BRINCAR DE COLORIR

8. Quando a saudade bate à porta

Depois do encontro com Luísa, Laís deixa passar uns dias e na quinta de manhã, manda uma mensagem:

“bom dia Luísa, como vc está?”

E fica esperando a resposta, que vêm depois de duas horas.

“oi Laís, me desculpa estava em cirurgia. Estou bem e vc?”

Como está no restaurante almoçando, decide responder quando voltar ao banco, assim pensa melhor se a convidará para sair ou só conversar um pouco na cafeteria.

“estou bem, pensei em ir hoje depois do trabalho até a cafeteria, gostaria de saber se quer me fazer cia.”

Passam uns vinte minutos e vêm a resposta de Luísa:

“claro, pode ser umas 19?”

“claro!”

Durante o tempo que deu de Serena e de Luísa, Laís pensou muito e decidiu investir em algo mais profundo com Luísa. Apesar de não se esquecer dos dois encontros com a menina cor de leite e saber que só conseguiu se entregar para ela.

Recorda a noite com Luísa e percebe que foi muito bom, só precisa relaxar e se soltar com ela também.

Laís chega primeiro e escolhe uma mesa na calçada, pede um café e começa a folhear uma revista de economia.

Luísa desce do carro e vê Laís sentada, está linda num conjunto social claro. Caminha devagar ao encontro dela.

– Boa noite! – Luísa sorri.

– Boa noite! – Laís se levanta para cumprimenta-la.

Se beijam no rosto e sentam.

– Me desculpa não esperar para pedir o café, o que deseja?

– Hum, acho que um chá de hortelã.

Laís chama e faz o pedido ao garçom.

– Como foram seus dias? – pergunta Luísa, sentada de pernas cruzadas e encostada na guarda da cadeira.

– Corrido no trabalho. – Laís está sentada com sua postura ereta.

– Na verdade me referi ao dia como um todo, não só ao trabalho.

Laís tenta relaxar e parecer tranquila, na verdade está tensa com a mulher encantadora sentada à sua frente. Ela lhe desperta um calor que mexe com seus sentidos.

– Sem novidades e os seus dias?

Luísa bebe seu chá, dá um sorriso cansado.

– Trabalhei todos os dias muito, muito mesmo. Estou exausta e ainda terei uma cirurgia amanhã. Nem preciso dizer que apenas trabalhei e dormi né? – ri de forma descontraída.

Laís mexe seu café, pensativa. Não sabe como se desculpar pela mancada da noite que estiveram juntas.

– Olha Laís se você está sem graça pelo que houve na outra noite, relaxa. Tá tudo bem. – diz colocando sua mão sobre a mão de Laís.

– Na verdade, não sei bem o que aconteceu. Aliás, até sei, mas é meio confuso. Eu adorei conversar com você, transar com você.

– Por que apenas não se abre? Garanto que no começo é difícil, mas é tão bom o alívio que vem depois.

Laís se ajeita na cadeira, por algum motivo se sente bem na presença de Luísa.

– Olha não tenho muitos amigos, na realidade tenho colegas. Sou muito reservada e nunca gostei de falar de mim.

– Dá para perceber como é reservada. Em segundos você fica distante, se fecha e não dá pra entender o motivo.

– É eu tenho esse problema.

– Assim você acaba afastando pessoas que podem te fazer bem, sabia?

– Sim, afastei muitas na verdade.

– E gosta de viver assim, tão solitária? Nem me refiro a namoros, digo no sentido de amizade mesmo. Sabe, ter com quem choramingar quando leva um fora, xingar seu chefe, sair pra dar risada ou apenas, se deixar ser cuidada. Pra isso que servem os amigos Laís.

Laís fica mexendo seu café já frio, olha para Luísa que agora a mira com uma expressão preocupada e sincera.

– Ultimamente tenho sentido necessidade de mudar, só que não sei como. Tenho 45 anos e sempre fui assim, me parece muito complicado mudar agora, como se fosse perda de tempo.

– Nunca é perda de tempo melhorar e nunca é tarde também. Se você quer agora, é porque é esse seu momento de mudar! Me deixa te ajudar?

– Você devia ser terapeuta….rsrsr

– Apenas observo e gosto do ser humano. Acredito que dessa vida terrena, só levamos o amor que recebemos e deixamos para as pessoas.

– Você é muito sensível por ser uma cirurgiã!

– É exatamente por ser médica, lidar com a morte, enxergar a dor no parente que vê o outro sofrer e morrer, que preciso dessa sensibilidade. Dar o conforto e ao mesmo tempo, ser sincera. Aprendi a ter esse olhar e cuidado com as pessoas.

– Posso te pedir uma coisa? Pode dizer não ok?

– Claro Laís, peça.

– Quero continuar essa conversa, mas pode ser na minha casa? Sem segundas intenções, garanto!

Luísa vê um lampejo de tristeza nos olhos de Laís, sente que ela precisa desabafar e, apesar de ser apenas o segundo encontro, sente que ambas tem uma ligação bacana.

– Engraçado o tempo não?

– Como assim? – Laís pergunta.

– É apenas a segunda vez que nos encontramos e percebo que sinto um carinho por você, e vejo que você se sente a vontade comigo.

– Ruim?

-Não, muito bom. Acredito em reconhecimento de energia entre as pessoas. – diz se levantando e indo ao caixa pagar a conta.

Laís estranha a atitude de Luísa. Sempre ela quem pagou, resolveu, tomou a decisão e agora com Luísa percebe que não precisa ser assim. Um sorriso invade seu rosto. Quem sabe não é hora de mudar mesmo?

– Vamos Laís?

Cada uma vai com seu carro. Luísa estaciona em frente ao prédio de Laís, enquanto essa guarda o seu carro na garagem.

Entram no apartamento e Laís se sente um pouco sem saber como agir.

– Que tal você me oferecer um vinho e sentarmos nessa varanda linda para continuarmos nossa conversa? – Luísa é quem quebra o silêncio.

– Sim, vou pegar o vinho. Fica a vontade. – e vai para a cozinha.

Luísa abre a porta da varanda e senta numa cadeira de vime. Fica admirando a linda vista quando percebe Laís se aproximar e lhe entregar uma taça de vinho. Nota que ela traz também a garrafa e a coloca na mesa que fica entre as cadeiras. Elas bebem em silêncio, Luísa deixa que Laís tenha seu tempo e tome a atitude de reiniciar a conversa.

– Mal fico aqui nessa varanda. – Laís diz dando um longo suspiro.

– Pelo visto você não tem aproveitado muito as boas coisas da vida.

– Sei lá. Acho que tenho levado a vida a sério demais.

Luísa vira o rosto e encara Laís.

– Posso te fazer uma pergunta?

– Sim.

– Sempre foi triste assim ou aconteceu algo que a fez ser assim?

– Na realidade sempre fui assim. Densa demais, séria demais. Solitária demais, até quando me envolvia com alguma mulher, sempre deixei uma enorme distância entre nós.

– E por que agora bateu essa crise? Será a idade?

Laís reflete e nota que nunca tinha se incomodado, ao menos não ao ponto de achar que deveria mudar, até conhecer Serena.

– Há um mês mais ou menos, conheci uma mulher. Nos encontramos apena três vezes, mas como você disse, o tempo é relativo não?

– Sim.

– Me senti completamente envolvida, ela despertou algo dentro de mim e não sei como agir.

– Tudo que é novo assusta mesmo.

– Tanto que acabei fugindo dela.

– Se foi intenso pra você, não sente falta?

– Sinto sim, muita na verdade. Apenas não sei como agir, tenho muitas dúvidas.

– Dúvida de que tipo?

Laís toma um gole de vinho, alonga as costas e braços e, com calma lista suas dúvidas:

– São algumas: diferença de idade gigante, sabemos muito pouco uma da outra, temos estilos de vidas totalmente diferentes.

Luísa brinca com sua taça e sem olhar para Laís diz:

– Bom, vamos devagar. Idade pode ser um problema, eu mesma prefiro mulheres da minha idade. Mas é pelo que os outros possam vir a dizer ou é apenas uma preferência?

– Nunca me importei com isso quando era apenas sexo. Tenho medo que ela seja imatura.

– Então podemos juntar isso com o fato de não se conhecerem. Nada que boas conversas não resolvam. Sobre estilos de vida, eu acho que é muito interessante aprendermos visões diferentes da vida, pode agregar muito. Desde que não seja algo tipo, você é beata e ela uma serial killer! – solta uma gargalha que contagia Laís.

– Não é algo do tipo. – diz rindo.

– Você tem medo de se permitir ser conhecida por alguém.

– Pode ter razão… – diz pensativa.

– Posso ser indiscreta?

– Claro.

– Sexo foi bom?

Laís suspira relembrando os momentos vividos.

– Diferente de tudo que já vivi.

– Como assim?

– Pela primeira vez me entreguei de verdade, relaxei. Abri mão do comando.

– Uma pena que não foi comigo.

Laís percebe sua mancada e tenta se corrigir.

– Luísa me desculpa, fui totalmente indelicada! Nossa noite juntas foi maravilhosa!

– Relaxa Laís. Senti que você curtiu de verdade, mas não consegui te destravar como essa mulher conseguiu. Tá tudo em paz. – e faz um gesto para brindarem

– Como pode ser tão madura?

– Aiai. Vivência e desapego meu bem. – diz dando uma piscada para Laís.

– Confesso que sinto tesão por você. Tenho vontade de repetir e até pensei que poderíamos tentar algo.

– Laís também sinto muito tesão por você e adorei nossa noite. Mas numa boa? Não vou entrar na sua vida e te ter pela metade.

Laís se levanta e vai até Luísa, se ajoelha e pega suas mãos.

– Adoraria sentir isso por você Luísa!

– Aprende uma coisa Laís, não mandamos nos nossos sentimentos. Tira essa armadura! Promete que vai ao menos tentar? – e aproxima seu rosto do de Laís.

– Prometo. – e dá um beijo em sua boca.

O beijo delicado acaba despertando o desejo em ambas. Elas se levantam e se abraçam. Laís toma a boca de Luísa com urgência, sente seu corpo acender num fogo que a invade por completo. Luísa oferece seu pescoço que Laís beija com vontade. Sem se darem conta de onde estão, vão tirando com pressa suas roupas.

Laís a leva até o sofá da varanda, faz com que se sente e, com as duas mãos, a puxa pela cintura até que fique na borda do sofá. Tira a calça e conforme a pele vai sendo despida, aproveita para lambê-la. Luísa encosta no sofá e deixa que Laís conduza.

Abre as pernas de Luísa que fica mais ofegante. Passa suas mãos nas coxas e aperta. Encaixa seu rosto nos meios das pernas de Luísa e se delicia com a quentura, bebe cada gota que transborda.

Luísa agarra os cabelos de Laís e a traz para mais perto ainda, esfrega seu sexo no rosto dela. A cada vez que é sugada, ela rebola ainda mais. Laís fica mais excitada vendo o prazer de Luísa.

– Vou gozar….- a frase sai rouca.

Quando sente que Luísa goza, já não suportando de vontade de estar dentro dela, Laís a vira até que fique de quatro no sofá. Sem resistir Luísa pede:

– Me come…..

– Vou te comer muito, sua gostosa.

Laís encaixa seus dedos dentro de Luísa, e a penetra forte. A cada gemido que ouve, aumenta a força e a velocidade. Sente que a fará gozar, então encaixa seu sexo no quadril de Luísa e se esfrega, ao mesmo tempo que a penetra.

– Nossa….que delícia…vai gostosa…não para…

Luísa goza primeiro, em seguida Laís também. Deitam no sofá, Laís atrás de Luísa. Ficam abraçadas curtindo o momento até que a respiração de ambas volte ao normal.

Luísa solta uma gargalhada.

– O que foi???

– Percebeu que acabamos de transar na varanda???

Laís também ri.

– Nossa! Será que alguém viu??

– Ainda bem que você não é dada a amizades. – fala sem parar de rir.

– Olha o lado bom de ser reservada.

– Se alguém viu, deve ter ficado com tesão, pois meu bem, que trepada deliciosa!!

-Vem vamos pro quarto….

– Que tal um banho antes?

Abraçadas, vão para o banheiro.

– Que tal aproveitarmos essa banheira?? – Luísa diz com uma voz sedutora.

Laís se abaixa para abrir as torneiras, Luísa vai até ela e encosta seu corpo em suas costas.

– Por que não aproveita que está na altura ideal, e me faz feliz?

– Insaciável hoje??

– Preciso relaxar da semana que trabalhei tanto…. – diz fazendo bencinho.

Laís senta na borda da banheira e a puxa pela cintura até sua boca encostar em sua barriga. Passa a língua em volta do umbigo enquanto aperta sua bunda. Luísa apoia o pé direito na bora da banheira, traz a cabeça de Laís até seu vão. Sente a língua passear e desvendar cada pedacinho, o que a faz soltar um gemido.

Laís aperta ainda mais e suga com voracidade seu clitóris, sente o calor e o líquido que faz questão de beber.

– Isso delícia, me chupa….

Laís apenas a obedece.

– Me come… também…. – dessa vez o pedido sai entrecortado.

Laís continua apenas sugando seu sexo, aumenta a velocidade da língua e quando sente que o gozo explodirá em seu rosto, morde de leve. Isso faz Luísa soltar um grunhido de prazer. O orgasmo vem com força e Laís a abraça até que pare de tremer.

Quando sente que Luísa se acalma, diz:

– Você me pediu, não posso dizer não.

Luísa a olha sem entender.

– Pedi o que??

Laís a leva até que fique de frente ao grande espelho que tem no banheiro, se coloca atrás dela.

– Para te comer….

E desce sua mão até encontrar seu sexo.

– Você quer me matar??

A penetra com seus dois dedos, Luísa perde o ar e joga sua cabeça no ombro de Laís, que aproveita para beijar sua orelha, alternando com o pescoço.

– Olha que delícia. – Laís sussurra em seu ouvido.

Luísa olha para o espelho e vê a mão de Laís dentro dela. Fica ainda mais excitada vendo a cena. Laís diz frases curtas que a deixam ainda mais louca de tesão, enquanto sua mão age com destreza e velocidade dentro de Luísa.

Laís sente um prazer intenso e, não aguentando mais segurar seu gozo, faz com que Luísa se apoie na pia e começa a se esfregar em seu quadril.

– Você é uma delícia Laís.

Laís apenas geme, não consegue articular nenhuma frase, tamanho o prazer que sente.

– Goza comigo….

Como se pudesse, Laís obedece involuntariamente o pedido da médica, que goza junto com ela.

Ainda abraçadas e em pé, Laís pede com voz baixa:

– Vem, vamos deitar um pouco, minhas pernas tão tremulas.

– Eu tô toda tremula…

Deitam na cama e se abraçam, acabam dormindo. Laís acorda no meio da madrugada e vê Luísa dormindo tranquila. Fica admirando o rosto e imaginando como seria se seus sentimentos por Serena fossem direcionados a ela. Se aconchega ao corpo de Luísa e pega no sono outra vez.

Luísa acorda com o alarme do seu celular, sente o corpo de Laís colado ao seu. Tenta sair da cama sem acordá-la, em vão.

– Vai fugir e me abandonar aqui?

– Bom dia delícia. – Luísa diz sorrindo.

– Bom dia! – e se senta na cama, a coberta escorrega e deixa seus seios a mostra.

– Assim é covardia! – Luísa se ajoelha na cama e dá um beijo na boca enquanto passa a mão pelo colo.

– Huuumm tem mesmo que ir? – diz já agarrando suas costas..

– Hoje é sexta!

– Podemos entrar mais tarde….. – Laís diz fazendo bico.

– Tenho uma cirurgia daqui a 3 horas, preciso me preparar.

– Volta aqui à noite? – o convite sai sem que Laís perceba.

Luísa a olha intrigada.

– Está me convidando para vir de novo aqui?

– Sim. E dormir também.

– Olha a mulher misteriosa começando a mudar!!

– Ontem foi tudo tão bom e me senti mais leve e solta, quero repetir.

– Percebi isso também Laís. Façamos assim, no final do dia te ligo, pode ser?

– Combinado.

– Bom vou correndo pra casa tomar um banho e me trocar.

– Toma banho aqui…

– Não porque vou querer dar pra você de novo e não posso me atrasar. – dá um longo beijo em Laís.

Depois que Luísa sai, Laís vai tomar um banho e percebe o quanto se sente bem, mais leve e até diria que feliz.



Notas:



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