Alpha Dìon — Agência de Proteção

Capítulo 12 – Atacar!

Do alto dos rochedos a escuridão abraçava as agentes que faziam rapel. Elas desceram mapeando quadrantes para não perderem tempo. Os dispositivos explosivos eram colocados nas rochas de forma que pudessem assegurar o bloqueio da passagem. Eram explosivos de pequeno porte, que não seriam detonados sem que Annan os acionasse e, também, não fariam estragos relevantes nos rochedos, visto que sua finalidade era afetar, individualmente, o inimigo que passasse por eles, 

Elas não arriscariam que explosões em cascata derrubassem a proteção natural da enseada e optaram por explosivos menores e direcionais. 

A chefe sênior estava no meio da trilha para o vulcão. Deu preferência para iniciar pelo topo do morro, visto que câmeras foram instaladas anteriormente na base e, se não tivessem tempo, os drones de assalto conseguiriam conter os inimigos. A preocupação de não serem detectados em explosões, por vigias militares de países próximos, não era delas. 

— Chefes…

— Na escuta. – As duas responderam juntas.

— Temos um problema. Há uma barreira de corais que impede o mar de avançar. Se colocarmos muitas minas aquáticas aqui, destruirá a barreira e…

— Que se foda o meio ambiente, Baeta! – Isadora vociferou. – Estamos na iminência de sermos dizimadas. Antes a barreira de corais do que nós!

— Não é isso, chefe. É que elas contêm as grandes ondas. Se as primeiras minas destruírem a barreira, as outras minas poderão se chocar, explodindo em sequência. Vamos ficar desprotegidas depois.

— Ah… Desculpa, Baeta. A ignorância é uma merda.

Helena escutava a discussão, enquanto subia o morro do vulcão. Não conseguiu conter o riso, causando estranheza nas outras agentes pela reação.

— Baeta, avalie se pode trazer as minas mais para dentro da baía, protegendo a barreira de corais. Deixe, também, um corredor de escape para nossas lanchas nas extremidades da enseada para podermos circular por trás. 

— Compreendi. Quer criar um corredor os encurralando entre nossas lanchas e as minas aquáticas…

— Se possível, sim. Avalie. 

— Certo, Chefe. 

A transmissão terminou e Helena continuou na escalada do morro. Em dado momento ela parou, olhando para baixo e contemplando a enseada. Era uma visão linda! Pena que em breve veria cenas de morte tão horríveis. 

— Aqui já está bom. Vamos nos separar para espalhar as câmeras e os projéteis direcionais. Quero artilharia de cima. Latife, o que recomenda para a colocação dos explosivos?

— Colocaremos os gatilhos com dois disparos a cada dez metros. São pequenas bombas, que ao serem lançadas, não ultrapassam um metro e vinte de altura. Elas explodem no ar, atingindo quase individualmente os soldados que passarem. 

— Certo. Vocês escutaram Latife. Eu começarei do centro para a direita, por cento e cinquenta metros e depois volto para cobrir mais cento e cinquenta metros para a esquerda. Vocês irão para as laterais, sem circundar o morro. Instalarão os explosivos em direção ao centro. Encontrem-se aqui e eu as esperarei na base para instalarmos mais alguns antes da descida para o resort.

— Certo, chefe!

As agentes se separaram para chegar na posição e começarem a trabalhar. Os lançadores de explosivos eram pequenos e leves, cabendo uma quantidade grande nas mochilas de campanha. Os dispositivos eram como pequenas granadas do tamanho de bolas de gude que ao serem lançadas, explodiam em fragmentos, dilacerando o que estivesse ao alcance. 

Optaram por eles por serem fatais e não tomarem muito tempo para a instalação. A artilharia pesada ficaria a cargo dos drones e das atiradoras posicionadas na borda da enseada. 

Helena terminou seu trabalho e desceu para o sopé do morro do vulcão. Olhou para a trilha e não viu ninguém. Resolveu procurar locais para instalar o restante de seus lançadores. Se afastou tanto do centro que chegou até o início da enseada. Era uma formação rochosa interessante, pois a entrada do resort estava na mesma linha de visão, porém não conseguia passar porque uma barreira montanhosa se erguia.

— Eles escolheram direitinho o local desse hotel. Estamos presas na enseada, com poucas possibilidades de escapar…

Falou para si mesma, observando a parede rochosa se erguendo para o alto. Andou ao longo dela, escrutinando as reentrâncias das rochas para instalar seus lançadores. Se soldados descessem por ali, poderia pegá-los desprevenidos com os explosivos. 

Foi instalando na medida em que palmilhava o local e chegou ao ponto onde a mata iniciava, cobrindo parte da rochosa. Sentiu uma brisa leve, entretanto ela não vinha do mar. Se aproximou dos arbustos e os afastou, encontrando a boca de uma caverna.

— Interessante… 

Entrou, abaixando a cabeça, pois a entrada não era muito grande, mas depois que passou, se viu em uma pequena gruta com mais duas passagens ao fundo. Uma delas ventilava muito e supôs ser um túnel que dava diretamente para a face do mar.

— Na boca dessa gruta seria um ótimo lugar para instalar uma metralhadora automática. 

Não perdeu mais tempo. Instalou mais dois conjuntos de explosivos na entrada e saiu. Voltou para o ponto de encontro e as outras agentes a esperavam.

— Instalei os explosivos no lado sul.

— Imaginamos. Vimos alguns instalados para lá e resolvemos seguir para o norte. Colocamos os nossos até a borda da enseada.

— Conseguiram detectar os meus lançadores instalados?

— Calma chefe, – Latife sorriu – não é como se olhássemos e víssemos. Não esqueça que eu as oriento onde colocar essas gracinhas. Apenas segui minhas próprias instruções e os descobri. 

— Ah, perfeito! Então, vamos voltar, pois já passa das onze horas da noite. Segundo Annan, os paramilitares estão preparados para invadir. 

— Devem levar, pelo menos, uma hora para se posicionarem, chefe.

— Sim, mas após se posicionarem, levarão pouco mais de trinta minutos para a ação. Nossa represália tem que ser perfeita. Não quero perder nenhuma de vocês.

— Não perderá, chefe. 

Estavam posicionadas para a recepção dos inimigos. Além das armas e explosivos automáticos, havia agentes espalhadas pela enseada e na base dos morros que circundavam. Algumas agentes, especialistas em artes marciais, se espalharam pela barreira do vulcão, outras pela borda do mar para que se algum soldado ultrapassasse as armadilhas, fossem detidos antes de descerem a enseada.

Na entrada, a equipe Cymorth também se dividiu e algumas agentes se posicionaram na mata, antes da barreira de minas. Outra equipe assegurava a entrada do heliponto, enquanto outras faziam a retaguarda atrás dos portões da alfândega. Mesmo que não houvesse muitas combatentes, resistiriam bem.

A hora se arrastava e a tensão se acumulava. 

— Isadora para Helena. – Ela chamou no canal particular.

— Na escuta.

— Você devia fazer a segurança da sala de controle.

— Já discutimos isso, Isa. Sou uma boa combatente e meu lugar é aqui na vanguarda.

— Não estou falando por conta da nossa relação! Annan é o nosso verdadeiro calcanhar de Aquiles. As nossas estratégias estão todas baseadas na ação dela. Eles não podem alcançá-la e desativá-la.

— Deixei Karen para fazer a defesa da sala de controle e ela levou uma outra agente com ela. Considero que seja melhor que eu mesma para a proteção. 

— Tudo bem. Não vou mais discutir. Só não se esqueça do que combinamos. Temos que sobreviver, senão esses cornos irão ganhar. 

— Eles não vão ganhar. Pode ter certeza disso, Isa. Não sabe a gana que eu tô dessa gente. 

 A noite não estava clara. O ápice da lua cheia só se daria no outro dia e algumas nuvens cobriam o céu. O vento soprava forte, anunciando uma tempestade. O clima não importava muito. Estavam acostumadas a intemperanças, assim como sabiam que soldados treinados também não se importariam. Bastaria uma ação dos paramilitares para todas as agentes entrarem em combate.

Explosivos começaram a detonar em todos os lados. Eles iniciaram o ataque conjunto e coordenadamente. Não havia uma só parte da enseada que não tivesse sido violada. Os tiros de metralhadora foram ouvidos na parte leste, ao longe.

— Annan, reporte. 

— Acionei os rifles que instalaram na borda sudeste do vulcão. Os dispositivos explosivos pegaram alguns por ali, entretanto, outros atravessaram a barreira e estão seguindo pela trilha aberta pelos que foram mortos. Dois barcos se aproximam e, pela área oeste, nenhum soldado conseguiu passar ainda. 

— E a equipe Cymorth? 

— Está posicionada sem contato direto com os invasores. Detonei algumas minas por onde os paramilitares estavam subindo e os outros recuaram. Dois drones de observação foram abatidos. Lancei mais três cobrindo a área.

— Mantenha informações para cada grupo, Annan. Se for preciso informações maiores, abra todos os canais. Para mim e para Isadora, passe os relatórios de todas as áreas.

— Entendido.  

A partir daquele momento, as informações chegavam direcionadas e simultaneamente para os grupos. A vantagem de terem a IA, era que todas recebiam informes atualizados e distintamente, sem mensagens cruzadas que pudessem interferir na compreensão das ações. E quando era necessário, eram notificadas conjuntamente. 

O grupo designado para atuar na área leste, no sopé do vulcão, precisou intervir. Os paramilitares conseguiram vazar a artilharia e chegar na encosta. 

— Isa, estou subindo com três agentes. – Helena reportou. – Grupo da base, se aproximem da barreira.

Helena e o grupo subiram pela encosta leste através da passagem íngreme que beirava o mar. Havia muitas armadilhas criadas por elas, todavia não se preocupavam, pois seriam acionadas pela IA, se acaso os soldados conseguissem invadir. Ela não deixaria que as suas agentes do alto da encosta sofressem uma derrota. Não deixaria que elas morressem.

Quando chegaram, o seu grupo de assalto lutava com seis soldados e estavam em menor número. Helena e as outras entraram na luta. Não conseguiriam atirar pela dinâmica do combate, sem que arriscassem a vida das suas companheiras de armas. 

Helena retirou um dos soldados de cima de Vird. Acertando-lhe um soco na nuca. Ele caiu imediatamente. A agente se viu livre para desferir um golpe na garganta de seu oponente direto. Imediatamente o empurrou com os pés, para se levantar e o golpeou com a bota novamente na garganta. Ele caiu. Quando as duas se viraram para a equipe, o restante dos inimigos estava morto.

— Você já foi melhor, Vird.

Helena troçou, recuperando o fôlego da subida forçada na escarpa.

— E você já foi mais ágil para me salvar. 

Vird riu, colocando seu braço em torno do ombro da chefe. Observavam a trilha de corpos deixados pela contenda. 

— Quantos abatidos?

— Aqui conosco? Uns dez, talvez. Urze encarou dois na trilha do vulcão.

— Chefe Helena…

Na escuta, Annan.

— Os paramilitares recuaram.

— Lewis pode ser cretino, mas não é um burro. Ele mandou esses soldados para a morte para saber do que somos capazes.  Queria avaliar nossas defesas. Estamos descendo.

— Entendido.

— Vamos nos livrar desses corpos. Joguem no mar. Não podemos ter empecilhos e nem mau-cheiro quando o sol da manhã os fizer apodrecer. 

Vird espremeu os olhos, sem compreender a sua chefe. Ela não costumava desonrar soldados. Urze se aproximou. 

— Pode deixar conosco, chefe. – Fitou a companheira de grupo. – Não se escandalize, Vird. Minha chefe também não costuma fazer esse tipo de coisa, mas algo que aprendi é que, se ela fala, eu vou escutar para no futuro ser tão boa quanto ela.

Helena riu, enxugando um pouco de suor da testa com a manga do uniforme.

— Você devia ouvir a sua nova companheira de luta.

— Tá certo. Mas, depois vamos conversar sobre o papo de não tripudiar sobre corpos de inimigos e ética. Você sempre me falou sobre isso.

— Não estamos tripudiando. Mas não perderei uma única agente, pelo chefe deles não se importar. Ele acha que nos conhece, que somos condescendentes demais. Esses homens foram enviados para a morte por ele e não pense que acreditava que invadiria a enseada hoje. 

— Lewis espera que percamos tempo carregando os mortos para serem entregues às famílias. 

— É isso mesmo, Vird. Não vamos entrar no jogo dele. 

— Está certo, chefe. Jogaremos os soldados agora mesmo no mar.

— Se você tem respeito pelo soldado, será uma ação justa, sem violação da ética nas condições que nos encontramos. 

— Certo.

Helena e seu pequeno grupo se retirou. Precisaria avaliar a tática para o confronto futuro.

— Annan, reporte as baixas da investida.

— Vinte e oito soldados inimigos foram abatidos e três das nossas agentes em atendimento médico.

— Diga onde os soldados foram abatidos.

Isadora estava suada. Havia se posicionado na ala oeste no alto dos rochedos que davam para o mar e assim que o grupo invasor se retirou, desceu para a sala de comando.

— Sete na escalada dos rochedos oeste, dose na ala leste, no sopé do vulcão e nove na entrada da enseada.

— Mapeie a área onde precisaremos repor os explosivos… Espera… Não houve invasão pelo mar?

— Não, chefe Isadora. Nenhuma lancha inimiga se aproximou da baía. 

— Eles não vão entrar por terra…

— Explique. Não entendi, chefe.

— Lewis irá focar em focar na baía, quando quiser atacar com tudo.

— É uma ação inconsistente, chefe. Não tem efeito para elaborar táticas.

Isadora sorriu de lado. 

— Não é uma tática usual, que se aprende em livros ou descrita em normas, Annan.

A porta se abriu e Helena entrou suada. Ela havia descido a trilha o mais rápido que pôde para verificar a situação de sua equipe. Margot e Datrea entraram em seguida. Mesmo sendo as especialistas em TI, ambas eram boas combatentes e atiradoras. Haviam ficado do lado de fora da sala para proteger a retaguarda e, se acaso alguém invadisse, poderiam rechaçar para que o controle não fosse violado. Isadora as encarou com um vislumbre no olhar.

— Você pensou em algo… O que foi, Isa?

— Lembra a missão em que Lewis me deixou para trás?

— Não esquecerei nunca.

— Não… Não, Helena. Não estou abrindo velhas feridas, apenas sei o que Lewis pretende fazer.

Helena colocou o seu fuzil de assalto sobre a mesa dos computadores, elevando uma sobrancelha, enquanto se apoiava no tampo. Margot e Datrea repetiram o gesto, ouvindo com atenção a explanação de Isadora.

— Sabemos que a intenção dele com essa invasão, agora há pouco, foi  avaliar a nossa capacidade de reação, certo? – As três agente menearam a cabeça em concordância. – Ele não invadiu pelo mar. Nenhum barco passou pela frente da enseada.

Helena enrugou o cenho, ligeiramente. O silêncio tomou a sala por alguns segundos.

— Está enganada, Isa. Quando eu estava lá em cima, escutei explosões na ponta da enseada. Tenho certeza de que vieram do mar.

— Pois eu digo que está errada desta vez, Helena. O que escutou foram as explosões das minas que colocamos nas rochas de frente para o mar. Nós cobrimos todas as partes até a virada da boca da enseada. As lanchas chegaram até lá, somente para deixar os alpinistas. Elas não passaram pela frente da enseada.

— Saquei. Quando elas explodiram na parte da frente, ecoou e acreditei ser das minas aquáticas.

— Exato.

— E o que isso significa? – Datrea questionou.

— Significa que ele tem muitos homens e pode enviar grupos pelos flancos para nos distrair, enquanto entram com tudo pelo mar. É a maior passagem.

—  Mas é a maior vulnerabilidade dele. – Margot contestou.

— Será? Nós temos o que? Cinquenta agentes ao todo?

— Cinquenta e três agentes. Trinta e duas na equipe Hiena, contando com as chefes, e vinte e uma na equipe Cymorth, contando com a líder de equipe Ária. Entretanto, quatro estão avariadas.

Isadora revirou os olhos. Era uma pergunta retórica.

— Obrigada por me lembrar, Annan.

— De nada, chefe Isadora.

Helena e as outras espremeram os lábios, prendendo o riso enquanto Isadora inspirava fundo. Annan ainda não tinha assimilado nuances de ironia ou sentidos figurados em determinadas falas. 

— Continuando… Lewis tem, pelo menos, três vezes mais soldados do que nós e quer confundir, nos fazendo crer que tem medo de uma investida aberta como essa.

— E será que não tem? Com certeza, ele sabe que colocamos minas subaquáticas em toda a baía. Perderá muitos homens.

— Lembrem-se do que Ária falou. Lewis é tudo menos tolo. – Helena interrompeu a linha de pensamento de Datrea. – Ele conta que o infiltrado dele entre, instale a Inteligência Artificial e abra caminho para ele.

— Mas isso não acontecerá. Já instalamos Annan.

— Quando ele invadir, já estará com essa informação em mãos. Vai adaptar os planos. Minas subaquáticas não são para detê-los, pois simplesmente podem detoná-las em sequência, lançando cargas explosivas. E assim podem invadir sem muita preocupação. 

— Então, por que perdemos tempo as instalando, Isa?

— Para nos dar tempo, Margot. Se ele nos atacar pelos flancos com um terço da força dele, nos dividirá pela enseada. Ele entra pela frente e nos ataca com uma força absurda, que nos deixaria completamente rendidas.

— Droga! Você tá falando que a gente tá fodida, é isso?

As chefes se calaram, fitando-se.

— Vocês duas coordenem um revezamento de vigília. Eles não voltarão a atacar até que o staff do resort chegue.  Montem três turnos de quatro horas e exijam que todas que estiverem no descanso durmam. Temos que nos recuperar e ficar inteiras.

— Enquanto isso, eu e Isadora pensaremos em outra abordagem de defesa. Não entraremos no rodízio no primeiro e segundo turno para discutir, reavaliar a estratégia e, também, descansar. Se conheço bem o Lewis, ele irá estimular seus homens a se manterem atentos e não dará descanso para eles.

— Bom, pelo menos para os que vão entrar primeiro. Esses serão os sacrificados. Ele não se importa se sobreviverão ou não. 

— Ele dá estimulantes para os agentes.

Ária entrou relatando, pois havia escutado a última parte da conversa. Ela quase não mancava mais.

— A Agência restringe esse tipo de consumo. 

— Ora, chefe Isadora, me espanta achar que ele faça tudo conforme as regras da Alpha Dìon.

— Me pegou. Você tem razão.

— Ele coloca os estimulantes na água. Muitos nem sabem que estão tomando. Por isso são tão aguerridos.

— Não são somente aguerridos, Ária. – Helena retrucou – Estimulantes em consumo frequente viciam e deixam os soldados numa irritabilidade constante. 

— Lewis gosta exatamente disso.

— E por que você não parece afetada com esse vício, Ária?

Isadora questionou, desconfiada.

— Porque eu cuidava dos carregamentos. Depois que descobri, compreendi meu constante estado de nervosismo e passei a retirar garrafas d’água e esconder para meu consumo. Antes disso, vivia entrando em brigas com a equipe. Vocês não têm ideia do que é um acampamento da Gladiador. Ele estimula disputas com facas e outras armas de corte. Diz que é para manter todo mundo focado e treinado.

— Como a Alpha Dìon permitiu um homem desses ser chefe de equipe por tanto tempo?… Somos uma agência de segurança e não um grupo de mercenários!

— Simples, Margot, a Alpha DÍon recebe os reportes dos próprios chefes de equipe. Lewis foi exemplar no treinamento e nos primeiros anos na chefia de equipe. Disso eu entendo, pois acompanhei o progresso dele na Agência. Apesar de ser um pouco mais nova do que ele, entrei para a Agência ainda adolescente. Ele entrou alguns anos depois de mim. 

A explicação de Helena elucidou para as agentes de TI do porquê Helena e Isadora foram alçadas à chefia de equipe tão novas. 

— Você também entrou para a agência na adolescência, chefe?

— Sim. E apesar de ter uma diferença de idade para Helena e ela ainda não ser chefe de equipe na época, era a instrutora de agentes jovens.

— Eu fui da última turma da Alpha Dìon a passar por um treinamento de cinco anos. Hoje, eles fazem treinamento de três anos e você já vai para missões de campo sem supervisão. Nós tínhamos que passar três anos como internos e depois iniciávamos as missões em graus de dificuldade baixos. Éramos supervisionados e continuávamos a treinar táticas. No final de cinco anos, passávamos a treinar as novas equipes, pegando missões de média complexidade e, de acordo com a desenvoltura, nos transferiam para equipes de missões avançadas.

As agentes admiravam a história das suas chefes. Foram as mais novas chefes de equipe que a Agência teve e, hoje, eram as mais respeitadas. 

— A conversa tá ótima, mas temos que reagrupar e montar a nossa tática. Estaremos no quarto de Isadora. Nos deem um tablet.

Margot pegou um tablet e entregou um para a chefe. 

— Annan… – Helena chamou a IA.

— Sim, chefe Helena. 

— Me mande as plantas detalhadas da ilha, enseada e, também, mande fotos por satélite com tudo identificado. Quero um raio de um quilômetro da costa da ilha.

— Enviado, chefe Helena.

— Mande também a artilharia que dispomos, detalhadamente. Insira na lista equipamentos de suporte disponíveis e insumos médicos.

— Feito, chefe Isadora.

— Nos chamem se acaso houver movimentação inimiga. – Helena se virou para Datrea e Margot. – Vocês deverão se revezar entre a primeira e segunda equipe de descanso. Quero vocês inteiras no último terço, caso eles invadam antes do staff do hotel chegar. Coloque nesse primeiro terço de vigilância as agentes mais descansadas.  E deixe que as agentes que sofreram mais com essa primeira invasão descansem.

— Certo, chefe.

As duas agentes de TI responderam. Isadora ia sair acompanhando Helena e parou, virando-se para Ária.

— Você deve descansar agora para se recuperar melhor dessa lesão. 

— Farei isso, chefe. Colocarei Sheira para descansar no segundo terço do revezamento. Assim nós duas estaremos plenas na hora da invasão.

Isadora fez um sinal afirmativo com a cabeça e saiu.



Notas:

Oi!

Espero que todas estejam bem. Mais um capítulo dessa aventura para vocês.

Bom restinho de semana e Boa leitura!

Um beijão a tod@s!




O que achou deste história?

4 Respostas para Capítulo 12 – Atacar!

  1. Oie,Bi!!!!!

    Nossa, tá bombando!!!!
    Essa Ária é um X….que fará??
    E se essa Annan é a tecnologia deles?? Falaram q um infiltrado IA instalar algo…pois, n sabemos quem colocou tão fácil para elas a IA a disposición ou se n tem outra que a pode controlar….muitos X e Y……. veremos!!!!!

    Ansiosa pelos próximos!!

    Tenham un lindo finde, vc e sua esposa!!!

    Beijão

    • Oi, Lailicha!
      Então, elas ainda estão com muitas duvidas também. Nem mesmo sabem direito quem está apoiando Lewis.
      Vamos avançar um pouquinho mais para ver o que vai vai aparecer por aí. rs
      Espero que sua Páscoa tenha sido boa!
      Valeu, Lailicha e Um beijão!!

  2. É… a coisa tá ficou tensa. E essa deixa da Ária, de dizer que vai ficar plena é de deixar todas as pulgas atrás da orelha. Medo do que essa mulher pode aprontar.

    Bom final de semana Carol
    Bjs😘

    • Oi, Blackrose!
      Pois é. A Ária é uma incógnita. Sabe-se lá se ela não é a verdadeira infiltrada?
      Vamos ver o que ela apronta não tá muito longe da coisa toda acontecer. rs
      Como foi de Páscoa? Tudo tranquilo?
      A minha foi legal, um pouco agitada mais tudo foi bem.
      Blackrose, uma linda semana pra você e um beijão!!!

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