Entrei no nosso “vestiário” já tirando o jaleco.

– Oi Mila.

– Oi Bella. – ela sorriu enquanto eu guardava o jaleco, soltava meu cabelo e passava um batom pra melhorar e cara de hospital rs.

– Vai sair?

– To indo almoçar com meu irmão….

– Ah. – ela pareceu meio decepcionada.

– Tudo bem?

– Sim, é só que ía te perguntar se queria almoçar comigo….

– Pode ser outro dia? – perguntei me aproximando dela- É que já tinha marcado com ele e ele está passando por uma fase difícil…..

– Tudo bem….

– Aconteceu alguma coisa?

– Não, só queria conversar com você mesmo….- ela ficou me olhando e eu sorri imaginando o que seria…. Não tínhamos conversado ou sequer tocado no assunto depois da noite que passamos juntas no Natal.

– Fica pra próxima então? – ela sorriu fazendo que sim com a cabeça- Até daqui a pouco então….- segurei no rosto dela dando um beijo na bochecha e saí. Matheus devia estar me esperando.

Quando saí ele me esperava na porta do hospital.

– Oi.

– Oi. – o abracei e ao soltá-lo vi a Camila e a Lê ali, ele olhou pra elas- Ué, vocês estão aqui?

– Estamos indo almoçar…- a Letícia falou e eu resolvi apresentar.

– Meninas, esse é meu irmão, o Matheus, Matheus, essas são a Camila e a Letícia.

– Eu conheço elas né, Gabi! – ele falou indo dar dois beijinhos nelas e eu até esqueci que eles já tinham se visto em festas minhas e coisa e tal.

– Verdade, esqueci….

– Liga não, sua irmã está ficando velha….- Letícia falou com as gracinhas dela e ele riu- Bom te ver. Vamos almoçar Camila?

– Vamos sim. Até mais Matheus….tchau Bella. – eu sorri e elas se foram.

– Tchau. – ele falou e assim que elas saíram, o olhei.

– Vamos?

– Vamos.

Eu tinha chamado ele pra conversar porque queria ver como ele estava , nem ía brigar, eu entendia que ele estava passando por uma fase difícil, por isso mesmo insisti pra ele vir pra ele saber que não está sozinho e nada mudou. Fomos no shopping ali perto porque não tinha muito tempo de almoço, teria que voltar pro hospital depois.

– Eu acho que vou fazer medicina….- ele falou e o olhei surpresa.

– Vai??

– Só tem médica gata! Vou. – ele riu e eu mais ainda.

– Besta!

– Ah vai dizer que você não acha? Aposto como já pegou uma delas….

– Elas são só minhas amigas, Theus….- dei um gole do meu suco disfarçando.

– Tá, a Camila não te olhou como amiga…- acabei rindo e condessei.

– Ok, fiquei com ela. Mas nós somos amigas….

– Sei. – nós rimos mais uma vez.

– Mas não viemos aqui pra falar de mim, e sim de você. Me diz, como você está?

– Uma merda! Minha vida está toda errada, um saco! Não quero falar de mim….

– Theus, vai passar…. Da um tempo pras coisas se acertarem….

– Todo mundo só me fala isso. – ele me olhou meio bravo- Não aguento mais ouvir isso!

– Porque é verdade. Tem um mês só….

– Quarenta dias, mas quem está contando?! – ele falou e desviou o olhar claramente incomodado.

Depois de um tempo em silêncio, ele falou:

– Bi, você acha que nossas mães me deixariam fazer um intercâmbio, viajar? Sei lá….

– Intercâmbio? – ele fez que sim- Mas por quê?

– Porque eu queria sair daqui um pouco….mudar de ares, sei lá….

– Mas e a escola? Você vai perder….

– Um ano a mais, um a menos…. Que diferença faz?

– Eu não sei se elas deixariam….talvez… Só sei que fugir não adianta nada Theus, e isso parece muito com fugir….

– Só não aguento mais ficar olhando pra cara da Mari e da sua irmã todos os dias! – quando ele falou “minha irmã” revirei os olhos.

– Para com isso! Você e a Gih vão se acertar….

– Nunca! Jamais! Nunca vou perdoar ela! – só o olhei, nada disse. Não adiantava agora, tinha que dar tempo ao tempo….

Voltamos a ficar em silêncio e nossa comida chegou. Um tempo depois, ele falou:

– E então, você não vai me dar esporro? – o olhei sem entender- Você não me chamou aqui pra isso? Pra brigar comigo pelo que eu fiz?

– O que você fez? – perguntei pra testar se ele ía falar.

– Você sabe, você estava lá….- ele abaixou a cabeça.

– Você anda fazendo muito coisa, Theus, do que você está falando agora? – ele me olhou.

– Do que eu falei pra mamãe….- ele voltou a abaixar a cabeça e eu suspirei.

– Eu não te chamei aqui pra brigar com você, mas sim pra conversar. E sobre o que você fez, eu acredito que já esteja arrependido né?

– To, muito! – ele me olhou com os olhos aflitos- Eu pedi desculpas a ela.

– Que bom…- sorri pra ele que voltou a comer antes de voltar a falar.

– Bi, você sabia de tudo que ele fez?

– Ele quem?

– Ele, você sabe….seu….- ele suspirou pra encontrar as palavras.

– Sei algumas coisas. Por que?

– Porque a mamãe contou algumas coisas que ele fez e eu não sabia. Você sabia que ele tentou pedir a guarda da Gih?

Respirei fundo. Não gostava de falar dele….

– Sabia.

– Por que ele fez isso?

– Não sei Theus….- ele só balançou a cabeça, ficamos em silêncio até ele falar novamente.

– Desculpa, sei que não gosta de falar desse assunto….- agora fui eu quem balançou a cabeça- Ele era um bom pai?

– Não sei. – suspirei e ele me olhou sem entender- Eu era nova Theus, quando ele morreu, só tinha dez anos. Então eu não sei ao certo o que era invenção minha ou o que aconteceu de fato…. Mas ele não era uma pessoa muito amorosa, estava sempre trabalhando e tal….

– Entendi…

– Mas por que isso agora?

– Nada, só curiosidade mesmo…. Afinal se não fosse ele, eu nem existiria né…. Só queira saber mesmo….

– Theus, a única coisa que ele fez foi doar um esperma. Nós temos duas mães maravilhosas e que nos amam e eu sou muito grata por tudo que elas fizeram por mim, é só isso que importa….

– Eu sei, óbvio! Eu amo elas mais que tudo, foi só curiosidade mesmo Bi….e também sou muito grato pelo que elas fizeram com você senão você não seria minha irmã….- ele sorriu pra mim sendo o Matheus de sempre, amável e fofo. O Matheus de antes- Desculpa, não vou mais falar disso….- apenas sorri e terminamos nosso almoço.

Ele pediu um táxi e eu voltei pro hospital.

Foi um plantão daqueles, eu estava morta e só queria minha cama! Estava há doze horas em pé e já eram quase 2 da manhã.

Estava saindo do elevador quando meu celular toca, não acreditei, suspirei o pegando porque já estava achando que poderia ser alguém do hospital me pedindo pra voltar mas ao olhar no identificador, meu coração acelerou. Atendi na hora.

– Alô.

– Onde você está??

– Saindo do plantão.

– Vou passar aí.

– Por que?

– Porque eu quero te ver, vamos lá pra casa. – eu já estava sorrindo quando eu parei meio segundo e pensei.

– Não vou Ana Paula.

– Por que não?

– Onde você estava?

– To chegando aí, Gabi. – desligou o telefone sem me responder.

Idiota!

Ela chegou super rápido, mas também….quase duas da manhã!

– Oii…- ela já veio me beijando mas desviei.

– Você está bebada?

– Óbvio que não. – ela não tinha se afastado, eu que mantinha a distância quase grudada na porta.

– To sentindo o cheiro de álcool daqui, Ana Paula.

– Eu bebi mas não to bebada. – ela ficou me olhando.

– Onde você estava? – ela riu- Se você não me falar onde estava, eu vou sair do seu carro e vou pra minha casa. To falando sério!

– Estava num bar.

– Com quem? – ela riu mais uma vez.

– Desde quando eu te devo satisfações, Gabi? – não falei nada, apenas a olhei e ela revirou os olhos- Com umas amigas.

– E por que você não foi pra casa dormir ou levou uma das suas amigas pra casa? – falei debochada e puta já! Ela riu e se aproximou de mim de novo, beijando meu pescoço.

– Porque eu to aqui. – ela passava o rosto pelo meu pescoço me arrepiando- Agora será que a gente pode parar com esse interrogatório? Daqui a pouco vou achar que você está com ciúmes….- ela riu ao pé do meu ouvido e senti mais um arrepio e achei melhor parar mesmo antes que ela se tocasse do meu ciúmes. Ela me olhou e com a mão na minha nuca me beijou.

Pode ser idiota mas eu me sentia com borboletas no estômago enquanto ela me beijava. Ela se separou de mim e me sorriu, me deu um selinho e em seguida, a partida no carro enquanto eu a olhava com a cara de apaixonada. Aff!

Fomos pra casa dela e eu pedi pra tomar um banho. Estava me secando de frente pro espelho e me sentindo uma idiota por estar ali com ela, são quase três da manhã e era bem óbvio o que ela queria….eu também queria, mas não queria isso…. Mas quando é com ela, meus julgamentos são uma bosta, por isso coloquei a blusa larguinha que ela tinha me emprestado junto com seu short de lycra e saí do banheiro. Assim que saí ela largou o celular o deixando ao lado da cama e me sorriu.

– Estava só desligando meu despertador, antes que você queira fazer mais um interrogatório….- eu tinha sentado de lado pra ela na cama e não disse nada. Ela se aproximou de mim tocando meu rosto mantendo os olhos nos meus.

Aquela pegada dela na minha nuca me deixava mole…. Quando percebi já estava em cima dela que me abraçava pela cintura me impedindo de me afastar qualquer milímetro, como se eu quisesse…..

Levei os beijos ao pescoço dela enquanto minha mão entrava pela sua barriga e subia na direção dos seios dela que me surpreendeu tirando a própria blusa e a jogando no chão. Me puxou novamente pra continuarmos o beijo, eu me apoiava com as mãos na cama e conforme o beijo ficava cada vez mais urgente eu rebolava em cima dela e ouvia seus gemidos.

– Quero você gostosa! – ela se virou sobre mim quase me derrubando na cama e vindo por cima de mim.

A primeira coisa que ela fez foi tirar meu short expondo minha calcinha (eu sempre tinha uma calcinha extra na bolsa quando ía pro plantão porque nunca se sabe….). A boca dela foi direto na minha calcinha e eu afastei as pernas gemendo, ela começou a me chupar sobre o tecido, apertava os cabelos dela de tanto tesão. Ela foi subindo os beijos pela minha barriga até chegar nos meus seios, me puxou arrancando minha blusa e levou os lábios à eles, os chupando enquanto a mão foi direto pro meu sexo o estimulando. Eu já estava gritando agarrada aos cabelos da nuca dela. Ela subiu me beijando mas eu não tinha condições de a beijar do jeito que eu estava, senti ela descendo minha calcinha conforme a mão dela tocava meu sexo.

– Ahhhh….- ela me segurava pela nuca com a outra mão e nossas bocas rentes.

– Geme pra mim, Gabi…. Ai, que delícia….- ela metia os dedos dentro de mim e fazia barulho de tão molhada que eu estava!

– Me chupa….- pedi mole. Ela fez e eu gozei gritando o nome dela!

– Caralho, foi muito forte! Nem eu sabia que estava com tanto tesão assim….

Eu estava de olhos fechados ainda e ela passando as mãos pelo meu corpo, abri os olhos lentamente e ela me olhava.

– Estava com saudades de uma coisa….- ela falava enquanto bolinava meus seios.

– O que? – minha voz já saiu trêmula pelo arrepio que ela causava.

– Você rebolando no meu colo….- ela sugava meu pescoço enquanto falava- Vem? – me puxou me deixando de frente pra ela na cama.

– Eu quero você agora. – falei a puxando pela nuca e levando minha mão por entre os cabelos dela.

– E eu quero você sentada no meu colo. Vem….- ela apertou meu bumbum de um jeito tão possessivo que foi impossível não gemer- To doida pra sentir essa bundinha rebolando em cima de mim….- gemi mais alto ainda e ela mordeu meu pescoço.

Fiz o que ela pediu, tinha nem como negar né? Ela levou os beijos aos meus seios, os chupando e massageando, mordia o bico de vez em quando, me deixando num estado…. Ela desceu a mão pro meu sexo e sorriu, percebendo meu estado, com certeza.

– Vai me comer ou não? – perguntei e ela me deu um sorriso safado com o bico do meu seio preso entre os dentes dela.

Senti dois dedos dentro de mim e ela socava com vontade, eu gemia agarrada à ela que me puxava pelos cabelos mordendo e chupando meu pescoço. Eu estava ficando sem forças já!

– Quando você vai me deixar te comer com um vibrador hein? – ela falou e eu arfei, sem esperar por essa e pela puxada nos meus cabelos. Que mulher gostosa!- Vai deixar?

– Vou. – sussurrei dando tudo que ela quisesse e quem gemeu agora foi ela.

Eu já tinha feito porém não tinha gostado muito, mas com ela eu aceitava qualquer coisa….

– Goza agora então….- aumentou o ritmo apertando minha bunda com a outra mão. Rebolava em cima dela como ela pediu e ela me sorria mordendo os lábios.

– Vou gozar….- avisei.

– Goza! – ela mordeu meu pescoço e eu me agarrava à ela prendendo a unha em seu pescoço. Ela me deu um tapinha na bunda e eu gemi pela surpresa e porque estava quase gozando- Vai….- sussurrou no meu ouvido e eu amoleci entre seus braços.

Caí sobre ela sem força alguma!

Quando me acalmei, foi minha vez de a fazer gozar varias e varias vezes, não olhei no relógio mas devia ser quase de manhã quando fomos dormir.

Acordei sozinha, ela nem em casa estava mais! Fiquei puta, pensei em ligar, mandar mensagem, mas desisti! Bem feito pra mim! Burraaaa!

Umas semanas depois disso, era domingo e aniversário da tia Mari, mãe dela, sabia que ela estaria lá né…. Fui preparada.

– Sua irmã é ridícula! – falei tomando mais um gole da minha cerveja pra tentar me controlar.

– Por que?

– Porque nem maquiagem direito ela sabe usar pra disfarçar não?? – ele me olhou sem entender- Ela está com um chupão enorme, Santi!

– Ah, eu vi hahaha. – o olhei sério.

– Você sabe com quem ela estava?

– Óbvio que não né Gabi. Como eu vou saber? Hahaha. – ele se levantou.

– Onde você vai?

– Pegar mais salgadinhos, tá bom e to com fome.

– Traz pra mim! – gritei e ele nem olhou mas eu sabia que ele ía trazer.

Fiquei dali onde eu estava, mais próxima a varanda só a olhando de longe, ela conversava com o pai, os dois riam. Ela falou comigo só quando chegou e agora estava lá num canto e eu aqui a admirando e louca de vontade de ir lá e bater nela por causa daquele chupão idiota!

Na hora que sentamos na mesa pra almoçar, percebi ela me olhando e sorrindo, mas me mantive séria. Ela está pensando o que?? Bipolar, eu hein!

A vovó serviu a sobremesa e vi a Gih sentada num canto do sofá sozinha, então fui lá, sentei a abraçando e dei um beijo no rosto dela que me olhou tentando forçar um sorriso.

– Que foi pin? – ela só deu de ombros e abaixou a cabeça- Isso tudo é só por causa do Theus?

– Também….mas…- ela levantou a cabeça mas não me olhou, suspirou- sei lá, está tudo dando errado. Eu não consigo olhar mais pra Mari…. A Nina também, outro dia a gente ficou mas já não senti mais nada do que sentia antes disso tudo….

– Vou te falar a mesma coisa que eu falei com o Theus, da um tempo….. Acabou de acontecer….

– Você falou com ele?? – me perguntou surpresa.

– Saímos esses dias pra almoçar….- ela me olhou e então deu um sorriso triste, eu entendi exatamente o que era porque a gente varias vezes fazia isso só nós três- Vai passar meu amor….- a abracei de novo e ela deitou a cabeça no meu ombro.

Vi minhas mães nos olhando e sorrindo, sorri de volta.

– Posso te fazer uma pergunta? – ela fez que sim com a cabeça enquanto saía do meu abraço- Você não consegue encarar a Mari por causa do que aconteceu ou por outro motivo? – ela me olhou mas não falou nada, deu de ombros.

– A gente conversou….ela veio falar comigo….mas…

– Mas? – me olhou.

– Eu não posso, Bi. – vi os olhos dela lacrimejando. Ela abaixou a cabeça e falou: O Theus, ele nunca vai….- ela parou de falar só balançando a cabeça e voltei a abraçá-la.

– Você gosta dela? – sussurrei no abraço e ela só confirmou com a cabeça- Calma tá? Deixa as coisas se assentarem….- ela mais uma vez mexeu a cabeça e nos separarmos, fiz mais um carinho nos cabelos dela. Ouvi ela respirando fundo.

– Vou no banheiro.

– Não quer mais a torta? – ela tinha deixado quase tudo em cima da mesa na nossa frente.

– Não, pode comer se quiser….- nisso ela saiu. Óbvio que não ía comer, já tinha comido meu pedaço hahaah.

Quando levantei o olhar, senti a Ana Paula me olhando e sorrindo, me mantive séria e voltei lá pra varanda onde o Santi estava. Aff!

Antes de irmos embora, resolvi ir ao banheiro e quando to saindo….

– Vai fazer o que agora? – ela me segurou quando eu estava saindo, não respondi pela surpresa- A gente podia ir lá pra casa e….- a empurrei.

– Me solta!

– Que foi? – me olhou perdida.

– Ana Paula, eu não sei o que você está pensando mas eu não sou um brinquedinho sexual seu, não sou seu lanchinho da madrugada, ok??

– Do que você está falando, Gabi? – ela ria.

– Eu não vou ficar com você hoje! Você está com uma porra de um chupão enorme no pescoço. – ela se acusou pondo a mão sobre o chupão.

– O que tem a ver?

– Tem que eu não preciso disso!

– Não to te entendendo Gabi. Tá parecendo minha mulher até….

– To não. Eu já sei que você quer só sexo mas pode ao menos ter o mínimo de consideração né?! Não vou ficar com você no mesmo dia que você comeu sei lá quantas! Quer transar comigo? Me paga um jantar ao menos, deixa de ser idiota! – saí de lá a deixando com cara de tacho! Ah me poupe né!

Fui embora sozinha, era domingo e amanhã eu acordaria cedo, dormi em paz.

No dia seguinte à noite ela me ligou, não atendi, ainda estava irritada com ela e se ela quisesse, ligasse de novo. Não ligou, então não fui atrás também.

Mais um dia de plantão e estava saindo pra almoçar, o pessoal já tinha ído mas me enrolei com a papelada de uns pacientes e só estava saindo agora, o elevador não chegava e eu já estava irritada ali, então resolvi ir de escada. Estava com tanta pressa que nem prestei atenção se tinha alguém ali, só quando puxaram meu braço.

– O que….- parei de falar ao sentir meu corpo ser espremido contra a parede, reconheci aquele cheiro. Tentei sair mas ela me prendeu- Me solta! – pedi irritada com a palhaçada.

– Por que você não me atendeu ontem? – ela também estava puta, aparentemente….

– Vai a merda! Me solta!! – mais uma vez ela tentei sair mas ela prendeu minhas duas mãos acima da minha cabeça.

– Fala direito comigo! Eu te liguei ontem, queria te ver!

– Por que? Cadê suas amiguinhas? Estão de deixando na mão?? – eu estava revoltada!! Sentia meu rosto quente, devia estar vermelha de raiva!

– Deu. Mas eu quero você agora.

– Mas eu não. Me solta! – tentei me virar mas ela tinha me prendido ali.

– Não vou soltar, agora fica quieta! – ela desceu uma das mãos pro meu vestido, era soltinho, porque justo hoje eu vim de vestido?? Ela estava me arrepiando…. Eu estava puta mas ela estava me excitando do jeito que ela estava me segurando….

– Para Ana Paula! Me solta!! – falei pra tentar manter a dignidade né? Mas ela nem deu assunto e continuou subindo meu vestido e apertando minha coxa. Tentava controlar os gemidos- Alguém vai chegar, para!

– Eu quero você. – ela sussurrou contra o meu ouvido e me arrepiei toda, senti a pegada no meu cabelo. Mas ainda tentava resistir porque eu estava puta, senti uma das mãos dela descendo e apertando minha bunda, gemi contra a parede sem conseguir me segurar- Isso…. Que saudade da sua bundinha, pirralha.

– Você não presta, Ana Paula!

Nem eu…. Merda.

Ela levou as duas mãos aos meus seios por cima do vestido e grudou nossos corpos. Nós duas gemendo com o roçar dos corpos, ela afastou meus cabelos do pescoço e passou a sugá-lo enquanto massageava meus seios.

Porra, que delícia!

– Da pra mim….- pediu descendo a mão pelo meu corpo.

– Pede pra aquelas vagabundas que você pega! – consegui segurar as mãos dela a empurrando e me virei, mas ela se recuperou rapidamente me imprensando contra a parede- Me solta! – tentava fugir da boca dela.

– Para de doce Gabriela. Eu sei que você quer! – a olhei pronta pra dar mais um fora nela mas ela foi mais rápida e me beijou segurando meus cabelos, grudou nossos corpos e desceu a mão pra minha coxa subindo o vestido até deixar a calcinha exposta.

– Para. Se alguém chegar….- falei entre o beijo pois apesar de estar excitada ainda tinha noção da realidade.

– Faço você gozar antes de alguém chegar. – ela deu aquele sorriso safado e eu quis bater nela! Que ódio!

– Eu te odeio, sabia?

– É? – ainda tinha o mesmo sorriso, nossas testas coladas e o dedo dela puxou a lateral da minha calcinha fazendo seu dedo encostar no meu sexo molhado. Perdi toda a noção e discernimento, gemi alto.

– Caralho Ana Paula!

– Ahh….essa é a minha menina….molhadinha….

Voltamos a nos beijar roçando nossos corpos e a puxava pelos cabelos, me contorcendo quase agarrada à ela, ela tinha me deixado louca de tesão.

– Quer que eu vire? – sussurrei no ouvido dela que gemeu ao ouvir. Que delícia de gemido….

– Quero. – me olhou ao responder.

Fiz o que ela pediu, com uma mão ela afastou meu jaleco e com a outra subiu meu vestido fazendo um nó e o segurou. Uma das mãos foi pro meu sexo na frente após afastar minha calcinha pro lado, eu estava encharcada.

– Rebola gostosinho vai, do jeito que você sabe fazer….- gemi espalmando as mãos na parede. Meu Deus! Eu daria tudo que ela quisesse!

Estava amando aquilo…. Pelo perigo, pela pegada dela me dando tesão….porque a gente estava na escada do hospital e isso era uma fantasia e tanto…. Tudo!

Quando senti ela desabotoando a própria calça e rebolando contra minha bunda, mordi o lábio tentando conter o gemido mais alto, arranhei a parede….

– Vou gozar com você…- ela falou chupando a pontinha da minha orelha.

– Goza.

Senti meu pescoço ser atacado, ela gemia no meu ouvido, gozamos juntas assim e minha perna estava mole!

Por sorte ninguém passou ali pois não sei se a gente veria no meio daquele furacão todo! Quando ela se desgrudou de mim fechando a calça, deixei o vestido cair e nesse momento escutamos um barulho e eu entrei em pânico! Rapidamente a puxei a abraçando e escondendo meu rosto no pescoço dela pra que ninguém me visse né! Imagina a cena…. As pessoas passaram dando um risinho mas não me identificaram, eu acho, quando elas passaram, a empurrei! Já estava puta de novo! Mas muito mais comigo por deixar do que com ela.

– Idiota! Falei pra não fazer isso aqui.

– Você quis. – ela falou com um sorriso e ainda me roubou um selinho.

– Vai embora, vai. Eu preciso trabalhar.

– Ok, já to indo. Vê se não me ignora mais. – revirei os olhos pra não mandar ela a merda!- Tchau pirralha. – mais um beijo só que agora na bochecha, aí sim, ela foi.

Respirei fundo tentando me acalmar ali, que porra é essa que eu sinto com ela, que não consigo dizer não?? Merda!

Quando deu, desci correndo, pelas escadas mesmo, o Fê e as meninas devem estar loucos me esperando.

– Demorou Gabi! – Letícia.

– Desculpa gente. Me atrasei lá, já pediram? – falei já sentando pra evitar as perguntas.

– Já, mas escolhe aí. – o Fê me entregou o cardápio e estava olhando quando ouço a voz da Mila.

– Você está bem, Bella?

– To, por quê? – levantei os olhos do cardápio a olhando.

– Sei lá, parece meio tensa, nervosa….

– To bem, é só que eu vim correndo….- sorri pra ela que pareceu acreditar. Fiz meu pedido e comecei a prestar atenção na conversa deles.

Quando voltávamos pro hospital, a Mila segurou meu braço disfarçadamente e falou:

– Eu quero conversar com você.

– Agora? – a olhei surpresa. A gente tinha que trabalhar né?

– É rápido, vamos ali comigo. A gente fala que vai comprar uns chocolates ali. – ela apontou pra uma doceria que tinha ali perto e que às vezes íamos.

– Ok. – falei me dando por vencida.

Ela falou pra eles que óbvio que sacaram tudo né…. Fiquei na minha e ela me puxou mas óbvio que não fomos pra lá.

– Vem cá. – me puxou assim que eles saíram.

– A gente só não pode demorar muito….

– Eu sei, relaxa. – a gente parou numa esquina e ela me olhava.

– Então? – perguntei agoniada com o silêncio.

– A gente tem que conversar né…. O que aconteceu no Natal e…- abaixei a cabeça e ela parou- Eu sei que pra você não significou nada mas eu só queria que….- a interrompi.

– Não é assim, óbvio que significou…- toquei no rosto dela- Mas…- ela deu um sorriso triste e então falou:

– Mas somos só amigas, né? – fiz que sim com a cabeça e ela abaixou o olhar- Ok, já imaginava….- me olhou agora- Mas eu queria que você soubesse que eu amei e foi a melhor noite da minha vida….- sorri e vi o olhar dela ficando marejado- Eu te amo. – ela me abraçou e sussurrou: E vou estar aqui sempre pra você, te esperando….

– Não faz isso com você, Mila…- a olhei ao falar fazendo carinho no rosto dela- Você é uma garota incrível, merece mais que isso….

– Eu vou te esperar Bella, eu sei que com o tempo você vai perceber….

– Perceber o que?

– Que eu posso te fazer feliz. – ela sorriu de um jeito fofo. Sorri de volta, não adiantava falar nada, ela tinha essa certeza pra ela mas eu sabia que meu coração é e sempre foi da idiota da Ana Paula, mas eu não precisava falar isso pra ela né? Não tinha porquê….

– Vamos voltar? – foi o que falei.

Passamos na doceria, compramos uns chocolates pros dois e voltamos pro hospital, de mãos dadas…. Assim que entramos no vestiário a Letícia ainda estava lá, primeira coisa que ela percebeu foram nossas mãos dadas porque ela nem disfarçou o olhar.

– Trouxemos pra vocês. – a Camila entregou o saquinho com um monte de chocolates toda feliz- Cadê o Fê?

– Já foi. – a respondeu meio seca e então me olhou, desviei o olhar e ela pegou um e saiu sem dar muito assunto. Suspirei.

Que confusão eu estava fazendo viu….



Notas:



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2 Respostas para Capítulo 24: Gabi POV

  1. Tô puta com a gabi,ela não se valoriza a anna Paula faz gato e sapato dela pisa no sentimento só aparece quando quer transar com a gabi.A gabi é muito otaria ela faz isso com ela porque ela sabe que a gabi vai ceder.Quando vou ler que a gabi se valorizou e deu um rapa fora na sem noção da Ana Paula????

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