Diferentes?

Capítulo 9 – Mente e Reflexão

Chegamos ao hospital em poucos minutos, pois o trânsito àquela hora era praticamente nenhum. Quando encontramos Dago, eu fiquei chocada com seu estado. Ele parecia que tinha saído de uma guerra. Suas roupas estavam rasgadas e com sangue, seu rosto desfigurado de tão inchado e cheio de hematomas, seu braço em uma tipoia e imobilizado com uma tala.

— Dago! — Exclamei consternada.

Ele olhou-me com os olhos cheios d’água e correu para me abraçar. Quando nos abraçamos, ele caiu em soluços convulsivos, não conseguindo nos falar o que acontecera. Sophia se aproximou, colocando a mão no ombro dele e foi então que eu percebi, que ele não tinha a menor ideia da minha relação com ela e talvez a nossa aparição juntas não teria muita explicação. Sacudi meus pensamentos, pois naquele momento, não deveria ter esse tipo de preocupação diante daquela situação.

— Calma. Fala o que aconteceu. – Sophia falou mansamente.

Ela podia ser uma pessoa aparentemente seca, decidida e resoluta, mas também era meiga. Podia não querer demostrar, mas ela era e eu estava começando a conhecê-la melhor. Começava a conhecer seus pequenos gestos e o que eu percebia me agradava cada vez mais.

Dagoberto se apartou de mim ainda soluçando.

— Erick está operando, até agora não sei como está indo a cirurgia e também não me disseram por quê. – Falava entre soluços. – Saímos da festa de Júlio na boate e íamos pegar o carro que tínhamos deixado estacionado há três ruas, quando fomos cercados por vários caras, que começaram a nos xingar e chamar a gente de “viado escroto” e outras coisas.

Comecei a perceber o que tinha acontecido e meu sangue ferveu na mesma hora. Estava indignada com tamanha maldade e arrogância de determinadas pessoas. Como alguém poderia maltratar, machucar e lesar corporalmente alguém e ainda achar isto correto? Com que direito alguém humilha e atenta contra a vida de outro ser humano, sem conhecê-lo e sem fazer parte de sua vida?! Ou melhor, que direito tem alguém para bater ou ferir, seja lá quem for?!

Já eram cinco horas da manhã e meu telefone tocou. Deixei Dago com Sophia e me afastei para atender, alarmada com mais um telefonema a uma hora daquelas em um sábado. Olhei no visor e era Donna. Quase não atendi, achando que ela estaria saindo da noitada e ligara para me sacanear, mas do jeito que eu estava alarmada, não deixaria de atender. Vai que era algo importante!

— Alô! Donna?!

Donna falava sem parar e descontroladamente. Ela estava na delegacia por uma briga de rua e quando consegui entender do que se tratava, senti uma pequena vertigem. Pedi para ela me esperar que eu ligaria para a minha advogada para ir comigo até lá. Desliguei e me aproximei novamente de Sophia e Dago escutando o restante da história dele.

— … foi uma confusão dos diabos, pois o pessoal da boate não quis saber e os caras acabaram rendidos também. Um deles está muito ferido e foi levado para outro hospital, acho que um público.

— Bem feito. — Falei.

— Cléo! – Sophia me retaliou.

Balancei a cabeça, não querendo discussão naquele momento.

— Deixa para lá. Sophia, Dago, vou deixar vocês, pois parece que uma amiga minha, se meteu nessa mesma briga e está na delegacia nesse momento. Vou para lá tentar liberá-la. — Eles me olharam atônitos. — Essa amiga minha é lésbica e estava em uma festa de aniversário em uma boate. Quando ela saiu para ir embora, viu dois caras, que ela reconheceu da festa, sendo atacados por outros seis na rua. Ela voltou correndo para a boate e chamou algumas pessoas, inclusive os seguranças. Aí acredito que vocês já saibam o que aconteceu.

— Vai, que eu fico aqui com Dagoberto. Se precisar de alguma ajuda jurídica, me liga que eu faço contato com o escritório que presta serviços para mim.

Quando já ia saindo, entrava uma maca com um cara algemado a ela e acompanhado de um policial. O homem estava um lixo de tão quebrado.

— Esse cara foi um dos que nos abordou… nos atacou…

Dagoberto falou num sussurro. Transparecia cansaço. Transparecia derrota moral como se esses embates estivessem permeando a sua vida inteira. Olhei novamente o “pitboyzinho” estirado na maca.

— Bem feito.

Falei já me retirando, antes que escutasse novamente alguém me repreendendo com um sonoro “Cléo”! Era a minha opinião. Se eles não queriam se machucar, então não provocassem, ou melhor, não começassem a confusão. Uma pessoa de bem estava em uma sala cirúrgica por conta de um imbecil desses. Então que aguentasse. Não queria que ele morresse ou coisa parecida, mas bem que poderia ter fraturado as duas pernas e os dois braços, poderia também ter sofrido tanta “porrada” no “saco” que ficasse estéril para não replicar o DNA ruim que devia ter em seu sangue.

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Quando eu e Donna saímos da delegacia, já eram três horas da tarde. Achar alguém disposto a cooperar numa delegacia e num sábado era uma droga. Principalmente sem nenhuma influência como eu e minha advogada. Ainda bem que Magda era excelente advogada.

— Donna, tenho que dar uma passada no hospital, pois o Erick já saiu da cirurgia. Deus! Tô tão cansada! Você deveria ir comigo também, “cê” tá um lixo! Tá cheia de “roxos” pelo corpo e tem que fazer exames.

— Já fiz exames periciais no IML. Perguntei para Isis se eu precisava de maiores cuidados, ela disse que eu estava com muitos hematomas, mas nenhuma lesão grave. Deu-me seu cartão, caso tivesse algum desconforto ou dor. Disse que poderia receitar algum analgésico. Ela pegou o meu também…

— Quem é Isis?

— A médica legista.

Estanquei meu passo momentaneamente e olhei para Donna, incrédula.

— Não acredito que você paquerou a médica legista enquanto estava sendo examinada!

— Ei, ei, ei! Não cantei ela não! Ela só foi solícita.

— Mmm, sei…

— É sério! Eu “tava” com tanta dor… ela só foi gentil.

— Uhum.

Olha, você faz um juízo de mim que não é verdadeiro!

Falou irritada e eu não entendi. 

— Ei, “peraí”! Não faço juízo nenhum de você. Só “tava” te zoando!

— Mas, não é hora. Briguei com uns babacas que estavam massacrando dois caras só porque eram gays, apanhei, fui presa e a nossa justiça não faz “porra” nenhuma. Se bobear esses caras não vão nem responder por nada e ainda vou ser processada por agressão ou lesão corporal ou sei lá que “merda” vão botar na minha conta!

— Ei, calma! Desculpa. Já entendi.

Calei minha boca, pois, ou Donna estava meio traumatizada com o que aconteceu, ou estava cansada mesmo. Ficamos algum tempo caladas, enquanto íamos para o estacionamento.

— “Brigada” Cléo e desculpa ter estourado, mas eu “tô” meio abalada com isso. “Tô” virada e nunca fiquei em uma delegacia correndo o risco de ser presa… Acho que vou para casa daqui mesmo. Vou pegar um táxi.

Sorri e a abracei.

— Vai lá.  Eu tô quase virada também, mas devo isso ao Dago e ao Erick. Vou lá pelo menos saber como ele está.

— Virada?

Enrubesci.

— Depois te conto.

— “Peraí”. Você disse que a “olhar de águia” …

— Olhar de falcão.

— É quase igual… mas você disse que a Sophia recebeu o telefonema do Dagoberto. Como você soube então? O que você “tava” fazendo junto com ela no hospital?

— Depois te conto — Falei novamente sorrindo, já me virando para ir pegar meu carro. Ela gargalhou.

— Vou querer saber de tudo mesmo.

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Fui ao hospital e Dago contou que Erick rompera o baço. Tiveram que fazer uma cirurgia para retirá-lo e parar a hemorragia que se instalara com a ruptura. Ficaria no CTI para só depois que estivesse estabilizado, passá-lo para o quarto. Contei o que aconteceu com a minha amiga e convencemos Dago a ir para casa, para tomar banho e trocar de roupa.

— Quer carona, Dago?

— Não precisa, já chamei um táxi.

Nos despedimos e entramos no meu carro. Sophia estava calada, com os pensamentos perdidos. Pousei minha mão na sua perna, fazendo carinho e ela retesou-se.

Que foi isso? Que parte da viagem eu perdi”? – Pensei.

— Tá tudo bem?

— Acho que não.

Ela ficou calada e um sininho tocou rapidamente em minha cabeça.

— Erick vai ficar bem. — Falei para puxá-la de seus pensamentos novamente.

— Erick pode ficar bem por agora…

— Como assim, por agora?

— Cléo, a gente vê toda hora coisas como essa no noticiário. O fato é que cada vez mais as pessoas parecem estar violentas, intolerantes e cheias de ódio. Nunca tinha acontecido tão próximo…

— Ok! Eu concordo, mas o que você está querendo falar? Que não devemos ajudá-los a colocar esses caras na cadeia? Que não devemos lutar para que esses imbecis tenham o que merecem?

— Não! Claro que não. Eu mesma vou falar com Bartolomeu Soares, em pessoa. Vou colocar o escritório dele para agir nesse processo.

Gente. Minha mente deu uma volta, pois tinha esquecido com quem eu estava falando. Ela era poderosa e conhecia um dos mais conceituados escritórios de advocacia do País. Bartolomeu Soares era “o cara” em termos de direito. Fosse civil, criminal, tributário ou vara de família. Seu escritório se destacava a léguas de qualquer outro. Tinha um séquito de advogados em todas as áreas e eram os melhores. Minha humilde advogada Magda, apesar de achá-la excelente, era fichinha.

— Certo. Então o que você está querendo dizer com isso? Porque eu não entendi.

Ela inspirou e seus ombros caíram.

— Cléo… “Me deixe” em casa.

— O que? — Quase brequei o carro no meio da rua. — Por quê? Quero dizer, por que quer ir para sua casa? Não tem ninguém lá e vai ficar sozinha!

— Apenas tenho um monte de coisas que preciso fazer e só posso fazer de lá. Tudo que preciso está lá.

Eu estava começando a sentir que ia levar um toco novamente.

— Ok. A gente passa lá em casa, para pegar suas coisas e eu te levo em seguida.

— Não, Cléo, não precisa. As coisas que levei para sua casa não me farão falta. Só quero que me deixe em casa.

Gente, vocês não me conhecem, mas vou falar uma coisa para vocês, sobre mim. Eu sou uma manteiga derretida para algumas situações. Chorava em tudo e por um monte de coisas, mas, se essa mulher me dispensasse novamente, eu juro que não derramaria mais nenhuma lágrima por ela. Sofri igual a uma vaca no meio do sertão semana passada e não faria isso novamente. Outra coisa a meu respeito, é que sou extremamente teimosa, quando enfio uma coisa na cabeça. Sou capaz de passar por cima até de mim mesma e do que sinto para levar a termo o que determinei como meta.

— Tá bem. Eu vou levar você.

Falei dura e meus dentes estavam tão trincados que cheguei a achar que ela escutara o rangido deles. Meu rosto assumiu uma expressão séria. Isso a fez sair de sua zona de conforto.

— Cléo, não ache que é nada com você…

— Eu não acho. Realmente esse problema é seu. — falei baixo, porém seca.

Ela endireitou-se no banco do carro. Seu semblante também estava fechado e ela assumira a sua postura de “toda poderosa”. Dane-se. Se ela não me queria, se me queria apenas para um brinquedinho eventual, eu iria me vacinar.

Fui direto para a sua casa. Parei o carro olhando para frente, pois não queria vê-la sair. Naquele momento, eu me prometia que se ela descesse daquele carro, não iria mais atrás dela. Se um dia acontecesse, ela teria que vir a mim. Ela olhou-me, antes de sair.

— Não me queira mal, Cléo. As coisas são mais complexas do que parecem.

Ela saiu e eu parti. Concordei mentalmente com ela, pois a complexidade das emoções que eu sentia naquele momento era tanta, que nem eu conseguia descrever para mim mesma.

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Na segunda, passei em minha empresa antes de ir para a Grasoil. Na realidade, não tinha a necessidade de ir para lá, já que Dago não estaria e a programação que fizemos há quinze dias estava correndo normalmente. Passaria a tarde apenas para verificar se não tinha nada pendente. Sentei em minha cadeira e abri meu laptop. Minha secretária bateu à porta.

— Pode entrar, Renata.

— Dona Cléo, aqui tem um pedido para uma reunião com uma subsidiária da Vale Verde, o nome é Destor. Querem uma explanação de como seria uma consultoria de “Qualidade”, aplicando-as a empresas que queiram se enquadrar à “ISO”.

Li o e-mail impresso que Renata tinha trazido. Era uma oportunidade de ampliar meus horizontes, pois o outro contrato que eu tinha além da Grasoil, era uma empresa no ramo de embalagens de produtos para a indústria petroquímica. Ou seja, continuava na mesma área de petróleo. Talvez uma indústria como essa, na área de produtos para escritório, fosse uma boa oportunidade e um desafio.

— Renata, peça ao RH para separar alguns currículos para entrevista. Se a “Destor” está nos procurando diretamente, significa que fomos indicados e bem credenciados, talvez seja a hora de aumentar nosso corpo funcional.

— A Grasoil toma muito seu tempo. Não é arriscado?

— Toma agora no início, mas em breve não precisará da minha presença e posso designar um preposto para lá. Não pretendo ficar mais do que o necessário. Tenho minha própria empresa para tocar.

Falava com um pouco de pesar, mas o resto do fim de semana em que fiquei em casa, serviu para colocar as coisas no lugar. Tinha perdido minha objetividade e estava deslumbrada, deixando meus interesses para colocar a minha vida pessoal em primeiro plano. Talvez Sophia havia feito um favor para nós duas.

— Veja se consegue marcar para esta quinta-feira. Estarei mais livre.

— Pode deixar, Dona Cléo. Já enviarei um e-mail.

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Entrei cuidadosamente no quarto para não incomodar. Dago estava abatido. Estava em uma cadeira ao lado do leito de Erick que parecia ainda estar sedado. Quando entrei, ele levantou a cabeça e sorriu. Fui ao seu encontro, com uma caixa de bombons na mão e ele levantou me chamando para fora. Quando chegamos ao corredor, ele me chamou para um café na lanchonete.

— Como ele está, Dago?

— Agora está bem, está estabilizado e recuperando.

— E você?

— Estou tomando analgésicos, talvez tenha que fazer fisioterapia para tratar da lesão do ombro, eu não sei… Não prestei muita atenção no que o médico me falou no dia. Estava muito preocupado com Erick e acho que vou procurar um médico depois, para fazer exames mais precisos. No momento, só quero que o Erick saia disso.

— Sabe que pode contar comigo, não é? A Donna, minha amiga, está sendo processada por um dos pais dos rapazes, acho que é aquele que foi internado. Ainda não sei pelo que está sendo processada, pois não entendo muito dessas coisas…

— Que sacanagem!

— Pois é. Mas vai ficar tudo bem. Confio na minha advogada.

— A Sophia colocou o escritório que trabalha para ela no nosso caso. Será que eles não podem unir nossos processos?

— Não sei. Não entendo nada sobre Direito, mas posso perguntar para Magda como isso se dá.

— Esteve com Sophia?

— Hoje não, só naquele dia.

— Ela avisou você no sábado para vir junto?

A conversa começava a desviar para um lado que eu não queria. Estava decidida a ter o menor contato possível com Sophia e também não queria abrir o que aconteceu entre nós.

— É. Descobrimos no sábado que moramos uma perto da outra. Ummhh… O Erick já acordou em algum momento ou está sedado direto?

— Ele já acordou, mas os medicamentos deixam muito sonolento. Acho que devemos voltar. Não quero deixá-lo sozinho muito tempo.

— Vá, que eu vou embora daqui mesmo. Leva os bombons. Só passei para ver como vocês estavam e ele precisa de descanso mesmo.

— Tá bem. Eu devo demorar a voltar para o trabalho. Vai depender da recuperação do Erick, mas não se preocupa, pois a Sophia já colocou a Catarina para me substituir.

— Eu gosto da Catarina. Ela é simpática e prestativa.

— Ela também gosta de você. — Dago falou num tom jocoso, sorrindo de um jeito que eu não entendi.

— Que foi? Ainda bem que ela gosta de mim. — Afirmei.

— Deixa para lá, Cléo. — Dago falou abanando a cabeça querendo dispersar a conversa.

— Não, senhor! Agora vai falar o que está pensando.

Minha curiosidade era do tamanho do universo e eu não ia deixar passar. Dago me olhou indeciso, mas sorriu relaxado.

— Você é meio desligada, né?

— Desligada, como assim? Eu sempre me achei até perceptiva para as coisas.

— Sua percepção para algumas coisas passa longe, Cléo. – Ele ria de mim. – Nunca percebeu que a Catarina te dá a maior linha? Ela é lésbica, meu amor! – Falou em tom afetado.

— Que? A Catarina?!

Tô boba! A menina tem a carinha da Scarlett Johansson com uns 25 anos de idade. Tô mais passada que camisa de noivo em dia de casamento. Como assim me dá linha? Ela sempre foi gentil e prestativa. Até aí tudo bem, mas… ”

Não consegui nem concluir meus pensamentos.

— Lésbica? — Expressei meu espanto em voz alta. — “Cê” tá de brincadeira, Dago!

— Por que o espanto? Você é do tipo que acha que toda lésbica tem que ser bofinho? Minha querida, eu vou te contar um segredo. Tem lésbica de todas as cores, de todos os jeitos e de todas as idades, sacou?

— Não é isso Dago. É queee… Ela já falou alguma coisa para você?

Dago deu uma daquelas gargalhadas grandes e com gosto.

— Por que? Tá interessada?

— NÃO! — Falei reagindo à pergunta, e, ele riu mais. – Não é isso…

— Calma, Cléo. – Continuava rindo. – Só tô mexendo com você. Ela não me falou nada, só percebo que às vezes é solícita até demais com você. Como sei que ela é lésbica… — Deu de ombros. — Não se preocupa só tô mexendo mesmo.

— Seu sacana! — Empurrei levemente o ombro bom dele. E ele me olhou terminando o sorriso para um semblante mais sério.

— Valeu, Cléo. Você é bem legal. Quem dera todos fossem como você, assim… de não se importar com a sexualidade dos outros e sim com o que a pessoa é.

Terminou a frase com tom de pesar. Abracei-o para me despedir e perguntei matreira no ouvido dele.

— Mas então é verdade que você acha que a Catarina me dá bola?

Ele riu e balançou a cabeça.

— Na realidade mesmo? Eu não sei. – Sorriu novamente. – Cléo, vou pedir um favor. Não comenta com ninguém, pois na empresa só eu sei dela. Ela não é assumida, sabe?! Tipo, um dia quando levou um fora de uma namorada, eu “peguei ela” chorando e acabou me contando, mas ninguém lá sabe e ela não quer. Parece que ainda mora com os pais e eles não sabem.

— Não se preocupa. — Cruzei meus dedos sobre meus lábios — Minha boca é mais fechada que tumba de múmia no deserto.

— Sei. Essa tumba só não pode ser descoberta por nenhum arqueólogo, né?!

Sorrimos e nos despedimos.



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