Em Qualquer Lugar

Capítulo III – O meu mundo está diferente…

Aghata

Quando eu entrei a primeira vez naquele laboratório eu estava entediada. Meu mentor, e amigo havia me pedido para ser seu braço direito na secretaria de ciência e tecnologia da prefeitura há mais ou menos uns três anos. Eu estava irritada, pois todo projeto que nós colocávamos para aprovação ia para a câmara dos vereadores e era uma verdadeira luta. Nos três anos de governo nós só conseguimos emplacar dois projetos realmente relevantes, um na área de equipamentos de cirurgia e procedimentos hospitalares, esse eu entrei na câmara e tudo, outro da área de sondagem geológica.

Visita a um laboratório de pesquisa naquele dia não estava definitivamente nos meus planos. No dia anterior tínhamos acabado de perder outra batalha na câmara e eu estava desanimada. Quando entrei logo atrás do André, vi dois homens bem apessoados. O primeiro me foi apresentado como o chefe do laboratório, seu nome era Roberto e parecia o típico burocrata. Apesar de ser engenheiro e pesquisador, falava como um político. Não que eu não estivesse acostumada, sabia que na posição dele, ele teria que se portar dessa forma, pois se não fosse assim não conseguiria nada para seu laboratório. Mas eu estava cansada. O outro, um tal de Gustavo, também era engenheiro e pesquisador, mas esse me causou desconforto. Não gostei de seus gestos, de sua forma de falar, me soava falso. Simpático demais e até forçado, intimo demais.

Não gosto de gente que me trata intimamente e nem me conhece. Trabalhando na prefeitura e tendo o cargo que eu tinha, eu aprendi a conhecer os mais diversos tipos de gente e alguns tipos me aborreciam, como esse cara aí, por exemplo. Era o tipo bajulador e provavelmente não fazia mais nada. Engraçado que quando eu entrei, eu encontrei muitos desses na secretaria. Eu e o André fizemos uma faxina, por assim dizer e ganhamos uma gama de inimigos na prefeitura. Reavaliando agora esses três anos de gestão, realmente não me admira que tenhamos tanta dificuldade em realizar nosso trabalho. Não fomos muito políticos e acabou que a outra banda é, e faz pressão sobre nós.

Escutava o blá, blá, blá do chefe do laboratório mostrando seus projetos, mas na realidade esses projetos apesar de bons eram suntuosos e dispendiosos demais para a prefeitura. Já havíamos perdido muito e eu não queria me arriscar. Precisávamos de algo que pudesse ser executado em etapas, mas que já desse resultado desde a primeira fase. A secretaria não estava rendendo ao que nós nos propusemos quando entramos e apesar do prefeito saber de tudo que acontecia, ele era político como todos. O que mais me deixava furiosa, era que, sempre critiquei quem estava no poder e poderia fazer algo para mudar as coisas. Sempre golfei que quem tinha a caneta na mão poderia modificar, nem que fosse um pouco, a realidade do nosso país, do nosso povo e não fazia. Agora eu e o André tínhamos a caneta na mão e não conseguíamos nos livrar das malditas amarras do sistema político sujo. Que raiva!

Foi exatamente nesse momento que eu resolvi não mais prestar tanta atenção ao chefe do laboratório e a esse outro bajuladorzinho barato, que levantei meus olhos para observar todo o laboratório. No fundo da sala, vi dois jovens despreocupados com a nossa visita e até sorriam olhando algo na tela do computador. Eles me chamaram a atenção não sei por que, mas pareciam lidar muito melhor e de forma muito mais prazerosa com o que estavam fazendo do que esse monte de homens enfileirados a nossa frente. Como tinham três assessores nossos atrás de mim, resolvi me desprender discretamente do grupo e averiguar o que esses jovens faziam. Provavelmente nada de mais, provavelmente estavam brincando com alguma coisa, mas nesse momento me parecia mais atrativo do que ficar escutando sobre projetos que eu e o André não poderíamos ajudar. Aproximei-me devagar para não assustá-los com a minha presença, pois provavelmente mudariam a forma de se portar assim que me vissem, e então eu escutei o menino falar para a garota sentada ao seu lado.

— Pode me chamar de medroso ou boiola, mas essa mulher eu não encarava não.

Percebi que ela olhou para ele de um jeito que não estava entendendo o que ele falava e ele completou.

— Além dela ser maior que eu, ela é muita carne para o meu churrasco.

A menina continuou o encarando como se não estivesse acreditando no que ele falava e eu compreendi que eles estavam falando de mim por ele ter se referido à estatura. Realmente eu era uma mulher alta, mas pelo menos ele não referendou isso como algo ruim.

— Já viu a mulher toda direito?! Já viu o jeito dela?! É aquele jeito de “se te pego te destruo em quinze minutos”. Não dá para arriscar a reputação de anos assim.

Eu quase gargalhei com essa afirmativa dele, mas não sei por que eu olhei para a tela do computador e vi um sistema tosco, como se ainda tivesse em fase de construção. Tinha muitos pontos se movendo e eu percebi que era uma tentativa de construção de um sistema de capturar de movimentos. Como eu era médica neurologista, trabalhei com muitos paralisados cerebrais. Normalmente os médicos neurologistas se especializavam em cirurgia, mas eu adorava clinicar e acabei trabalhando com muitos fisioterapeutas e alguns professores de educação física para tentar melhorar as condições motoras de meus pacientes e por conta disso acabei fazendo uma especialização em biomecânica. Por esse motivo, entrei em contato com alguns desses sistemas, mas todos importados.

Escutei o riso da garota e achei um riso gostoso e divertido, mas o menino a advertiu, ela abafou o riso e ele percebeu que eu estava ali.

— Shiiii! Tá maluca! Fica quieta que o Roberto mata a gen…

Eles se levantaram, ela meio envergonhada e eu perguntei:

— É um sistema de captura de movimento? Interessante…

Continuei olhando para a tela e tinha um bichinho saltitante na parte inferior e quando eu reparei na garota, vi que esse bichinho redondo saltitante tinha os seus traços. Na certa era uma brincadeira dos dois para descontrair o ambiente. Voltei-me para os dois perguntando:

— Quem está desenvolvendo esse sistema?

Não teria nada de mais se eu não tivesse visto um par de olhos verdes, ardentes e confusos, mas me olhando profundamente como se quisessem tocar dentro das minhas entranhas. Recuperei-me imediatamente e estendi a mão para cumprimenta-los e me apresentar. O rapaz falou seus nomes e o nome da garota ressoava em minha mente. “Paula”, “Paula”, “Paula”… Se eu não fosse tão cética e se não soubesse que eu era heterossexual de carteirinha, podia até dizer que estava escutando uma voz dizendo “você quer essa garota”.  Quando achava que nada mais o meu cérebro podia fazer para me pregar peças, apertei sua mão e uma corrente de energia passou por todo o meu corpo me sinalizando que eu estava tendo um… não sei o que! Ela falou “oi” com uma voz muito suave, mas embargada e eu percebi que ela estava toda tímida. “Que mulher tão atraente poderia ser tímida desse jeito”. Por esse pensamento recuperei minha razão em um estalo.

— Meu nome é Aghata e sou a Subsecretária de ciência e tecnologia. Na realidade sou mesmo é médica neurologista.

Ela me olhou um pouco assustada e o André se aproximou com o chefe do laboratório e o bajuladorzinho a tiracolo.

— Aghata! O que você pescou por aqui. Te conheço e normalmente tem um bom faro.

Falei minhas impressões sobre o sistema que havia visto para ele.

— Esses dois pesquisadores estão desenvolvendo um sistema de captura de movimentos faciais. É bem interessante para diversas áreas, por exemplo; área de reconhecimento facial e gestual na segurança pública, interações sociais, aprendizagem para pacientes neurológicos. Já estava mais que na hora de termos um desses nacionalizado. Voltei-me para os dois pesquisadores e perguntei:

— Qual a formação de vocês?

O menino se adiantou. Ele era mais desinibido.

— Eu sou analista de sistemas e design gráfico.

 Compreensível em um laboratório dessa natureza. E aí ela falou a dela.

— Eu sou professora de educação física.

Lembrei-me imediatamente do concurso que eu iria prestar e desisti por conta do convite do André para integrar a secretaria. Não me inscrevi, mas depois quis saber quem tinha passado. Inteirei-me e qual não foi a minha surpresa por saber que concorreria com uma professora de educação física. Não que um professor de educação física não tivesse competência, muito pelo contrário, trabalhei com alguns muito bons, pois quem trabalha comigo tem que ser competente. E depois, existem incompetentes em todas as áreas. Na minha então, nem se fala. Mas nesse caso, eu era doida para saber quem entrou no lugar que eu almejava. E ali estava ela e fazendo algo bem interessante.

— Então foi você?

— Ããã?

— Ah! Desculpe. Deixe-me explicar. Quando saiu o concurso para cá, eu quase me inscrevi. Só não o fiz porque o André na época tinha sido escolhido para a secretaria de ciência e tecnologia e nós já trabalhávamos juntos. Ele me convenceu a aceitar ser sua Subsecretária. Não entendi como uma professora de educação física conseguiu passar nesse concurso, sem ofensas…

Meti os pés pelas mãos e acabei falando de um jeito esquisito que parecia mais uma agressão. Estava sem jeito e não sabia como concertar. Apendi a calar minha boca quando ela falava algo que não era o que o cérebro queria expressar. Quando queremos concertar às vezes sai pior. Resolvi tirar o meu time de campo, porque eu tinha um compromisso e resolveria esse assunto em outra ocasião.

— Claro! Sem ofensas. — Ela falou.

— Vamos nos adiantar Sr André? — O chefe dela interpelou.

— André, você se importaria de terminar a visita sem mim? É que tenho um almoço importante hoje e não quero me atrasar. — Eu aproveitei para sair de fininho. Aprendi isso nesses três anos e nem olhei para o rosto dela para não me arrasar de vez.

— Claro que não, Aghata. Pode ir. — O André me dispensou e eu estendi a mão para o chefe do laboratório.

— Sr. Roberto…

Quando me virei o bajulador estava estendendo a mão para mim e eu não estava com o mínimo de humor para ele. Queria deixar o mínimo de impressão digna e passei por ele batida, me aproximei da garota e do rapaz e perguntei se poderia voltar para ver a evolução do sistema. Esse sistema tinha me interessado verdadeiramente. O rapaz me disse que sim sorrindo, mas era um sorriso verdadeiro e ela me olhava muito confusa. Não era para menos, eu também ficaria no lugar dela. Confusa não! Eu ficaria puta comigo se estivesse no lugar dela, mas ela não parecia puta, ela parecia confusa mesmo.

Na realidade eu queria voltar, não só para ver o sistema, mas para desfazer essa confusão. Não sei por que, mas o fato dessa garota achar que eu era uma mulher grosseira me incomodava. Não me incomodava o fato de babacas me virem como uma mulher grosseira, mas essa garota me ver assim, me incomodava… Eu me mostrar assim para essa garota me incomodava…

Sai de lá com a impressão de que ia começar uma nova fase na secretaria. Não queria mais me embrenhar em projetos grandiosos que tinha que batalhar até a exaustão. No final de tudo, os ditos representantes do povo, nossos digníssimos vereadores vetariam para fazer uma obra mais suntuosa ainda e que não acabaria nunca, mas lhes renderia muito mais. Comeria pelas beiradas, como dizem por aí. Subsidiaria projetos pequenos com recursos da própria secretaria que não precisariam passar pela câmara. Esses projetos um dia poderiam ajudar pelo menos uma parte da população. Já seria um bom começo e eu não ficaria com o espírito tão arrasado pensando que falhei de todo.

Cheguei ao restaurante. Um pequeno bistrô em uma alameda arborizada. É, parece que meu ex-namorado queria mesmo me reconquistar, já antecipava que o almoço ia ser um pé no saco e iria sair dali com uma baita dor de cabeça. Dito e feito. Depois de seis meses de namoro, me juntei com Rodrigo e até agora não sabia por que. Aí veio mais três anos de puro tolerar. Ele era arrogante, pretencioso e falava mais do que fazia. Até no sexo se eu havia atingido o orgasmo mais do que três vezes com ele foi muito. Meu deus! Orgasmo uma vez ao ano! Estou derrotada! Durante o almoço começamos a discutir porque eu não queria voltar para ele e ele me falou que queria mesmo era dizer para todo mundo que comia a Subsecretária de ciência e tecnologia. Disse isso para me ofender. Que derrotado ele também! Ele poderia ter corrido atrás de uma artista de tv. Tá certo que de vez em quando eu podia até ser uma grande cachorra que não pensava nele o dia todo, mas isso ele não sabia, e quando eu chegava em casa aborrecida e cansada lembrava que ele morava comigo porque os sapatos estavam na sala e a camisa jogada em cima da mesa. Eu não era uma cachorra, eu só soltava grandes rottweilers pela minha boca em cima dele. E ele dizer que só estava comigo por eu ser Subsecretária! Grandes coisas! Comer a Subsecretária de uma prefeiturinha de droga, não é nada! Ri dos meus próprios pensamentos.

Cheguei em casa e como havia previsto a dor de cabeça estava rondando. Como odeio tomar remédios resolvi tomar um banho na hidro para relaxar. As pessoas me perguntavam espantadas porque eu odiava tomar remédios, como se por ser médica eu devesse gostar de tomar remédios. Nunca entendi essa lógica das pessoas.

Fiz um chá e me deitei na água morna da hidro borbulhante. Tirei completamente o Rodrigo da minha mente e comecei a pensar no que se passou de manhã naquele laboratório. Lembrei-me das bobagens que o tal do Carlos Eduardo falou de mim e no riso gostoso daquela garota loirinha. Sorri também e comecei a me tocar nos seios e entre as pernas. Precisava relaxar. Quando estava quase chegando lá aquele olhar esmeralda e aquele rosto doce povoou a minha mente e meu orgasmo foi tão forte que cheguei a me assustar, aliás, quase me afoguei! Pela nossa senhora das desesperadas! Eu deveria procurar a minha ginecologista, pois eu devia estar com meus hormônios todos desregulados. Enxuguei-me e fui dormir, precisava descansar.

Cheguei no dia seguinte cedo à secretaria, pois o André queria falar comigo. Ele me comunicou que queria se afastar para tentar a eleição como vereador, pois se ele tivesse lá dentro talvez tivéssemos uma chance de fazer algo, mas para isso ele queria que eu assumisse a secretaria. Esperneei, gritei, bati na mesa e ele me convenceu. Ele sempre me convence. Ele foi meu professor, depois colega de trabalho e hoje é um bom amigo. Passamos duas semanas arrumando as coisas para ele sair e eu entrar. Fui à ginecologista, fiz os exames e não tinha nada de errado comigo. Antes da consulta contei a ela o que aconteceu, pois ela era minha amiga também, ela disse para eu parar de ter preconceitos porque estímulo é estímulo e nosso corpo não tem preconceitos. Perguntei a ela se ela era lésbica, mas já sabia que ela não era. Ela riu da minha pergunta sabendo que era brincadeira e falou que não, mas se fosse não se incomodaria, pois já estava de saco cheio de seu marido.

Depois das duas semanas resolvi ir até o laboratório. Não tinha desistido da minha ideia e a loirinha não povoou mais as minhas fantasias. Tempos mais tarde eu veria que esse pensamento era ridículo, pois na realidade eu me controlava para que a loirinha não povoasse meus pensamentos.

Quando cheguei ao local me dirigi à portaria e me identifiquei como Subsecretária de ciência e tecnologia da prefeitura e mostrei meu crachá da secretaria. Disse os nomes das pessoas as quais eu queria falar e o laboratório, na realidade eu queria burlar o Roberto e aquele baba ovo que esqueci o nome completamente. Queria apenas falar com a Paula e com o Carlos Eduardo. Para a minha sorte o ramal do laboratório estava enguiçado e como já havia identificação minha no sistema, a recepcionista disse que não haveria problema de ir até o laboratório sem me apresentar.

Cheguei à porta que dava acesso à área do laboratório e empurrei, no hall de entrada não havia ninguém e como eu sabia onde era a oficina, a copa, a sala do Roberto e o laboratório, me dirigi diretamente para o laboratório como uma foragida. Rezei para que no laboratório estivessem somente os dois. Empurrei a porta devagar para não alarmar ninguém e sorri quando só vi a loirinha e seu amigo sentados de frente para o computador discutindo o layout do sistema. Fiquei observando um tempo e de repente surge na tela àquela figurinha com os traços da loirinha pulando. Foi aí que meu cérebro entrou em parafuso, pois o que eu escutei da conversa dos dois me deixou paralisada.

O Carlos Eduardo começou a rir e disse com uma vozinha estridente imitando uma mulher:

— “ui meu Deus! Que gata”!

A Paula começou a bater no braço dele falando:

— Eu não falei “ui” e você está parecendo um viadinho.

Ao que me pareceu, ele estava fazendo alusão a algo que ela havia falado de… uma mulher?! Será que eu entendi direito? Aquela loirinha com rosto angelical era lésbica? Nããão… Não podia ser! Será?

Não sei bem porque, mas essa informação mexeu comigo. Meu coração batia tão forte que parecia que estava pulsando na garganta. Foi quando ela me viu, pulou da cadeira e seu amigo quase caiu. Essa reação me fez acalmar, pois parecia que eles estavam mais desconsertados do que eu. Forcei um pouco minha ansiedade para baixo e também uma naturalidade que naquele momento não existia no meu corpo.

— Éééé…Sra. Secretária! Nós estávamos na nossa hora de lazer.

Como desculpa foi horrível e eu achei engraçado. Eles estavam realmente mais tensos do que eu e acabei relaxando.

— Não sou secretária ainda, embora o André esteja pensando em passar o cargo, pois ele vai tentar a eleição. Disse que passaria aqui para ver a evolução do sistema. Como está indo?

Não sei por que ela me chamou de Sra. Secretária e não sei por que eu dei a notícia para eles em primeira mão. Mas eu gostei da forma como soou vindo da boca de Paula. Ei! Como é que é? Por que eu gostei da forma de como soou vindo da boca de Paula?

Forcei novamente minha ansiedade, que já começava a crescer novamente para baixo e comecei a caminhar em direção a eles.

— Está bem, está legal! Você quer ver?

A voz dela soava vacilante e as respostas mostravam a sua insegurança. Achei graça da situação. 

— Eu posso?

Apontei a cadeira que ela estava sentada antes, pois minhas pernas estavam um pouco tremulas e começava a me irritar com as reações do meu corpo.

— Claro! À vontade! O Cacá mostra para você o sistema.

Foi à resposta dela e eu não consegui conter meu sorriso. Naquele preciso momento que ela me olhou eu tive uma vontade incrível de pega-la… no colo?! Meu deus! Eu estava pior do que eu pensava! Não é possível que eu tenha pensado o que eu pensei a respeito dela! Eu tenho que ligar para a Ana Maria! Ou ela viu meus exames errados ou o laboratório se enganou. Devo estar com uma produção alta de testosterona, devo estar até com ovário policístico por conta disso. Bem que eu vi que tinha engordado!

Joguei-me na cadeira e me virei na hora para o computador. Não conseguia encarar a Paula. E apesar de saber que era impossível, parecia que meus pensamentos estavam ressoando alto pelo laboratório e estavam sendo ouvidos pelos dois.



Notas:



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