Diferentes?

Capítulo 41- Impossível é não amar

— Mãe, você passou de todos os limites possíveis.

Sophia estava transtornada e falava entre os dentes. Melissa pôs a mão sobre o ombro da mãe para que ela acalmasse. Eu estava tão atônita que não conseguia me mover. Por mais que eu tivesse me preparado para este encontro, nunca imaginaria um golpe tão baixo e o que mais me estarreceu, foi o que descobrimos depois de Cassio se pronunciar.

— Arminda, você me disse que Sophia queria falar comigo!

O ex-marido de Sophia estava tão indignado quanto nós.

— Ora, Cássio. Não se faça de ingênuo. Eu lhe disse que Sophia faria um almoço aqui no apartamento dela e perguntei se estava disponível para vir. Não afirmei nada.

Parecia que todos nós estávamos em choque, menos a megera. Se ela queria começar arrasando, conseguiu. Melissa se adiantou para começar a desfazer o desconforto.

— Pai, vovô, vamos para a outra sala. Querem beber alguma coisa?

Mel falava nervosa. Desta vez acho que até senhor Ancelmo, pai de Sophia, estava atônito com as armações da mulher. Minha noiva continuava olhando para a mãe sem se mover. Seu olhar era de verdadeira contrariedade. Cassio abraçou a filha e a beijou.

— Não, filha. Eu não ficarei. Não tinha ideia de que encontraria esta situação e muito menos, tenho disposição para ficar entre questões tão… tão difíceis para mim.

Ele olhou diretamente para mim e depois para Sophia.

— Ora Cassio, não diga que vai embora. Seu lugar é ao lado de sua esposa!

— Mãe, não vou tolerar…

— Não se incomode, Sophia. — Cassio se dirigiu a ela. – Sua mãe, não está no juízo perfeito, pelo visto.

Cassio se dirigiu à porta e antes que saísse, voltou-se para a ex-sogra.

— Se a vida algum dia voltasse a me colocar junto com sua filha, pode ter certeza que você não faria parte dela. Eu não permitiria mais, sua velha venenosa!

— Hum… Esse brio todo era para ser mostrado em outra época, Cássio!

Arminda falou com desprezo. Ele chegou a fazer menção de ir para cima da jararaca, mas se conteve, virou-se e foi embora. Apesar de ter certa rusga com Cássio, dava para ver porque ele e Sophia permaneceram tanto tempo juntos. Pelo menos o respeito um pelo outro, era algo real. Pelo visto também, a sogra infernizou a vida o homem. Percebi que as qualidades morais de Mel, não vinham apenas de Sophia.

— Acho que o almoço acabou.

— Claro que não, Sophia. Você não fará esta deselegância e depois, não pode me culpar por tentar um retorno de vocês dois. Sou sua mãe e quero o melhor para você.

— Você sabia que a Cléo estaria aqui. Não desconverse.

Em nenhum momento Sophia elevou a voz, mas continuava em tom contrariado e grave. A bruxa continuou caminhando para dentro do apartamento, passou por Sophia e depois por mim, sem me olhar.

Vi minha noiva cerrar os olhos fortemente num gesto de tentar se controlar. Tudo era observado pelos seguranças que permaneciam inertes, próximos à porta sem se mover. O pai de Sophia chegou próximo tentando acalmar a situação, mas quem se acalmaria num momento como este?

— Minha querida, não sabia o que a Arminda tinha feito, mas vamos tentar novamente. Tenho saudades de você.

— Ah, pai! Isso foi um erro. Devia tê-la procurado antes e falado com ela a sós. Talvez lavássemos nossas almas e evitaríamos isto.

— Talvez minha filha, mas sabe que sua mãe sempre foi resoluta.

— Ela não é resoluta. É déspota, manipuladora e arrogante! Agora com a idade, mal educada também!

— Calma, minha filha. Pense pelo lado dela. Tudo que ocorreu foi um choque para ela também.

Sophia inspirou e eu olhava a tudo como se estivesse em outro plano, outra dimensão, pois fui completamente esquecida. Parecia que eu não existia para essa família. Sentia como se estivesse sobrando. Essa é que era a verdade.

— Bem, me apresente a sua amiga, Sophia. Ainda não a conheci pessoalmente.

Foi quando Sophia me olhou e se deu conta que estava pouco atrás dela. Ela balançou a cabeça como que tentando dissipar a situação.

— Pai, esta é Cléo Boaventura. Cléo, este é meu pai, Ancelmo Arqueiro.

Querem situação mais estranha do que esta? Estendi minha mão para cumprimentá-lo, mas percebia o quanto este homem era omisso. Não sei se por tentar manter as aparências da posição social ou por ser um homem de pouco brio.

— Muito prazer, senhor Arqueiro.

— Pode me chamar de Ancelmo. O prazer é meu, senhorita Boaventura.

— Bom. Vou mandar servir o almoço. Tudo que conversaremos, pode ser à mesa.

Sophia falou na ânsia de encurtar o encontro desastroso provocado por esta horrível mulher. Sabia que Sophia estava sofrendo e chocada com tudo, mas estava ficando com raiva, pois ela ainda deixava sua mãe controlar seus passos. Por mim, ela teria mandado a mãe retornar dali mesmo, encerrando o circo de horrores que esta criatura impingira a nós.

Mel se aproximou e o clima estava bem pesado. Recusava-me a entrar em um embate com Arminda, pois ela poderia me fazer perder a razão e eu poderia manda-la à “merda”! Esta era a minha vontade, porém isto seria muito pior se acontecesse.

— Cléo, você quer algo para beber? – Mel perguntou suavemente. – Quer que eu traga algo para você?

— Um whisky.

Logo depois, Mel me trouxe o drink e eu o tomei de uma só vez para poder encarar o almoço. Melissa arregalou os olhos temendo que eu me descontrolasse. Abanei a mão para tranquiliza-la. Fomos chamados à sala de jantar e Sophia conduziu aos lugares. Cara, esta “frescura” estava me irritando. Como se compunha uma família com tantas formalidades? Não é atoa que esta cretina da minha sogra era tão má. Não tinha senso real de família e amor… Acho que o whisky bateu forte, pois minha raiva tomava a forma do rosto da velha e por tabela respingava em Sophia. Queria sacudir minha noiva e dizer para colocar esta dissimulada porta a fora.

Sentamo-nos e os empregados começaram a nos servir. Cada vez mais me chocava. Sempre fui a almoços e jantares formais, mas quando em recepções, não em família.  O silêncio era sepulcral até… até que a “belezura” da minha sogra se pronunciou.

— Então… Que despautério é esse de casamento?

A mesa era de oito lugares, porém quadrada. Todo apartamento seguia o estilo moderno que acostumei a ver em todos os ambientes que circundavam a vida de Sophia. Era como sua marca e este, não era diferente. Minha sogra e meu sogro estavam sentados lado a lado em um dos chanfros da mesa e no chanfro, ao lado do pai, estava Sophie e eu. No outro lado, estava Melissa ao lado da avó. Sophia pensou em tudo, pois se essa velha ficasse de frente para mim, acho que vomitava o almoço.

— Não devo explicações a respeito de minha vida. Aceitando você ou não, desta vez, será o que eu escolhi para mim.

— O que esta… esta mulher fez com você, Sophia?

— Arminda! Será que poderíamos ter um almoço decente? Pare com as provocações! Chega por hoje.

Muito bem. Acabei de perceber que o caso do pai de Sophia, não eram os brios, e sim, a questão de manter a cortesia social. Que ótimo! Talvez nas veias de minha sogra, corresse mais sangue que nas dele.

— Não está vendo, Ancelmo? Esta mulher está acabando com a nossa família!

— Chega! — O homem falou.

Sabe o que mais me incomodou, gente? Foi o fato de Sophia fechar os olhos e nada responder. Melissa me olhou com ar suplicante para que não me pronunciasse, mas sabia que a menina, apesar de querer manter a harmonia e a calma de sua mãe, também sofria do mesmo mal que ela. Opressão.

— Senhora Vasto Arqueiro… – se ela queria formalidade, então a teria. – Sinto que começamos com o pé esquerdo… — Sophia me olhou tensa pelo que eu falaria e isto me irritou mais. – Meu nome é Cléo Boaventura, muito prazer.

— E ainda tem audácia de se dirigir a nós!

— Mãe, pare com isto!

Foi a única coisa que Sophia falou. Aquilo me atingiu como uma flecha.

— Vovó, você não conhece a Cléo e…

— E não faço a menor questão de conhecê-la!

— Então, por que veio?

— Melissa, esta desqualificada enfeitiçou você também?

Sophia tinha os braços sobre a mesa e seus punhos estavam cerrados, numa forma de conter suas reações, mas eu não queria que ela fizesse isso. Será que, em nossa vida, seria sempre assim?

— Muito bem, querida sogra! – Falei cheia de ironia para que ela entendesse bem a situação. – Você pode desfrutar de seu “graaandeee almoço em família”…

Olhei para Sophia com uma dor pungente em meu peito e transbordando pelos olhos. Sophia não enfrentaria sua mãe, mesmo que esta me xingasse. Essa era minha impressão de toda a situação. Ela me olhou com os seus olhos marejados, pois sabia que havia me magoado. Não a sua mãe, pois esta, eu sabia do que era capaz, mas Sophia? Sophia simplesmente recuou e se deixou abater, mais uma vez, por sua mãe.

Coloquei meu guardanapo sobre a mesa e me retirei. Sophia se levantou e me virei pedindo que não viesse atrás. Queria ficar só. Peguei minha bolsa sobre o buffet da sala e saí pela porta deixando aquela “incrível família feliz” almoçando em paz.

Só mais tarde soube o que aconteceu.

…………….

Sophia começou a andar de um lado a outro, próximo a mesa, como um bicho acuado.

— POR QUE SEMPRE TEM QUE SER TÃO HORROROSA? – Gritou.

— Mãe, calma. – Mel falou.

— CALMA? VOCÊ QUER QUE EU FIQUE CALMA, MELISSA? ESSA MULHER NÃO DEIXA QUE EU TENHA FELICIDADE NA VIDA!

Sophia apontou para a mãe que estava estarrecida com a reação da filha.

— VOCÊ QUERIA TESTAR OS MEUS LIMITES? POIS ENTÃO, ELES CHEGARAM!

Ela gritava sem controle algum.

— Sophia, se acalme!

Seu pai falou numa forma de conter a filha do destempero.

— E VOCÊ? SEMPRE OMISSO POR TUDO! E EU… EU SOU UMA.. UMA…

— Foi melhor assim, Sophia! Não vê que esta…

— CALE A BOCA! VOCÊ NÃO TEM NENHUMA MORAL PARA FALAR DE CLÉO! WALDA… WALDA VENHA AQUI!

— Mãe…

Sophia olhou para a filha. Ela era a única que conseguia fazer com que suas barreiras caíssem, no entanto…

— Não se meta, Melissa!

Falou baixo olhando para a filha. Era a primeira vez também que Sophia se dirigia a filha mais rudemente. Melissa assentiu com a cabeça em compreensão.

— Senhora. “Me chamou”?

Walda chegava tranquila como se nada tivesse presenciado e se postou de frente para Sophia.

— Quero duas coisas de você e quero que execute com presteza.

— Sim, senhora.

Walda era solícita e cortês. Em seus anos de segurança, já presenciara muitas coisa, e, aprendeu que em certos momentos, deveria se manter tranquila e transmitir esta mesma tranquilidade a seus patrões. Sophia tinha a respiração pesada.

— Acompanhe meus pais até a porta. Já fizeram o que vieram fazer. Conseguiram atingir seu objetivo.

— Sophia!

Os dois, pai e mãe, exclamaram.

— Mãe!

Melissa estava estarrecida também.

— Já falei, Melissa. Por favor, não interfira, eu te peço.

Incrivelmente com sua filha, Sophia se dirigia sem gritar, mas seu tom era de reprovação. No entanto, a olhou com os olhos cheios de aflição. Foi quando Melissa entendeu a sua dor. Melissa levantou da mesa.

— Vô…vó… Por favor, venham.

Walda fez menção de se aproximar. Sophia encontrava-se de costas para os dois e viram que ela não voltaria atrás, na ordem que dera para a estranha pessoa, que levava o nome de Walda. Seus pais levantaram da mesa e o senhor Ancelmo, ainda fez menção em tocá-la, porém Sophia retraiu-se. Ele recolheu sua mão e se foi, acompanhado por esta figura, que julgava ser um homem com nome feminino.

— Walda! Quero que achem a Cléo.

— Já enviei Reinaldo e Abreu. Eu os avisei da saída da senhora Cléo e já sinalizaram que a estão acompanhando. Não se preocupe. Ela está segura.

Desta vez, a voz de Walda sugeria conforto. Empregou um tom suave, quase como se quisesse confortar Sophia.

— Obrigada, Walda.

A voz de Sophia era de desânimo e derrota.

— Mãe…

— Por favor, Melissa. Eu quero ficar sozinha, não quero falar com ninguém.

Sophia foi até o bar, colocou uma dose que conhaque em uma taça e subiu para a área de lazer da cobertura levando a garrafa da forte bebida consigo.

Mel estava igualmente aflita, porém por ver sua mãe tão alterada a assustou. Tinha certeza que ela havia agido daquele jeito, por não querer que as coisas saíssem tão mal, mas também sabia, que de certa forma, soava como anuência ou omissão na situação toda. Fez menção de subir para a área de lazer, mas Walda a deteve.

— Senhorita Melissa, se me permite, acho que não deva subir. Nesse momento sua mãe não vai ouvi-la. Deixe que eu suba, pois sei onde dona Cléo se encontra. Isso vai tranquiliza-la.

Melissa inspirou.

— Que merda! – Mel falou. – E que merda anunciada! Walda, eu vou para meu quarto ligar para o Rio, se minha mãe descer, por favor, me chame.

— Chamarei.

Walda meneou a cabeça e se dirigiu para a área de lazer. Quando chegou, encontrou Sophia sentada em uma espreguiçadeira com a cabeça baixa. Tinha a taça na mão e a rodava taça vendo o líquido circular em seu interior.

— Senhora Sophia, eu já tenho uma posição de onde dona Cléo se encontra…

Sophia nada falou e apenas olhou para a segurança, esperando que ela terminasse de falar.

— Ela está caminhando no parque Ibirapuera. Reinaldo e Abreu a estão  acompanhando de longe.

Sophia descansou seu corpo no espaldar da espreguiçadeira e continuou a mirar para Walda com um olhar distante. Walda permanecia de pé, ao lado da saída para a área, sem mais nada falar.

— Diga-me, Walda. Você tem alguém?

— Sim, senhora.

— Há quanto tempo estão juntas?

— Oito anos, senhora.

— Por favor, me chame de Sophia. Não me sinto bem, tendo esse tipo de conversa com quem me chama de senhora.

A voz de Sophia era de profunda tristeza e desânimo.

— Quer ter realmente este tipo de conversa comigo?

— Você seria sincera comigo?

Walda esboçou um leve sorriso e caminhou até Sophia, sentando-se em uma espreguiçadeira ao lado, mas se posicionando de frente para Sophia.

— Sim, Sophia. Eu seria sincera com você.

— Você mora com ela?

— Sim. Há sete anos. E antes que pergunte, sim, eu a amo muito. Mas não foi fácil chegar onde estou hoje. Antes dela, eu tive mais duas pessoas.

— Só duas namoradas?

 — Não. Tive diversas namoradas, mas morei com duas mulheres e posso afirmar que, o fracasso das minhas relações anteriores se deveu em parte, a mim. Falo isto porque a relação é sempre um equilíbrio de ações entre as duas partes.

— É… mas eu acho que hoje, eu falhei feio. Eu deveria ter parado minha mãe na porta mesmo. Ela não desrespeitou só a Cléo. Desrespeitou Cássio, Melissa e mais uma vez, a mim. E eu… – Sophia esboçou um sorriso amargo. – Eu simplesmente paralisei nas ações de minha mãe, mais uma vez…

— Sim. Mas dona Cléo poderia ter mandado ela “se fuder”, como queria fazer desde o início. – Sophia gargalhou na observação da segurança. – Está certo que não seria educado e talvez sua mãe confirmasse, pela cabeça dela, a falta de compostura de sua noiva, mas pelo menos ela não levaria para casa algo engasgado em sua garganta e ainda sinalizaria em bom som, o desagrado dela por toda a situação.

Sophia balançou a cabeça sorrindo, da forma que a segurança falava para anima-la, porém sabia que não era exatamente o que a segurança queria passar em sua fala.

— Walda, pegue uma taça naquele armário ali.

Sophia indicou um armário no bar da piscina.

— Não acho que seja uma boa ideia…

— Mas eu acho! E depois, seu turno está acabando. Avise a Ramon para assumir a equipe até a troca.

Walda balançou a cabeça sorrindo. Sabia que tinha argumentos para contestar, mas gostava do casal e admirava a coragem que tiveram, ao se assumirem perante uma sociedade inteira. Caminhou até o armário, ao mesmo tempo em que, dava orientações ao seu companheiro. Pegou a taça e retornou. Sophia derramou o líquido, cor de âmbar, e, estendeu a taça para um brinde.

— À idiotice!

Walda tilintou a taça e arrematou o brinde.

— Ao entendimento.

Ambas beberam um gole.

— Sabe, Sophia… Eu acho verdadeiramente que você foi uma otária!

Sophia gargalhou jogando a cabeça para trás e fechou os olhos.

— Já perdeu o medo de falar comigo?

— Nunca tive medo de falar com você. Eu conheço bem o meu trabalho e também sei muito bem como me portar. Simplesmente não era pertinente.

— Boa resposta.

Sophia falou apontando para Walda e depois voltou a se recostar de olhos fechados. Tentava colocar tudo nos lugares em sua cabeça. Rememorava o que fez e percebeu que, sua tensão era tamanha diante da mãe, que Cléo, havia ficado em segundo plano ao longo de toda a situação.

— Ela está apenas espairecendo. Só se prepare para uma “senhora DR”. Sei que dentro de você, parece que as coisas estão muito feias, mas ela a ama e retornará. Tudo bem que, com muita raiva, ou pior, muito magoada.

— Isso é o que me dói. Eu a decepcionei…

— E quem não decepciona?! Nós nos relacionamos com pessoas e não com postes! Só tenha certeza do que fará daqui para frente, pois terá que provar que neste quesito, não fará novamente. Só assim a confiança volta.

Sophia abriu os olhos e observou Walda.

— Sabe, Walda, ao longo da vida experimentei muito poucas vezes, o medo real de algo. Uma delas foi quando, minha vida foi praticamente atirada no lixo… quando colocaram aquilo na internet, mas eu tinha a Cléo a meu lado e isso me deu muita força. Hoje eu não senti medo, eu senti pavor quando Cléo saiu por aquela porta.

— Então eu devo dar a você uma péssima notícia, ou uma notícia maravilhosa, vai depender de como você encare a vida…

Sophia a olhou intrigada, mas deixou-a terminar.

— … Você a ama verdadeiramente e isso pode ser o paraíso se souberem respeitar e compartilhar… é quase uma escravidão, mas essa vida é gostosa, se o outro for seu escravo também… Se a pessoa lhe respeitar e compartilhar da mesma forma, é maravilhoso e isso porque ama, não porque se sente amarrado. Porém é um paradoxo, pois vocês se sentem livres ao mesmo tempo. Mas, para isso, ambos têm que se sentir seguros do que o outro sente, do que o outro pensa, e, do que o outro quer.

Sophia revirou os olhos.

— Está certo. Eu entendi que fui uma otária. Você já me falou…

Desta vez, foi Walda quem gargalhou.

— … Então me conta o que faço para encarar a “DR” porque eu não sei como fazer.

Walda continuava rindo e não conseguia se conter. Como essa mulher não conseguia ver o que era tão simples? Foi diminuindo o riso aos poucos.

— Primeiro, pare de beber e depois tome um banho. Os rapazes estarão na copa e você a espere na sala. Simplesmente fale e escute. Se desnude e se desculpe. Saiba apenas, que se prometer algo, terá que cumprir.

Sophia inspirou fundo e novamente fechou seus olhos recostada na espreguiçadeira. Walda colocou sua taça, quase sem tocar, sobre uma mesinha e se levantou. Foi caminhando para dentro do apartamento.

— Walda…

Walda parou e olhou para trás.

— Obrigada.

— Por nada, Senhora Sophia.

Sophia olhou-a interrogativa tamanha formalidade no tom de sua voz. Walda piscou para ela sorrindo. Sophia balançou a cabeça em um entendimento mudo e devolveu o sorriso. Walda retardou seu passo, pressionando o “ponto” (radiocomunicador) em seu ouvido e se voltou para Sophia.

— Acho melhor se apressar, senhora. Dona Cléo está saindo do parque Ibirapuera e poderá retornar a qualquer momento.

Sophia levantou-se de um salto fazendo Walda rir enquanto andava em direção ao interior do apartamento.

Notas: Essa vai para mim, pois gosto demais da Ivete Sangalo. Pela voz, personalidade e postura, além do repertório. Rs. Sei que algumas leitoras daqui são da Bahia (Algumas até nem gostam desse repertório. Rs) e, agora, sei de uma leitora que é dos arredores do Porto em Portugal. Minha pergunta é: De onde são? (Podem falar só o estado, ou país, se tiver alguém de fora. Isso se não quiserem falar a cidade) e qual o cantor ou cantora que gostam?



Notas:



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Uma resposta para Capítulo 41- Impossível é não amar

  1. Oiii Carolina eu sou de Feira de Santana – Bahia, Ivete é maravilhosa já curtir Bloco com ela, já fui a show, cantora Ivete gosto muito e cantor Saulo Fernandes ambos são maravilhosos.

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