Aléssia

Capítulo XLIV

POR ÐIANA ŘOCCO

Revisão: Carolina Bivard, Isie Lobo
Cartografia: N. Lobo
Mapa de Âmina

>>> XLIV <<<

O sol era uma leve luminosidade a leste quando os portões se abriram e, a um grito meu, toda a companhia se moveu para fora dos muros de Líath. Éramos dois mil soldados bem treinados, acrescidos de dez mil populares voluntários – o Exército Revolucionário. E estávamos deixando a segurança de nosso refúgio para iniciar a guerra pelo trono de Âmina.
Se meu pai tinha espiões entre nós, esses haviam falhado em lhe alertar sobre nossos planos. Temíamos um ataque enquanto deixávamos a cidade, momento em que o exército estaria vulnerável, mas ganhamos a estrada sem nenhuma dificuldade. Nossos batedores varriam quilômetros à frente e as mensagens que enviavam eram de uma normalidade assustadora. Aparentemente, conseguiríamos realizar um ataque surpresa, como era nosso intento. Eu, todavia, temia que caminhássemos a passos largos para alguma armadilha.
Nossa saída fora imprevista para a maioria dos soldados. Estava determinado que deixaríamos a cidade em quinze dias. Era parte de nossa tática para despistar o Rei. Mas, ao pôr de sol do dia anterior, os portões da cidade foram fechados e ninguém recebeu autorização para sair. O exército foi convocado, e os homens receberam ordens de se preparar para a viagem. Tudo transcorreu bem, a não ser por três homens que tentaram sair furtivamente. Foram pegos por um vigia e interrogados. Disseram, a princípio, que queriam procurar garotas em Santa Marta, um vilarejo próximo. Depois se declararam desertores e confessaram que estavam apavorados com a possibilidade da guerra.
Estavam sóbrios e isso chamou minha atenção. Negaram qualquer tentativa de traição, qualquer envolvimento com o Rei ou o exército real, mas não acreditei. Deixei esses homens presos em Líath e a ordem era decapitá-los se algo de ruim nos acontecesse. Se vencêssemos, eu pesaria o destino deles com mais calma.
Marchamos a norte com uma fina língua de luz no leste. Alex estava à minha direita e ao lado dela seguiam Mestre Renan e Amaryllis. À minha esquerda estavam Breno, Patrick e Douglas.
Diana seguia duas fileiras atrás. Usava uma armadura de couro fervido e um pequeno capacete que ocultava sua cabeleira loira. Cruzamos olhares algumas vezes ao longo da estrada, muito embora eu procurasse não pensar nela. Não deveria pensar. Estávamos iniciando uma guerra e era nisso que precisava me concentrar. Mas muitos guerreiros experientes já haviam me dito que nos momentos que antecedem a luta um homem pensa em tudo, menos na batalha. Agora isso começava a se tornar verdadeiro para mim. Via a estrada à frente e sabia que ela me levaria ao Castelo de Três Círculos, mas tudo o que eu conseguia pensar era nos encontros sorrateiros que Diana e eu vínhamos mantendo há quase dois meses. Era bom tê-la em meus braços, e um lado meu preferia estar com ela à margem do lago ao invés de marchar contra meu pai. Esse mesmo lado se ressentia da presença de Alex, e isso era outra coisa que me incomodava. Embora gostasse de Diana, amava Alex e não suportava pensar em deixá-la. Por outro lado, sabia o quanto era difícil para Diana pensar em mim apenas como amante.
Conversamos muito ao longo dos últimos meses. Os preparativos para a guerra consumiam meu tempo, mas sempre encontrava uma oportunidade para estar com Diana. Para estar em Diana, já que seu corpo se tornara meu local predileto para repouso. A guerra tornara minha companheira uma mulher nervosa e angustiada. Falávamos de guerra o tempo todo; isso me exauria. Não havia espaço para romance. Então corria para os braços de Diana, para encontrar nela a paz e o repouso que minha mulher não podia me oferecer. Não naquele momento, pelo menos.
Alex e Diana eram diametralmente opostas, e isso me mantinha entre elas. Diana era leve como uma criança e necessitava de minha proteção. Alex era forte e independente, e me fazia tremer com um único olhar. Se com Diana eu me sentia útil, com Alex não conseguia evitar um sentimento de impotência e inadequação, o que me incomodava. Às vezes desejava não tê-la conhecido. Mas uma vez que conhecera, estava eternamente enfeitiçada.
Pegamos a estrada real. Não tínhamos intenção alguma de nos esconder e nem seria possível. Esse era o maior exército já reunido em Âmina. Aproximadamente uma vez e meia maior do que o Exército Real. A única diferença era que todos os homens de meu pai eram cavaleiros experientes e treinados em batalha, ao passo que em nosso exército apenas uma parcela ínfima tinha experiência em guerra. Essa falta de experiência, no entanto, era compensada por motivação, determinação e sonho. Cada integrante do Exército Revolucionário sonhava com dias melhores para sua família e seus descendentes. Os soldados de meu pai pensavam apenas em escapar de sua ira.
Uma guarnição de seiscentos homens tomou conta dos muros para proteger a Irmandade da Sombra, além das mulheres, crianças e idosos que ficavam para trás. O futuro daquelas pessoas dependia de nossa vitória. Se fossemos derrotados era pouco provável que aquele contingente de soldados pudesse salvar Líath da perdição.
Aproveitamos bem as sombras das primeiras horas do amanhecer e avançamos em um galope rápido. Tínhamos organizado um exército montado e levávamos poucos mantimentos, o que significa que éramos velozes. Pretendíamos chegar ao Castelo de Três Círculos no início do anoitecer e, se pudéssemos fazer isso de surpresa, havia uma boa chance de capturarmos a cidade antes do fim do dia.
Em qualquer outro momento da história de nosso país seria impensado capturar a cidade em que nasci e cresci. O Castelo dos Três Círculos era inexpugnável, criado para nunca ser invadido. Mas eu conhecia suas fraquezas e, além disso, tínhamos gente nossa nas proximidades dos portões: no início daquela noite os portões do Oeste se abririam para nós. Depois era só um trabalho de espada e Âmina seria nossa!
A preparação tinha sido cuidadosamente planejada e executada. Ao longo dos últimos dois anos, Líath tinha fornecido soldados ao Exército Real. Homens que se identificavam como nativos de alguma das aldeias do reino e que se alistavam voluntariamente para servir a meu pai. Ser soldado do Exército Real era o sonho de praticamente todos os homens do reino. Um emprego fixo com boa remuneração e que dava à família do soldado condições de vida muito melhores do que as existentes em qualquer vila. Assim, quase todos os dias alguns aventureiros cruzavam o portão Oeste pedindo a chance de servir nosso exército. Os que não eram velhos, doentes ou deficientes eram avaliados para assumir alguma posição ociosa.
À medida que o sol se erguia, iluminava uma estrada bucólica, vazia. Eu devia ter desconfiado de alguma coisa. Era óbvio demais que meu pai não se deixaria enganar de uma forma tão tola, mas fosse por estar pensando em Diana, fosse por estar deslumbrada com aquele trecho de estrada, que até então eu não conhecia, ou fosse por minha arrogância de imaginar que eu era a única pessoa capaz de enganar o Rei Aran, o fato é que confiei excessivamente em nossos batedores, e como as notícias que retornavam eram sempre tranquilizantes, segui adiante como uma imbecil.
Fizemos a primeira parada por volta das oito da manhã nos embrenhando em um trecho da Floresta Escura. Ali apeamos e demos de beber aos animais. Comemos um lanche rápido e partimos em meia hora. Nosso tropel assustou pássaros ao invadir a estrada com confiança. Eu olhava a toda volta e não via nada. E, no entanto, é óbvio que nos observavam e riam de nosso excesso de confiança.
Por volta das onze horas mais um mensageiro retornou. Os batedores seguiam dez quilômetros a nossa frente, a norte, cinco quilômetros para dentro da Floresta Escura a oeste e o terceiro grupo estava oito quilômetros a leste. Não havia sinal de soldados em nenhum lugar.
— Isso é muito estranho, soldado. Você têm certeza de que não estão escondidos em algum lugar?
Mestre Renan foi quem perguntou, verbalizando uma preocupação que também era minha. O soldado reafirmou sua mensagem dizendo que os três grupos estavam trocando mensagens constantes entre si. Estávamos sozinhos na estrada.
— Nem soldados e nem populares. Isso não me cheira bem.
Concordei com Alex e fiquei em pé em minha sela como se, assim, pudesse ver algo que meus batedores não viam. Mas não havia nada a fazer, então liberamos o soldado reforçando as ordens para que os batedores andassem de forma furtiva a fim de verem sem serem vistos.
Pouco depois desse encontro, montamos um acampamento para a refeição. Fogueiras foram acesas por quase um quilômetro de distância à beira da Floresta Escura. Sentei ao pé de um carvalho, rodeada por Amaryllis, Alexandra, Mestre Renan e Breno. A tensão era evidente, mas não sabíamos como agir. Esperavam algo de mim e eu não tinha certeza se seria capaz de corresponder. Estava, enfim, investida do papel de líder. Era a Princesa que aquele exército desejava colocar no poder. Mas eu me sentia mais como a menininha que, aos cinco anos de idade, passava o dia pendurada na janela aguardando seu pai retornar de viagem.
— Você conhece muito bem seu pai, Alê — falou Amaryllis, numa voz firme, porém baixa, para que nossa conversa não fosse ouvida por curiosos — Ele é traiçoeiro, e é certo que está armando alguma emboscada.
— Absolutamente certo, mas a questão é até onde meu pai sabe de nossos planos. Porque, se tivermos evitado que o essencial chegue a seus ouvidos, o segredo nos protegerá.
O roteiro e os planos concretos de nossa viagem eram um segredo muito bem guardado. As informações que havíamos passado ao exército eram erradas e apenas nós, os mentores intelectuais do ataque, sabíamos a verdade. E era isso, a confiança naquelas pessoas, o saber que cada um de nós morreria sem jamais revelar nosso segredo, era essa confiança que me dava a esperança — talvez arrogância — de concretizar nossos planos sem atropelos.
Se nossa tática estivesse certa, então meu pai a essa altura estaria pensando que marchávamos para Vila Nova onde, segundo as informações oficiais, permaneceríamos por alguns meses, até criarmos uma base mais avançada para atacar o Castelo.
Vila Nova era, àquela altura, um povoado fantasma. Sua proximidade com Líath havia condenado a cidade a ataques constantes do Exército Real. Muitos fugiram, procurando a segurança de Luzerna, e outros tantos se juntaram aos rebeldes de Alexandra. Parecia plausível que transformássemos o povoado em nossa base. E eu torcia para que meu pai acreditasse nisso e nos esperasse naquelas cercanias. Porque, se isso acontecesse, chegaríamos sem transtornos ao Castelo dos Três Círculos, e o encontraríamos praticamente desguarnecido.
O caminho que seguíamos não desmentia nossa intenção. Até o Passo Manco, seguiríamos exatamente como se Vila Nova fosse nosso destino. E a partir daquele desvio estaríamos a quatro horas do castelo: tarde demais para meu pai nos impedir. Era nisso que eu acreditava, e foi isso que incute na cabeça de meus companheiros naquela nossa parada de almoço. A única maneira de estarmos em risco era se um de nós fosse traidor, mas sabíamos que isso não era verdade. E essa certeza nos deu confiança para continuar nossa marcha.
Comemos guisado de javali com pão. O rapaz que nos servia de cozinheiro era magistral. Homem de confiança de Alexandra. Em outros pontos do acampamento os soldados comiam vitela refogada, pato assado ou ensopado de boi. Tínhamos comida suficiente para chegar ao Castelo. A partir daí a sorte estava lançada.
Desfizemos o acampamento após um breve descanso. Breno e eu percorremos as fileiras de homens para lhes dar ordem e ânimo. Depois montamos e voltamos para a estrada. Seguíamos em um passo mais lento, preguiçoso. Olhei para trás algumas vezes verificando se estava tudo bem, e em mais de uma ocasião meus olhos cruzaram com os de Diana. Havia tirado o pequeno elmo e vi, assustada, que tinha cortado os cabelos com o mesmo corte do exército real. O mesmo corte de Iago. Sorriu matreiramente ao perceber meu eto e depois mostrou a língua. Olhei para frente antes que nossa atitude chamasse muito a atenção.
— O exército está vindo logo atrás, não precisa verificar a cada minuto, Alê.
A voz de Alexandra tinha escárnio suficiente para que mesmo um estúpido soubesse que aquilo era uma censura. Estávamos cavalgando a cerca de uma hora após a parada para o almoço.
— Gosto de ver a formação, acho bonito — respondi, sem querer dar o braço a torcer.
— A formação que você gosta de olhar é mesmo muito atraente. Mas estamos em uma guerra, caso ainda não tenha percebido. E os homens esperam ser comandados por alguém que se preocupa mais com a vida deles do que com as curvas de uma mulher.
Alex falou baixo o bastante para que os homens na segunda fila não ouvissem nada. Mas Amaryllis sufocou o riso e Breno, a meu lado, teve um ataque de tosse. Senti meu rosto queimar e me odiei pela prova óbvia de meu embaraço. Firmei o olhar em frente e tentei disfarçar minha raiva.
Um falcão cruzou o céu de leste a oeste voando muito baixo e se perdeu na Floresta Escura. O tropel dos cavalos assustou alguns esquilos pelo caminho. Cerca de cinquenta metros à nossa frente uma raposa cruzou a estrada e se escondeu no mato. O sol projetava nossas sombras para sudoeste e alguém no meio do cortejo começou a cantar Meu Amado Bandoleiro. Não demorou para que outras vozes surgissem em coro e precisei fazer vários gestos bruscos ordenando que parassem.
Por alguns instantes a companhia seguiu em silêncio. Só o barulho dos cascos nos denunciava. Não havia, na verdade, sentido algum em fazer silêncio, só pelo número já éramos naturalmente barulhentos, mas era preciso manter alguma tensão antes da batalha e a música afrouxa o coração dos homens.
— Ainda não conversamos sobre essa menina, Alê, mas quero que saiba que, por mim, está tudo bem.
Senti os pelos de minha nuca se arrepiando. Devo ter ficado roxa e minha única reação foi abaixar a cabeça. A voz de Alex era ainda mais baixa do que antes, e dessa vez creio que apenas eu ouvi o que dizia. Esporeei levemente Amora e minha égua se destacou um pouco do grupo, no que foi seguida pelo alazão de Alexandra.
Seguimos cerca de trinta metros a frente do resto da tropa. A conversa estava no ar há meses, mas a havíamos evitado. Agora, com o cheiro da guerra já pairando no ar, o assunto ganhou tanta urgência que nos transformou em tolas e negligentes.
— Não sou sua dona, Aléssia.
A voz de Alex era calma e, ainda assim, eu temia uma armadilha. Não soube o que dizer. Eu me sentia envergonhada, classificava meu próprio comportamento de deplorável, mas não podia evitá-lo. Sentia por Alexandra um amor como jamais poderia supor que existia. Mas por Diana nutria um desejo que era igualmente avassalador. Sentia-me fraca por não ser capaz de evitar a mágoa de Alex.
— Vivemos um relacionamento de amor e não de posse, ela continuou. Não se sinta culpada, está tudo bem. Só não gostaria que você a cortejasse na frente de outras pessoas. Seja discreta e estará tudo bem.
A estrada fazia uma curva para oeste e, nesse ponto, a Floresta Escura tocava as margens do caminho real. Viramos a galope rápido e ficamos momentaneamente separadas do resto de nosso exército.
Lembrei-me de Mestre Renan dizendo que Alexandra e Matilde não eram mulheres exclusivistas mas que, como ambas sentiam por mim o mesmo amor avassalador, não seriam capazes de me dividir. Entretanto, Alex parecia disposta a me dividir com outras mulheres, desde que meu relacionamento com elas não fosse muito além do desejo. Estava abrindo a boca para questioná-la sobre isso quando um homem saltou de um galho e caiu em minha garupa. No mesmo instante um grupo de soldados saiu das árvores e nos cercou.
Meu grito com certeza foi ouvido pelo restante da tropa, mas não evitou o desastre: tudo aconteceu muito rápido. O homem atrás de mim conseguiu me imobilizar antes que eu tivesse tempo de desembainhar minha espada. Assumiu as rédeas e manobrou Amora para o meio das árvores. Ouvi o barulho de lâminas se chocando e soube que Alex estava lutando por nós, mas tudo o que podia fazer era rezar para que vivesse. A armadilha que tanto temíamos havia, enfim, se concretizado.

#deixesuaopinião



Notas:



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6 Respostas para Capítulo XLIV

  1. Entendo esta questão da posse. Uma pena que a maior parte das pessoas prefere a fidelidade à lealdade…
    Caramba, a arapuca chegou…
    Espero ansiosamente por quarta!
    Parabéns e obrigada!

    • “Uma pena que a maior parte das pessoas prefere a fidelidade à lealdade” né?

      Aléssia está em sérios apuros, Naty. Tem muita coisa pra acontecer. Às vezes a vida pessoal é atropelada por fatores externos. Creio que, mais do que qualquer coisa na vida, Aléssia gostaria de sentar e acertar os ponteiros com Alexandra. Só que isso vai ter que esperar…
      Gratidão pelos comentários, querida

  2. Caramba!!!

    DR no meio da guerra! Rsrrs

    Alê, viu?! Que fogo!

    Acho que foi o rei que pulou na garupa de Alê e vai levar ela pra pedra.

    Esperar até a quarta-feira! Quanta tortura existe nesse coraçãozinho…

    Abrs ?

    • “Alê, viu?! Que fogo!”
      Alê tem um monte de amor pra dar, e tem um monte de gente querendo receber, Lins
      Levar Aléssia até a Pedra? Será? Glupt! Não tinha pensado nisso!

      “Esperar até a quarta-feira! Quanta tortura existe nesse coraçãozinho…” Sou um anjo cheio de maldade, não sou? Mas aí vocês não vão se esquecer de ler o capítulo de quarta

      Beijos, querida, muito bom te ver por aqui. Obrigada por suas opiniões

    • “Maldade sua parar bem nessa parte.” é pra vocês lerem o capítulo de quarta rsss

      Vocês não vão perdoar a Alex por causa da Glória, é isso mesmo, produção? Mas a Alê também tá longe de ser um modelo de fidelidade, e Alex e Glória já tinham um casinho (podemos chamar assim, Bivard? ) bem antes da Aléssia aparecer por Líath. Vai que Alex e Aléssia decidiram acertar suas pendências antes de se casarem em definitivo? Ou vai que elas decidem ter um relacionamento aberto? Ou vai que Alex-Alê-Diana formam um trisal? Ou quem sabe um quatrisal, Alex-Gloria-Diana-Aléssia? O amor tem múltiplas formas e milhões de possibilidades
      Gratidão pelo comentário, Letty, um grande beijo pra você

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