia-me um ser desprezível com as palavras de Agripina ainda atormentando meus tímpanos: “monstro”… “os vícios dela”… “essa Princesa que não é homem nem mulher.”

A montanha vermelha cintilava ao pôr do sol, quando Lara entrou no quarto para preparar meu banho. Ordenei que chamasse Ada com o firme propósito de solicitar que outra aia fosse designada para meus serviços. Agripina estava certa, a situação não podia continuar daquele jeito. Eu não tinha direito de usar Lara como se fosse um objeto de prazer. Outra serviçal, de preferência de idade, que fosse generosa o bastante para me dar conselhos. A mãe que eu perdi tão cedo. Era disso que precisava.

Ao invés de obedecer, no entanto, minha camareira permaneceu parada na entrada do aposento, olhar baixo, como se decidisse o que fazer. Depois deu dois passos incertos na direção da escada, mas voltou em seguida.

— Gostaria de me desculpar, Princesa. Não tivemos oportunidade de conversar durante o dia, e passei o tempo todo me reprovando por minha atitude intempestiva. Você foi tão generosa comigo pela manhã, e minha reação foi tão infantil! Não sei se consigo me explicar, não sei se há como explicar. Sei que chamar um serviçal de amigo é a maior honraria que um nobre pode conceber. Perdoe-me por ter saído tão… tão…

Gaguejou buscando palavras, mas não havia necessidade de completar o raciocínio. O que ela desconhecia é que eu havia presenciado a conversa na cozinha e agora sabia, perfeitamente, o que se passava em seu coração. E não iria nunca abusar desse sentimento.

— Está tudo bem, Lara. Não há do que se desculpar. Quem começou toda essa confusão fui eu e espero, sinceramente, que algum dia você possa me perdoar. Nunca pretendi lhe fazer mal algum. Agora, por favor, chame Ada.

Falei de costas para ela, não queria que meus olhos traíssem a frieza que eu conseguia simular na voz. A montanha era um muro de fogo acima da muralha oeste do castelo. Desejei cavalgar até lá e mais além. Atravessar a muralha e jamais voltar.

Não ouvi os passos de minha criada. Permaneci de costas até que Ada chegasse ou até ter certeza de que estava sozinha. O campo alaranjado lá fora me lembrava da sensação de amplitude e liberdade que a cavalgada fora do castelo me causara. Quando haveria outra expedição? Já era hora de questionar meu pai. Ou de solicitar autorização para um passeio.

— Perdão, Alteza, sei que não devo me intrometer mas… vo… você nunca chama Ada até aqui. Vai me castigar por meu comportamento dessa manhã?

Sua voz me causou um leve sobressalto, não esperava ouvi-la. Respondi de soslaio, olhando por cima de meu ombro, com o intuito de realmente acalmá-la. Eu não pretendia castigá-la, queria era lhe livrar daquele suplício.

— Não, aia, não vou lhe castigar. Como acabei de dizer, a culpa de tudo isso é minha. Mas vou pedir a Ada que a substitua.

— Não!

— Não é um castigo, Lara. Gosto de sua companhia, mas acho que sou muito inconsequente, às vezes. E confundo as coisas, cruzo de maneira inadequada as fronteiras entre nobreza e criadagem. E sei que isso pode ser muito prejudicial a você.

— Não, Aléssia, por favor, não!

— Quero evitar seu mal, Lara. Não sou boa companhia pra você.

— Pare com isso, Aléssia! Perdoe-me, sei que meu comportamento de hoje cedo foi reprovável, mas não me castigue assim!

— Não estou lhe castigando, é exatamente o contrário que pretendo!

— Como pode me afastar de você e dizer que isso não é um castigo?

A luz externa avermelhava meu quarto, a escuridão se impondo sobre o dia. As sombras dançavam no semblante de Lara, dando-lhe tons austeros. Deixei a janela e me aproximei da camareira. Nutria por ela um carinho verdadeiro e, provavelmente, não teria escrúpulos de viver meus desejos, não fosse por ter ouvido as palavras rudes de Agripina. “Ela fez você sentir por ela o que só é possível uma mulher sentir por um homem.”

— Quero lhe proteger de um futuro incerto, Lara. Não sou boa companhia pra você. Provavelmente não sou boa companhia para ninguém.

— Como pode dizer isso? Como pode falar assim de você mesma?

— E por que deveria falar de outro modo? Ser Princesa não me coloca acima do bem e do mal.

— Por favor, Aléssia, não me prive de sua companhia. Perdoe-me por ter sido rude hoje cedo. Eu desejo sua amizade mais do que qualquer coisa.

— Não posso lhe dar o que você merece, Lara. Sei que parece estranho ouvir isso da futura Rainha, mas…

— …mas é verdade, eu sei. E não me importo. Eu venho de um mundo em que não existem sonhos, Aléssia. Desde a infância tudo o que temos é uma dura realidade. Então nunca fiz planos pra mim mesma. Sabia que meu destino era o de todos os meus ancestrais: servir à família Amaranto. Cresci resignada a obedecer e nunca imaginei — nem ousaria imaginar — que o destino seria tão complacente a ponto de me colocar aos pés do mais nobre espírito que a linhagem Amaranto seria capaz de produzir.

Lara aproximara-se de mim até nossas peles quase se tocarem. Toda e qualquer artificialidade, que a educação e o protocolo pudessem ter lhe dado, havia sumido e era possível ver que suas palavras nasciam do fundo de seu coração. Acariciou levemente meu rosto e deixou que nossos corpos colassem:

– Deixe-me servi-la, Aléssia. Deixe-me servi-la de alma… e corpo.

Pela segunda vez, provei o sabor de sua boca, mas agora por iniciativa dela. Seus carinhos envolviam-me, forçavam-me mais e mais ao encontro de seu corpo, beijava-me com sofreguidão, com uma ânsia de me pertencer, que seduzia e assustava a um só tempo. Tomei-a nos braços enfim, fraquejando ante os desejos de meu corpo, e a levei para a cama num rodopio de carícias dançadas, de desejo compartilhado.

A maciez clara de minhas cobertas nos recebeu calorosa, naquele início de noite, no fim de uma primavera como tantas outras. E um novo aspecto de meu destino se revelava, a estrada para meu infortúnio sendo traçada nos braços de Lara.

— Gostaria de poder lhe oferecer algo sólido…

— Não queira oferecer nada, a quem nasceu para nada ter. Qualquer coisa que venha de você, já é em excesso pra mim, Aléssia, minha amada.

 



Notas:



O que achou deste história?

4 Respostas para Capítulo XII

Deixe uma resposta

© 2015- 2017 Copyright Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a expressa autorização do autor.