Argentum

Capítulo 98

– Acho que tudo começa com a história de como Rodrigo se tornou amigo de Tomás Augustus, o primeiro filho do Patrão – Giulio ponderou se ajeitando no sofá – Mas pra explicar isso tenho que contar um pouco de quem era o Patrãozinho e quem foi Rodrigo naquela época.

                Toda a atenção se virou para Giulio, ele se ajeitou em seu lugar e, depois de um longo suspiro, iniciou a narrativa.

                “ Antes de tudo, vocês precisam saber um pouco da família Augustus. O patrão teve dois filhos, Tomás e Tatiana que nasceu mais de 10 anos depois e, na ocasião, a esposa do Patrão acabou falecendo no parto que foi difícil e deixou sérias consequências pra pequena Tatiana que foi uma criança muito adoentada. Tomás sempre foi muito protetor com a irmã, mas, sendo o herdeiro, acabou sendo mandado pra Europa pra concluir seus estudos. Quando ele voltou, anos depois, eu estava trabalhando com meu pai que era o capataz do rancho na época. O patrãozinho era um rapaz gentil e atencioso, mas explosivo como o pai dele. A única pessoa que controlava seus rompantes de raiva era a irmã, com ela Tomás nunca erguia a voz, mas ele e o Patrão… eram discussões atrás de discussões, por vezes minha mãe, que trabalhava na cozinha, tinha que limpar o escritório porque havia algo quebrado ou alguma garrafa de bebida estilhaçada no chão. Eram tempos difíceis.

Foi nessa época que Rodrigo, que tinha por volta dos 16, largou os estudos e começou a trabalhar no Rancho. Ele começou como ajudante de mecânico e logo passou a tratorista, até que se tornou um dos motoristas dos caminhões, até comprar o próprio e se tornar mesmo um caminhoneiro. Um pouco antes dos comentários a respeito do patrãozinho se espalharem pela cidade e as brigas entre ele e o Patrão se tornarem insustentáveis aconteceu o que foi o evento responsável por fazer surgir a amizade entre Tomás e Rodrigo.

Na época, havia uma quadrilha assaltando várias propriedades na região, mas não havíamos tido nenhum caso nas redondezas. Rodrigo já era tratorista e trabalhava na parte da alimentação dos animais. Naquele ano o Patrão decidiu investir em uma pequena lavoura, mas tivemos uma seca muito grande naquele ano, a lavoura se perdeu sobrando apenas a palha no campo que não poderia ser usado para mais nada naquele ano. Era fim de tarde, quando os funcionários que trabalhavam nas plantações de frutas viram fumaça no campo seco da lavoura. Acabamos por descobrir que era um imenso incêndio e o Patrão convocou todos os funcionários para ajudarem a controlar as chamas.

O vento estava atrapalhando demais e acabou que as chamas se dividiram indo para duas direções diferentes,nesse momento o Patrão mandou Rodrigo trazer o velho trator que ele usava para levar a ração dos animais pra que ele fosse usado para ajudar a fazer uma barreira para as chamas e ele foi. Meu pai contou que o patrãozinho Tomás achou aquele incêndio muito estranho, ele tinha quase certeza de que alguém ateou fogo na palha. Por isso Tomás saiu a cavalo rodando o Rancho procurando algo fora do normal e acabou por encontrar Rodrigo no trator em uma das estradas ainda próximas aos animais. Ninguém sabe realmente o que aconteceu, sabemos o que foi dito a polícia” – Giulio foi interrompido pela chegada de Antonieta que trouxe café para todos.

O que realmente aconteceu naquela tarde, horas antes do crepúsculo, foi que Tomás encontrou a Rodrigo na estrada e parou para conversar com o rapaz buscando alguma informação. O mais jovem desligou o trator para que pudessem se ouvir, visto que o mesmo era antigo e barulhento. Enquanto conversavam ouviram o som de uma caminhonete e o cavalo do filho do patrão ficou inquieto. Quando, ao virar uma curva da estrada, os ocupantes da caminhonete identificaram os dois parados, com o trator obstruindo o caminho, sacaram as armas e as colocaram para fora das janelas. Tomás, mais rápido do que Rodrigo, se atirou do cavalo sobre o garoto derrubando-o do trator e jogando ambos para o chão, protegidos pela lataria.Logo então ele sacou o próprio revólver e devolveu tiros na direção da caminhonete. Os 3 ocupantes começaram a descer enquanto atiravam enquanto o motorista continuou ao volante, mas Tomás conseguiu acertar um deles que se jogou de volta para o veículo enquanto os outros continuavam a atirar. Rodrigo tentou se erguer para ver o que acontecia, mas Tomás segurou sua cabeça mantendo-o abaixado enquanto continuava a disparar com a mão direita.

Os dois homens que continuavam a atirar se aproveitaram que Tomás precisou recarregar o revolver e começaram ase aproximar, mas o jovem Augustus foi rápido e logo voltou a disparar, dessa vez acertando o peito de um dos desconhecidos que caiu na hora largando a arma que ficou ao lado de sua mão. O motorista gritou chamando o último que estava a alguns passos da caminhonete, mandou-o voltar e, antes que Tomás conseguisse acertar mais alguém o veículo deu ré voltando pela curva, fazendo a volta num espaço onde a estrada era mais larga e sumindo deixando apenas poeira e os últimos disparos de Tomás contra eles para trás. Depois da caminhonete longe ele voltou para perto de Rodrigo que continuou encolhido próximo ao trator.Agarrou-lhe o queixo com a mão esquerda perguntando se estava ferido enquanto olhava pelo corpo do rapaz em busca de sangue. Tomás o colocou de pé, o revolver de volta ao coldre na cintura, e segurou-o pelos ombros. Falava com voz agora calma lhe dizendo que estava tudo bem, mas logo depois cambaleou para frente. Rodrigo conseguiu segurar Tomás antes que caísse e notou a mancha de sangue na camisa preta do outro que continuou a tranquiliza-lo dizendo que não era nada, que fora apenas um tiro de raspão e que tudo estava bem. Mas o que se tornou de conhecimento público foi muito menos que isso.

– Tudo o que viemos a saber sobre o ocorrido – Giulio voltou a falar após todos estarem com seus cafés e novamente sentados – Foi que Rodrigo e Tomás se encontraram na estrada e que logo depois encontraram os invasores com uma caminhonete que tinha uma gaiola para levar os animais. No depoimento que deram a polícia disseram que Tomás reagiu após o primeiro disparo e que trocaram tiros enquanto ele e Rodrigo se escondiam atrás do velho trator. O patrãozinho contou que eram quatro homens eque havia acertado dois antes dos outros fugirem, mas ele próprio foi baleado,um tiro na lateral da barriga que por pouco não o pegou apenas de raspão. Um dos bandidos foi socorrido com um tiro próximo ao ombro, mas não resistiu. Dos outros apenas o ferido chegou a ser preso rapidamente, mas depois de alguns meses a polícia, interrogando-o, conseguiu chegar ao resto do bando – ele bebeu um gole de seu café antes de continuar – Esse fato foi o início da amizade dos dois. Tomás passou algumas semanas num hospital fora da cidade e, quando retornou ao Rancho, ainda com ordens de permanecer em repouso, passou a receber as visitas de Rodrigo. Segundo o rapaz o patrãozinho o havia salvado na ocasião, Rodrigo dizia que se não fosse Tomás ele não teria se escondido rápido o suficiente e provavelmente acabaria morto naquela troca de tiros. E, apesar da diferença de idades e de pensamentos, os dois acabaram se tornando bons amigos. Os boatos sobre o patrãozinho ainda não haviam se espalhado, mas o Patrão já não via a amizade dos dois com bons olhos por causa da origem humilde de Rodrigo e pelo fato de ele não ter a mínima vontade de terminar os estudos. Contrariando qualquer expectativa a amizade dos dois se fortaleceu muito. Acredito até que Rodrigo soube da verdade antes dela se tornar boatos e sussurros pelas más línguas do povo – Giulio disse e então fez uma pausa mais longa, como se perdido em pensamentos.

– Que verdade? – Maia questionou o que todos os mais novos ali estavam se controlando para não perguntar.

– Já vou chegar a isso Senhorita– ele respondeu com um sorriso singelo e calmo – Em algum ponto o Patrão passou a incentivar que Tomás e Rodrigo se tornassem mais próximos. Ele dizia que o filho tinha que se espelhar em alguns dos comportamentos do mais novo,principalmente no que dizia respeito as constantes namoradas que Rodrigo tinha.Foi ai que as discussões entre os dois ficaram mais intensas e toda a casa conseguia ouvir Tomás gritar ao pai que era quem era e que não tinha e nem iria agir como outra pessoa para agradar aos seus caprichos. Foi nessa época que ele começou a beber mais do que deveria, sempre após as longas discussões ele passava pela adega que o patrão tinha no escritório, agarrava uma garrafa de uísque ou qualquer outra coisa forte e descia até o estábulo montando seu cavalo e saindo pelos campos sem dizer para onde. Na maioria das vezes, ele acabava chegando a algum bar na cidade e por lá ficava até que Rodrigo aparecesse para leva-lo de volta para casa. A esse ponto, as pessoas já comentavam que o filho do Patrão não era chegado as mulheres.

Um silêncio se propagou pela sala. Um único pensamento enchia a cabeça dos mais novos ali: Tomás Augustus era homossexual. Ninguém nunca soube e já não mais saberia que, fora em uma dessas vezes em que Rodrigo o levou para casa, logo que os boatos sobre Tomás surgirem, que o herdeiro do Rancho se abriu com o amigo pela primeira vez. “É verdade o que dizem”, ele afirmou a Rodrigo que puxava as rédeas do garanhão de Tomás enquanto cavalgavam de volta ao Rancho. Os animais foram parados pelo rapaz sóbrio e Tomás desceu quase caindo no chão enquanto gritava que era gay com ódio de si mesmo e do mundo naquele ponto da estrada onde só Rodrigo poderia ouvi-lo. Rodrigo, assustado e ainda sobre o cavalo velho que montava,questionou se era esse o motivo de Tomás manter a amizade dos dois. O mais velho gargalhou da aparente repulsa que surgiu na voz do amigo antes de chama-lo de imbecil. Disse que não tinha interesse algum nele, que não era por gostar de homens que iria quer e todos os que conhecesse.

Tomás contou a Rodrigo que amava outro, uma paixão que teve de deixar na Europa quando o pai o mandou voltar. Rodrigo não parecia acreditar e não impediu quando Tomás puxou as rédeas de seu garanhão da mão do mais novo antes de retirar de um bolso na cela um frasco com bebida e abri-lo para um gole. “De ti eu queria apenas tua amizade, mas se não me acreditas, não lhe quero mais nem ver. No fundo já sabia que a mim só resta minha pequena irmã como apoio”. Depois de ver o amigo se afastar a pé, puxando o garanhão negro e entornando o frasco de bebida em direção ao Rancho, Rodrigo passou a semana seguinte distante apenas pensando. Rodrigo sempre havia notado que as atitudes e modos de ser e agir de Tomás eram diferentes do resto dos homens que ele conhecia. Mas nunca lhe causou desconforto, nunca lhe faltou ao respeito, nunca fez nada além de oferecer sua amizade e seu apoio.

Mesmo no momento em que lhe confirmou os boatos do povo Tomás deixou de ser ele mesmo, não mudou suas atitudes. Continuou a ser o mesmo rapaz que o salvou e foi atingido por um disparo no processo. O mesmo que o defendia perante qualquer um que lhe dissesse coisas ruins sobre si, suas escolhas ou sua família. Rodrigo percebeu que não havia nada diferente em Tomás, que aquele fato de gostar de outro homem, não mudava quem o amigo era, não o tornava menos seu amigo. Não fazia dele uma pessoa diferente. Quando realizou isso o jovem com pouco estudo,percebeu que aquela particularidade de Tomás não lhe afetava, que não afetava ninguém além dele próprio. Em sua simplicidade de raciocínio entendeu que não havia nada de errado em amar e que, se isso não prejudicasse ninguém, nenhuma outra pessoa tinha o direito de interferir ou julgar. Não era religioso, mas se acreditava em algo era que apenas Deus e a justiça poderia julgar alguém.

– Tomás nuca fez esforço algum em negar os boatos – Giulio voltou a apresentar os fatos de que tinha conhecimento – Mas, nem quando ele passou a confirma-los, Rodrigo se afastou do patrãozinho. Na época ele começava seu namoro com Catarina que era bastante mais nova. Foi quando passou a protagonizar diversas brigas, mas a maioria delas era por conta de comentários ofensivos que as pessoas direcionavam a Tomás. Mas Rodrigo não podia proteger o amigo do próprio pai – ele falou com pesar no tom de voz se recordando das brigas horríveis que toda a casa podia ouvir na época – Tanto não podia que pediu as contas antes de acabar faltando ao respeito ao Patrão. Foi quando a raiva dele pelos Patrão Augustus começou a aparecer, junto com os hematomas no rosto do filho do Patrão.

– Tio Augustos bateu em Tomás? – Maia interrompeu o relato com a questão indignada e desacreditada.

– O Patrão nunca foi um homem ruim – Giulio garantiu – Mas a época em que foi criado, em que eu mesmo fui criado, não fazia muitos homens gentis – ele respondeu encarando o estofado do sofá.

– As pessoas na época chegaram a dizer que Giulio era como o patrão Tomás – Antonieta falou segurando a mão do marido – Por ser gentil como era, tão diferente dos outros homens. Mas nós já éramos apaixonados e estávamos decididos a nos casar então os boatos nunca se formaram sobre ele. Rodrigo, apesar da aparência rustica e grosseira que lhe assemelhava a maioria dos outros homens, era um dos únicos na cidade que não pensava como os outros, ele entendia que Patrão Tomás não era nada além de diferente e que isso não trazia nada de mal a ninguém. Mas o Patrão não pensava assim e no ápice das brigas entre os dois Patrão Augustus batia em Tomás.

– Mas o patrãozinho nunca revidou – Giulio apressou-se a dizer – Ele recebia os golpes do pai sem nunca erguer de volta a mão, mesmo sendo mais forte que o Patrão, ele nunca devolveu as agressões. Mas quem mais sentia isso era Tatiana que sempre tentava interceder pelo irmão, mas sempre acabava ignorada. Mas nada nos preparou para o que aconteceria adiante – ele tomou uma longa respiração antes de continuar – Certo dia, Tomás chegou tarde da noite, muito bêbado – ele começou com a expressão de tristeza – Patrão ficou sabendo na manhã seguinte quando acordou e o procurou em seu quarto. Discutiram muito, coisas foram quebradas, minha mãe achou sangue no quarto quando foi arrumá-lo horas depois, era como se o Patrão tivesse lhe dado uma surra a Tomás e o jogado contra os abajures que estavam quebrados. O pijama do patrãozinho também tinha rasgos e manchas de sangue. Depois da briga o Patrão saiu para vistoriar os cavalos, quando voltou Tomás estava na biblioteca escrevendo algo enquanto terminava de beber uma garrafa de uísque. Houve outra briga e o Patrão saiu atrás de Tomás que saiu correndo da biblioteca comas chaves do carro nas mãos. Todos puderam ouvir que o Patrão lhe gritava que não permitiria que ele fosse aquilo, que o faria ser homem de verdade antes de lhe permitir herdar o Rancho, que era desprezível que tivesse criado um filho para agir como Tomás agia. E, também, que jamais permitiria que aquelas correspondências fossem trocadas.

– Acreditamos que Tomás e o rapaz que ele conheceu na Europa tentaram se corresponder por meio de cartas,mas que o Patrão impediu que elas chegassem ou fossem enviadas – Antonieta interrompeu para explicar aquilo antes de Giulio continuar.

– Ninguém nunca havia visto Tomás tão alterado – o mais velho continuou deixando sua xícara sobre a bandeja na mesa de centro – Parecia estar perdendo o autocontrole e, em certo momento,achamos que ele largaria a porta do carro aberta e avançaria contra o patrão, mas tudo o que ele fez foi entrar e bater a porta com força além do necessário e sair em alta velocidade.

– Foi nesse dia que ele sofreu o acidente que o matou – Alicia se pronunciou pela primeira vez com a voz baixa e quase sem fôlego por conta da narrativa do senhor.

– Sim – confirmou Giulio –Rodrigo não estava na cidade, havia conseguido o primeiro transporte de cargas pela empresa que o havia contratado. Chegou dias depois, perdeu o enterro que foi feito no dia seguinte a morte. Chegou aqui ao Rancho numa madrugada gritando de raiva buscando pelo Patrão. Invadiu o escritório e, a portas fechadas, discutiu com o Patrão, mas ninguém sabe bem como foi essa discussão,não havia muita gente perto para ouvir. Mas era claro que Rodrigo culpava o Patrão pela morte de Tomás. Para deixar tudo ainda mais triste, a jovem Tatiana ficou muito doente, semanas depois da morte do irmão. A tristeza a enfraqueceu ainda mais e ela acabou por nunca ser capaz de enfrentar a doença que lhe afligiu, meses depois ela não resistiu e acabou falecendo também. Nessa época teu pai havia acabado de retornar à cidade Alicia, Alberto e Rodrigo tinham se tornado amigos e o Doutor Ferraz começava a trabalhar para o Patrão. Rodrigo nunca perdoou o Patrão…De certa forma acho que o Patrão também nunca perdoou a si mesmo.

Fez-se silencio. Novamente ninguém sabia o que dizer e Giulio dessa vez se encontrava nessa situação já que não tinha mais o que contar da história do passado. Mas houve uma voz que surgiu naquele vazio que a sala havia se tornado e traiu a atenção de todos.

– Houve uma vez – Alicia começou em tom baixo, sem notar a atenção que recebia e completamente perdida em pensamentos enquanto seus castanhos claros encaravam a ampla janela aberta – Eu estava com o Velho Augustus o levando para a cidade porque você, Giulio, tinha que passar em algum lugar com o carro. Foi pouco tempo após a morte do meu pai. Augutus nunca foi de falar muito, mas diferente de todas as outras vezes ele conversou comigo. Me perguntou como eu estava. Em algum ponto no final da conversa quase, ele me falou algo que nunca entendi – ela fez uma longa pausa,mas ninguém soube o que dizer para preencher o espaço entre as palavras da veterinária – Ele me disse: “Teu pai falava pouco de você depois da tua formatura”, e eu sabia que era por que ele havia descoberto sobre meu namoro da faculdade com outra garota, mas Augustus continuou dizendo “Me lembro das duas últimas vezes que falamos de ti. Na penúltima ele não parecia contente, guardava algum mal sentimento por algo que tu fizeste, mas na última vez…Da última vez ele deu-me razão. Tu não tinhas culpa de nada, de coisa alguma. Nessa última conversa ele me disse que tinha orgulho da mulher que havias te tornado”. Quando perguntei quando haviam sido essas conversas ele me respondeu que a última havia sido quando o visitou no hospital semanas antes de eu voltar a cidade. Eu nunca entendi – ela disse procurando os olhos verdes para prender a eles os seus – Antes de morrer meu pai me disse que tinha orgulho de mim, que me aceitava como eu era, mesmo que não me entendesse. Então, talvez, só talvez, meu pai tenha contado ao Augustus sobre mim….e ele tenha conversado com meu pai sobre e o ajudado a me aceitar – ela terminou e logo sentiu a mão de Maia lhe tocar o rosto num carinho confortante.

– Patrão me disse uma vez – Giulio falou em tom brando e os olhares se voltaram a ele, mesmo que Maia não houvesse deixado sua mão sair do rosto da namorada – Ele disse que se fosse capaz de voltar no tempo nunca teria permitido que seus preconceitos afastassem dele o próprio filho. Por isso acredito que ele teria sido um dos primeiros a felicitar vocês duas…Por isso que nenhum de nós, que esteve aqui durante aquele tempo, vê com maus olhos o amor de vocês duas. E, se me permite dizer,patroa – ele deu um pequeno sorriso gentil – Apenas nos sentimos felizes com a felicidade que vocês trouxeram pra esse casarão que viveu muitos anos de tristeza.

Pequenas e discretas lágrimas de alegria e emoção encheram os olhos das duas enquanto elas encaravam o casal a sua frente e Carlos que discretamente enxugava os olhos depois de tudo o que havia ouvido. Maia foi a primeira a se levantar e, logo depois, puxava Antonieta e Giulio para um abraço carinhoso que logo foi completado por Alicia.Aquela história não sairia tão cedo da cabeça dos cinco ali, mas trouxe a Maia uma vontade ainda maior de lutar contra quem quer que fosse para nunca se separar de sua veterinária. ela não permitiria que outro Augustus sofresse por não poder viver seu amor.

N/A: Meu word diz 3505 palavras…3505!!!! PALAVRAS!!!

Nem acreditei kkkkk, mas vai tudo de uma vez mesmo. Não quero cortar isso, apesar de que eu devia e assim teria outro cap pronto pra semana que vem kkkk, mas não vou.

Eu espero que vocês entendam meus motivos pra trazer essa história toda assim. É algo que influenciou o passado e vai influenciar o presente delas (Além de me ajudar a enrolar mais para finalizar essa história hehe).

Bem, espero que tenham gostado de saber do passado da Família Augustus.

Até semana que vem pessoinhas

;]

PS: Qualquer erro me avisem pq eu não corrigi muito bem pro capítulo sair a tempo! Obrigadinha =P 



Notas:



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