It´s a love story, baby, just say yes

Capítulo 36: Quando menos se espera….

Dani bateu na porta da enteada mas não ouviu resposta, por isso insistiu.

– Mari, está aí? Posso entrar?

– Sim. – ouviu a voz baixa dela e então abriu a porta a encontrando sentada na cama mas de cabeça baixa.

– Sua mãe passou naquele restaurante italiano que você gosta e está trazendo o jantar….

– Ah tá, já vou descer. – novamente não olhou pra Dani.

– Na verdade eu vim te perguntar se você queria que ela trouxesse alguma sobremesa, eu esqueci de pedir e só agora lembrei…. Você quer? Eu ligo pra ela e peço.

– Precisa não.

– Você não quer sobremesa de lá? Que milagre é esse?? – ela riu ao falar e Mari só deu de ombros sem a olhar. Dani então desistiu da abordagem da comida e resolveu saber o que tinha acontecido- Que foi Mari? – sentou na cama de frente pra ela mas Mari ainda estava de cabeça baixa e só deu de ombros- Fala comigo….você sabe que pode me contar qualquer coisa né?

– Eu sei. Eu só…- ela parou cobrindo o rosto com as mãos e Dani a ouviu fungar.

– Isso tem algo a ver com o que conversamos aquele dia? Da Giovanna? – nessa hora Mari a olhou tirando a mão do rosto e Dani viu o rosto dela ainda molhado pelas lágrimas. Levou a mão ao rosto da menina secando e Mari só balançou a cabeça.

– Eu to fazendo tudo errado. – ela voltou a chorar cobrindo o rosto o que fez Dani a abraçar.

Mari chorou abraçada à ela e depois contou tudo, falou dos últimos acontecimentos tirando a parte que não podia falar, tais como as festas ou que Giovanna havia a ligado bebada, mas de resto falou tudo: sobre Rodrigo e os beijos com Mel. Dani a ouviu até o fim e só então falou algo.

– Mari, você é nova ainda. Todo mundo já cometeu esses erros, é a coisa mais normal do mundo tentar chamar a atenção dela provocando ciúmes ou então ficar com a melhor amiga num momento de fraqueza….isso acontece….- sorriu pra ela.

– Eu só queria saber o que fazer. O que eu faço pra parar de sentir isso por ela? – Dani sorriu.

– Não sei, ninguém sabe na verdade…. Não existe nada que você possa fazer pra deixar de gostar dela, Mari. Ela gosta de você também.

– Como você sabe?

– Porque eu vejo. Eu vejo como ela te olha, como ela fala de você, é nítido!

– Porque ela faz isso então??

– Porque é uma situação complicada, Mari e porque ela só tem 16 anos, vocês são novas. Tem que dar um tempo….

– Eu não aguento mais esperar! – voltou a afundar a cabeça entre as mãos- Não aguento mais ela pedir pra eu esperar! Você acha certo eu ter que me esconder pra ficar com ela?? Eu não mereço isso!

– Claro que não, meu amor. Você não tem que se esconder, está certa de se magoar com isso. Não to dizendo que a Giovanna está certa, só to dizendo que pra ela é difícil também….imagina ficar entre seu irmão e a garota que você gosta?

– Nem sei se o Theus ainda gosta de mim, eu acho que não mais. – Dani sorriu.

– Mas ela se sente culpada por tudo….você sabe como sempre foi a relação deles, é complicado, mas eu acho que com o tempo ela vai ver que não adianta se negar a viver o que vocês sentem.

– Você acha que eu to errada então? De brigar com ela por isso? Eu devo esperar?

– Não, não acho que você deve esperar, você tem que viver a sua vida, quem sabe conhecer outras pessoas…. Esse Rodrigo por exemplo….como ele é?

– Ah, é legal mas….- ela deu de ombros- Não consigo parar de pensar nela, Dani, não adianta.

– Deixa acontecer, Mari….às vezes a vida te surpreende….- ela olhou pra Dani com a cara séria e a médica riu- É sério. Não vê eu e a sua mãe, aposto que ela nunca achou que se casaria com uma mulher e estamos aí, casadas há 12 anos.

– Mas vocês se amam….

– A Giovanna também te ama e se tem uma coisa que eu tenho certeza é que não dá pra fugir do amor por muito tempo. – Mari a olhou e ela sorriu- Fica tranquila….vai dar tudo certo! – Mari sorriu ainda em meio as lágrimas e a abraçou de novo.

– Posso te pedir um favor?

– Claro.

– Não conta pra minha mãe isso tudo que te falei, do Rod e da Mel….não quero que ninguém saiba disso porque é só bobeira.

– Pode deixar. Segredo nosso. – Mari a olhou e sorriu, arrancando um sorriso de Dani também.

Elas ouviram barulho de chave.

– Sua mãe chegou. – Mari mais uma vez passou a mão no rosto o secando- Vai lá lavar esse rosto e desce pra gente comer?

– Tá bom. – Dani sorriu vendo ela indo pro banheiro e então desceu pra recepcionar a mulher.

Jantaram em meio a conversas, Mari tinha ficado melhor após a conversa. Por volta de umas nove e meia, a menina se despediu dizendo que iria subir pra deitar, deu um abraço nas duas e sussurrou um “obrigada” pra Dani que apenas sorriu pra ela.

– Obrigada por quê? – Mai perguntou assim que a filha subiu. Dani a olhou e sorriu, elas estavam sentadas no sofá e Dani deitou a cabeça puxando Mai pro seu colo.

– Você lembra do seu primeiro amor?

– Lembro. – Mai sorriu antes de falar.

– Lembra como parece que o mundo vai acabar?

– Sim. – mais uma vez Mai sorriu só que agora inclinou a cabeça pra cima a olhando.

– Pois é…

– Giovanna ainda?

– É. – ela sorriu ao falar.

– Tadinha da minha filha….

– Amor, todo mundo já passou por isso. É assim mesmo, daqui a pouco passa….

– Eu sei, mas é que eu tenho peninha dela. Não queria que ela tivesse sofrendo….- Dani apenas sorriu, também tinha mas não podiam fazer nada- Mas também, muito azar. Ela se apaixonar justamente pela irmã do namorado?

– Parece até novela né? – as duas se entre olharam e riram. Pararam o riso e Mai ainda a olhava.

– Obrigada….

– Pelo que?

– Por você estar sempre preocupada com ela e ser assim, do jeito que você é. Eu te amo muito mais por saber que você é como uma segunda mãe pra ela….- Dani sorriu.

– Não precisa agradecer, eu faço porque eu amo vocês e vou sempre fazer. É muito bom saber que ela confia em mim. – Mai sorriu a beijando.

Um beijo que foi ficando mais intenso e a mão da médica já se aventurava por dentro da camisa da morena a fazendo se arrepiar, o beijo ficava cada vez mais intenso e Mai sentiu o toque sobre seus seios e teve que conter um gemido, suspirou mordendo o lábio inferior.

– Vamos pro quarto? – pediu e foi prontamente atendida pela médica.

No dia seguinte, um sábado, Mari desceu pra tomar café e se surpreendeu ao ver Dani na mesa, pois normalmente ela saía cedo aos sábados.

– Ué, ainda está aqui?

– Resolvi não trabalhar hoje, tirei o dia de folga antes que eu perca a mulher hahah.

– Perder por quê?? – Mari a olhou etada e Dani só sorriu, não deu tempo de responder pois Mai logo desceu.

– Bom dia filha.

– Bom dia mamãe. – após ouvir a resposta da filha, Mai se virou pra mulher.

– Nossa, ontem quando você falou que não ía trabalhar, eu não levei a sério. – Dani sorriu pra ela que ainda estava em pé a segurando pela nuca.

– Hoje meu dia é todo de vocês. – Dani ainda sorria ao falar e Mai lhe deu um selinho- O que vocês querem fazer?

– Eu acho que vocês deviam sair, aproveitar as duas….- Mari falou as olhando.

– Pois eu acho que devíamos sair nós três. Poderíamos ir à praia, quer amor? Aquele dia você chamou e eu não pude ir….

– Acho uma ótima ideia! Vamos filha?

– Vocês não querem ir só as duas?

– Claro que não. – Mai falou olhando pra ela e então desviou pra mulher que a olhava sorrindo- Vamos com a gente, você não gosta mais de sair com a gente….

– Claro que gosto, mamãe. Vou adorar ir à praia com vocês. – ela sorriu pras duas deixando Maitê feliz da vida.

Tomaram então o café da manhã, quando a mãe subiu então pra se arrumar, Mari perguntou:

– Dani, por que você falou aquilo de perder a esposa? Vocês brigaram?

– Não Mari, claro que não. Eu só estava me adiantando…- ela riu mas viu que a menina estava séria então resolveu falar séria também- Eu to brincando Mari, porque eu sei que a sua mãe se chateia às vezes com esses meus horários loucos, mas ninguém brigou não, pode ficar tranquila. – sorriu ao fim da frase pois viu como ela estava incerta.

– Jura?

– Claro Mari. Que foi?

– Sei lá, do jeito que você falou achei que podia ter acontecido algo….. Fiquei preocupada.

Dani mais uma vez sorriu.

– Pode ficar tranquila então…. Eu amo a sua mãe, não vou a lugar nenhum.

– Que bom! – a menina sorriu o que fez a médica sorrir também- Fiquei com medo. Não quero perder mais ninguém. – falou abraçando Dani.

– Você não vai perder ninguém. – abraçou Mari de volta- Mas independente de qualquer coisa, você sabe que sempre pode contar comigo tá? Mesmo que se algum dia eu não tiver mais com a sua mãe, tá? – ela apenas balançou a cabeça ainda abraçada.

– Mas vocês não vão se separar né?

– Não. – Dani acabou rindo- E agora vamos lá nos arrumar pra essa praia?

– Vamos. – Mari se soltou dela e Dani a sorriu, arrancando um sorriso da menina.

As duas subiram pra se arrumar então.

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– Mãe, posso ir numa festa?

– Festa? – Mai abaixou o volume da televisão pra prestar atenção na filha, mas sem desencostar do peito da mulher.

– É. – Mari estava parada na porta esperando a resposta da mãe.

– Festa de quem? – Mai.

– De um amigo da escola.

– E esse amigo tem nome? – Mai perguntou arrancando um sorriso de Dani que estava só observando a conversa.

– Rodrigo. Posso? Vai ser na casa dele, vai todo mundo.

– Os pais dele estarão em casa? – Mai.

– Acho que sim. – ela respondeu mas sabia que não estariam….por isso a festa.

– Pode ir sim, Mari, vai se divertir. Né amor? – olhou pra Mai que apenas a olhou e quando olhou pra filha viu que ela sorria.

– Ok, mas não quero que você chegue tarde, ouviu?

– Tá bom, obrigada. – sorriu pras duas.

– Duas horas no máximo! Ouviu, Mariana?

– Tá bom, mãe.

– E como você vai?

– Eu levo ela. – Dani respondeu e piscou pra enteada que apenas sorriu antes de pedir licença e sair em direção ao seu quarto.

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– Mel, seu celular não para de tocar….

– Depois eu vejo. – ela respondeu buscando a boca de Duda novamente.

– E se for uma das duas mães?

– Não é, o toque delas é diferente. – Duda riu- Não deve ser nada demais, deve ser uma das meninas pra falar da festa de mais tarde….

– Hum. Que horas mesmo é essa festa?

– Só de noite, Duda. Por que mesmo estamos falando disso ao invés de você estar me beijando? – a professora riu buscando os lábios da menina de novo mas logo parou- Que foi?

– Eu acho melhor você sair do meu colo e sentar aqui do lado. – bateu na canga ao lado dela.

– Por que? – Mel perguntou enquanto fazia o que ela pediu até porque Duda tinha a empurrado pra lá.

– Porque você está no meu colo. – Mel ainda a olhava sem entender- Nós estamos na praia….apesar de ser meio deserta, tem gente passando sempre…

– E?

– E que eu acho melhor você ficar sentadinha aí, a tentação é menor. – Mel riu.

– Você não se controla não, Eduarda?

– To tentando. – ela riu ao falar e Mel riu mais uma vez- Mas está difícil com você de biquíni….- sussurrou contra o ouvido da menina que sentiu um arrepio e sem pensar muito mordeu o lábio inferior, o que fez Duda respirar fundo e balançar a cabeça.

– Vamos na água comigo? – Mel levantou e a estendeu a mão, Duda ergueu o olhar porque ela ainda estava sentada e teve a certeza que aquilo era uma visão! O sol batia contra os cabelos loiros dela e aqueles olhos verdes misturado com aquele sorriso de canto dos lábios devia ser algum plano do diabo pra a desestabilizar e estava conseguindo….

Duda apenas pegou na mão dela a seguindo até a água.

A praia era praticamente deserta mas como Duda falou, passavam algumas pessoas de vez em quando mas nada que tornasse um problema deixar as coisas ali enquanto elas íam na água. Mel parou a esperando, pois Duda estava uns dois passos atrás dela, quando alcançou a mais nova e abraçou pela cintura e elas ficaram alguns segundos assim, só sentindo o ventinho e o resto de sol sobre o rosto.

– E então, vamos entrar? – Duda sussurrou.

– Vamos. – Mel a puxou pela mão e entraram na água com os dedos entrelaçados.

As duas mergulharam e após uns minutos de conversa, Duda puxou a mais nova a abraçando e Mel automaticamente passou as pernas pela cintura da outra e elas se mantiveram assim, abraçadas e só curtindo. O sol logo iria embora….

– Eu amei essa sua ideia de vir à praia aqui. – a loira sussurrou sem se soltar do abraço.

– Que bom! Eu já estava querendo vir à praia com você mas nunca dava….

– A Bruna está aonde? – Mel perguntou porque até então não sabia o que tinha acontecido, ela evitava perguntar agora.

– Está num curso. – Duda respondeu e elas voltaram a se abraçar, ficaram em silêncio por longos minutos até que Duda voltou a falar: Deixa eu te contar uma coisa.

– Fala…- Mel a olhou.

– Se você não quiser, pode falar tá? Não vou ficar chateada.

– Não quiser o que?

– Eu nem lembrava mais mas há um tempo atrás eu acabei preenchendo um desses sorteios em um restaurante pra ganhar um fim de semana num hotel na serra. – Mel a olhava prestando atenção- E eu ganhei. – ela sorriu- E eu queria saber se você quer ir comigo? – Mel primeiro arregalou os olhos.

– Sério??

– Se você quiser….eu sei que você tem que ver com as suas mães mas….- Duda foi interrompida pelo beijo- Isso é um sim? – perguntou com os lábios prensados por Mel.

– Óbvio que é um sim, vou amar passar um fim de semana com você! Mas quando é?

– Quando a gente quiser. Vê com a suas mães primeiro e aí a gente marca. – Mel sorriu feliz, estava sem acreditar- Que foi que você está me olhando assim?

– To surpresa! Não esperava….

– Você não disse que queria passar mais uma tarde comigo? Não conseguimos mas a gente pode passar um fim de semana né? – Mel sorriu mais uma vez.

– Sim! Vai ser maravilhoso! Eu só to meio surpresa….não imaginava….

– Por que?

– Porque eu achei que você chamaria a Bruna….

– Eu quero ir com você. – Duda assumiu a olhando nos olhos, Mel sorriu e elas voltaram a se beijar.

Duda nem se tocou do que estava fazendo, dos limites que estava ultrapassando ultimamente pra ficar com Mel….ela só estava se deixando levar pelo que estava sentindo….

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Obviamente que a festa seria sem a supervisão dos pais de Rodrigo, eles tinham montado um esquema pras bebidas e como era em casa era mais tranquilo a questão de barulho. A festa rolava tanto lá dentro onde tinha o som quanto lá fora na beira da piscina onde também tinham as bebidas. A casa estava lotada!

Giovanna estava puta por ter deixado ser convencida por Alice a ir, afinal era a casa do cara que estava dando em cima da Mari, que ela nem sabia definir o que era dela….mas estava puta! Mas ela começou a beber e relaxou um pouco, isso e a música que tocava, varias vezes seu olhar cruzou com o de Mari mas todas as vezes ela fez questão de desviar do olhar da loira, Giovanna ficava a cada minuto mais puta e com isso bebia mais!

Em algum momento da festa, ela voltava do bar e não viu mais Mari por ali, só viu Mel conversando com algumas pessoas, Alice também tinha sumido, mas ela estava atrás era da morena mesmo principalmente depois que não achou Rodrigo também, então saiu à procura dos dois pela casa. Quando ela abriu uma das portas não acreditou no que viu, Mari estava deitada e Rodrigo inclinado sobre ela a beijando, Giovanna ficou tão chocada que não teve reação alguma, só os olhava, eles ouvindo algum barulho se separaram e o olhar das duas se cruzou, Mari viu o rosto com lágrimas da loira, mas não deu tempo, ela saiu correndo como um furacão, Rodrigo a olhou que só repousou a cabeça no travesseiro suspirando.

– Vocês tem alguma coisa, Mari?

– Não. – mais uma vez ela respirou fundo sentando na cama.

– Então por que ela saiu assim? Por que ela brigou com você aquele dia? – Mari nada respondeu, apenas se levantou- O que está acontecendo?

– Vou lá falar com ela.

– Mas você não disse que….- Mari o olhou da porta o interrompendo.

– Depois a gente se fala, Rod. – ele voltou a deitar na cama, frustrado enquanto Mari desceu atrás de Giovanna. Viu Alice por ali- Você viu a Giovanna?

– Acabou de passar aqui que nem um furacão, não deu tempo nem de chamar ela.

– Ok. – ela estava saindo quando Alice a chamou.

– O que houve?

– Ela viu eu e o Rod se beijando. Vou atrás dela, Alice.

– Vou com você.

– Não precisa, deixa. – e assim ela se foi.

Não a achou lá dentro, então tentou lá fora e então a viu na calçada, a chamou mas ela não respondeu, quando Mari olhou novamente ela estava prestes a atravessar a rua, mas ao olhar pra rua viu um carro vindo e só deu tempo de correr até ela a puxando.

– Você está maluca??? – quando olhou pra ela viu o estado que ela estava, o rosto vermelho e molhado.

– Meu Deus Giovanna! Você quase foi atropelada!! Está maluca?! – Matheus chegou gritando ali porque ele também viu mas não estava tão perto quanto Mari, Alice veio com ele.

Giovanna se jogou nos braços dele e o choro continuou, Alice olhou pra Mari que abaixou a cabeça.

– Me tira daqui….- ela sussurrou pro irmão.

– Vem comigo. – ele a guiou até o banquinho que tinha ali no jardim, eles estavam em frente à casa do menino ainda e não tinha mais nada por ali. Alice seguiu eles mas Mari achou melhor se afastar.

Giovanna chorava abraçada a ele ainda.

– Quer que eu pegue uma água pra você? – Alice sussurrou pra ela que só balançou a cabeça mas se acalmou um pouco, ainda abraçada a Matheus.

– O que aconteceu, Gih? Eu achei que você ía ser atropelada! – Matheus falou ainda nervoso.

– Desculpa….eu me distraí.

– O que houve? – ele insistiu.

– Nada. – ela se soltou dele mas ao responder olhava pra baixo e Matheus e Alice se entre olharam.

– Claro que aconteceu, você está chorando.

– É bobeira Theus, desculpa. Não queria preocupar vocês. – eles voltaram a se olhar pois ela ainda estava de cabeça baixa.

– Me conta por que você está chorando, então? – ele insistiu.

– Não é nada demais. – ela secou o rosto ainda sem os olhar.

– Você não confia mais em mim? – ele perguntou procurando o rosto dela que ainda mirava o chão mas ao ouvir o olhou- Hein? – ela nada disse, apenas o olhava- Ok. Vou te deixar com a Alice então, conversa com ela, Alice. – ele se levantou olhando pra amiga que só balançou a cabeça.

– Espera Theus. – Giovanna falou se levantando também e segurando em seu braço, ele a olhou.

– Conta pra ele, Gih. – nisso Giovanna olhou pra amiga sem entender- Fala.

– Como você sabe?

– A Mari me falou.

– Falou o que? – Matheus olhou pra Alice que antes de responder olhou pra Giovanna pra que ela falasse mas ela só abaixou a cabeça.

– Ela viu a Mari e o Rodrigo se beijando.

– Para Alice! Não é nada disso, Theus! Eu….- foi interrompida pela voz de Rodrigo.

– Giovanna, desculpa, eu não sabia. Ela não me disse nada que vocês tinham algo….

– Nós não temos! – ela falou e olhou pro irmão que estava só olhando, sem reação alguma.

– Desculpa mesmo, eu não sabia. Não queria causar nenhum problema….

– Tá tudo bem cara, não tem problema não, está tudo bem. – Matheus falou com ele e Alice o olhou sorrindo. Giovanna estava tão nervosa que nem teve reação e nem percebeu a amiga sorrindo pro seu irmão também.

– Desculpa mesmo. – Matheus só balançou a cabeça- Giovanna, eu….- se virou pra ela mas ela não o deixou falar.

– Tá bom Rodrigo, já disse que não tenho nada com ela! Faça bom proveito! – ela disse com raiva e depois se virou de costas. Ele olhou pra Matheus e Alice que só deram de ombros.

– Desculpa. – ele falou mais uma vez antes de sair.

Giovanna ainda estava na mesma posição, os dois se olharam e Matheus quem falou:

– Gih….

– Matheus, me desculpa! – ela se virou pra ele já falando e com o rosto coberto de lágrimas- Você estava certo! Eu sou uma idiota! Me perdoa! – mais lágrimas rolaram dos olhos dela mas antes que qualquer um dos dois pudesse falar algo, ela saiu correndo lá pra dentro.

– Para. O que houve?? – ele estava preocupado com o estado dela.

– Me deixa! Eu sou uma idiota, uma filha da puta como você disse! Eu não presto, me desculpa!

– Eu nunca te chamei de filha da puta. – ela caiu no choro de novo- Para de chorar, para com isso. Está tudo bem….

– Não está! Eu fui uma escrota com você! Por que você não me odeia?? Você tem que me odiar!!

– Você quer que eu te odeie? – ele a olhou nos olhos o que só fez ela chorar mais ainda. Matheus percebeu que ela tinha bebido e que ela realmente estava mal, então a puxou a abraçando- Para tá? Está tudo bem….

– Por que você não me odeia? – ela chorava apertando ele no abraço e até dando uns soquinhos em seu ombro.

Alice olhava a cena dos dois abraçados e apesar da amiga estar na merda, ela sorriu, pois estava orgulhosa de Matheus.

– Porque você é minha irmã.

– Mas eu fui uma filha da puta com você!

– Esquece isso Gih, já foi….- ele só ouvia o choro dela.

– Me perdoa…..me perdoa….

– Está tudo bem….- ele fazia carinho nos cabelos dela tentando a acalmar.

– Eu nunca vou me perdoar pelo que eu fiz com você!

– Vai sim….calma….

– Eu não podia ter me apaixonado pela sua namorada!

Ele nada disse, apenas a abraçava.

Alice continuava os olhando….

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Mari tinha encontrado Mel e contado tudo pra ela, resolveram ir embora, ela foi dormir na casa da amiga.

Após a sessão de choro, Giovanna quis ir embora.

– Oii….- Mateus foi atrás de Alice pois ela tinha resolvido deixar eles a sós.

– Oi, e aí?

– Ela quer ir embora, eu vou com ela. Quer ir com a gente? Te deixamos em casa.

– Pode ser, as meninas já foram também.

– Então vamos. Ela só foi no banheiro, falei que ía a esperar lá fora.

– Tá bom. – os dois foram lá pra fora e ficaram esperando Giovanna- Theus…- Alice falou cortando o silêncio, ele a olhou- eu só queria dizer que to muito orgulhosa de você. – ela sorriu.

– Por que?

– Pelo que você fez, pela sua irmã….- ele apenas sorriu e logo Giovanna chegou, então Alice tratou de morrer com o sorriso que direcionava a ele.

Foram embora.

Matheus tinha acabado de sair do banho, pôs o short de dormir e deitou na cama na hora que ouviu seu celular apitando, olhou e viu o nome de Alice na tela, abriu um sorriso e foi ler.

“Oi. Tá dormindo?”

“Oi Alice. Não, acabei de sair do banho. Tudo bem?”

“Tudo. É só que eu mandei msg pra Gih e ela não tá respondendo….queria saber se tá tudo bem…”

“Ela disse que ía tomar um remédio porque tava com muita dor de cabeça, mas eu acho que ela só não está afim de papo mesmo….”

“Imagino….rs.”

“Mas ela tá “bem” dentro do possível rs.”

“E vc? Tá bem?”

“To ué. Pq?”

“Não sentiu nada ao saber que a Mari beijou o Rodrigo?”

“Sabe que não?

Ele riu sozinho.

“Na verdade nem tinha parado pra pensar nisso até agora….se vc não fala…hahaha.”

“Que bom…”

“É estranho né? Como as coisas mudam e a gente nem percebe né?”

“É….dizem que as melhores pessoas e coisas acontecem quando menos esperamos….”

“Hahaha, que papo cabeça pra essa hora da madrugada hein.”

“Hahaha, verdade. Só fico feliz que vc tá bem então…..”

Ele mandou uma carinha feliz pra ela.

“Vc não gosta mais da Mari?”

“Não sei Alice. Talvez eu goste, mas não daquele jeito mais…. Não sei, não fico mais pensando nisso.”

“Entendi.”

“Bom, eu vou dormir pq amanhã vou surfar. Aliás, daqui a pouco….”

“Sério? Vc vai??”

“Tenho que ir. Daqui a pouco é o torneio.”

“Caraca Theus! Vai dormir então.”

“To indo hahah. Quer ir comigo?”

“Amanhã??”

“Hahaha to brincando. Sei que é muito cedo.”

“Aonde é?”

“Naquela mesma daquele dia do campeonato.”

“Ah tá.”

“Bom, vou dormir….”

“Tá bom, até segunda então e boa sorte amanhã hahah.”

“Obrigada. Bjs.”

“Bj Alice.”

No dia seguinte, Matheus estava terminando de surfar, estava ele e um amigo, quando o menino o chama a atenção.

– Aquela não é aquela sua amiga gata? – Matheus olhou pra ver Alice o acenando do calçadão, ele sorriu e fez o sinal pra ela vir.

– Não sabia que você vinha….- Matheus falou com ela se aproximando.

– Resolvi vir….- ela sorriu.

– Oi, eu sou o Gustavo, tudo bem?

– Oi. Alice, prazer. – ela estendeu a mão que ele pegou dando um beijo em sua mão.

– Prazer, mas a gente já se conhece. Aquele dia do campeonato, lembra? – ele olhou de relance pra Matheus que estava com a cara séria já.

– Ah sim.

– Que bom que veio! Senta aqui com a gente….

– Não quero atrapalhar vocês….- ela falou olhando de relance pra Matheus por ver a cara fechada dele.

– Você não atrapalha. Senta aí….a gente já estava acabando né, Theus? – o olhou.

– Sim.

– Aí depois a gente come alguma coisa….- ele sorriu pra ela claramente dando em cima.

Por fim, foram comer algo e Matheus incomodado com o amigo caindo em cima de Alice ali na frente dele, Alice por sua vez não entendia porque Matheus estava com a cara fechada e tentava ser educada com Gustavo. Até que Matheus não aguentou mais!

– Acho melhor a gente ir embora né, Alice? – os dois o olharam- Seus pais devem estar te esperando pra almoçar né?

– Ah sim. – ela olhou a hora, era meio-dia- Está na hora mesmo.

– Mas já? Fica mais um pouco….- Gustavo insistiu se levantando também.

– Não dá mesmo, Gustavo. Mas deixa pra próxima….- ela falou.

– Me dá seu telefone então? – pediu segurando em sua mão, ela ficou até sem reação mas ele tirou o celular da bermuda e falou: Anota aqui. – ela ficou sem resposta, olhou de relance pra Matheus mas anotou o celular pra ele e então eles foram.

Andavam na direção do ponto de ônibus em silêncio e aquilo estava incomodando Alice.

– Qual o problema, Theus?

– Nenhum. – não a olhou, estava de cabeça baixa carregando a prancha.

– Então por que você está assim? É por que eu vim?

– Óbvio que não!

– Por que você está assim então? – ela parou o olhando, cruzou os braços e com isso ele teve que a olhar.

– Pra que você deu o seu número pra ele??

– Eu fiquei sem reação, você viu. Ele praticamente me deixou sem saída quando pegou o celular dele. – Matheus bufou olhando pro lado- Qual o problema de dar o meu número pra ele??

– O Gustavo é um idiota! Só usa as garotas!

– Eu não vou sair com ele Theus, eu só dei o número porque fiquei sem graça.

– Não devia ter dado!

– É por isso que você está puto??

– Não to puto, Alice, esquece! – ele voltou a andar mas ela o puxou pelo braço o fazendo voltar.

– Está sim! Só não sei porque, eu não fico puta com você quando você fica falando da Mari!

– Mari?? O que ela tem a ver com isso, Alice?! – ela ficou o olhando e suspirou.

– Por que a gente está brigando?

Agora foi a vez dele de suspirar.

– Não sei, desculpa. Só não gostei de ver o Gustavo dando em cima de você porque sei como ele é e você não é garota pra isso. – ela sorriu.

– Obrigada, mas não precisa me proteger. – ele deu de ombros e sorriu. Alice mais uma vez ficou o olhando enquanto ele sorria.

– Melhor a gente ir né?

– Vamos.

Foram no ônibus sem falar muita coisa, o ponto que Alice desceu foi antes do dele, se despediram com um abraço que durou mais do que talvez devesse.

– Tchau…- ela sussurrou.

– Tchau.

Assim que ela fechou a porta de casa sentiu seu celular vibrando no bolso do short, ao olhar viu que era uma mensagem de Matheus.

“Adorei que vc foi!”

Logo em seguida mandou uma carinha com coração.

– Tudo bem, filha? – Thiago a flagrou e só aí ela percebeu que tinha ficado parada sorrindo pra mensagem.

– Tudo pai….

– Foi boa a praia?

– Foi sim. – sorriu e guardou o celular pra desviar o assunto. Mordeu levemente o lábio- Vou subir pra tomar banho tá?

– Ok. Já vamos almoçar tá?

– Tá bom.

Ela subiu e assim que fechou a porta se jogou na cama suspirando.

“Eu tenho que parar com isso…”

Falou sozinha enquanto levava o celular a boca, respirou fundo e resolveu que o melhor era tomar banho.



Notas:



O que achou deste história?

2 Respostas para Capítulo 36: Quando menos se espera….

  1. Ahh sei lá, é muita confusão muito quero mas não quero,o matheus já tá até em outra e a gio ainda não se perdoou enquanto isso a mari fica dando asa pra cobra,sem falar na mel e a duda essas duas se arriscam demais principalmente a duda que eu não sei porque não acaba com a bruna,sinto que vai dar merda!!!esperando ansiosamente que a gio tome uma atitude com relação a mari afinal elas se amam né?? Beijo?

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