Líberiz

Capítulo 23 – E Tudo Acontece

Fira chegou em seu estábulo particular, escutando o barulho dos cascos de cavalos, agitando-se nas pedras da praça da cidadela. Subiu apressada as escadas para chegar ao seu quarto. Bert já se encontrava arrumando tudo. Mal cumprimentou a escudeira e abriu a porta de sua sacada para ver o cortejo, antes que saísse. Cécis se recusou a ir numa carruagem; sentia-se vulnerável. Fira sorriu. “Não consegue seguir os planos à risca, não é?” Abriu mais o sorriso.

Em dado momento, Cécis olhou para cima. A duquesa estava ansiosa e vê-la, numa roupa de montaria, negra e elegante, a fez suspirar. Um frio se apoderou do estômago dela. Era o medo real pela vida da princesa. As duas se fitaram, momentaneamente, e o som do comandante do regimento, dando a ordem para saírem, fez com que Cécis olhasse para frente. 

Dinamark estava na escadaria do castelo, de frente para a praça, olhando o séquito sair. Tudo corria conforme planejado até aquele momento. Fira havia pedido para que o conde fizesse as honras de despedida. Na mensagem que deixou para que Bert entregasse ao conde, caso ele a procurasse, dizia que um mal-estar súbito lhe abateu. Se Dinamark não a procurasse, a escudeira levaria a mensagem à noite. O receio de não conseguir chegar, fez com que colocasse o conde à frente, dando uma desculpa, além de tentar fazê-lo se sentir importante. Fechou a porta do balcão. 

***

— A duquesa ainda não melhorou, Bert? Preciso falar com ela urgentemente. 

A noite chegou e Fira não havia saído do quarto. Dinamark falava à porta da sala particular de Fira. Bert atendeu a porta, pois a duquesa havia pedido para ficar até mais tarde, sustentando a farsa do mal-estar.

— Um momento, milorde. – Bert fechou a porta por alguns segundos e voltou a abrir. – Pode entrar, milorde. Milady lhe atenderá. 

Dinamark entrou e viu Fira com grandes olheiras, lendo alguns documentos. Essa imagem não o incomodava mais. Desde que passou a lidar com ela e, sempre que a procurava fora de hora, parecia que a duquesa não largava os assuntos administrativos de Líberiz.

— Já soube o que aconteceu, Dinamark. – Falou sem tirar os olhos do pergaminho. – Nosso esquadrão enviou um mensageiro.

— Isso não a preocupa? – Perguntou num tom de ligeira irritação.

— E o que eu poderia fazer, se me roesse em preocupação? Agora não é mais um assunto nosso. – Fira largou o documento e o fitou. – Por que está aqui, Dinamark? Não temos mais nada com isso. Fizemos o nosso papel. 

Falou num tom cansado. O conde observava a face da duquesa e pensou que ela estava realmente muito abatida, como se tivesse lutado contra uma febre ao longo do dia.  

— Foi você que avisou os outros ducados do retorno da princesa?

A irritação ainda se insinuava de forma sutil na voz dele.

— Eu? Por que acha que fui eu? Sinceramente, Dinamark, a minha única vontade era devolver este “problema” para Alcaméria. – Enfatizou a palavra problema, se referindo a princesa. – Eu mandei um esquadrão de escolta como convinha à nossa posição, enquanto ducado.

— Então, como os nossos vizinhos tinham esquadrões próximos?!

Perguntou, deixando a irritação, finalmente aparecer. Dinamark se sentia um idiota. Achava que tinha o controle de todas as informações que corriam pelo ducado. Era um controlador. Fira nem sempre lhe abria tudo, mas ele conseguia as informações através de espionagem. Sempre esteve um passo à frente, fazendo com que Fira confiasse nele. Assim pensava, antes dessa emboscada ocorrer na estrada e ser rechaçada por exércitos de ducados vizinhos. Percebeu que a duquesa, desta vez, atuou sozinha, mostrando que tomava o controle do governo de Líberiz nas próprias mãos, deixando-o de fora.

— Francamente, Dinamark, não me interessa como eles souberam. Poderia dizer que foi coincidência, mas sabe que não acredito nisso. Nós temos espiões por toda a parte e sabemos que os outros ducados também os têm. Sente-se e beba alguma coisa para se acalmar. Nós não podemos ter tudo em nossas mãos.

Falou displicente, tomando um gole de chá quente.

Dinamark se sentou, observando como Fira reagia. Parecia que ela não tinha conhecimento dos movimentos dos outros ducados e estava feliz em se livrar da princesa, sem respingos para sua imagem. Na investida, Cécis sofreu uma flechada na perna e as notícias do estado da princesa, ainda não haviam chegado. Derramou sidra numa taça e, por fim, falou:

— Desculpe-me, Fira, mas isto tudo está saindo muito de mão.

— E por acaso foi por minha culpa? Que culpa nós temos, se o rei quer a morte da própria filha?

— Acha que foi o rei?

— Ora, Dinamark, quer me fazer crer que não pensa o mesmo? Além dele e Cárcera, quem mais quereria isso?

— Pode ter sido uma investida de Cárcera novamente. 

— Cárcera é tudo, menos burro. Sabe que os ducados vão investigar e exigir que a coroa apure com severidade o ocorrido. Na minha opinião, o rei Deomaz foi longe demais. 

Dinamark suspirou, desanimado. Demonstrava apreensão. Fira se levantou, instigando a brasa da chaminé. Estava lenta e fazia tudo com certa dificuldade.

— Ainda se sente mal, Duquesa?

— Estou febril ainda. Tento me esforçar para não voltar para a cama.

 Ela se virou para o súdito e sua face estava abatida e levava grandes olheiras.

— Bom, só nos resta esperar. Não comi nada ainda. Vamos jantar?

Fira convidou o conde e ele contava com isso. Esperava que ao longo do jantar, conseguisse extrair mais coisas de Fira. Começou a imaginar que ela era mais articulada do que imaginava e que seus espiões estavam viciados nas observações. Viam sempre a vida pacata que a duquesa levava e deixaram escapar pequenas atitudes. 

— Acho que aceitarei, mas vou até a biblioteca ver as contas do mês, que deixou para que eu olhasse. Com tudo que está ocorrendo, não vi seus apontamentos ainda.

— Tudo bem, Dinamark. Peço para servir o jantar aqui e mando lhe avisar.

— Pode dispensar Bert. Quando terminar, venho direto para cá.

****

Depois de revisar as contas, Dinamark caminhou de volta pelo corredor, em direção à sala particular da duquesa. Os corredores estavam vazios. Era o horário da troca da guarda e, como sempre, o segundo contingente havia atrasado. O conde sorriu, abanando a cabeça.

 “Você nunca se importou com essas coisas, Fira. Aliás, sempre prezou pela sua privacidade e até gosta quando a guarda não está de prontidão.” 

Bateu na porta, sendo recebido pela nobre. Fira deu passagem para que o conde entrasse. Gostava de conversar com ele. Tinha ideias interessantes, embora discordasse do jeito que vinha se comportando, interferindo mais do que devia no seu governo. 

****

— Dólias! Onde está Caterina? Onde ela está?

— Calma, Cécis. Eu vou cuidar de você. 

Dólias estava no quarto da princesa, sentada na beirada da cama, passando um pano úmido sobre a testa da herdeira. Quando a princesa chegou à Alcaméria, escoltada por esquadrões de cinco ducados diferentes, a princesa Dólias viu que o pai se irritara com o ocorrido. Percebeu que não foi por Cécis estar ardendo em febre pela flechada, mas por ver que os ducados estavam interferindo nos assuntos de Alcaméria. Assuntos que considerava ser dele.

Ela tomou à frente, mandando chamar o mestre-curandeiro e conduziu a princesa para o quarto para ser atendida imediatamente. Os jogos do rei Deomaz estavam ficando muito perigosos.

— Fira… Fira…

— Você não está em Líberiz, Cécis. – Dólias respondeu ao apelo febril da irmã. Virou-se para Pátiz. – Vá procurar o mestre-curandeiro. Ela está piorando e o elixir que ele deu para ela tomar, não está funcionando.

— Sinto muito, princesa, mas meu lugar é aqui com ela. Se eu sair, não terei como protegê-la se alguém invadir o quarto.

A coronel cruzou os braços em recusa. Ela sabia o que estava em jogo e cumpriria a sua promessa de proteger com sua vida a herdeira do trono.

— Ai! Merda, Pátiz! Não vê que se ela morrer a sua teimosia em ficar aí, como um mourão, não vai ter adiantado nada?

Dólias se levantou e chamou a sua guarda, que fazia a segurança do quarto pelo lado de fora. 

— Britta, vá chamar o mestre-curandeiro agora!

Ordenou. Viu que Caterina se aproximava. Estreitou os olhos, pois Aneirin a acompanhava muito mais próxima da irmã, do que condizia a conduta de uma guarda-pessoal. Chegaram até a porta e Dólias bloqueou a passagem. 

— Deixe-me entrar, Dólias. Ou agora é a guardiã de nossa irmãzinha? – Perguntou com sarcasmo.

— Não sou a guardiã. Estou cuidando dela. Aliás, eu fui a única que me prontifiquei a isso, enquanto todos olhavam ela ser carregada por pessoas que nem conhecemos.

— O que quer dizer com isso? – Empurrou Dólias e entrou no quarto. – Estávamos todos estarrecidos. Não pensava que Cárcera fosse investir novamente, desse jeito. 

Caterina falava, enquanto se aproximava da cama, seguida por Dólias, que quando se aproximou demais de Caterina, foi segurada por Aneirin, pelo braço.

— Me largue, sua insolente!

Pátiz, por fim, tomou uma atitude ostensiva, segurando o braço de Aneirin. A guarda pessoal de Caterina reagiu, puxando com força o próprio braço.

— O que você está fazendo? – Gritou Aneirin para a outra. 

— Estou impedindo que você faça uma bobagem. Já esqueceu o que nos regimenta e o que faz de nós guardas de honra? – Encarou Aneirin. – Você tocou agressivamente em uma princesa, coronel.

Aneirin recuou, contudo, a raiva pairava em seus olhos. Continuou encarando Pátiz, numa atitude agressiva.

— Ei! Parem com isso! – Caterina repreendeu as duas guardas e se voltou para Dólias. – Estou de olho em você, minha irmã. Dependendo de como esta história acabe, a verei pendurada numa forca. – Olhou para Cécis, que gemia e suava, em cima da cama. – E pelo visto, não tardará muito. – Voltou a encarar a irmã. – Cécis morrendo, tome muito cuidado. 

Caterina ameaçou a irmã mais velha, enquanto se encaminhava para a saída do quarto, acompanhada da sua guarda pessoal. Pátiz estreitou os olhos e se aproximou da cama, se postando de pé, ao lado da cabeceira. Dólias se sentou, pegou o lenço úmido e continuou enxugando o suor de Cécis. A porta foi aberta e o mestre-curandeiro pediu permissão para entrar.

— Entre e venha dar um jeito nesse veneno que corre nas veias dela. Até eu, que não entendo nada, vejo que a flecha que a pegou estava envenenada!

— Eu já fiz o possível, princesa…

— Cala essa boca! – Dólias gritou. – A única coisa que você fez foi se dobrar às ameaças de meu pai. Ele só tem feito bobagens! Se Cécis morrer, ele culpará você por isso, idiota! Será a desculpa dele para os ducados!

— Mas, princesa, eu não tenho tempo de testar o tipo de veneno que está no sangue dela. 

— Eu tenho uma boa sugestão. Que tal começar pelo antídoto do veneno que nossos soldados usam em suas flechas?

O velho homem tremia de medo. Não sabia o que fazer.

— Tome uma decisão agora, pois se a princesa herdeira morrer, os ducados cairão como moscas sobre Alcaméria. Meu pai não viverá ou a nossa dinastia sobreviverá, por conta da arrogância e burrice dele, mas anote uma coisa: antes que eu morra numa invasão, pela ira de nossos nobres, eu mesma cortarei a sua garganta. O que decide?

— Está bem, princesa, mas não diga ao rei Deomaz que fui eu quem lhe deu o antídoto.

— Vá logo, homem!

Pátiz observava a tudo, calada. Tinha sido instruída por Dietrich Moritz, como deveria fazer ou se portar diante da segurança de Cécis. Quando soldados, sem qualquer uniforme, atacaram o esquadrão de Líberiz, que acompanhava o cortejo, reagiram e tentaram ao máximo proteger a princesa Cécis. Entretanto, os agressores eram muitos. Um pajem tocou uma trombeta de alerta e em poucos minutos, cinco esquadrões de alguns ducados chegaram pelas laterais, dizimando os assassinos. Muitos soldados de Líberiz tinham sido mortos e a princesa, que também lutava pela vida, foi ferida. A herdeira de Moritz, estava comandando os esquadrões e conversou com Pátiz.

A guarda pessoal de Cécis intuía o que tinha ocorrido e quem eram os agressores. A indignação crescia, sobre o que o rei Deomaz havia feito, sem se importar que lhe imputassem o ocorrido. Escutando o que Dólias falara para o mestre-curandeiro, tomou definitivamente a sua decisão. Ficaria ao lado da princesa herdeira e lutaria junto a Liberiz para que isto acabasse, mesmo que fosse considerada traidora da coroa.

O velho mestre-curandeiro saiu e Dólias pediu que sua guarda o acompanhasse, para que ele não sumisse sem que trouxesse o elixir. Continuou zelando por Cécis e, cada vez mais, o delírio se apossava da mente da princesa. Algumas horas falava coisas desconexas e, em outras, coisas que faziam sentido e denunciavam as ações dela.

– Pelos Deuses! Agora vou ter que ficar escutando o que minha irmã fez na cama com a Duquesa! – Pátiz não pode conter o riso, levando Dólias a bufar. – Onde está esse homem com o antídoto?!

Para Pátiz, não importava de que lado Dólias estava, o importante é que, naquele momento, ela se empenhava em fazer com que a sua protegida não morresse. Por fim, a coronel Britta entrou no quarto, carregando o velho homem pelo braço. 

— Espero que tenha pegado o antídoto certo! – Dólias o encarou.

— Não se preocupe, princesa, eu o acompanhei e conheço onde guardam o antídoto do veneno que o nosso exército utiliza. Ele pegou o certo. 

Depois que o velho homem derramou o líquido na boca da princesa herdeira, disse que ela deveria tomar uma medida do líquido a cada duas horas, até o outro dia. Dólias dispensou o homem, mandando Pátiz fechar a porta por dentro e avisar a Britta. A guarda pessoal da princesa herdeira desconfiou.

— Pátiz, você vai ficar aqui dentro, só não quero ser pega de surpresa. Ou acha que eu estou livre de algum atentado? Só quero ficar um pouco mais tranquila para descansar. A noite vai ser longa para nós.

****

Os olhos de Fira se abriram devagar. A cabeça pesava e uma dor aguda se fez na têmpora. Ela elevou as mãos para massagear as laterais da cabeça. Lembrou apenas que jantava com Dinamark e se sentiu zonza e enjoada. O lugar onde estava era escuro e fedorento e, a cama não era mais que um catre feito com panos, em cima de um estrado de madeira. O estômago revirou e ela levantou rápido para vomitar em um canto, longe de onde deitava.

— Ai! 

O estômago doía e o cheiro da cela fazia com que voltasse a revirar. Prendeu a respiração por segundos, para tentar controlar o mal-estar. Intuiu onde estava presa. O fato de Dinamark tê-la traído, não a surpreendeu. Vinha observando o conde, mesmo antes de seu pai morrer.

Ele procurava não transparecer ambição, entretanto, até seu pai notava que o conde tentava parecer confiável de maneira forçosa. Fira trouxe o conde para perto de si e fez dele uma espécie de conselheiro. Assim, podia observá-lo de perto. 

Escutou um barulho de passos pelo lado de fora. Voltou para o catre e se sentou, esperando seu raptor. A trava da porta foi puxada e uma figura alta se colocou entre a luz do vão e a escuridão da cela. 

— Eu achava que demoraria um pouco mais para que me raptasse.

— Você acredita que sabe muito sobre as coisas, Fira. Agora que me colocou numa posição sem volta, em meio aos ducados, não tenho mais nada a perder. – Cárcera se voltou para o guarda. – Tirem a duquesa daqui e levem para o quarto que indiquei. 

Cárcera não falou mais nenhuma palavra e se foi. Três soldados entraram, no entanto, Fira não tinha a menor intenção de resistir. Foi levada para um quarto mais amplo e arejado. Havia uma cama melhor, porém grades de ferro cerravam a janela. Tinha uma sala contígua. Ela entrou na sala e viu uma tina de banho com água fria e panos de secar. Embora fossem encardidos, estavam limpos. Suspirou. 

— Cárcera, você é um lorde!

Exclamou e riu de si mesma, balançando a cabeça e pensando sobre aquilo.

— É, eu mereço. Afinal, aticei seu desespero. Só que você me arruinaria se assumisse Alcaméria.

Ficou sentada na cama, correndo os olhos em todos os cantos daquele quarto e pensando em que momento Dinamark a sedou. Provavelmente derramou no vinho do jantar, numa hora em que ela se distraiu. O que não fazia sentido era como Dinamark a tirara do castelo sem que ninguém visse. Após alguns minutos, uma velha senhora entrou com um vestido na mão. Disse-lhe para vestir, pois jantaria com o duque.

— Há quanto tempo trabalha para Cárcera? – Perguntou.

— Não estou autorizada a conversar, milady.

— Entendo.

Fira reparou os punhos da senhora. Havia marcas como se a mulher ficasse presa em correntes. 

— Você é uma escrava. Então Cárcera mantêm escravos no castelo, mesmo sendo ilegal.

— Muitas leis do reino não se aplicam ao nosso ducado, milady.

— É, estou vendo que não. Diga ao seu “senhor”, – Fira utilizou o termo de posse, de uma época em que os seres humanos não eram mais que objetos – que estou confortável em minha roupa.

— Milady, ele pediu que a fizesse usar o vestido.

A senhora falou em desespero e a duquesa sorriu, desgostosa, pela desgraça da velha, mas ela não poderia se dobrar a imposição de Cárcera. Ele queria humilhá-la.

— Sinto muito, mas não usarei nenhum vestido dado por seu senhor. Se ele quer a minha presença no jantar, que se contente com uma mulher usando calças à mesa.

A velha saiu, sem conseguir que lady Líberiz colocasse o vestido. Os olhos da escrava estavam assustados. Fira se compadecia, pois era capaz do cretino castigá-la por pura maldade. Um tempo mais tarde, novamente a porta abriu e Cárcera apareceu.

— Eu lhe coloquei num quarto melhor e, mesmo assim, você é rude comigo?

— Você me raptou. De qualquer forma, não estou sendo rude, apenas declinando de algo que me colocaria desconfortável. Não acredito que faça diferença para sua alimentação, ou para a minha, estar ou não usando um vestido. – Falou calma.

— Confesso que você me instiga, Fira. É uma mulher difícil de dobrar. – Sorriu cínico. – Não quer saber como aconteceu o rapto?

— Na verdade, não. Tenho uma boa ideia de como foi.

– É mesmo? Bom, lógico que você presumiu que Dinamark teria colocado algo na sua bebida durante o jantar, mas não quer nem saber como ele lhe tirou do castelo de Líberiz, sem levantar suspeitas?

— Não precisei pensar muito, depois que minha mente desanuviou do sedativo. Possivelmente Virtus Líberiz cometeu o grande erro de falar, ou mostrar, para o amigo, o estábulo particular dele e a saída discreta que usava. O pai de Koch Dinamark era amigo íntimo de meu pai.

— Imagino o que está sentindo pela traição de seu conde mais próximo.

— Vamos lá, Cárcera, o que quer provar com isso? Por que não me deixa, simplesmente, apodrecer aqui ou me mata de uma vez? Ah sim…- Fez um gesto displicente com a mão – … não é prazeroso. Prefere me torturar e ver até onde aguento.

— Você acha que me conhece e eu me divirto com isso. Vou dar mais uma chance para que me conheça de verdade e, quem sabe, ainda sobreviva mais que uma semana. – Se voltou para a porta. – Guardas, acompanhem lady Fira até a sala de jantar.



Notas:

Bom dia para tod@s!

Estou algum tempo afastada e sem postar, pois algumas coisas não muito legais ocorreram. Eu tive covid e infelizmente esse vírus me derrubou. Penso que se não tivesse vacinada, as coisas seriam piores. Eu tive uma recuperação lenta, pois a covid mexeu com minha pressão e fiquei com alguns problemas como anemia profunda e outras descompensações. Agora me encontro muito melhor e me cuidando para sair dessa cilada que o vírus me fez.

Bom, vamos falar de coisas boas. Estou de volta! rs E vamos continuar a saga de Fira, Cécis, Líberiz e Alcaméria.

Uma boa leitura para tod@s e bom fim de semana!

Beijão! 




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4 Respostas para Capítulo 23 – E Tudo Acontece

  1. Antes de mais nada, desejo que sua recuperação seja total, e que esse vírus não apronte mais nenhuma cilada pra ti.

    Agora, esse Dinamark nunca me enganou, e a máscara finalmente caiu. O q vai ser agora de nossas meninas, uma envenenada e a outra prisioneira de uma crápula.

    Acho que a salvação é a Divinary e o rélia.

    Bjs Carol e melhoras!

    • Brigadão Blackrose!
      Eu tô melhorando e me recuperando. Aos poucos vai! rs
      O Dinamark é aquele tipo de homem que só olha para seus interesses e o interesse dele era um lugar mais alto. Com Fira, ele nunca alcançaria. Temos muito disso por aí, não é mesmo? rs
      Com relação ao Rélia e Divinay, Acho que tem razão. Só acho! rsrsrs
      Um beijão e boa semana!

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