Argentum

Capítulo 77

Um pouco antes do sol chegar em seu ponto mais alto elas tiveram de se levantar e trocar de lugar, pois a sombra da árvore estava um tanto menor. Alicia puxou o cobertor até que ele estava encostado no troco e elas voltaram a se sentar. A veterinária sentou-se com as costas contra o tronco e puxou Maia para se sentar entre suas pernas, a cesta foi posta logo ao lado esquerdo da mais velha. Maia primeiro sentou-se de costas para a maior sendo abraçada pelos braços fortes da outra.

Elas começaram falando sobre assuntos mais sérios, relacionados a administração do Rancho. Alicia deixou a mais nova falar, fazendo observações que poderiam ser úteis, principalmente no que se referia aos animais. Com o tempo o assunto foi terminando e elas passaram apenas a olhar a paisagem. Alicia mantinha os braços em volta da menor e começou a distribuir beijos pela linha do maxilar fazendo com que os olhos verdes se fechassem. Maia apoiou suas mãos sobre os joelhos da veterinária que estavam na altura de suas costelas porque Alicia os havia dobrado.

A mais nova virou o rosto buscando os lábios da maior e desceu suas mãos pelas coxas da veterinária apertando levemente com suas unhas arranhando o jeans. O beijo começou simples e ela sorriam com os lábios colados, eram apenas carícias delicadas. Mas alguns momentos depois os sorrisos sumiram e os beijos começaram a ficar mais intensos. Alicia esticou a perna direita e soltou a cintura de Maia. A mão da maior foi até as pernas da dona do Rancho puxando-as até que elas estivessem sobre sua perna direita. Estando quase de frente uma para a outra Maia segurou a veterinária pelo pescoço puxando-a para mais perto.

A mão direita de Alicia ficou na coxa de Maia trazendo o corpo da menor para mais perto. O beijo se tornou mais lento, uma das mãos de Alicia estavam nas costas da menor e as mãos de Maia seguraram o rosto da mais velha mantendo-o no lugar, impedindo-a de se mover. Os olhos verdes se abriram levemente enquanto ela afastava as bocas para tomar fôlego e levava seus dentes até o queixo da veterinária que prendeu a respiração sentindo a mordida um pouco mais forte de Maia ser distribuída também pela linha do lado esquerdo se seu maxilar. A reação da veterinária foi apertar a mão direita na cintura da namorada.

As respirações já estavam ofegantes, mas os beijos se mantiveram lentos. Maia voltou os lábios para os da mais velha e a mão de Alicia subiu até o rosto da menor. A mão esquerda da veterinária envolveu a cintura fina com mais força, seus dedos ultrapassando o cós da calça por baixo da blusa de lã. Sentiu Maia tremer e travar, cortou o beijo e puxou a mão afastando um pouco seus corpos. Mas, antes que Alicia pudesse se mover para longe, Maia puxou o rosto dela de volta.

– Está tudo bem. Acho mesmo que estamos indo além do necessário aqui. Vamos comer algo – a veterinária sussurrou num tom delicado e carinhoso, sua mão direita fazendo um carinho no rosto de Maia.

Mas a dona do Rancho a ignorou e voltou a se aproximar levando seu rosto para o pescoço da mais velha deixando beijos pequenos e quase tímidos na pele exposta antes de levar a boca para perto do ouvido de Alicia.

– Eu confio em você – Maia sussurrou antes de beijar a base da mandíbula de Alicia fazendo a veterinária fechar os olhos.

A mão de Alicia caiu do rosto para a cintura da mais nova outra vez. Maia parecia determinada a algo, seu corpo tremia levemente, a veterinária sentia que havia uma trava nela ainda, um certo receio, mas isso não a estava impedindo de morder seu pescoço com um pouco mais de força do que o normal. Alicia tentou, mas não conseguiu raciocinar o bastante para parar outra vez, principalmente quando sentiu a mão de Maia desabotoar o primeiro botão de sua camisa para afastar a gola e ela poder beijar a base de seu pescoço.

A reação de seu corpo foi automática, as mãos que estavam na cintura de Maia subiram por baixo da blusa de lã e seus dedos apertaram com mais força a pele da base das costas da menor. O corpo de Maia foi impulsionado para cima, seu rosto se afastando do pescoço da veterinária que fez um movimento rápido para frente colocando Maia deitada de costas sobre o cobertor. O repentino peso da maior sobre si fez a dona do Rancho prender a respiração e depois suspirar quando sentiu os lábios quentes e molhados contra sua garganta. Mas logo o aperto em sua pele diminuiu e Alicia subiu seu rosto até alcançar o maxilar da mais nova e esconder seu rosto contra os cabelos castanhos.

– Não confio em mim mesma nesse momento – sussurrou Alicia, sua mão direita se afastou da pele de Maia para que ela a usasse como apoio para não soltar seu peso todo sobre o corpo da menor – Não é assim que quero que seja nossa primeira vez.

– Porque? – Maia questionou confusa, seu coração ainda estava acelerado e ela ainda se sentia ofegante.

– Primeiro – falou a veterinária com um tom de riso erguendo o corpo para colocar seu rosto em frente ao da mais nova – Porque esse cobertor é pequeno demais e eu não quero que a gente acabe na grama no meio de algo assim – ela falou dando um sorriso divertido que fez Maia fechar os olhos e rir – Mas, principalmente, porque vai ser desconfortável pra você – ela murmurou vendo os olhos verdes se abrirem a encarando curiosos e confusos – Eu sei que você está sentindo um pouco de dores Maia. Um cobertor sobre a grama, com toda certeza isso vai te gerar algum desconforto depois. Não quero que seja assim.

– Me pergunto o que foi que fiz de tão bom nessa vida para merecer ter te encontrado – Maia sussurrou colocando as mãos nas laterais do rosto da veterinária.

O olhar da mais velha suavizou e um pequeno tom corado surgiu em seu rosto ao notar a admiração que brilhava no olhar da menor. Abaixou o rosto por segundos antes de ergue-lo outra vez para deixar um beijo delicado nos lábios de Maia que correspondeu abraçando a veterinária pelo pescoço mantendo o contato por mais tempo.

– Vamos comer o lanche/almoço que Antonieta preparou para nós – falou Alicia separando os lábios de ambas e começando a distribuir selinhos pelo rosto da menor – Depois vamos aproveitar um pouco da tarde com essa paisagem linda – continuou ela passando com beijos pelas sobrancelhas e nariz até chegar novamente nos lábios – Quando voltarmos – ela disse mudando o tom para um mais sério e encarando os olhos verdes que ficaram mais atentos – Podemos continuar de onde paramos aqui – Alicia terminou a frase num sussurro muito baixo e um tanto sem jeito, mas com um sorriso divertido e até ansioso.

Depois disso elas voltaram a se sentar e Alicia retirou a variedade de comidas que estavam dentro da cesta. Outra vez elas se sentaram contra o troco da árvore com a veterinária de costas para o troco e Maia sentada entre suas pernas com as costas apoiadas em seu peito. Alicia pegou seu celular e colocou suas músicas para tocar em um volume baixo que não atrapalhasse o cantar dos pássaros. E foi assim elas passaram as próximas horas entre comer, trocar beijos, observar a paisagem e contar histórias sobre suas faculdades. Em certo momento o assunto acabou e elas apenas ficaram com as pernas estendidas sobre o cobertor olhando alguns pássaros que voavam sobre a água do lago.

As mãos de Maia estavam nas coxas da veterinária e Alicia fazia carinho com as pontas dos dedos da mão direita no braço da mais nova. O braço esquerdo de Alicia continuava em volta da cintura de Maia enquanto a cabeça da dona do Rancho descansava no ombro esquerdo da maior. Enquanto os olhos verdes se focavam nas asas abertas de um dos pássaros voando próximo ao lago suas mãos acariciavam devagar a coxa da mais velha, próximo ao joelho. Uma música nova começou e sua atenção foi desviada dos pássaros quando sentiu a mão de Alicia escorregar por cima da sua. Os dedos da maior acariciaram o dorso de sua mão e depois o começo dos dedos.

Maia moveu a mão entrelaçando os dedos e acariciando a mão de Alicia com seu polegar. Um sorriso surgiu em seus lábios enquanto ela encarava seus dedos juntos. Quando virou o rosto encontrou um sorriso igual nos lábios da veterinária que encarava ainda as mãos delas. Os castanhos claros se desviaram encontrando os verdes e elas se encararam por alguns instantes com seus sorrisos ainda nos lábios. Depois de segundos elas se aproximaram ao mesmo tempo trocando um beijo longo enquanto suas mãos se apertavam entrelaçadas.

Os lábios se moviam lentamente e as mãos se soltaram apenas para Maia conseguir virar mais seu tronco e elas manterem o beijo por mais tempo. A mão da menor foi para a nuca da veterinária e a de Alicia para a lateral do rosto de Maia. Depois de vários segundos os lábios delas se afastaram e os olhos se abriram novamente. O resto do mundo parecia ter sumido, mas Alicia ainda conseguiu ouvir a letra da música que tocava em seu celular. Ela sorriu com as frases que ouvia e não resistiu dizer uma delas para Maia.

– I just wanna be part of your symphony (Eu só quero fazer parte da sua sinfonia) – ela cantou em um sussurro contra os lábios de Maia que ficou confusa por um segundo antes de perceber a música tocando – Like a love song on the radio (Como uma canção de amor no rádio).

– Will you hold me tight and not let go? (Você vai me abraçar forte e não ir embora?) – perguntou a mais nova de forma séria e sem cantarolar como Alicia fez.

A veterinária a encarou com um sorriso divertido, mas sua resposta foi abraçar Maia com ambos os braços apertando-a contra seu corpo e beijá-la outra vez. A menor jogou seus braços sobre os ombros da mais velha sorrindo, compreendendo totalmente que ela não a deixaria ir.

N/A: Obviamente a música Symphony – Clean Bandit Feat Zara Larsson foi uma inspiração para a cena final kkkk, mas eu queria trazer outra inspiração para um pequeno momento dessa cena. Quem me mostrou esse texto foi uma das leitoras (Oi, Karyna hehe =P ) no grupo do whats que criei para Argentum. Leiam e vão entender de que cena eu falo.

Bjinhos pessoas, até o fds (provavelmente domingo kkkk).

;]

Carinho de dedo – Pedro Salomão

Beijar qualquer um beija

flertar qualquer um flerta

mas um carinho de dedo

é só com a pessoa certa

o primeiro carinho

é um passo importante

gigante! e da medo

é um carinho de dedo

muitas vezes o casal já pode ter se beijado

 o ciúmes já pode ter rolado

 mas se não tiver tido o carinho de dedo

vou te contar um segredo

tem que ser inesperado

a sua mão se aproxima da dela devagarinho

mesmo que pareça um eterno caminho

 o melhor momento de todos é depois de uma gargalhada

quando vocês dois parar de dar risada

aproximar tua mão da dela devagar

e faz um leve carinho sem medo

 é um carinho de dedo

se ela retribuir você já pode sorrir

porque beijar qualquer um beija

ficantes ou namorados

 mas o carinho de dedo

são só para apaixonados…



Notas:



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