Chegamos ao meu apartamento sem trocarmos uma palavra. Fui direto para o banheiro, pois meu estômago começou a revirar. Camila veio atrás de mim.

– Você tá bem?

– Acho que agora fico bem. – Disse depois de colocar tudo pra fora.

– Tome um banho!

– Sim…

Ela saiu, eu fui ao quarto pegar uma toalha e entrei debaixo do chuveiro. Depois do banho para me recuperar um pouco da bebedeira entrei no quarto e logo foi a vez de Camila tomar banho.

Deitamos lado a lado na cama, como sempre fazíamos quando ela dormia em minha casa. A cama era de casal e tinha espaço para as duas. Eu estava constrangida pelo beijo que ela havia me dado e que não me saia da cabeça. E ela estava pensativa.

– Ju, você está brava comigo?

– Não!

– Parece! Porque você está muito calada!

– É porque você também está!

– Desculpa, estou me sentindo culpada por todos esses encontros desastrosos que você teve.

– Você não tinha como saber, fique tranquila!

– Mas, eu…

– Mas nada. Não esquenta, Cami! Tá tudo bem, eu tô inteira, além do mais, vamos ter muitas histórias para contar. – Disse um pouco ríspida.

– Não precisa falar assim comigo!

– Estou cansada de sempre acontecer essas coisas comigo. De sete bilhões de pessoas que esse mundo tem, tudo tem que acontecer comigo.

– Calma, Ju. Não exagera.

– Chega, vamos dormir!

Eu já estava irritada com tudo. Aquele beijo mexeu demais comigo e eu sabia que nunca iria questioná-la porque ela havia me beijado e dito que era minha namorada para as outras duas.

– Tá bom, Juliana… Boa noite!

– Boa noite!

Virou-se de costas para mim, então pude observar que ela não estava coberta, pois estava uma noite muito quente. Usava um pijama rosa, com o short curtinho mostrando a pele, a blusa justinha do pijama dava para imaginar perfeitamente como era o corpo dela. DEUS! Eu estava ficando louca, comecei a desejar minha amiga. Tá bom! Confesso que já tive uma paixão platônica por ela, mas isso quando estudávamos juntas e, logo, logo passou e achei que tinha superado.

Desliguei o abajur para não ver mais as formas e curvas perfeitas do corpo da Camila e fiquei repetindo mentalmente: “ela é minha amiga”, “ela tem namorado”, “minha amiga”.

Camila também estava inquieta, começou a se mexer na cama de um lado para o outro até deixar o seu corpo mais próximo ao meu. Tão próximo que eu podia sentir os movimentos que ela fazia ao respirar. Meu nariz ficou próximo ao pescoço dela e, inevitavelmente, minha respiração se alterou.

Senti o desejo inundar a minha calcinha e quanto mais eu pensava “ela é minha amiga”, mais o som da voz da minha consciência ficava distante. Foi soando outro som em minha mente “eu quero ela para mim”.

Camila virou, ficando de frente para mim. Na penumbra do quarto, pude perceber seus olhos brilhando de uma forma diferente. As luzes que penetravam pela janela me permitiram observar aquele rosto maravilhoso, aquela boca tão próxima a minha. Eu fiz menção de me levantar, senão a agarraria ali mesmo. E que desculpa daria no dia seguinte? Será que “eu ainda estava bêbada” funcionaria?! Porém, antes que me levantasse, senti as mãos firmes de Camila me puxar pelo braço.

– Eu…

– Shiii…!

Ela fez um gesto para que me calasse e suavemente colocou os seus lábios sobre os meus.

– Não diz nada, Ju. Por favor. – Disse no meio do beijo, sussurrando.

A abracei, cobrindo o corpo dela com o meu e senti a pele dela esquentando com o meu toque. Não sabia o que fazer. Eu me senti meio perdida, porque não era qualquer uma que estava na cama comigo, e sim, minha melhor amiga. Uma antiga paixão platônica, a qual, eu julgava esquecida.

Naquele momento, percebi que não tinha esquecido e que ela sempre esteve em mim, que eu sempre a amei e apenas tinha camuflado o meu sentimento. Talvez como uma forma de fugir do sofrimento.

Ela segurou minhas mãos suavemente e conduziu por seu corpo. Sobre a barriga, a qual, acariciei suavemente.

Olhou-me com os olhos tão brilhantes e cheios de desejo, mordeu seu lábio inferior e sussurrando disse:

– Me faz sua, Ju, nem que seja só por esta noite.

Eu não conseguia pronunciar nada. Deixei todo o meu desejo, amor e carinho ser expresso naquele momento. Tirei-lhe o pijama suavemente, deixando-a apenas de calcinha e fiquei olhando e decorando cada detalhe daquele corpo que representava o desejo oculto de vários anos e que era banhado pela luz que penetrava na janela do quarto. Não eram necessárias palavras para dizer tudo o que eu sentia por ela, minhas ações seriam suficientes.

Misturei meu corpo ao dela, minha saliva espalhei por sua pele que esquentava mais a cada toque, sentindo os pelos dela se arrepiarem. O cheiro doce e único que ela exalava, enrosquei minhas mãos por seus cabelos macios, enquanto, meus lábios mordiam os dela delicadamente.

Desci meus lábios por seu pescoço, colo e ombros. Perdi-me nos seios, os quais, sorvi delicadamente, até chegar na barriga beijando toda a extensão dela. Mordi o elástico da calcinha dela e a tirei. Senti o cheiro que exalava do sexo dela. Ela sussurrava palavras desconexas, apenas entendia meu nome.

Depois de tirar sua roupa, tirei a minha peça por peça sendo observada por ela. Novamente, me deitei sobre ela e nossos corpos começaram a se movimentar no mesmo ritmo, encaixados em uma dança sensual de almas que se comunicavam e se conheciam de outra forma pela primeira vez.

E foi a noite inteira assim, fizemos amor até cansarmos. De todas as formas, com todo o amor que era oculto em minha alma. Senti-me plena até na hora em que Camila gozou em meus braços e chorou. Depois, ela caiu num sono profundo e eu ainda não tinha assimilado tudo o que estava acontecendo. Estava achando que era um sonho, estava até com medo de dormir e acordar e perceber que aquilo tudo era coisa da minha cabeça. Mas, infelizmente, fui levada pelo cansaço ao mundo de Morfeu e, quando a luz do outro dia penetrou por meus olhos me despertando, ela já não estava lá.

Mas, ainda havia o cheiro dela no meu corpo e em minhas mãos e o gosto em meus lábios, o que confirmou que não era um sonho. Demorei a levantar, olhei para o relógio meio dia e vinte. Onde ela estaria?

– Camila!?

Chamei para ver se ela estava na cozinha ou no banheiro, mas não obtive resposta.

Procurei por todos os cantos possíveis e nenhum vestígio dela. As roupas não estavam mais lá. Nem os sapatos e a escova de dentes. Senti-me confusa, perdida. Então, caí no choro. Não sabia o que fazer. Eu a queria sim, mas não como amiga. Seria impossível para mim desejá-la como amiga agora, depois de tudo.

Já tinha passado por isso na adolescência e treinado meu coração a querê-la apenas como amiga. E, agora, tudo isso acontecia e a amizade de anos havia despencado.

Chorando, peguei o telefone e disquei o número da casa, do celular e ela não atendeu em nenhum. Passei o sábado inteiro ligando e ela não deu sinal de vida, se tivesse coragem teria me levantado para ir até a casa dela, mas sabia que ela devia estar tão confusa quanto eu, talvez mais.

Nenhum recado ou sinal. Eu me senti exausta e sem fome, passei o dia sem comer nada, apenas deitada na cama que ainda tinha o cheiro dela, chorando.

 

 

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Bom dia! Para me redimir do atraso desta semana decidi publicar mais um capitulo, segunda feira volto com a sequencia, espero que continuem  gostando!

Um beijo e otimo fim de semana!

Indiazinha – (Juh Moraes!)

 



Notas:



O que achou deste história?

6 Respostas para CAPITULO 07

    • rsrs me deram a ideia de fazer versão Camila… as vezes a gente é meio cego e não enxerga o que esta do lado.

  1. Eu imaginava que essas duas ainda iriam se pegar nessa história de encontro. O amor estava mais perto.
    Só espero que a Camila não fuga da Juliana.
    Bjus e até o próximo capítulo

  2. Uhaaah!! Amei as duas..
    Sabia, tô adorando…. Aparece Camila, some não..
    Torcendo pelas duas…#Calu

    • Oi, obrigada pelo comentário rsrs todo mundo na torcida meu deus, espero que continue gostando.

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