It´s a love story, baby, just say yes

Capítulo 40: Não me usa.

– Anahi, você não pode deixar ela ir! Faz alguma coisa!

– O que eu posso fazer?! – a loira a olhou de braços abertos.

– Você é a mãe dela, não deixa ela ir!

– Você também é!

– Mas você sempre faz as vontades dela, do que adianta eu falar não e você deixar??

– Não faço as vontades mas eu to vendo como ela está sofrendo….

– Ir pra outro país não vai melhorar! Eu não vou aguentar, eu quero meus filhos aqui, comigo!

– Dul, calma….- Anahi tentou a abraçar mas ela saiu pra cozinha, voltou com um copo de água nas mãos- Vamos conversar? – a loira sentou no banco da sala ali, de frente pra ela.

– Não deixa ela ir. Por favor? – a olhou e Dulce estava com lágrimas nos olhos, Anahi a abraçou e foi na hora que ouviram barulho da porta se abrindo, Dulce se separou dela pois imaginou que seria o filho chegando da escola, e era.

Matheus entrou e ao ver as duas ali na sala estranhou, principalmente depois que percebeu as expressões das duas.

– Está tudo bem aqui?

– Claro filho. Como foi a aula? – Dulce.

– Normal. Vocês estavam brigando? – Matheus sentou na mesa com as mães largando a mochila ao lado.

– Claro que não filho. – Anahi falou o olhando e deu um sorriso- Tá tudo bem. E você? Está com a carinha feliz desde ontem.

– Não posso estar feliz?

– Pode ué. – Dulce falou e olhou pra mulher- É que tinha muito tempo que já não te via assim…. Voltou a ir todo arrumado e cheiroso pra escola…

– To normal, mãe. – Dulce riu e olhou pra Anahi.

– Eu acho engraçado que vocês acham que a gente nasceu com 50 anos né? Sabia que eu já tive a sua idade? – ela se debruçou na mesa apoiando o queixo na mão e riu pra ele. Anahi riu também- Quem é a menina?

– Não tem menina nenhuma mãe.

– Sei…- Dulce se levantou e olhou pra mulher.

– Deixa amor, quando ele quiser, ele conta né filho? – Matheus só deu um sorriso de canto e resolveu mudar de assunto e transferir o foco.

– E a Gih, está melhor? – as duas se entre olharam.

– Tá sim, filho. – Anahi falou.

– Todo mundo perguntou por ela hoje lá na escola….

– Amanhã ela vai. Está bem já. – Dulce falou e ele balançou a cabeça e logo olhou pra baixo.

– Ela está assim porque viu a Mari e o Rodrigo se beijando….- quando ele falou isso, Dulce o olhou surpresa.

– Você sabia? – ela perguntou.

– Sim. Elas brigaram e quando eu vi ela estava chorando e falando que eu devia odiar ela, que ela era uma idiota e sei lá mais o que, não entendi direito. Aí a Alice falou que ela viu eles se beijando….- Matheus falou tudo sem as olhar diretamente- Aí a gente trouxe ela pra casa….eu e a Alice. – as duas sorriram e quem falou foi Anahi.

– Fico feliz que você tenha cuidado da sua irmã….

– Eu fiquei preocupado mamãe, ela estava chorando muito.

Dulce olhou pra mulher e em seguida pra ele.

– Eu fico muito feliz de ver que vocês voltaram a ser o que eram antes disso tudo….

– Eu só não podia deixar ela lá, né? – as olhou e elas sorriram balançando a cabeça.

– Obrigada por cuidar da sua irmã. – Anahi falou toda orgulhosa.

– Você me ensinou isso, aliás, vocês. – as duas sorriram mais orgulhosas ainda- Ela vai ficar bem?

– Vai sim, filho. – Anahi.

– Eu não entendo, eu achava que a Giovanna gostava da Mari e que depois de tudo elas ficariam juntas….- Anahi sorriu.

– Você não se importa mais com isso? – ele olhou pra Dulce ao ouví-la- Não gosta mais dela?

– Acho que não, mãe…. Eu não vi, mas não me importei de saber do beijo deles. – ele deu de ombros.

– Que bom filho! Melhor mesmo, partir pra outra. – ele só balançou a cabeça.

– Mas eu não queria que ela tivesse assim….- apontou com a cabeça lá pra cima indicando a irmã- Queria que ela tivesse bem…. Por que ela não está?

– Porque a sua irmã se sente culpada. – Anahi.

– Mas por quê? Eu já falei pra ela esquecer isso.

– Falou? – Dulce o olhou confusa- Ela me disse que você falou que estava decepcionado com ela.

– Ah…eu falei. – ele deu de ombros olhando pra baixo- mas sei lá….um pouco talvez….mas vai passar, eu sei. – as olhou e sorriu.

– Que bom meu amor, perdoar é uma demonstração de amor….- Dulce.

– Achei que elas estariam juntas…..não entendo isso.

– A sua irmã acha que você ainda gosta da Mari e vai te magoar se fizer algo. – Anahi falou- Acho que ela só vai conseguir se perdoar quando ouvir da sua boca que está tudo bem….

– O que está tudo bem?

– Você está bem, Theus. Que você não se importa mais com a Mari, como namorada…..ela acha que você ainda gosta dela e acho que ela precisa ouvir da sua boca que não….- Anahi.

– Mas filho, a culpa não é sua. E você só deve falar se quiser, se for de verdade mesmo porque a última coisa que a gente quer é você também abdicando da sua felicidade por ela. Só fala se tiver no seu coração, tá? – Dulce.

– Sim, pensa nisso…. Não precisa fazer porque falamos….foi só um toque. A sua irmã vai ficar bem, não precisa se preocupar….- Anahi.

– Tá bom.

– Bom, eu vou lá chamar ela agora pra gente jantar, tá? – ele só concordou com a cabeça.

– Vou tomar um banho tá, mamãe? Antes da janta….

– Claro, vai lá.

Anahi respirou fundo quando ficou sozinha ali

Que fase hein! ~ pensou.

– Adolescentes….- sussurrou fazendo Joana levar um susto, ela terminava de arrumar as coisas pra janta.

– Falou algo, Anahi?

– Nada não, Jô. E aí, o que você está fazendo?

– Fiz aquele macarrão com carne moída que a Gih adora pra ver se anima ela, está tão caidinha, to com peninha da minha menina….- Anahi riu. Joana e Lupita faziam tudo por aquelas crianças e quando ela fala criança, fala de Gabi também.

– Dramas adolescentes Jô, logo passa…- ela riu junto com a senhora que voltou a mexer o molho.

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No sábado….

Alice tinha se desanimado completamente depois de ouvir da boca da melhor amiga que Matheus só tinha olhos pra Mari, ela já sabia, era verdade, também achava mas aquilo tinha batido nela. Se sentia desanimada e mal, e nem sabia direito porquê, afinal ele era só seu amigo. Resolveu ir embora, antes de sair ainda passou por onde ele estava e o viu num grupinho com alguns meninos mas nada disse, percebeu ele sorrindo pra ela mas ela seguiu até a saída. Caminhava de cabeça baixa até lá fora, pegou o celular na bolsa pra pedir o táxi mas foi nesse momento que ouviu uma voz conhecida.

– Alice? O que você está fazendo aqui? – se virou pra Matheus.

– To indo embora, Theus.

– Já?? Mas por que?? – ele abriu os braços sem entender, segurava em uma das mãos um copo de cerveja.

– To afim de ir. – respondeu olhando a rua.

– Mas por que? Aconteceu algo? – ele deu uns passos na direção dela que só assim o olhou- Alguém te aborreceu? Se foi isso, me fala que eu dou um jeito. – ele sorriu pra ela.

– Não Theus, ninguém fez nada. Só to afim de ir embora mesmo….- ele ficou a olhando sem estar convencido disso.

– Por que você não me fala o que houve?

– Porque não houve nada. – Alice agora abaixou a cabeça ao falar.

– Quer que eu vá com você?

– Não precisa. Fica aí, você está se divertindo…- ela o sorriu.

– Eu vou. Espera só eu falar com os meninos e…- Alice o interrompeu.

– Eu não quero, Matheus! – ele parou a olhando, arregalou os olhos porque ela praticamente gritou. Quando Alice viu que tinha exagerado, respirou fundo e desviou o rosto.

– Por que você está falando assim comigo?

– Nada Matheus! Desculpa. – mais uma vez respirou fundo- Eu só quero ir embora. Tchau ok?

– Eu não vou deixar você sair daqui assim. – a segurou pelo braço o que fez Alice o olhar- Me diz o que houve. Você está chateada comigo? Eu fiz alguma coisa?

– Claro que não! – ela suspirou- Sua irmã que está certa, você só percebe a Mari!

– Mari? O que a Mari tem a ver com isso??

– Sua irmã está puta com ela porque ela estava de papinho com a Carol…- Matheus a olhou confuso- A Carol da minha sala. Falou que se você visse ía ficar puto….

– Quem deve estar puta é ela…- Alice o olhou e riu.

– Eu disse a mesma coisa.

– Viu…. Eu nem vi a Mari ou a Giovanna, to ali com os meninos há um tempo já.

– Nós dois sabemos que ela está certa, Theus…. Você ainda gosta dela.

– Eu nem vi a Mari hoje direito, Alice. E a Giovanna não sabe mais da minha vida.

– Por que ela falou isso então? – ele deu de ombros- Enfim, eu não tenho nada com isso. Vou embora. – ela chegou a dar as costas pra ele mas Matheus a segurou.

– Espera, não vai.

– Eu não tenho nada mais pra fazer aqui. É a Giovanna falando da Mari o tempo todo que vai te magoar e você só vendo ela na sua frente. Quero ouvir outro assunto, ao menos hoje.

– Eu não to falando da Mari, aliás tem um tempo já que não falo dela.

– Ah tá bom Matheus! Você ainda gosta dela!

– Talvez eu goste, não sei…. Mas já não do mesmo jeito.

– Bom pra você! Tenho que ir.

– Para! – ele a puxou de volta- Por que?

– Porque eu to de saco cheio de ouvir só isso! É você, é a Giovanna!

– Eu não estou falando dela! Você que está! – ele a apontou e Alice bufou olhando pro lado.

– Tchau Matheus! – ela tentou sair novamente mas ele a puxou e dessa vez com força, o que a fez quase desequilibrar e quase caiu, mas ele a segurou com a outra mão na cintura e isso os fez aproximar. Os dois se olharam nos olhos e estavam meio alterados pela espécie de discussão. Matheus quem tomou a iniciativa primeiro e a beijou.

Alice ainda estava confusa quando sentiu a boca dele na sua.

Matheus manteve as mãos envolta da cintura dela que aos poucos foi acordando pro beijo e o envolveu pela nuca, o beijo era calmo como se estivessem se conhecendo e realmente, estavam. Ela sentiu os braços dele a envolvendo com mais força e levou a mão aos cabelos do menino fazendo carinho e apertando a nuca dele de leve. Os dois respiraram fundo e aos poucos cessaram o beijo sem se afastarem muito, Alice ainda estava nos braços dele quando abriu os olhos e viu que eles estavam no meio da rua, pressionou o lábio inferior como se pudesse sentir ainda o gosto do beijo.

– Foi só pra eu não ir embora? – ele sorriu.

– Não. Alice, não fica chateada comigo mas…- ela o cortou.

– Não to. – nisso ele sorriu.

– Vamos conversar? – deu um passo a mais na direção dela.

– Agora? – ele balançou a cabeça.

– Não pode ser outro dia, Theus?

– Por que? Você está chateada?

– Não, claro que não. Só que eu não esperava, eu não sei nem o que te dizer….e eu preciso mesmo ir. A gente conversa outro dia, ok?

– Tá bom. – ele respondeu simplesmente porque não queria a forçar a nada. Ela deu um passo se afastando mas ele a segurou pelo braço- Você não está chateada comigo mesmo?

– Não. – deu um sorriso de leve- Você não beija mal pra eu ficar chateada….- deu um beijo no rosto dele e saiu sem dar tempo dele falar nada, estava meio zonza ainda com tudo. Saiu porque ficou nervosa sem saber o que fazer.

Matheus voltou pra onde estava junto dos amigos mas ficou pensando naquilo, porém logo entrou na conversa e acabou deixando isso pra depois.

– Aí cara, se eu fosse você ía lá. Sua irmã está brigando com a sua e a Mari, sua ex, Theus. – um menino amigos deles falou e eles se olharam sem entender bem.

– Brigando? – Léo perguntou pra confirmar.

– Sim.

– Mas por que?? – Léo.

– Não sei cara, melhor ir lá.

– Valeu, vou lá.

– Vou com você. – Matheus.

Quando eles chegaram lá estavam as três gritando.

– Gente, o que está acontecendo?? – Léo.

– Aff! – Mari se irritou mais ainda ao ver os dois chegando. Ela estava bebada. Matheus olhou pra irmã e a viu com lágrimas no rosto.

– O que houve? – a perguntou mas ela desviou o olhar pras duas.

– Nada.

– Claro que houve. Você está chorando….

– Por que vocês estavam brigando? – Léo.

– Não é nada Léo, está tudo bem. – Mel falou tentando apaziguar.

– Para de dar explicação Mel, ninguém tem nada com isso! Que saco!

– Mari, para. – a morena revirou os olhos.

– Não aconteceu nada ok? – Mari falou os olhando, incluindo Giovanna que só a olhava sem conseguir esconder a decepção- Que foi Giovanna? Não fiz nada pra você me olhar assim!

– Ah nada?? – acabou se alterando também.

– O que eu fiz? – ela cruzou os braços dando um passo à frente mas Giovanna só conseguiu balançar a cabeça.

– Quer saber? Eu vou embora.

– Vai! – Mari gritou na cara dela apontando.

– Façam bom proveito! – olhou pra Mel antes de sair e os meninos não entenderam nada.

– Caralho Mariana! Pra que isso??

– Ahhh oh!

– Você está bebada, falei pra você não fazer isso! – Mari só revirou os olhos- Vou falar com ela. – Mel saiu atrás da amiga. Léo olhava tudo confuso e viu Mari se sentar no sofá atrás de si afundando a cabeça.

– Vou pegar uma água pra ela. – ele falou arrancando um aceno de cabeça de Matheus que assim que ele saiu, sentou ao lado da ex. Nesse meio tempo, ele ouviu Mari chorando.

– Mari, o que houve? – ela só balançou a cabeça ainda baixa- Por que vocês estavam brigando?

– Porque a sua irmã é uma idiota!

– Mas e a Mel? O que aconteceu?

– Melhor você não saber. – o olhou ao falar.

– Por que?

– Porque você vai ficar com raiva de mim. – ele sorriu.

– Claro que não. Pode falar….- ela só balançou a cabeça e após um pequeno silêncio, tornou a olhá-lo- Me desculpa, Theus? – ele sorriu pra ela- Sério, me desculpa de verdade? Eu fui uma idiota, nós duas fomos….

– Esquece Mari….

– Não, é sério. Me desculpa! – ele sorriu pra ela balançando a cabeça que o abraçou- Eu queira ter me apaixonado por você sabia…ao invés de….- ela parou de falar, se tocando do que dizia e saindo do abraço.

– Ao invés da minha irmã? Pode falar, eu sei.

– Sabe como? Quem te contou?

– Ninguém….- ele sorriu- Eu vi, eu vejo. Da pra perceber…. Não sei como não vi naquela época, ou não quis ver, sei lá….

– Você é incrível, sabia? Já te disseram isso?

– Já. – ele sorriu se lembrando de Alice.

– Garota de sorte essa aí….- ele sorriu assim como ela- Que merda sabia? – ela se encostou no sofá ainda apoiando o copo no sofá.

– Mari, acho que já está bom de você beber né? – pegou o copo da mão dela e cheirou- Que isso?

– Sei lá, a Carol que me deu hahah. – ele só balançou a cabeça e largou aquilo lá- Será que elas foram embora? – perguntou olhando lá pra porta, por onde Mel e Giovanna saíram.

– Não sei. Quer ir lá ver? – ela só balançou a cabeça.

– Obrigada por ficar aqui comigo….- ele sorriu.

Léo apareceu com a água.

– Obrigada. Mas eu to bem, relaxem….

– Eu não entendi nada. O que houve? – Matheus deu de ombros e olhou pra Mari que estava de cabeça baixa.

– Sua irmã está dando piti porque viu eu e a Mel nos beijando….- os dois a olharam surpresos e em choque- Eu disse que você ía ficar com raiva de mim.

– Não to com raiva, só….- ele parou de falar em choque. Mari deu de ombros.

– Achei que a minha irmã estava com a Duda….- Léo sussurrou.

– Sua irmã é amante da Duda! Mas relaxa, nós somos só amigas, foi só uma idiotice. Eu gosto daquela idiota que agora provavelmente está puta comigo e eu nem sei porquê, afinal não temos nada!

– Ela gosta de você, Mari. – Matheus a olhou ao falar.

– Gosta nada! Ela quer me controlar, mas não vai! Já disse que se ela não quer ficar comigo, não fica, mas não fica querendo controlar com quem eu fico ou deixo de ficar! Vou embora! – ela levantou do nada e os dois assustados foram atrás.

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Um pouco antes….

Mel saiu atrás da amiga a gritando porém ela não parou, continuava andando ignorando os chamados, então Mel teve que a puxar pelo braço.

– Me ouve??

– Me solta Mel! – a mais nova viu o olhar de Giovanna pra ela.

– Não é nada disso, me ouve?

– Ah não?? Pareceu um beijo, mas não é??

– É, mas….- Mel parou de falar ao ver Giovanna lhe dando as costas de novo e querendo sair- Giovanna, para. – parou na frente dela a impedindo de sair- Me escuta!

– Desde quando essa palhaçada??

– Não é palhaçada. Olha só…- respirou fundo- isso que você viu foi um beijo, ok, mas você está entendendo errado. – ela deu uma risada irônica- Está sim! É bobeira, a Mari está bebada….- mais uma vez Giovanna balançou a cabeça e estava saindo de novo mas Mel falou: Para com isso! Conversa comigo.

– Conversar o que, Mel?? Esse tempo todo e eu….- ela parou de falar puta, balançava a cabeça.

– Deixa de loucura que não é nada disso!!

– Ah não?! É o que então??

– Como eu te disse, é bobeira. Nós somos só amigas, pelo amor de Deus, você me conhece há anos! Acha mesmo que eu faria isso com você?!

– Por que não? Como ela mesmo disse, não temos nada, ela pode fazer o que quiser!

– A Mari está puta por isso falou aquilo. Vocês duas ficam nessa palhaçada invés de ficar juntas logo.

– Ela está puta?? Ela fica se esfregando naquela idiota da Carol e agora beija você, e ela está puta?? Ah me poupe né!!

– Você sabe que ela está, com ciúmes e bebada.

– Ciúmes de que? Fiz nada.

– Mas ela tem ciúmes de você, você sabe.

– A única coisa que eu sei é que vocês duas estavam se beijando! – Mel suspirou se acalmando porque entendia a situação.

– Gih, você acha mesmo que eu faria isso com você? Foi só uma bobeira, coisa de amigas.

– E quantas vezes essa coisa de amigas aconteceu? – ela só olhou pra Giovanna que deu outra risada irônica- Inacreditável!

– Olha só, foram poucas vezes, poucas mesmo. Na maioria das vezes porque ela estava frustrada que você estava com a Nina ou vocês tinham brigado e eu puta com a Duda….- Giovanna a olhou surpresa pois era a primeira vez que ela assumia se importar assim com Duda- Pois é….- acabou sentando no meio-fio e suspirando. Giovanna a seguiu- Eu nunca faria isso com você. Nós somos amigas desde que eu me entendo por gente, sei lá….. A gente só ficou, foi só beijo….nada importante. Tipo o que você tinha com a Nina.

– A Nina é minha amiga.

– A Mari também! Minha melhor amiga, eu tenho um carinho por ela mas é só, é amizade! Eu nunca faria isso com você até porque sei que ela está só me usando….ela gosta de você, Gih. – Giovanna olhou pra frente e suspirou.

– Então ela não ficou com a Carol? – a olhou.

– Até agora não….- Giovanna a olhou séria e Mel riu- Você sabe que é só falar que ninguém mais tem chance né?

– Não posso, Mel….- ela abaixou a cabeça.

– Ok, não vou mais me meter nisso. Você já sabe a minha opinião…- Giovanna só a olhou e suspirou- Só não queria que você ficasse brava comigo….- Giovanna a olhou- prometo que não toco mais nela hahah.

– Não tenho direito de te pedir isso. Fora que melhor você que essa idiota da Carol!

– Hahaha, a Mari falou que você desafiou ela na sinuca hahah.

– Claro! Estava se achando, tinha que baixar a crista dela hahahah. – Mel caiu na gargalhada também e aos poucos tudo foi ficando de boa.

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No dia seguinte, Dulce entrou no quarto do filho e o viu terminando de fechar a porta do armário.

– Vai sair filho?

– Vou no cinema, posso né?

– Pode. – ela respondeu vendo ele pegar a carteira e por o relógio- Tá cheiroso…

– Obrigado. – sorriu pra ela- Tá bom assim? – apontou pra si. Ele estava com uma blusa branca lisa com gola V, bermuda e sapatênis pretos, relógio da mesma cor e a pulseira de couro que ele nunca tirava.

– Tá lindo filho. Vai sair com quem?

– Uns amigos aí….

– E esses amigos tem nome?

– Da escola mãe, você não conhece. – ele desviava o olhar a todo momento da mãe.

– Hum….- Dulce tinha sacado que não era nada amigo e sim alguma menina pelo jeito que ele estava arrumado, o perfume, mas resolveu não falar nada. Estava até feliz por ele se interessar de novo por alguém….

– To indo então, tá mãe? – a deu um beijo no rosto.

– Quer carona?

– Não. Vou de táxi. Beijos.

– Se cuida, e qualquer coisa liga que te pego.

– Tá bom mãe, beijos. – desceu falando, quase bateu na Lupita lá embaixo na pressa.

– Cruzes, que pressa é essa menino??

– Desculpa Ba. – voltou a dando um beijo no rosto- To com pressa. – ele bateu a porta.

– Onde ele vai nessa pressa toda?

– Encontrar uma menina, eu acho….- Dulce falou e Lupita assim como ela, sorriram.

Quando Matheus chegou na porta do cinema, viu Alice encostada na entrada, estava de cabeça baixa mexendo no celular. Ele deu uma ajeitada no cabelo que já crescia e fazia uma espécie de mini moicano e foi até lá.

– Oi….demorei? – ela levantou a cabeça guardando o celular na bolsa.

– Ah oi, Theus, não. Acabei de chegar….- ela sorriu pra ele pra ser simpática e ficaram os dois se olhando, sem saber como agir. Matheus foi quem tomou a atitude a dando um beijo no rosto.

– E então, quer ver a sessão de agora ou das seis horas?

– Não sei, você quem sabe….

– Quer ver a de agora logo? Já que já estamos aqui…. Depois a gente conversa.

– Pode ser.

Foram pra fila comprar, os dois quietos, nervosos…. Matheus fez questão de pagar os dois mesmo sobre protestos de Alice.

– Quer pipoca?

– Acho que não….

– Cinema sem pipoca?? – ela riu.

– É que eu almocei tarde, mas se você quiser, eu divido contigo.

– Deixa então. Mas e uma bala ou chocolate, quer?

– Pode ser. – compraram dois refrigerantes, bala e chocolate.

Os dois continuavam sem graças um com o outro, sentaram em silêncio e logo o trailer do filme que Matheus tinha escolhido começou. Menos de cinco minutos de filme, as mãos se tocaram quando foram pegar o refrigerante ao mesmo tempo e Alice errou e foi na direção do dele.

– Desculpa. Confundi….- assumiu sem graça.

– Não tem problema, pode beber do meu se quiser….

– Não precisa Theus, tem aqui. – pegou do dela bebendo e o silêncio voltou, até Matheus falar.

– Não to entendendo nada do filme….- sussurrou próximo ao ouvido dela.

– Por que? – o olhou.

– Não to conseguindo prestar atenção.

– Por que? Tá chato? – ambos sussurravam e os rostos próximos pra não fazerem barulho.

– Não. Só não to conseguindo prestar atenção no filme tendo você aqui do meu lado….- Alice nada disse mas manteve o contato dos olhos, Matheus quem tomou a atitude levando a mão ao rosto dela o que a fez fechar os olhos ao sentir o toque.

O beijo foi inevitável. Matheus ergueu o braço da cadeira que separava os dois e a mão que estava na nuca de Alice foi pra dentro dos seus cabelos fazendo carinho, enquanto ela mantinha uma das mãos na nuca dele, também fazendo carinho. Eles não viram mais o filme, ficaram quase duas horas se beijando, mas nenhum dos dois avançou o sinal.

Ao fim do filme, se separaram e Alice parou no banheiro, ele ficou a esperando lá fora. Ela respirou fundo ao se olhar no espelho e depois saiu, como agir agora?

– Tá com fome, Alice?

– Não muita. Você quer comer?

– Tem um japonês aqui muito bom. Não quer?

– Pode ser. – foi a última palavra que trocaram, andavam lado a lado até o restaurante. Os dois sem saber como agir agora, depois da sessão amasso no cinema.

Fizeram os pedidos e após o garçom trazer as bebidas, uma coca pra ele e um suco pra ela, se foi.

– Suco com japonês? – a olhou fazendo careta.

– Já tomei muito refrigerante hoje, tenho que maneirar…

– Até parece Alice que você precisa se preocupar com isso. – ela sorriu meio sem graça.

– Tenho que manter a forma né….- ele riu e o silêncio voltou, até que ele resolveu quebrar novamente o silêncio.

– Gostou do filme? – ela o olhou antes de responder e riu.

– Eu acho que não consegui ver muito o filme….- os dois riram.

– É, nem eu. Vamos ter que vir ver de novo.

– Vamos. – os dois riram e logo a comida chegou.

Comeram conversando besteiras e não o que tinham combinado conversar porque nenhum dos dois teve coragem de tocar no assunto. Na hora de pagar, Matheus fez questão de pagar de novo.

– Não vou deixar você pagar no primeiro encontro né, Alice?

– Estamos tendo um encontro então?

– Você entendeu….- ele falou meio sem graça e pagou, ela sorriu baixinho e foi assim que deram fim à discussão.”

Matheus a convenceu a dividirem um sorvete e eles foram até o elevador pois a sorveteria era no último andar do shopping, mas como era domingo o shopping estava cheio e parou em todos os andares, praticamente. Com isso ficou cheio e Alice teve que encostar nele pra dar espaço, Matheus passou o braço pelo ombro dela a abraçando, estava doido pra fazer isso, pra a beijar de novo assim como ela mas os dois sem graça….

Alice sentiu dois beijos na sua nuca e ele sussurrou:

– Tá cheirosa….- sorriu e deitou a cabeça no ombro dele.

– Você também…- os dois se olharam antes de se beijarem. Matheus passou o outro braço pela cintura dela e Alice levou a mão ao braço dele fazendo carinho.

Nem se deram conta quando o elevador chegou, só quando o rapaz avisou, eles pararam o beijo e perceberam que estavam sozinhos. Saíram rindo e Matheus a deu a mão. Foram assim até a sorveteria.

– Vai querer de que? – ele sussurrou meio atrás dela e Alice teve que controlar o arrepio que sentiu.

– Não sei. – assim que ela acabou de falar chegou a vez deles e ela pode olhar- Doce de leite? – o olhou.

– Pode ser com coco?

– Duas bolas?? – ele riu e pediu pra moça.

– Cascão ou copo? – a vendedora perguntou e ele olhou pra Alice que ainda olhava os sabores.

– Cascão. – ela escolheu.

– Quer mais alguma coisa? – ele perguntou pra ela que negou.

– Esse que você e seu namorado escolheram é um dos melhores….

– Ah não, ele….- parou de falar quando ela a entregou o sorvete.

– Obrigado. – Matheus falou e eles saíram dali. Foram sentar lá fora onde tinham alguns bancos e dava pra se ver a vista- Gostou? – ela o olhou sem entender porque estava viajando e ele apontou pro sorvete.

– Sim, muito bom!

– Minha mãe ama esse sorvete, a gente sempre vinha aqui. – Alice sorriu pra ele.

– É muito bom, mas depois de hoje eu devo ter engordado uns 5 kilos hahah, vou precisar malhar uma semana direto pra eliminar tudo isso.

– Até parece Alice! Não precisa se preocupar com isso, você é linda. – ele falou sem perceber que falou, Alice deu um sorriso de canto de lábios e ele também mas acabou desviando no final- Quer água? Eu fiquei com sede….

– Pode ser.

– Vou lá comprar. – ele foi e voltou rapidinho- Aqui. – a entregou e voltou a sentar ao seu lado- Ela perguntou se a gente tinha gostado do sabor…

– É muito bom, mas eu to satisfeita, não aguento mais. Come você.

– Também to satisfeito. Posso jogar esse restinho fora?

– Pode. – ele jogou na lixeira ali ao lado e voltou a se sentar ao lado dela só que agora um pouco mais perto. Mas os dois voltaram a ficar em silêncio, olhavam pra frente e mais uma vez, Matheus quem falou:

– Que foi? Tá de saco cheio de ficar aqui?

– Não, claro que não. Por que eu estaria? – o olhou.

– Sei lá, você está meio quieta….e você sempre está falando alguma coisa….- ele riu a fazendo rir também.

– Desculpa. Acho que eu só to meio sem saber como agir….- ele a olhou- se eu ajo como sua amiga ou….- ela parou e riu- sei lá o nome disso…. Estamos ficando?

– Não sei o nome também Alice, mas eu vou ser sempre seu amigo. – ele sorriu pra ela que sorriu de volta achando fofo o que ele disse- Independente pra onde isso, seja lá o nome disso rs….nos levar…- ela apenas sorriu.

– Acho que eu fiquei um pouco nervosa….ainda to, eu acho…- confessou abaixando ligeiramente a cabeça.

– Eu também fiquei….- ele sussurrou próximo ao ouvido dela pois ela ainda estava de cabeça baixa. Alice o olhou e ele sorriu pra ela, os olhares se cruzaram e os rostos se aproximaram novamente até o beijo acontecer.

Os dois se conheciam ainda no beijo, Matheus sempre com a mão no rosto dela ou nuca fazendo carinho, era um beijo comportado mas que estava envolvendo os dois. O gosto….o cheiro….tudo era novidade e nenhum dos dois queriam parar, mas o ar foi faltando e eles foram diminuindo a intensidade do beijo. Não afastaram os rostos, apenas abriram os olhos, Alice passou a mão nos poucos cabelos dele e riu.

– O que você fez com o seu cabelo hein? – ele riu.

– Não gostou?

– Preferia antes….

– To deixando crescer….- ela fez que sim sentindo os lábios se roçando- já que você gosta…- ela sorriu e se beijaram de novo.

Uns vinte minutos depois, Alice sentiu seu celular vibrando na bolsa e ao olhar era o Gui querendo saber onde ela estava.

– Meu pai….

– Quer ir? – Matheus perguntou ainda próximo à ela.

– Melhor….vai dar oito horas já.

– Vamos então. Te levo em casa.

– Não precisa Theus, tem táxi aqui na porta. – ele só balançou a cabeça.

– Vem, vamos.

Foram descendo de mãos dadas agora e pelas escadas pois estava demorando muito esperar pelo elevador.

– A gente disse que ía conversar e não conversamos né….- ela o olhou e eles acabaram parando ali antes de chegarem na fila dos táxis.

– Não? Eu achei que sim…. Você quer falar alguma coisa?

– O que a gente vai fazer?

– Como assim?

– O que a gente vai fazer ué? A gente se beijou ontem, agora hoje e….- ela o olhou esperando uma resposta dele- O que é isso?

– Não sei Alice, mas a gente não pode deixar rolar? Ver no que dá….

– Pode. Eu também não acho que devemos apressar nada….

– Sim, vamos com calma…. Mas eu gostei muito de ficar com você.

– Eu também Theus. – ele sorriu- Mas eu só queria te pedir uma coisa….

– Fala.

– Não me usa.

– Usar você??

– É. Se algum dia você quiser ficar comigo de novo que não seja porque a Mari te deu um fora ou porque você está afim de ficar com ela mas ela não quis e você veio afogar as mágoas comigo.

– Eu nunca faria isso, Alice! E nem fiz, nem ontem nem hoje. Eu fiquei com você porque eu quis você. – ela sorriu.

– Que bom. – o puxou pela nuca o beijando.

Sem perceber ela tinha se encostado na parede e agora sim, o beijo começou a acelerar, Alice tinha posto a mão por dentro da blusa dele na altura da cintura, mas eles pararam sem ar e Matheus sorriu pra ela antes de lhe dar mais um selinho.

– Vamos né?

– Vamos. – os dois foram no táxi trocando beijos e abraçados. Matheus a deixou em casa e depois seguiu pra sua.



Notas:



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5 Respostas para Capítulo 40: Não me usa.

  1. Obrigada meninas pelos comentários ?

    Quanto a extra, ainda não consigo Samara, to bem enrolada esse fim de ano, quem sabe pro ano que vem….. (além de sem tempo pra postar to sem tempo pra escrever ?)

    Bjss

    • Não me leva a sério não, Escritora!! Só apelei pro espírito natalino pq vai q dá certo…hahahahhaha. Se fosse eu nem tinha respondido meu comentário…hahahahhaha. Eu sei q vc tá enrolada e super entendo seu momento, até agradeço todo seu empenho e dedicação em não nos abandonar!! ❤?

  2. Embora eu ainda esteja p*uta com a Mel…rs, dessa vez tô mais ainda com a Mari…rs. Mas dá pra entender, são muito novinhas.
    Já o Matheus e a Alice são lindos demais, ainda acho q a Alice devia ter contado pra Gih, mas tudo tem seu tempo!
    Podia rolar uns capítulos extras, né Escritora?! Assim, incorporar o espírito Natalino e presentear suas leitoras!!! ☺️❤

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