It´s a love story, baby, just say yes

Capítulo 33: Giovanna POV

 

A Alice estava lá em casa, estávamos fazendo um trabalho da escola, mas como ficamos com sede, fomos lá embaixo pegar algo pra beber e quando estávamos subindo, quase na porta do meu quarto, demos de cara com o meu irmão.

– Oi Theus…

– Oi. – ele respondeu e depois a olhou, ela ficou muda e desviou o olhar. Entendi nada!- Oi Alice.

– Oi Matheus. – fiquei olhando pros dois boiando! Eu hein!

– A gente está fazendo um trabalho pra escola. – falei tentando mudar o clima que ficou- Vamos, Li?

– Sim, vamos. – ela me olhou ao falar.

– Tchau….- ele disse e só eu respondi, a Alice só o olhou.

Assim que fechei a porta, olhei pra ela.

– Vocês brigaram? – ela me olhou assustada enquanto sentava na cama.

– Quem?

– Você e ele. Estavam com umas caras estranhas….

– Claro que não Gih! Por que eu brigaria com seu irmão? – dei de ombro enquanto me deitava na cama e ela continuava sentada.

Nesse meio tempo ouvi meu celular apitando, fui olhar e era o grupo que tínhamos com a Mel e a Mari, na verdade, era um grupo do grupo, pois o original era com os meninos.

A Mel estava mandando mensagem querendo ir pra uma boate no sábado, só que a Mari não queria e as duas estavam implicando uma com a outra, fiquei rindo e a Alice perguntou:

– Que foi?

– A Mel quer ir numa boate no sábado…

– E qual a graça?

– A Mari não quer ir porque está dizendo que ela só vai pra ir atrás da Duda, aí elas estão nessa implicância hahaha.

– Ah tá. Mas ela está indo atrás da Duda mesmo?

– Parece que sim….e pior, a mulher da Duda vai nessa boate. – ela me olhou arregalando os olhos.

– Eu já desisti de falar….

– Sabe que eu acho que a Mel está gostando dela….

– Você acha?? – ela só balançou a cabeça.

– Eu estava conversando com elas esses dias, e acho…. Apesar dela dizer que não….

– É, ela tem convicção que não, que é só pegação….

– Eu acho que ela está gostando…..

– A Mel gostando de alguém? – me encostei na cama rindo.

– Uma hora ía acontecer….

– É…- falei pensativa olhando pro celular.

– Né? – ela falou e a olhei de relance com um sorriso, ela sorriu de volta. Resolvi mudar de assunto.

– Você vai?

– Não sei…tenho que ver se meus pais deixam também né….

– É… Será que elas vão chamar os meninos? – ela só deu de ombros e não disse mais nada.

Voltamos a fazer o trabalho e mais tarde ouvi uma batida na porta, falei pra entrar e me surpreendi ao ver a Mel ali.

– Mel? Oi….

– Oi. Estão fazendo o que?

– A gente estava fazendo um trabalho pra escola….- Alice.

– Entra! Tudo bem?

– Aham. – ela suspirou e estava com um cara esquisita.

– Que houve? A Mari veio contigo? – perguntei.

– Não. Não falei com ela.

– Vocês brigaram? – Alice perguntou e a olhei, ela só suspirou.

– Não.

– Mas você está com uma cara estranha….- Alice- O que houve? – ela nos olhou e então pra porta.

– Posso fechar a porta?

– Pode. – respondi e ela foi lá fechar, quando voltava ouvimos o celular dela apitando, ela olhou e suspirou o jogando na cama em seguida.

– Que foi? – Alice perguntou a olhando- Quem é? – olhamos e estava o nome da Duda lá- Por que você não quer atender ela?

Ela suspirou se sentando na cama entre eu e a Alice.

– Vocês brigaram? – perguntei.

– Ela ficou irritadinha porque eu disse que ía na boate, pediu pra eu não ir. – eu e Alice nos entre olhamos.

– E você? – perguntei.

– Falei que ía, óbvio! É um lugar público e ela não manda em mim! – voltei a olhar pra Alice.

– Mas eu entendo ela….- ela falou e a Mel a olhou- Ah Mel, ela deve ficar nervosa né com as duas lá hahaah. Aliás, não sei como ela consegue….eu ía ficar nervosa hahaha.

– Aquela mulher dela é lerda, não vai sacar nada. Não sacou até hoje!

– Que horror, Mel. Você não falou isso pra ela?

– Falei. Por isso que ela ficou boladinha, porque falei da mulher dela.

– Mas Mel….

– To nem aí Giovanna! – ela se levantou irritada- Ela não manda em mim!

– Mas por que você não quer a atender então? – Alice.

– Porque não to afim. To irritada com ela!

– Então você vai? – Alice.

– Óbvio! Como eu disse pra ela, eu vou, não preciso dela pra ir. Ela não precisa falar comigo lá, to nem aí! – nos olhamos e rimos. Óbvio que ela queria, senão iria em outra hahah, mas não falei, ela estava puta mesmo e o celular volta e meia apitava com mensagens.

– E o que ela disse quando você disse que iria mesmo assim?

– Que não poderia me dar atenção…ou falar comigo. – ela desviou o olhar e eu olhei pra Alice que só balançou a cabeça rindo.

– Bom, então nós temos uma festa pra ir no sábado? – Alice.

– Óbvio! Vocês tem que ir!

– Vai chamar todo mundo? Os meninos também? – perguntei.

– Sim, claro. Já até falei com meu irmão.

– A Duda vai ficar louca quando ver todo mundo chegando lá….- Alice riu ao falar.

– Problema dela!

– A Mari vai? – perguntei e ela revirou os olhos.

– Vai…

– Por que você não quis falar com ela?

– Porque eu já sei o que ela vai dizer.

– Mel, vocês não vão ficar nesse de brigar agora né? Vocês são amigas há anos! – falei indignada.

– Não vou brigar, só não quis falar com ela porque eu já sabia o que ela ía dizer e hoje não estava afim de ouvir. Já estou irritada o suficiente….

– Ok.

– Vocês já terminaram esse trabalho ou ainda estão fazendo?

– Acho que terminamos né….- olhei pra Alice que concordou com a cabeça.

– Que bom. Vamos sair então?

– Sair? – perguntei.

– É, dar uma volta…..quero sair. Por favor? – nos olhou.

– Ok. – sorri pra ela e olhamos pra Alice que fez que sim também- Deixa eu só avisar às minhas mães então….

– Ok. – as duas falaram e eu parei quando estava na porta, as olhei.

– Vai falar com a Mari?

– Que vontade toda é essa de chamar a Mari hoje? – Mel.

– Não é isso, eu só perguntei….- desviei um pouco o olhar porque fiquei sem graça e vi as duas rindo.

– Sem a Mari. Vai logo falar com as duas mães que vamos te esperar lá embaixo. – Mel.

– Ok.

Fui lá falar com as minhas mães e quando voltei as duas estavam lá na sala conversando com o Theus.

– Falou? – Mel perguntou assim que me viu.

– Sim. Podemos ir.

– Vocês vão aonde? – Theus.

– Dar uma volta só….- Mel- Vamos?

– Vamos. – falamos e ele se despediu. Quando me virei pra fechar a porta, vi ele olhando pra gente…. Tem alguma coisa rolando que eu não to sabendo?? Eu hein!

Fomos dar uma volta na praia mesmo, paramos num quiosque qualquer e pedimos uns sucos, mal chegamos e o telefone da Mel tocou, nome da Duda, ela ignorou.

– Atende logo, Mel! Você está doida pra atender que a gente sabe hahah. – Alice falou e eu também ri. Voltou a tocar- Atende logo! – ela suspirou mas atendeu. Se afastou e ficamos ali a esperando. Alice me olhou e riu, eu só balancei a cabeça.

– E aí, você acha que ela vai ou a Duda a convence a não ir?

– A Mel? Ela vai, com certeza! Nem que seja só pra afrontar hahah.

– Também acho hahah.

Uns minutos depois ela voltou com o celular na mão.

– E aí? – Alice perguntou e ela deu um sorriso de canto dos lábios- O que ela falou?

– Pediu desculpas por ter falado comigo daquele jeito e voltou a pedir pra eu não ir, mas eu falei que vou.

– Então vocês brigaram de novo? – perguntei.

– Não. Ela disse que não pode fazer nada se eu quiser ir, mas que preferia que eu não fosse por causa da outra lá! – nós duas rimos.

– Qual o nome da outra lá?

– Bruna. – ela revirou os olhos ao falar.

– Mel, você está com ciúmes da Duda? – Alice.

– Óbvio que não! Até parece! – voltou a revirar os olhos.

– Eu acho que está….- dei um sorriso ao falar e ela só me olhou.

– Ouve ela, a Gih entende de ciúmes. – Alice falou me perturbando e as duas riram.

– Não enche, Alice.

– Não to com ciúmes. – ela se sentou- Só não vou deixar de fazer as coisas por causa da outra lá, eu hein! – a gente só se olhou mas nada mais dissemos.

Mais tarde, fomos embora.

Então, sábado fomos pra tal boate, inventamos que teríamos uma festa pros nossos pais e conseguimos entrar graças a nossa carteira de identidade falsa hahah.

Logo depois que entramos, uma meia-hora talvez, nós vimos a Duda, ela estava no camarote com uns amigos mas deu pra ver a mulher dela ao seu lado, a Mel nada disse, mas percebi ela nos olhando. Enfim, fomos pra pista de dança e eu percebia de vez em quando a Mel dançando e olhando pra lá e a Duda também olhava, isso eu só percebia quando conseguia tirar os olhos da Mari dançando na minha frente. Estava um pouco difícil de disfarçar, confesso…. Sorte que meu irmão tinha ído dar uma volta com o Dani e o Rick, enquanto o Léo estava encostado perto do bar com a Amanda. A Mel disse que ía ao banheiro e quando ela voltou, estava com outra cerveja em mãos e meio animada.

– Eu vou lá falar com ela, mas preciso de uma ajuda de vocês.

– Vai como?? A mulher dela está ali. – Alice.

– Ela está descendo….- e quando olhamos realmente ela descia mas sem a Duda, tinha outra pessoa com ela.

– Como você sabia?? – perguntei.

– Eu vi ela falando com a Duda e apontando pra cá, imaginei….

– O que você vai fazer, Mel? – a Mari a olhou ao perguntar.

– Falar com ela. Mas eu preciso da ajuda de vocês. Mari, vai lá enrolar ela, por favor? – ela fez sinal com as mãos a olhando.

– Ela quem?

– A outra lá, a Bruna. – a Mari riu.

– Você está de SACANAGEM né?

– Não. Por favor….- mais uma vez ela fez o sinal implorando.

– Não Mel, está louca! Eu nem conheço ela, não vou. De jeito nenhum! E você não devia ir atrás da Duda também, vai dar merda!

– Caraca Mari! Por favor?

– Não. – ela balançou a cabeça junto nos olhando e a Mel revirou os olhos.

– Vai você então, Gih?

– Não, ela não vai! – ela falou me surpreendendo.

– Por que não?! – Mel olhou pra ela.

– Porque não! Eu hein. – eu fiquei olhando sem entender bem- Por que ela vai falar com a Bruna?

– Porque eu preciso de ajuda!

– Eu vou. – Alice falou e a olhamos.

– Sério? Ai, obrigada! – Mel a abraçou e a Alice sorriu.

– Mas Mel, sério, não demora muito porque não sei quanto tempo consigo a enrolar….

– Ela está ali conversando com um pessoal, só fica de olho, quando ela sair aí você chama e puxa assunto porque aí me dá mais tempo…

– Tá bom.

– Vocês não estavam brigadas? – Mari.

– Não foi uma briga, só um desentendimento e vou resolver agora. – ela olhou sorrindo pra Mari, de quem vai aprontar- Bom, vou lá. E mais uma vez, obrigada Alice.

– Nada…- Alice sorriu e as duas saíram.

Olhei pra Mari e a vi balançando a cabeça.

– Por que eu não podia ir?

– Você queria ir falar com ela??

– Não, só to perguntando porque não entendi….

– Só estava tentando te ajudar….- sorri.

– Obrigada então.

– Nada. – ela sorriu de volta e a gente ficou se olhando em silêncio. Resolvi falar algo porque fiquei sem saber o que fazer.

– Eu entendo você ser contra mas por que você é tão contra dessa forma?

– Porque eu acho errado. A menina está aqui e elas fazendo isso…

– Eu também acho, mas elas são adultas né, sabem o que estão fazendo. Principalmente a Duda, que é a adulta e casada né….

– Sim! Só que a minha amiga é a Mel, é com ela que eu to preocupada….

– Eu entendo….- sorri pra ela.

– Sei lá, talvez eu seja um pouco mais contra pela história do meu pai, por ele ter traído a minha mãe…. Não gosto disso. – dei um sorriso e lembrei do que aconteceu com o Theus mas achei melhor não falar né…

– Mas Mari, essas coisas às vezes acontecem….apesar que eu acho muito errado também! Mas você sabe que minha mãe Anahi quando reencontrou minha outra mãe também estava num relacionamento….

– Totalmente diferente né Gih! Elas já se conheciam, e elas se gostavam, diferente! Eu sei que ninguém está livre disso, se esse fosse o caso minha opinião seria bem diferente! Mas a Mel vive dizendo que é só sexo….

– Você acha? – a olhei e ela deu de ombros- Eu acho que ela está gostando da Duda, mas não vai assumir…- acabei rindo e ela me olhou.

– Pode ser, não sei….

– Só acho que a gente não deve julgar tanto ela assim….

– Não to julgando, eu só….- a olhei e ela só meneou a cabeça- Talvez eu esteja….- ela abaixou levemente a cabeça e a olhei sorrindo, acabei me aproximando sem perceber- Vou tentar me controlar….- sorri pra ela que fez o mesmo e mais uma vez, ficamos presas uma no olhar da outra- Obrigada. – ela falou ainda sorrindo.

– Pelo que? – perguntei e ela só deu de ombros. Meu olhar ainda estava preso no dela quando senti nossos lábios se tocando, ela havia me dado um selinho.

– Desculpa, não sei porque fiz isso. Foi sem pensar. – ela estava se afastando mas a puxei pelo braço e ela voltou a colar seu corpo ao meu.

– Faz mais….- sussurrei e a beijei.

Estávamos nos beijando, o beijo era maravilhoso como sempre mas foi aí que me toquei que estávamos no meio da boate, e meu irmão estava ali, por isso parei e sussurrei pra ela:

– Vamos sair daqui? – ela abriu os olhos.

– Por que?

– Porque a gente está no meio de todo mundo aqui….

– E daí? – ela falou séria se afastando milímetros o que fez minha mão se afastar da cintura dela.

– Meu irmão está aqui, Mari…. Ele pode ver e….- parei de falar ao ouvir a risada irônica dela e ela se afastando- Onde você vai?

– Me deixa, Giovanna!

– Mas…- tentei puxar o braço dela mas ela tirou com raiva. Não entendi….

– To indo embora!

– Não, para. Por que? O que houve??

– O que houve?? Você acha que eu sou o que?! Eu tenho que me esconder pra ficar com você??? – a olhei meio perdida, não estava entendendo essa raiva toda dela.

– Não é isso, Mari, é só….- ela me cortou.

– É o seu irmão! É o Matheus!! Como sempre….beleza! Eu não quero então.

– Não quer o que?

– Me esconder pra ficar com você! Não preciso disso!

– Não é nada disso Mari, eu só…

– Você só está me enrolando! Tá bom Giovanna, já entendi!

– Mari…

– To indo! Tchau!

– Não, para, não vai! – tentei segurar no braço dela mas ela se soltou com raiva.

– Tchau! – tentei a chamar mas ela foi, saiu.

Que droga!

Olhei pros lados pra ver se tinha alguém por ali mas não vi ninguém, logo depois vi a Mel aparecendo toda sorridente.

– Oii….- ela falou toda animada.

– Oi. Tá com seu celular aí?

– To. Que foi?

– Liga pra Mari por favor. Vê se ela pegou o táxi?

– Táxi? – ela me olhou confusa.

– Liga Mel!

– Vou ligar, calma. – ela estava com o celular na mão- Vocês brigaram? – só a olhei e ela balançou a cabeça colocando o celular no ouvido. Ela só atendeu na segunda ligação, disse que estava no táxi. Pelo menos isso….- O que aconteceu? – ela me olhou assim que desligou.

– O de sempre. Não quero falar disso, Mel. Cadê a Alice?

– Não sei.

Ficamos por ali e um tempo depois a Alice apareceu, disse que estava conversando com os meninos.

Fomos embora mais tarde até porque não podíamos chegar muito tarde em casa.

Na segunda-feira estávamos todos juntos ali no intervalo e ela nem olhou na minha cara, estava me ignorando completamente, achei aquilo surreal mas não ía falar nada ali na frente de todo mundo. Fui no banheiro e quando voltei ela não estava mais ali, olhei ao redor e a vi conversando com um menino lá da minha sala num canto, ela sorria volta e meia pra ele. Que porra era essa??

O sinal tocou, eu vi ela se despedindo dele com um sorriso e tocando no braço dele e ainda passou por mim como se eu não estivesse ali. Fiquei puta mas depois deixei pra lá, mais tarde pedi pra ir ao banheiro e me deparo com os dois conversando no corredor, ela ria pra ele e estavam perto demais! Que absurdo! Não me aguentei e fui até lá.

– Posso falar com você? – olhei pra ela que fingiu que não era nada e o Rodrigo me olhou.

– Oi Gih.

– Oi. – o olhei e depois me virei pra ela- Quero falar com você.

– Estamos conversando. Não está vendo? – só a olhei, irritada, pela forma que ela falou.

– Se vocês quiserem….eu posso…- ele fez o sinal de sair.

– Não precisa Rod. Depois a gente se fala tá, Giovanna?

– Não. Eu quero falar com você e….- ela me cortou.

– Agora não dá. Bom, eu vou voltar pra sala tá? Até depois Rod. – ela deu um beijo no rosto dele e nem me olhou ao sair. Fiquei olhando chocada!

– Er….eu vou voltar pra sala…- ele falou e eu só balancei a cabeça. Assim que ele saiu dali, eu fui atrás dela já que ela ainda estava um pouco longe da sala. Puxei ela pelo braço.

– Ai. Tá doida??

– O que você está fazendo?!

– Me solta Giovanna! Eu hein! – ela ía sair mas impedi- Da pra você sair da minha frente??

– Não. Eu disse que quero falar com você!

– Tenho que ir pra aula, Giovanna.

– Agora você está preocupada com isso?? O que você estava fazendo com o Rodrigo??

– Não te interessa! – cara, meu olhar chegou a ferver! Senti meus olhos úmidos de raiva- Por que você não vai atrás do seu irmão e me erra??

Cara, não acreditei quando ela falou isso!

– Inacreditável….

– Pois é, também acho! Já deixou bem claro que não está nem aí pra mim, então o que você tem a ver se eu to ou não conversando com o Rod??

– Rod?? Desde quando ele virou Rod? – eu estava revoltada!

– Ahh Giovannaaaa! Me erraaa! Tchau!

– Volta aqui! – puxei ela pelo braço- Ele estava dando em cima de você? – ela riu de deboche.

– E se tiver?? O que você tem a ver com isso?? – ela falou mais perto de mim.

– Você não faria isso e….- ela me cortou.

– Por que não?? Eu não vou ficar me sujeitando a me esconder pra ficar com você!

– Mari….

– Tchau Giovanna!

Ela saiu me largando lá. Que ódio!! Não acredito que ela estava dando mole pro Rodrigo!! Respirei fundo algumas vezes mas tive que voltar pra sala né?

– Onde você estava? – Alice me perguntou mas nem respondi ou a olhei- Que foi?

– Nada! – abri meu caderno e peguei a caneta só que fez barulho porque eu estava puta e não fiz questão de disfarçar.

– Nada?? Por que você está com essa cara então? Chutando a cadeira….

– Nada Alice! – bufei irritada e ela só me olhou.

– Ook. – ela levantou as mãos e parou de falar.

Voltei a bufar e me afundei na cadeira!

Na hora da saída, passei direto pro portão e aí tive o desprazer de ver o casalzinho lá fora, na calçada. Que palhaçada! Fiquei tão puta que acabei batendo em alguém porque não consegui desviar deles.

– Ei, calma. – era meu irmão.

– Desculpa Theus, não te vi….

– Percebi. – ele sorriu.

– Vamos? Ou você vai ficar aí?

– Não. Vamos. – ele respondeu e ficou me olhando- Você está bem?

– To ótima! – falei mais alto pra ela ouvir e passei perto os olhando, só ele me olhou, ela continuava sorrindo e me ignorando. Que ódio!!

Abri a porta do carro, deixei a mochila lá dentro e um ódio me dominou! Bati a porta e voltei lá na direção deles.

– Só uma coisa Mariana….- cheguei falando e alto, ela agora me olhou, aliás os dois- Eu não to nem aí pro que você faz ou com quem!

– Isso eu sei.

– Que bom! Pois fique sabendo que isso que você está tentando fazer é ridículo!

– O que eu to tentando fazer? – ela me olhou nos olhos ao perguntar, cruzando os braços e senti meus olhos molhando de raiva.

– Você é ridícula! Faça bom proveito! – olhei pra ele ao falar que me olhou sem entender nada.

– Melhor você ir….- ela falou então a olhei- Seu irmão está ali olhando, já imaginou? Não pode! – ela falou com tanto deboche que eu só a olhei e saí controlando minhas lágrimas de raiva pra não caírem no caminho até o carro. Bati a porta com força e percebi o Theus me olhando mas não o olhei.

– Podemos ir? – nosso motorista, Juan perguntou.

– Poderia já ter saído até!

– Eii, fala direito! – Theus falou e o olhei.

– Desculpa Juan, não devia ter falado assim. Foi mal. Mas podemos ir sim….

– Sem problemas, menina. Tá tudo bem?

– Tá sim, acho que to com um pouco de dor de cabeça….- afundei a cabeça no banco enquanto ele saía com o carro.

– Tá de tpm? – o olhei e ele riu- Por que você estava brigando com o Rodrigo e a Mari?

– Não estava, Matheus. – respondi e virei o rosto pra janela e suspirei.

Fomos em silêncio até em casa e me tranquei no meu quarto. Minha vontade era ligar pra ela e brigar muito! Mas me controlei.

A Jô bateu lá me chamando pra almoçar mas disse que não iria aquela hora, inventei uma dor de cabeça porque não estava afim de descer aquela hora. Mais tarde, recebi um WhatsApp da Nina dizendo que tinham confirmado a nossa participação num evento de música que ía ter em Puebla, eu já tinha falado com as minhas mães e elas tinham deixado, a gente iria no sábado e já voltava no domingo, aquilo me deixou um pouco menos chateada, a música sempre me animava. Desci pra jantar com a minha família e já estava menos irritada, falei da confirmação do show e ficamos falando sobre isso.

No dia seguinte, eu estava mais calma, então mesmo com ela me ignorando fui tentar puxar assunto de novo. Vi ela perto da cantina, provavelmente esperava algo e fui lá falar.

– Oi Mari. – ela me olhou e eu sorri pra ela mas ela apenas falou um “oi” seco e voltou a olhar pra frente- Tudo bem?

– O que você quer, Giovanna? – me olhou brava.

– Nossa, calma….só vim falar com você.

– Eu não sei você mas eu não sofro de amnésia! Eu lembro tudo que me falou ontem….

– Você também falou….- ela só suspirou e voltou a olhar pra frente. Respirei fundo também tentando me acalmar- Não quero brigar….eu só vim…- mais uma vez respirei fundo- eu queria te fazer um convite. – ela me olhou surpresa- Não sei se sabe mas nós vamos nos apresentar numa espécie de festival pra músicos amadores esse fim de semana….

– Não sabia não….- ela me olhou e pela primeira vez parecia menos brava.

– Pois é. Vai ser em Puebla e eu queria saber se você não quer ir comigo….

– Ir com você? – ela se virou pra mim pela primeira vez.

– Sim.

– Mas você não vai tocar?

– E o que tem? Você vai comigo, a gente fica juntas lá, sem ninguém pra atrapalhar e….- ela me interrompeu e riu.

– Não to acreditando no que to ouvindo…. Você está me chamando pra viajar contigo por que lá ninguém vai saber de nada, ou seja, escondido, de novo? Você não ouviu nada do que eu te falei ontem??

– Mari, não é nada disso! Eu quero que você vá, eu só falei porque….- mais uma vez ela me cortou.

– Porque lá ninguém vai saber! Principalmente seu irmão né?

– Você está entendendo tudo errado….- balancei a cabeça.

– Ah é? – ela deu um passo na minha direção- Então fala pra ele que você me chamou pra viajar….

– Por que eu faria isso? Não tenho que contar tudo pra ele.

– Você sempre contou, Giovanna!

– Antes! Agora não, as coisas não estão mais como antes….- assumi abaixando a cabeça.

– Que seja! Mas você não quer que ele saiba né? Ou eu posso contar?

– Mari….

– Pois é, imaginei! – ela pegou o lanche dela que estava em cima do balcão e se afastou- Fala comigo só quando você resolver assumir as coisas!

– Mari, por favor?

– Tchau Giovanna! Bom show! Se divirta com a sua namoradinha. Tchau.

– A Nina não é….- parei de falar porque ela tinha saído dali já.

Droga! Droga!! Sacooooo.

Enfim, até tentei falar com ela de novo mas nem mencionei mais a viagem porque ela me respondeu toda fria, mas falava comigo.

Viajamos no sábado de manhã, o show seria no sábado à noite mesmo. Eu tentei não pensar naquilo no fim de semana ao menos e me distrair, juro que tentei mas só me lembrava da forma como ela falou comigo, do olhar frio…..fora ela de graça com aquele idiota lá! Aff!

Chegamos lá e fomos fazer o reconhecimento do palco, conhecemos as outras bandas e ficamos por lá, mais tarde fui tomar banho e me arrumar, liguei pras minhas mães, mandei até uma foto no nosso grupo pra ver se ela falaria algo, ela viu mas foi a única das meninas que nada disse, mandei a mesma foto no grupo com meus irmãos…. Enfim, fomos pro show né! Nós fomos um dos últimos a tocar e quando subi pra tocar já tinha bebido alguns goles mas estava bem, o que não posso falar do após o show, fiquei um tempo com eles lá mas depois quis ficar só. Sentei num banquinho lá e fiquei bebendo e a saudade dela só aumentava, até que não aguentei mais, joguei meu orgulho pro alto e peguei o telefone a ligando. Ela demorou um pouco pra atender, mas ok, eram duas da manhã….

– Alô…- meu coração disparou quando ouvi a voz dela.

– Oi. – ela nada disse, apenas suspirou- Mari?

– Oi…

– Te acordei?

– Uhum.

– Desculpa, eu só….queria falar com você.

– Fala…- respirei fundo e esperei alguns segundinhos pra falar porque estava tomando coragem.

– Para de brigar comigo….- ela nada disse, apenas suspirou e após alguns segundos de silêncio, falou:

– Como foi o show?

– Foi bom! Muito legal, o festival é muito bom….você poderia estar aqui comigo….- mais uma vez ela suspirou- Desculpa. Não quero brigar.

– O que você quer então?

– Falar que to sentindo a sua falta….

– Por que você faz isso?

– O que?

– Isso. Fala essas coisas….

– Porque é verdade. – ouvi ela dando uma risada irônica- Por que você não acredita?

– Porque se fosse verdade, você não ficaria querendo que a gente se escondesse como se eu tivesse alguma doença contagiosa!

– Você às vezes fala umas coisas….. Óbvio que não é nada disso!

– Eu não sei até quando você vai poder falar que é seu irmão, sabia….

– Como assim?

– Ele está bem mais tranquilo, se bobear não está nem aí mais….

– Não sei….mas eu não consigo.

– Então tá. Vou desligar, está tarde. Aproveita sua noite, beijos.

– Paraaaa!

– Giovanna, não temos mais nada pra conversar!

– Óbvio que temos! Para Mari! Que droga! – acabei deixando umas lágrimas rolarem porque eu estava ficando desesperada com ela assim, além de bebada.

– Você está chorando?

– Não. Eu acho que peguei uma gripe aqui, não to muito bem….- menti.

– Hum. Toma um remédio então.

– Vou tomar mas agora só amanhã, já está tudo fechado. Fora que com cerveja, não faz efeito, eu acho….- sorri ao falar.

– Você está bebendo? – resmunguei um “uhum” e ela riu- Ah! Agora eu entendi! Por isso você está me ligando né??

– Nada a ver.

– É sim! Olha só Giovanna, melhor desligar antes que a gente brigue de novo!

– Eu não quero brigar com você! Eu quero….- suspirei- Meu Deus, Mari….para, por favor?

– Eu não to fazendo nada. Você acabou de me dizer que não consegue fazer nada por causa do seu irmão, não sei o que quer de mim então?

– Você sabe o que eu quero de você….

– Não! Não sei!

– Claro que sabe, morena. – eu não sei nem porque eu a chamei assim, só saiu, pela primeira vez e me arrepiou. Ela ficou em silêncio- Eu quero você.

– Escondida? Quando você está bebada? Desculpa, mas assim eu não quero.

– Não quer?

– Não, assim não.

– Não vai ser sempre assim, eu….- ela me interrompeu.

– Cansei de esperar, Giovanna.

– Engraçado….eu tenho uma mensagem aqui que você diz ao contrário disso, que me esperaria….

– Pois é. Cansei!

– O que está acontecendo, Mari? Você por acaso conheceu alguém?

– Não te interessa, Giovanna. Por que você não vai atrás da Nina aí e pronto?!

– Porque eu não quero a Nina, eu quero você! Você não está com alguém, tá??

– Já disse que não é da sua conta!

– Mari….- eu voltei a sentir lágrimas descendo sem controlar.

– Tchau Giovanna, vou desligar.

– Não. Para….

– Giovanna, eu te amo, mas eu não vou ficar me anulando e me sujeitando ao que você quer porque você tem medo de assumir o que sente! – tentei falar algo mas ela não deixou, falando mais alto: Seu irmão você nem sabe se ele se importa ainda! Você não perguntou, perguntou??

– Não. – falei baixo.

– Pois é….nunca pensei que você fosse ser tão covarde assim….

– Eu não sou! Para Mari, me entende….

– Não! Tchau!

– Mari, Mari….- ela desligou na minha cara.

Fiquei segurando o celular na mão e senti lágrimas descendo pelo meu rosto, eu sentia como se tivesse a perdendo, tudo bem que ela nunca foi minha de verdade, mas estava doendo demais! Mas o que ela falou era verdade, eu não sabia, será que o Theus já não ligava agora? Eu não sei….não tive coragem de tocar nesse assunto mais com ele, afinal a gente agora se falava mas era como colegas e não melhores amigos como antes!

A Nina e os meninos chegaram ali me resgatando e voltamos lá pra dentro, ficamos mais um tempo ali conversando e bebendo, depois fui dormir. Apaguei, graças a bebida.

No domingo, cheguei depois do almoço em casa, fiquei ali conversando com minhas mães, Theus tinha saído. Mais tarde, eu criei coragem e fui lá falar com ele, porque aquilo que a Mari me falou estava na minha cabeça, e eu precisava arrumar uma solução pra isso, estava doloroso demais não poder ficar com ela e a magoar dessa forma que eu sei que to!

– Entra. – ele falou e abri a porta, o vi sentado na cama e sorri pra ele que fez uma cara surpresa.

– Posso entrar?

– Entra. – tomei coragem e fui até a cama sentando na ponta- Tudo bem?

– Sim. Eu só….- abaixei a cabeça pros meus dedos- queria te perguntar uma coisa.

– Fala…- o olhei.

– Você ainda tem raiva de mim? – ele retribuiu o olhar e ficou alguns segundos assim.

– Não. – falou por fim ainda me olhando nos olhos- Decepção, talvez….- senti meus olhos molhando na hora porque ainda nos olhávamos nos olhos, mas não consegui manter por muito tempo, fiquei com medo de chorar, acabei abaixando a cabeça e a balançando.

– Ok. – respondi apenas e estava me levantando quando ele segurou no meu braço.

– Que foi, Gih?

– Nada. Eu só….- evitava o olhar porque não iria aguentar e não queria chorar ali na frente dele.

– Eu não te culpo mais, eu sei que iria acabar de qualquer forma. Ela nunca me amou. – o olhei e não consegui, acabei chorando e ele me abraçou.

Eu chorei de verdade, como há muito tempo não fazia. Só conseguia sussurrar “desculpas” pra ele que nada disse, mas me abraçava.

– Calma, ok? Vem cá. – me puxou pela mão deitando e me puxou pra o abraçar.

A gente fazia isso muito, ficar deitado assim conversando e tal, mas nunca mais fizemos, só que dessa vez ficamos em silêncio mas eu sentia uma paz enorme de poder o abraçar novamente!

Como eu iria arriscar isso?? Eu não tinha coragem nem aguentaria perder meu irmão de novo, meu coração estava dividido!

*************************************************************************************

Bom dia meninas!

Tenho uma coisa pra pedir a vcs, eu to com muita coisa pra fazer e pouco tempo hahah, eu até tentei mas não to conseguindo acompanhar. Acebei de começar mais uma pós graduação e postar 3x na semana tá pesado pra mim, por isso vou precisar reduzir pra 2x pelo menos por um tempo…..até o fim do ano, ao menos….

Queria pedir a compreensão de vcs e também deixar aqui aberto pra escolherem os dias que preferem?

– Terça e sexta

– Segunda e quinta

– Terça e quinta

?????

Fico na espera da resposta de vcs e mais uma vez, obrigada por estarem acompanhando….

Me digam até domingo, ok? pois assim saberei se posto na segunda ou não….

Obrigada e bom fds, bjssss



Notas:



O que achou deste história?

7 Respostas para Capítulo 33: Giovanna POV

  1. Bom dia meninas!
    Obrigada pela compreensão de vcs e as palavras ???
    Então docou decidido terça e quinta! Agora acredito que consigo cumprir tudo direitinho ?
    Amanhã eu posto ?

  2. Espero que a Gi não deixe a felicidade dela de lado e acredito que o próprio Matheus dará força pra ela segui firme com a Mari.

    Concordo com as meninas, nem tão longe nem tão perto rs então vou na terça e quinta.

    Parabéns viu escritora por duas graduações e ainda deixar a gente feliz com os contos, você é demais.

    • Adorei a mari,ela tá certíssima a gio não toma atitude.Queria que a gio fosse menos covarde desse jeito vai acabar ficando sozinha.Quanto aos dias terças e sextas????

  3. Tá cada dia mais difícil defender a Gih, a Mari tá certinha!!!

    Que beleza, temos uma moça pós graduanda, moça estudada! Parabéns pra vc!!!

    Eu tô num ano sabático, não tô fazendo nada pra ninguém, só por mim. Mas, se precisar de ajuda, Escritora, estamos aí…posso fazer esse sacrifício por vc e postar os capítulos…hahahahahaha.

    Tô com a Bruna, nem tão perto e nem tão longe, mas prefiro terça e sexta que fica um tempo meio igual, terça e quinta tb é bom.

    Bjs e bom final de semana!

  4. A Mari e a Mel são as que mais tem pulso firme, amei a atitude da Mari ela tem que jogar duro com a Gih e olhe que nem assim a Gih toma atitude haha,.

    Sobre os dias, Terça e quinta (nem tão perto e nem tão longe) ?

    E parabéns pela pôs graduação, sucesso na sua carreia. ☺️

Deixe uma resposta

© 2015- 2019 Copyright Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a expressa autorização do autor.