It´s a love story, baby, just say yes

Capítulo 28: Giovanna POV

 

Estava rolando um campeonato entre as turmas do colégio mesmo de handebol, não sei onde estava com a cabeça quando resolvi participar disso! Provavelmente frustrada com a Mari, triste com o Matheus ou mesmo irritada com o rumo que a minha vida estava tomando….enfim, eu me inscrevi. Não que eu fosse péssima, não era, eu até gostava mas agora que eu estava aqui na quadra morta, eu preferia estar em casa com o meu violão….. Mas né. Pior que a quadra estava cheia, outras turmas vendo o jogo no ginásio e eu não podia simplesmente pedir pra sair. Nossa equipe estava na frente por um gol e o jogo estava acabando, mas me distrai por um segundo e tomei uma bolada daquelas fortes bem no meio do estômago, senti uma falta de ar na hora e me curvei, comecei a sentir muita dificuldade de respirar, ouvi uma gritaria e a próxima coisa que lembro foi eu caída no chão e algumas pessoas em volta, vi tudo preto, mas me forçava a olhar em volta, eu vi o Theus ao meu lado gritando pra chamarem ajuda, algumas pessoas do outro time, a Alice em pé, eu só não via a Mari, cadê ela?

Apaguei.

Acordei sei lá quanto tempo depois já na enfermaria da escola, abri os olhos devagar e vi a enfermeira ali.

– Como você está se sentindo? Tá voltando a cor….

– To melhor…. Achei que nunca mais ía conseguir respirar de novo….- tentei dar um sorriso pra ela.

– Tá quase boa já…. Seu irmão estava aqui até agora à pouco, mas falei pra ele que qualquer coisa o avisava. Você estava dormindo ainda… Ele disse que volta depois.

– Tá bom.

– Já avisei suas mães também, já estão vindo.

– Obrigada. – ela meneou a cabeça e estava se afastando mas voltou.

– Quer que chame alguém pra ficar aqui com você?

– Não precisa.

– Tem certeza? Tá cheio de amigos seus aí fora…

– Tá? – ela sorriu e fez que sim- A Mari está aí?

– Mariana Perroni? – concordei com a cabeça.

– Tá. Quer que a chame?

– Só se meu irmão não tiver lá fora….- ela sorriu.

– Pode deixar que eu sei ser discreta…- piscou pra mim.

– Obrigada. – ela saiu e eu fechei os olhos relaxando, queria muito ver a Mari….

Um tempo depois senti um toque na minha mão e ao abrir os olhos a vi ali, sorri pra ela.

– Como você está?

– Melhor agora….

– Que bom…. A enfermeira disse que ligou pras suas mães, devem estar vindo aí….

– Ela me disse. – sorri e respirei fundo me ajeitando na cama.

– Que foi?? Tá com dor? – ela ficou toda desesperada e achei bonitinho.

– Não, to bem. – sorri pra ela- O que aconteceu? Foi só a bolada?

– Você não lembra? – ela sentou na pontinha da cama.

– Lembro de estar jogando e depois de ficar sem ar….

– Foi uma bolada, você caiu. O Theus entrou desesperado porque o idiota do professor não parou o jogo. Ele saiu correndo….- sorri.

– A gente ganhou pelo menos?

– Pararam o jogo. Vão continuar amanhã.

– Melhor assim, da pra jogar ainda.

– Tá doida?? Você não está bem ainda….

– To sim. Pronta pra outra.

– Nem brinca. – eu sorri pra carinha dela de preocupação- Ficou todo mundo nervoso quando vimos você caída no chão. O Theus saiu correndo chegando na minha frente mas eu corri também até você. – sorri achando fofo e ela sorriu de volta.

– Obrigada. – senti uma mecha cair no meu rosto que ela ajeitou e só de sentir o toque, eu fechei os olhos. Quando abri, ela me olhava tão intensamente quanto eu.

– Você ficou com a boca roxinha….- ela tocou com a ponta do polegar no meu lábio inferior e senti meu coração disparar- Não faz mais isso…- ela deu um beijo na minha testa e quando voltou a me olhar, não contive o sorriso.

– Eu achei que nunca mais ía conseguir respirar de novo….

– Nem brinca com isso!

– Por isso que eu te chamei aqui….

– Por que?

– Porque eu senti a pior sensação do mundo, tentar respirar e não conseguia, eu achei que ía morrer! Eu via o Theus mas não te via, te procurei, não sabia que você estava ali do meu lado.

– Estava….- ela fez carinho no meu rosto.

– Eu queria te ver, nem que fosse pela última vez….

– Não fala isso…- ela continuava com a mão no meu rosto fazendo carinho, fechei os olhos e senti a respiração dela próxima à minha- Eu nunca ía deixar isso acontecer….- sorri pra ela e ao abrir os olhos levei a mão ao braço dela fazendo carinho também.

– Eu sei que eu to fazendo muita besteira Mari….

– Shh, não vamos falar disso agora. – ela pôs o dedo sobre meus lábios mas insisti.

– Eu quero falar. Me desculpa por tudo?

– Tá tudo bem, Gih…- me sorriu fazendo carinho no meu queixo.

– Eu sinto muito a sua falta….- ela fechou os olhos suspirando, com o carinho dela na minha nuca eu também fechei.

– Eu também sinto….- estava de olhos fechados mas senti nossos lábios se roçando. Sem me controlar mais, puxei ela pela nuca a beijando mas era tanta saudades dela que logo o beijo ficou urgente e eu sem ar.

– Espera. – me afastei um pouco respirando fundo- Calma….- eu fiquei sem ar de verdade.

– Desculpa, você está mal ainda né…. Desculpa. – ela se afastou um pouco sentando na maca, mas peguei na mão dela.

– Fica…- ela sorriu pra mim mas a porta foi aberta, ou melhor, escancarada. Minhas mães entraram e a Mari se afastou se levantando.

– Filha, o que houve??? – minha mãe Dulce veio me abraçando quase me sufocando de novo.

– Calma mãe, eu to bem.

– Tá bem mesmo?? O que aconteceu?? – mamãe fazia carinho no meu cabelo enquanto eu tentava respirar. A Mari quem explicou e logo a enfermeira apareceu.

A enfermeira me liberou logo depois e após explicar cem mil vezes pras minhas mães que eu estava bem. Fomos pra casa e mais tarde a Gabi apareceu lá fazendo um interrogatório, parecia até que eu tinha passado por uma operação no cérebro, Jesus! Foi só uma bolada hahah. Quem eu não vi foi o Theus.

A Gabi ficou pra jantar com a gente, na verdade pedimos uma pizza rs, nessa hora Theus desceu e comeu com a gente, não estava me dando foras como sempre mas também mal falou alguma coisa. Quando acabamos a Gabi foi embora e vi ele subindo logo em seguida, falei que ía subir também e minhas mães perguntaram mil vezes se eu estava bem, disse que sim, mas elas disseram que depois iriam lá me ver, e provavelmente íam mesmo…. Resolvi ir lá falar com meu irmão.

– Entra! – ouvi a voz dele e abri a porta devagar, ele me olhou meio surpresa e sentou na cama.

– Oi, posso falar com você?

– Fala. – ele desviou o olhar e aproveitei pra entrar mais no quarto, até próximo a cama dele.

– Queria te agradecer por hoje….me falaram que você ajudou, foi um dos primeiros a chegar e….- ele me cortou.

– Sem problemas, fiz nada demais.

– Mesmo assim, queria te agradecer…

– Ok. De nada. – ele falou me olhando mas logo desviou- Que bom que você está bem….- sorri e ía falar algo a mais mas ele logo me cortou- To com sono Gih. Quer algo a mais?

– Não, só queria te agradecer mesmo. – desisti de falar depois do corte que ele me deu porque era óbvio que ele não ía dormir.

– Boa noite então…

– Boa noite, Theus….- saí do quarto dele né e fui pro meu.

Tomei um banho, troquei de roupa e já estava deitada na cama vendo uma das minhas séries quando ouço baterem na porta, mandei entrar e vi minha mãe Anahi atrás da porta.

– Oi filha, já vai dormir?

– Daqui a pouco. Pode entrar mamãe. – ela sorriu e veio até minha cama.

– Como você está se sentindo?

– Eu to bem, mamãe. Não precisa se preocupar….- ela deu um sorriso antes de falar.

– Eu sou sua mãe, eu vivo pra isso, pra me preocupar com você. – acabei sorrindo e ela deitou ao meu lado na cama deitando a cabeça no meu ombro.

– A Gabi já mandou mensagem perguntando se eu estava sentindo algo. Vocês são exageradas. – a olhei ao falar e ela riu.

– A gente se preocupa com você. A sua irmã falou que pode ser….- a interrompi porque já sabia.

– Mamãe, foi só uma bolada!

– Ok, não falo mais, mas vou ficar aqui até você dormir, tá bom?

– Tá. – dei um beijo no topo da cabeça dela que me abraçou- Cadê a mãe?

– Estava tomando banho…

– Ok. – a gente ficou ali vendo televisão, minha mãe logo chegou fazendo as mesmas perguntas e só saíram quando eu disse que estava com sono.

Ai, ai, parece até que eu estava entre a vida e a morte hahah.

No dia seguinte eu já estava ótima! Fui pro ensaio à tarde e tivemos uma ótima notícia, tinham nos convidado pra tocar numa festa, estávamos super empolgados e começamos a ensaiar pensando só nisso, afinal a festa seria no sábado e hoje já era terça. Ainda bem que minhas mães agora já estão mais acostumadas e não é mais aquele perrengue pra elas deixarem, elas deixaram de boa e até disseram que dessa vez não iriam pra me deixar mais à vontade…. Com tudo isso do ensaio eu até me distrai do fato de ter beijado a Mari, não que eu não lembrasse, mas como estava com a cabeça ocupada não ficava pensando nisso toda hora, mas toda noite antes de dormir, era a imagem dela e do beijo que me vinham a cabeça, eu ainda não conseguia ficar com ela por causa do meu irmão, mas desde o que aconteceu eu venho sentindo uma vontade maior ainda de ficar com ela, talvez pela sensação que eu senti como se tivesse perdido ela….eu não sei. Eu só sei que eu queria ficar perto, ver ela, estar com ela…..eu meio que estava deixando a situação com o Theus um pouco de escanteio essa semana, por isso, na sexta, tomei coragem e fui falar com ela.

– Oi…

– Oi. – ela me olhou mas logo voltou a desviar e guardar as coisas dela.

– Você vai amanhã né? – ela me olhou confusa- No show.

– Não sei.

– Por que?

– Porque devo ter que sair com a minha mãe e….- interrompi ela porque sabia que era enrolação.

– À noite? – ela me olhou mas logo desviou.

– Não sei ainda, vou ver ok? – ela tentou sair mas parei na frente dela.

– Mari, por favor? – ela me olhou e cruzou os braços- Me diz porque você não quer ir, ao menos.

– Não disse que não quero. – só a olhei porque eu sabia que tudo aquilo eram desculpas- Giovanna, por mais que eu goste de te ver cantar ou de sair com você, não sou sadomasoquista, ok? Quer que eu vá pra que? Pra ficar vendo você e essa Nina aí aos beijos? – acabei rindo e ela me olhava séria.

– Claro que não. Eu não vou ficar com a Nina, eu nem fico mais com ela direito.

– Por que não?

– Porque eu não quero, eu quero que você vá. – ela me olhou- O que eu te falei aquele dia na enfermaria era verdade, eu sei que to fazendo muita besteira mas eu to tentando consertar e eu quero muito mesmo que você vá….

– Por que?

– Porque eu gosto de te ver. – falei e sorri- Vai? – ela respirou fundo.

– Ok, vou pensar. – a olhei ainda insatisfeita com a resposta- Ok, eu vou. – ela bufou se dando por vencida e eu sorri feliz.

Na sexta à tarde, após a escola, pedi pra Alice ir comigo no shopping pra comprar uma roupa, queria estar perfeita nesse show!

– Giovanna! Por favor, escolhe logo uma roupa. – ela sentou num dos banquinhos do shopping já exausta hahah. A gente já estava há mais de duas horas rodando mas nada me parecia suficiente….- É só um show! Por Deus….

– Mas eu não gostei de nada….- sentei ao lado dela.

– Gih, as roupas ficaram perfeitas em você! Eu amei aqueles dois vestidos e aquela calça.

– Não quero usar vestido.

– Então compra aquela calça preta, eu amei! Ou então usa o que você tem, você tem milhões de roupas, amiga. – ela me olhou mas eu mordi o lábio indecisa- Não to entendendo por que isso tudo só pelo show? – a olhei- Tá se vestindo pra alguém? Pra Nina? – ela riu.

– Que Nina, Alice! Não viaja….

– Pra quem então?

– Pra ninguém ué. Só quero estar bem no show….- desviei o olhar ao falar.

– Pra Mari? – a olhei meio nervosa e ela sorriu.

– Não viaja!

– Aposto que ela vai gostar até se você aparecer de calcinha e sutiã, quer dizer melhor não hahahahaha. – acabei rindo junto com ela- Aliás, quando é que vocês vão….você sabe.

– Não surta, Alice! Eu não to me vestindo pra Mari e nem nada disso vai acontecer.

– Por que não?! Já quase rolou, aliás rolou né…

– Eu não sei porque aquilo aconteceu…- abaixei a cabeça ao falar.

– Porque vocês queriam e ainda querem. – a olhei- Gih, o Theus está de boa já….

– Quem disse?? – a olhei.

– Eu vi o desespero dele no dia que você tomou a bolada, ele estava muito preocupado, me pediu pra ficar dando notícias pra ele porque ele não quer dar o braço a torcer.

– Você?

– Sim, eu fiquei com ele lá dentro até a enfermeira aparecer. Ele estava desesperado!

– Não sabia….

– Pois é, ele estava. Não vou te dizer que ele esqueceu ou que não goste mais da Mari, eu não sei, talvez ainda goste mas acho que ele está começando a ver as coisas….

– Que coisas?

– Que ela não amava ele e que nunca daria certo, com ou sem você….

– A gente se beijou aquele dia da enfermaria….- ela apenas sorriu.

– Eu acho que vocês deviam conversar….

– Não tenho coragem, Alice….- abaixei a cabeça, porque eu não tinha mesmo.

Ela se levantou me puxando pela mão.

– Vem, vamos escolher uma roupa foda pra deixar a Mari babando. E depois vamos numa loja de lingerie também.

– Para com isso. Tem nada de lingerie.

– Gih, a gente nunca sabe como a noite vai terminar….. Temos que nos preparar. – ela me abraçou ao falar e eu ri dela.

– Você vai comprar também? – ela só me olhou e riu- Aliás, você vai acompanhada no show?

– Não.

– Por que não? – a olhei surpresa.

– Porque não tem ninguém interessante pra levar….

– Sei….- acabei rindo dela que fingiu que não era com ela.

Fomos atrás da minha roupa. Acabei comprando a tal calça preta que ela falou, era de couro, pretendia usar com uma blusa branca que eu tinha com uns detalhes em preto, ela era caída em um dos ombros por isso a ideia da lingerie nem foi ruim, porque o sutiã iria aparecer uma das alças, comprei um preto de renda. A blusa eu ía amarrar ela na cintura deixando a barriga de fora, mas isso só depois de sair de casa hahaha. Confesso que o tempo todo que eu estava naquela loja de lingerie só vinha a Mari na minha cabeça, aquilo me deixou nervosa mas eu levei. Quando cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi guardar essa lingerie, ficaria guardará até eu poder usar….

No sábado de manhã eu fui a praia mas voltei logo, depois fui à tarde pro salão com a minha mãe Anahi e passamos a tarde lá, queria cortar as pontas do meu cabelo e fiz escova, além de depilação e unha, saímos de lá quase cinco da tarde e fomos comer.

– Que foi? – perguntei ao ver ela olhando com uma cara estranha pro celular.

– Sua mãe, ligou quatro vezes. Não ouvi.

– Será que aconteceu algo? – perguntei mas ela não me respondeu pois já estava com o celular no ouvido.

– Estamos comendo. – ouvi ela respondendo- Mas eu te avisei amor….mas demora mesmo. Eu sei, eu sei….- ela me olhava e ria- Daqui a pouco estamos aí…. Tá bom. Eu também… Eu te amo, Dul. Tchau…

– Que foi? – ela ainda ria.

– Sei lá, entendi nada. Ela disse que sumimos e ela ficou preocupada….

– Mas não sumimos, estávamos no salão….

– Foi o que eu disse….- ela sorriu- Sua mãe não tem paciência pra isso e aí acha que não tem que demorar tanto….

– Hahahaha. Eu acho revigorante!

– Eu também filha, eu também….. Estava precisando disso! – sorri, eu também- E aí? Nervosa pra mais tarde?

– To. – assumi e ela sorriu- Nunca passa?

– Com o tempo você aprende a controlar, mas quando passar você vai perder a vontade de subir no palco também…

– Você perdeu, mamãe? – ela sorriu antes de responder.

– Não.

– Por que parou a sua carreira então?

– Porque eu fiz uma escolha. Eu preferi ficar com a minha família….

– Mas não podia fazer os dois?

– Você e seu irmão eram muito pequenos e por mais que tivéssemos gente pra nos ajudar, não achei justo deixar sua mãe sozinha com vocês. Fora que teve a adaptação com a Gabi que a gente não sabia como seria, era uma caixinha de surpresas….

– Então você abdicou por nossa culpa?

– Culpa não. Eu escolhi ficar com vocês e com a sua mãe em tempo integral e não me arrependo nem um pouco! Faria tudo de novo se fosse preciso…. Essa vida é muito louca filha, e eu e sua mãe trabalhamos muito já, fizemos muitoooo show, satisfiz minha vontade! E ficar com vocês foi a melhor escolha que eu fiz….- ela sorriu pra mim, sorri de volta.

– A mãe também quis parar?

– Sim. Antes dela engravidar de vc ela já tinha dito que não queira mais, queria ficar com você.

– Me sinto até culpada quando você fala assim….

– Para de bobeira, meu amor! Parar de cantar pra ficar com você, com vocês não é sacrifício nenhum até porque nenhum show, aplauso ou dinheiro no mundo é mais importante do que ver um sorriso de vocês. Imagina se eu ía perder minha princesa me chamando de “mamãe” pela primeira vez pra estar em cima de um palco? Claro que não! Quando você for mãe, vai entender, nada é mais importante no mundo do que vocês três….- sorri pra ela depois dessa. É, ela deve ter razão….

– Sabia que vocês são as melhores mães do mundo? – me levantei indo até ela e dando um abraço- Eu te amo.

– Também amo você, minha princesa linda. – ela me deu varios beijos no rosto e na cabeça.

– Agora é melhor a gente ir né, antes que a mãe tenha um treco? – nós duas rimos.

– Vamos. – a gente já tinha pago, então era só levantar.

– Sabe o que eu acho? Ela deve é estar achando que você está dando rolé no shopping hahaha. – minha mãe riu e me abraçou enquanto andávamos.

– Duvido nada….hahaha. Ainda bem que você está aqui pra me defender….

– Hahahah. A mãe é doida, apesar que tem umas mulheres atiradas mesmo naquele salão….

– Giovanna, você também não né? – eu ri.

– Só to falando que tem, eu vejo…. Mas a mãe não tem porque ter ciúmes. Você ama ela. – minha mãe sorriu.

Chegamos em casa e ela estava de cara brava hahaah. Deixei elas lá conversando e fui pro quarto tomar um banho e mais tarde comecei a me arrumar.

Quando eu desci já pronta, as duas estavam na sala, me esperando provavelmente rs.

– Uau, está linda filha!

– Obrigada mãe.

– Tá mesmo! – mamãe Anahi veio até mim ajeitando meu cabelo- Cuidado tá meu amor? E não chega muito tarde, ok?

– Tá bom mamãe. Prometo.

– Quer que a gente te leve?

– Não precisa. O Lucas vai passar aqui junto com a Nina, já devem até estar chegando….

– Você vai voltar com eles também? – mãe.

– Não sei mãe, não sei a hora que eles voltam. Mas qualquer coisa eu pego um táxi…. Não se preocupem, qualquer coisa a Gabi me traz, tá bom?

– Tá ok então. – mamãe acalmou um pouco quando falei da minha irmã.

– Cadê o Theus?

– Tomando banho. – minha mãe Dulce respondeu.

– Ele vai sair?

– Ué…- ela olhou pra mamãe Anahi- Não vai? – depois me olhou- Pro show ué.

– Ele vai?? – me surpreendi porque não sabia.

– Vai. – as duas falaram e eu sorri. Ouvi uma buzina.

– São eles. Eu já vou então….

– Tá bom. Bom show minha filha e cuidado tá? – minha mãe Dulce me abraçou ao falar.

– Eu sei, mãe. Relaxa. – ela me deu um beijo no rosto.

– Se cuida meu amor. – mamãe me abraçou- E manda notícias pra gente…

– Tá bom. Mas fiquem tranquilas, dará tudo certo…. Podem dormir, não precisa ficar me esperando. – elas riram.

– Tá bom. Agora vai pra você não se atrasar….- mamãe falou e eu dei um último beijo nelas antes de ir.

Chegamos um pouco mais cedo lá, como sempre fazíamos pra arrumar tudo, o lugar estava até meio vazio ainda. Arrumamos tudo e aí fui ali pra trás pra dar aquela última arrumada, quando eu saí algumas pessoas já estavam chegando. Vi a Alice e a Gabi chegando com a Ana Paula e o santo com a menina que ele ía trazer, fui lá falar com eles mas nada do meu irmão ou da Mari…. Peguei meu violão pra mais uma vez checar se estava tudo certo e quando volto a olhar pra frente, vejo a Mari sentada ao lado da Mel, Léo e a Amanda, na mesma mesa com a Alice. Ela não tinha me visto porque ela estava de costas se levantando, talvez pra ir ao banheiro, não sei….só sei que eu não consegui desviar o olhar dela que estava de vestido preto colado ao corpo e um colar vermelho que contrastava com a jaqueta curta de couro preto que ela usava, resumindo ela estava maravilhosa e eu babando enquanto ela se afastava do palco rebolando. Quando não a vi mais, olhei pro lado e a Mel me olhava sorrindo, dei um sorriso de leve porque ela tinha me pego no flagra e fui lá falar com ela e com o Léo, fiquei ali enrolando até a Mari voltar.

– Oi amiga, voltou….- a Mel falou e foi aí que me virei e a vi parada atrás de mim. Agora além de babar nela, eu senti o perfume maravilhoso e que era inconfundível, pois ela sempre usava o mesmo.

– Oi Mari. – sorri pra ela.

– Oi…- eu que tomei a iniciativa dando dois beijos em seu rosto, senti um arrepio ao sentir o cheiro dela tão perto assim….- Você está linda….- sussurrei pra só ela ouvir e percebi ela meio tremendo.

– Obrigada. – apenas sorri- Você também. – eu estava ali viajando nela quando percebo as luzes diminuindo.

– Melhor eu ir lá….- apontei pro palco e ela só concordou com a cabeça, então me virei pros outros na mesa- Até daqui a pouco gente….- eles responderam e eu subi no palco.

Respirei fundo pra me recompor e enquanto ouvia o promoter da festa falando algumas coisas, fui ali pra trás me concentrar.

– Tá gata hein….- a Nina sussurrou pra mim enquanto ela afinava a guitarra dela, a olhei e ri- É tudo pra mim?

– Deixa de ser besta, Nina. – nós duas rimos.

– Eu sei que não é hahaah. Ela gostou?

– Para Nina. – ri meio envergonhada e ela me zoando- E a Carol? – era uma menina da banda que estava tocando com a gente a pouco tempo.

A Nina riu.

– Ela é uma ótima baterista….

– Aff. – ela deu uma gargalhada.

– Estou tentando, mas….

– Insiste. – falei e nós duas rimos- Não é estranho? – a olhei quando paramos de rir.

– O que?

– Falar disso assim, abertamente com você?

– Não ué. Por que? Nós somos amigas não é?

– Sim, somos. – sorri pra ela e percebi a Carol olhando- Ela está olhando pra cá….- ela apenas sorriu- Bom, então você não liga se eu ficar meio afastada de você no show de hoje? – ela riu antes de responder.

– Não. – sorri de volta- Mas só se você me disser que vai parar de história e ficar com ela hoje? Até porque ela está muito gata hoje, com todo respeito, é claro! – apenas a olhei e sorri lembrando da vontade que eu tive de beijar ela assim que a vi. A Nina também ria…. Desviei o olhar por um minuto e vi meu irmão entrando, nem acreditei!- Onde você vai??

– Peraí!

– O show vai começar, Giovanna…

– Já venho, meu irmão chegou.

– Seu irmão?? – nem a respondi porque já tinha descido do palco indo até ele que chegava junto com o Dani.

– Oi, que bom que vocês vieram….- falei os olhando.

– Não vim por causa de você. – ele falou acabando com a minha graça e saiu.

– Releva Gih….pelo menos ele veio né? Vai lá e arrasa. – Dani falou me dando um beijo no rosto, sorri de volta pra ele que foi até onde estavam todos.

Fui pro palco né….

Estavam todos os meus amigos ali na frente, a Gabi numa mesa mais atrás com a Ana Paula e o Santi, confesso que tive que me controlar pra não olhar só pra Mari, me forçava a olhar pros outros e também me mantive o mais afastada possível da Nina, eu não queria que nada estragasse aquela noite, desde o dia da enfermaria estava muito difícil controlar a vontade dela. No meio do show, vejo a Mel se levantando e uns minutos depois ela me aparece com a Duda, a nossa ex professora, tomei um choque mas me controlei pra não sair na voz. Elas sentaram na mesa junto com todos.

Tocamos uma meia-hora e fizemos um intervalo, fui lá na mesa e por mais que eu tentasse estava difícil agir normalmente com a minha professora ali.

– Oi Giovanna, você canta muito bem, parabéns. – ela quem falou, deve ter visto a minha cara de perdida.

– Obrigada profes….Duda. – mudei assim que vi a cara da Mel pra mim.

Olhei e não vi meu irmão, vi a Mari encostada no bar junto com o Rick e um dos meninos da banda, resolvi ir lá.

– Oi gente….

– Oi Gih, estava falando aqui com ele, muito irado o som de vocês! – o Rick começou a falar e eu deixei de prestar atenção e foquei nela, só que ela olhava pro lado.

Só desviei quando o Lucas falou que ía ao banheiro, logo depois o Rick falou que também ía, nos deixando lá. Me aproximei apoiando o braço no bar e a olhei.

– Tudo bem, Mari?

– Aham, claro. – ela me sorriu- Parabéns pelo show.

– Obrigada, mas por que você está aqui sozinha?

– Nada não, vou voltar pra lá. – ela saiu me deixando sozinha lá, não entendi bem mas a cara dela estava estranha. Mas de qualquer forma, eu logo tive que voltar pra lá, recomeçaríamos o show.

Após o show eu desci e a primeira que me parou foi a minha irmã, procurei pelo Theus mas não vi, só quando a Gabi me mostrou, mas não fui lá, achei melhor não forçar, até porque, como o Dani disse, ele foi né…. E ele já não estava indo após tudo que aconteceu… Depois disso fui falar com meus amigos mas logo o pessoal da banda me puxou pra gente comemorar e tal, o Lucas pagou uma rodada pra todo mundo, o dono da festa veio falar com a gente, fiquei ali com eles por um tempo, até que depois de um tempo olhei em volta e não vi a Mari, achei estranho porque insistia em olhar e por dez minutos não a vi, foi aí que pedi licença à eles e fui atrás dela. Mas só a achei lá fora, estava sentada num banco sozinha só segurando o copo dela em uma das mãos.

– Oi…- ela levantou a cabeça me olhando.

– Oi.

– Tá sozinha aqui?

– Aham.

– Posso sentar? – apontei o espaço ao lado dela.

– Se você quiser….- ela abaixou a cabeça assim que me sentei ao lado dela. Primeiro ficou um silêncio absurdo, então resolvi puxar assunto.

– Gostou do show?

– Gostei sim, parabéns. – não me olhava.

– Obrigada. Confesso que quando desci e vi a Duda ali, fiquei confusa….- ela riu- Você sabia que ela vinha?

– Sabia que a Mel tinha chamado….mas não que vinha. – sorri também balançando a cabeça ao me lembrar da cena.

– Que doideira né? Eu acho meio estranho ainda….

– É bastante. – ela me olhou.

– Mas ela está casada ainda ou…?

– Casada.

– Uau. A Mel é doida, não conseguiria ficar com alguém sendo casada….

– Nem eu. Mas sabe como a Mel é né? Nada me atinge, não me prendo a ninguém….

– Sei…- acabei rindo- Mas se ela veio num sábado à noite, deve estar afim também né….- ela me olhou e deu de ombros.

– Sei lá…

– E elas saíram juntas, né?

– Saíram. A Mel é maluca! Já cansei de falar pra ela que isso vai dar merda.

– É, ela não escuta ninguém. Até o Léo já falou com ela.

– Pois é, cabeça dura. Acha que tem tudo sobre controle!

– Mas deve ter né Mari….senão ela não faria isso….

– Ninguém controla isso, Giovanna. – me olhou- Ela pode até dizer que não se apega, mas uma hora ela vai se apegar….- ela me olhou ao falar e eu só concordei com a cabeça- Se bem que você está nessa também né….

– Eu?? – não entendi!

– É, você não fica com essa Nina aí e sei lá mais com quem, mas diz que são só amigas….ou sei lá o que. – ela falou já desviando o olhar e meio emburrada.

– Não tem essas aí Mari…- sorri porque achei fofa a cara dela mas ela não me olhou- E eu quase não fico mais com a Nina, já te disse, somos mais amigas mesmo.

– Ok.

– Vamos mudar de assunto né? Você não gosta de falar disso.

– Ah desculpa se eu tenho que ter sangue de barata e ouvir você falar dos seus casos!! – ela se levantou irritada já.

– Não tem casos, Mari. Eu não quero brigar com você….por favor…

– O que você quer então? – a olhei e a gente já estava perto, eu não disse nada. Levei a minha mão a cintura dela a trazendo pra mim- O que você está fazendo?

– Não aguento mais não te tocar….- sussurrei porque nossas testas estavam coladas e uma das minhas mãos foi até seu rosto em forma de carinho- O que eu te falei aquele dia na enfermaria é verdade, eu morri de medo de não te ver nunca mais na minha vida….

– É por isso que você está fazendo isso? – ela levantou o rosto me olhando nos olhos.

– To fazendo porque não tem um dia que eu não sonhe com você, não tem um dia que eu não acorde desejando te ver, ouvir a sua voz….não tem um dia que eu não sinta falta dos seus beijos e do seu cheiro….- ela havia fechado os olhos e eu aproveitava pra tocar em cada centímetro do rosto perfeito dela- To morrendo de saudades de você.

Ela me puxou com vontade pela nuca e a beijei da mesma forma, dessa vez não passei mal sem ar. Eu queria ela, hoje nada ía me impedir, deixei a consciência em algum lugar por aí e só ía dar ouvido ao meu coração hoje!

Nos separamos apenas com a falta de ar mas não abri os olhos, minha testa estava colada a dela, minhas mãos em seu rosto e eu conseguia sentir a respiração dela batendo no meu rosto.

– Se você for pedir desculpas, eu….- não deixei ela terminar.

– Eu não vou. – abri os olhos ao falar e ela também, porém nossas testas ainda estavam coladas- Eu não quero falar disso agora Mari, muito menos hoje. – levei a minha mão ao rosto dela fazendo carinho- Só por hoje, a gente pode esquecer todo o resto? – sussurrei puxando o rosto dela pra próximo do meu. Ouvi ela suspirar e em seguida balançar a cabeça, já de olhos fechados- Quer sair daqui comigo?

– Sair? – ela me olhou confusa.

– Sim, sair. Vamos?

– Pra onde?

– Não sei. Qualquer lugar, eu só quero ficar com você em algum lugar que ninguém possa interromper….- ela sorriu e eu sorri de volta e em seguida, peguei na mão dela.

– Não vamos avisar ninguém? – ela perguntou quando já estávamos lá dentro.

– Não. Depois a gente manda mensagem avisando. Me espera na porta? Eu só vou pegar minha bolsa que ficou lá dentro.

– Ok. – ela sorriu e eu saí praticamente correndo lá pra dentro pra pegar minha bolsa. Eu só queria sair dali e achei melhor não avisar a ninguém pra não dar tempo dela ou de mim desistirmos.

Eu só mandei uma mensagem pra Gabi e depois pras minhas mães avisando que ía dormir na Gabi, encontrei a Mari lá na porta. Puxei ela pela mão pra sairmos dali e pegamos o primeiro táxi.

– Pra onde estamos indo? – a olhei e ri.

– Não sei. Pra onde você quer ir? – perguntei tocando no rosto dela e já me controlando pra não a beijar ali mesmo. Ela deu de ombros.

– Pra onde vou senhoritas? – o taxista perguntou.

– Vai indo na direção da zona sul, moço. – falei porque também não sabia pra onde ir.

Quando ele passou em frente a um parque que tinha uns barzinhos e ficava bem movimentado à noite e também cheio de casais perto do deck, pedi pra ele parar.

– Aqui? – ela me olhou assim que descemos do táxi.

– Não gostou? Quer ir pra outro lugar?

– Não, só….- ela deu de ombros.

– Pensei que a gente podia comer algo…. Você está com fome?

– Um pouco.

– Então vamos. A gente come algo e depois se você quiser, vamos embora…

– Eu não quero ir embora. – parei e a olhei sorrindo.

– Então vamos, vem. – puxei ela pela mão e no meio do caminho entrelacei nossos dedos. Não a olhei mas eu senti meu coração disparar e foi inevitável não sorrir….- Você quer comer agora? – perguntei depois de um tempo em silêncio.

– Não. Pode ser daqui a pouco….

Continuamos caminhando, o lugar era lindo, o céu estava estrelado e víamos varias pessoas nos barzinhos. A minha vontade era parar de andar, eu queria estar com ela, abraçar, beijar….mas eu estava meio nervosa e sem saber como….foi aí que passamos em frente a um food truck que vendia cachorro quente e era maravilhoso!! Foi a minha deixa….

– O que você acha de comer um cachorro quente? – parei a olhando, ela me olhou confusa e eu apontei pra lá- Você não vai se arrepender! É maravilhoso!

– Você já comeu?

– Já! Varias vezes. Vem! – a puxei pela mão empolgada. Entreguei o mini cardápio que tinha ali pra ela escolher já que eu já sabia o meu. Quando ela escolheu eu pedi e ficamos esperando ali já que tinham algumas pessoas na nossa frente- Você vai adorar. – eu sorri a olhando mas ela estava séria.

– Você já veio aqui muitas vezes?

– Já. – ela continuava me olhando séria e eu não estava entendendo.

– Com quem?

– Com as minhas mães, principalmente, a Gabi também adora….

– Só com eles?

– Já vim outras vezes, mas na maioria das vezes com eles e com o Theus também…. Por quê?

– Com a Nina também? – acabei rindo e entendendo.

– Não, claro que não. – abracei ela pela cintura a trazendo pra mim que ainda estava com uma cara emburrada- Não sabia que você era ciumenta assim….- sussurrei no ouvido dela e ao olhá-la, ela continuava séria mas a beijei, só que logo me chamaram, nosso pedido estava pronto- Você quer sentar aonde? – perguntei porque eu queria sentar ali na frente no deck com ela, só que ela estava de vestido né….

– Quer ir pra lá? – ela apontou exatamente pra onde eu falei.

– Mas você vai sentar de vestido no chão?

– Não tem problema, coloco meu casaco.

Então nós fomos, ela tirou o casaco e colocou sobre as pernas porque estávamos sentadas no deck, ou seja, no chão. Comíamos em silêncio mas volta e meia eu a olhava ainda sem acreditar que estávamos ali mesmo, só nós duas e aquele céu maravilhoso!

– Prometo que da próxima vez te levo num lugar melhor….- sussurrei no ouvido dela, ela me olhou e eu sorria.

– Vai ser difícil….

– Por que? – não entendi.

– Porque nada pode ser melhor do que estar assim, com você…- nossos rostos estavam realmente próximos, eu só consegui sorrir.

– Mesmo que pra isso a gente esteja comendo cachorro quente no chão?

– Podia estar comendo bala, Gih…. Eu não me importo, a única coisa que importa é estar com você. – acabei sorrindo mais uma vez e ela me beijou, as duas com gosto de cachorro quente, ketchup e mostarda, mas ninguém ligou. Deixei o resto do meu no chão e levei a mão ao seu rosto, eu queria beijar ela até perder o ar.

Nós acabamos de comer entre beijos.

– Você está com frio? – perguntei enquanto chupava a pele do seu pescoço. Eu estava inclinada sobre ela com uma das mãos no chão e ela encostada num encosto de madeira que tinha ali.

– Não. – me olhou- To morrendo de calor. – ela puxou meu rosto pelo queixo ao falar e me beijou, me agarrando pela nuca e deixei minha mão ir pras pernas dela por baixo do vestido. As duas ofegantes.

Varias vezes a gente parava porque estávamos quase passando do ponto….rs. Mas estava cada dia mais difícil segurar….

– Eu quero você….- sussurrei sem conseguir me controlar mais, a ouvi suspirar e meus beijos desceram por seu pescoço, a via se arrepiando, sem controlar mais desci uma das mãos até os seios dela e apertei sobre o vestido, ouvi ela gemendo de leve e me puxando pra beijá-la. Eu queria sentí-la inteira….

– Não faz isso….- ela sussurrou com nossas testas coladas. Só consegui respirar fundo.

– Desculpa…. Eu só…- respirei fundo subindo a mão na direção da nuca dela.

– Eu também! – nós duas suspiramos e nos beijamos. Mas aos poucos fomos nos acalmando até porque estávamos num lugar público- Gih, que horas são? – ela perguntou com a cabeça apoiada no meu peito, ela estava entre as minhas pernas.

– Vai dar meia-noite.

– A gente tem que ir né?

– Não quero ir.

– Nem eu, mas….

– Quero passar a noite com você.

– Como?

– Aqui. Vamos ver o sol nascer? – ela me olhou surpresa mas rindo.

– É sério isso? – só balancei a cabeça- Mas e as nossas mães?

– Fala que você vai dormir na Gabi, que ficou tarde e tal….

– Tem certeza?

– Não tem problema, eu vou falar isso. Elas não vão ligar se você tiver lá….

– Mas você acha que elas vão acreditar?

– Claro. Por que não? – ela sorriu.

– Ok, vou tentar. Mas se ela reclamar, vou ter que ir.

– Tá bom. – mandamos as mensagens e eu mandei pra Gabi também, sabia que ela não se importaria e cobriria pra mim, apesar que ela não respondeu ainda.

As horas foram passando e o movimento diminuindo ali, mas ainda tinham algumas pessoas ali, nós continuávamos na mesma posição e eu tinha certeza que não queria sair dali nunca mais, o cheiro dela, o calor….a forma como meu coração batia acelerado, eu nunca senti tanta felicidade junta…. Nossas mãos estavam entrelaçadas e eu distribuía varios beijos pelo pescoço dela.

– Posso te pedir uma coisa?

– O que você quiser. – ela me olhou e sorriu.

– Eu queria tirar uma foto com você. É só pra mim, eu quero ter uma foto desse momento, dessa noite….

– Eu também….- sorri pra ela e senti meus olhos lacrimejando, ela pegou o celular dela.

Tiramos umas duas fotos de rostos colados e depois eu virei o rosto beijando sua bochecha e ouvi os cliques, ela virou me beijando e continuou com as fotos. Até que tirei da mão dela e bati só dela, do sorriso perfeito, que eu era apaixonada.

– Para Gih, minha sozinha não. – continuei tirando.

– Me deixa tirar, eu quero ter foto sua sorrindo pra mim, pelo menos posso ver seu sorriso todos os dias quando eu acordar…- ela parou de reclamar e me deu um sorriso iluminado, bati essa última antes de deixar ela puxar da minha mão.

– Eu amo você. – ela falou enquanto sentava no meu colo, a abracei e ela me beijou sem me dar tempo de processar. Meu coração quase saiu pela boca de tão rápido que batia. Ela parou o beijo colando nossas testas e sorrindo daquele jeito me deixando em outro mundo- Amo você….- sussurrou de novo e eu não consegui controlar, uma lágrima desceu dos meus olhos.

Eu senti uma sensação de paz, uma coisa louca que nunca tinha sentido na vida, parecia algo maior que eu. Fechei os olhos e outra lágrima escorreu, talvez por eu não poder dizer “eu também”, por não poder gritar ao mundo o tamanho do meu amor por ela…. Ela voltou a me beijar e a gente “caiu” no chão, minha vontade era de me fundir à ela naquele momento, ela nos virou nos deixando de frente e meu sorriso chegava a estar doendo porque eu não conseguia parar, ficaria ali eternamente. Ela sorriu mais uma vez, antes de pedir:

– Canta pra mim?

– O que você quer que eu cante?

– O que você quiser, o que tiver sentindo….

Fechei os olhos e comecei….

“A hundred days have made me older

Since the last time that I saw your pretty face.

A thousand lies have made me colder

And I don’t think I can look at this the same.

All the miles that separate

Disappear now when I’m dreamin’ of your face.

I’m here without you baby

But you’re still on my lonely mind.

I think about you baby and I dream about you all the time.

I’m here without you baby

But you’re still with me in my dreams

And tonight girl, it’s only you and me.

The miles just keep rollin’

As the people leave their way to say hello

I’ve heard this life is overrated

But I hope that it gets better as we go.

I’m here without you baby

But you’re still on my lonely mind.

I think about you baby and I dream about you all the time.

I’m here without you baby

But you’re still with me in my dreams

And tonight, it’s only you and me.

Everything I know, and anywhere I go,

It gets hard but it won’t take away my love. (i)

And when the last one falls, when its all said and done.

It gets hard but it won’t take away my love. (i)

I’m here without you baby

But you’re still on my lonely mind.

I think about you baby and I dream about you all the time.

I’m here without you baby

But you’re still with me in my dreams

And tonight, it’s only you and me.”

Here Without You – 3 Doors Down.

Quando eu acabei, meu rosto estava banhado em lágrimas, eu espero que ela tenha entendido o que eu não podia falar pra ela….

Nós literalmente vimos o dia amanhecer ali, entre beijos, carinhos e muito coração disparado. Foi o melhor dia da minha vida, sem dúvidas! Saímos de lá e fomos tomar café da manhã antes de irmos pra casa.

– Que foi? Tudo bem? – perguntei quando voltei do banheiro porque ela estava com uma carinha triste.

– Tudo. – ela mal me olhou e me deu um sorriso de canto.

– Que foi Mari? – sentei ao lado dela passando meu braço pra a abraçar e ela deitou a cabeça no meu ombro e logo senti a mão dela na minha nuca e ela se virando e encostando o rosto no meu pescoço.

– Foi a melhor noite da minha vida! – ela sussurrou mas eu senti uma lágrima caindo no meu ombro.

– Da minha também!

Ouvi ela fungando.

– Não chora, não faz isso comigo….

– Desculpa….- ela se separou olhando pra baixo. Toquei no rosto dela a fazendo me olhar e meus olhos estavam banhados também.

– Desculpa eu. Eu….- ela me cortou.

– Para! Não fala! Não quero estragar nada do que aconteceu. Tudo que eu te falei, é verdade.

– Eu sei. Tudo que eu te falei, ou não te falei, é verdade também. – ela sorriu e eu sabia que ela tinha entendido.

– Eu te amo. – ela me puxou pela nuca me beijando e parecia que a gente estava dando o último beijo da nossa vida de tão urgente.

– Nada vai mudar o que aconteceu essa noite tá? Nada. – a assegurei a olhando nos olhos mas eu sei que ela queria mais, eu também, mas não podia!- Lembra sempre disso, tá? – ela só fez que sim com a cabeça e mais lágrimas rolaram dos nossos rostos.

O meu celular apitou, já eram dez da manhã e minha mãe Dulce queria saber se eu já estava indo.

– Melhor a gente ir né? – ela falou e então saímos. Afinal, tínhamos que voltar à realidade.

Pegamos o táxi e fomos abraçadas e em silêncio até a casa dela, a despedida foi terrível, as duas chorando mas ela saiu e assim que indiquei pra onde ía pro taxista, desabei no choro. Doía como se eu tivesse levando varias facadas sucessivas no corpo inteiro.

Ouvi meu celular apitando e eu nem ía ver mas como ele estava no meu colo, acabei lendo que era uma mensagem dela.

“Eu amo vc de um jeito que eu nem sabia que existia! Eu sei de toda a situação, mas eu não posso jogar fora tudo que vc me faz sentir….eu vou esperar Gih….vou te esperar, até vc poder ser minha e só minha…..”

Mal ela sabia que eu já era dela, há muito tempo! Suspirei e tentei responder, tentei porque a tela embaçava de tanto que eu chorava.

“Eu não posso te pedir isso, eu só posso te dizer que o que eu sinto com vc eu nunca senti também, Mari! É intenso, é louco e me dá medo mas também me deixa em paz! O que eu mais queria era poder dizer ao mundo que vc é minha, minha garota.”

“Pode dizer, eu já sou sua.”

Foi a última resposta dela porque eu achei melhor não continuar, eu não sabia mais o que falar sem falar “eu te amo”, fora que cheguei em casa. Ainda bem que não tinha ninguém por ali e pude subir pra tomar um banho e disfarçar meu rosto de choro, mas eu passei o domingo meio arrasada e feliz ao mesmo tempo, principalmente depois de ver as fotos que ela me mandou, salvei todas! Quem sabe um dia eu possa usá-las….



Notas:



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2 Respostas para Capítulo 28: Giovanna POV

  1. Um amor como esse não pode ser deixado de lado,espero que a gih caia na real e se dê uma chance de viver esse sentimento com a mari…torcendo muito por elas????

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