It´s a love story, baby, just say yes

Capítulo 5: Giovanna POV

Já tinha um mês que meu irmão e a Mari estavam namorando, eu estava realmente feliz por eles, o Matheus estava todo empolgado, ele era um fofo com ela, todo carinhoso….acho que estava até apaixonado…. E a Mari era uma garota legal, merecia o melhor e sem querer puxar saco mas meu irmão era o melhor pra ela, todo educado e carinhoso, um verdadeiro gentleman…. Volta e meia a via aqui em casa, não tínhamos nos afastado mas já não era a mesma coisa, afinal eles estavam namorando e resolvi dar um espaço pra eles né? Além do que, estar perto dela me fazia rememorar as sensações daquele dia no piano no aniversário do Sebastian e eu não tinha coragem de me deixar levar por nada disso, nem falar eu falei com ninguém, nem mesmo com a Alice, não tinha coragem de verbalizar nada daquilo! Mas volta e meia antes de dormir eu fechava os olhos e podia sentir todas aquelas sensações, era incrível porque eu me sentia lá ainda, às vezes isso me irritava, outras eu me permitia….e nessas vezes que me irritava eu chegava a contestar se não foi viagem da minha cabeça, ela iria me beijar mesmo? Talvez eu só tenha fantasiado isso tudo…. Sei lá!

Mas enfim, outra coisa que havia mudado era a aceitação das minhas mães pra que eu tocasse na banda, sei que minha mãe que convenceu mamãe a aceitar, entendia a preocupação delas mas por outro lado nunca dei motivos pra elas não confiarem em mim…. Mas enfim, a gente estava ensaiando há algumas semanas e nesse sábado tocaríamos num bar, o bar era de um conhecido delas, por isso liberaram mas sei que devem ter verificado até a vigésima encarnação dele e também dos integrantes da banda, pois eram todos mais velhos que eu, não tanto mas um pouco.

Hoje foi o último dia de ensaio, cheguei em casa e a primeira pessoa que vi foi a Mari, na verdade, nos cruzamos na porta.

– Oi…- ela falou primeiro porque fiquei meio surpresa de vê-la assim e fiquei muda.

– Oi Mari, tudo bem?

– Tudo e você?

– Tudo bem. To chegando do ensaio agora.

– Ah, que legal. – ela falou e pareceu verídico mesmo. Sorri de volta e ficou um silêncio.

– Você vai no show né? – perguntei quebrando o silêncio.

– Suas mães deixaram mesmo?

– Sim. Vai todo mundo. – sorri ao falar porque eu estava muito feliz!!

– Ah, então eu vou, já que todo mundo vai.

– Só por isso? – a olhei sorrindo ao perguntar e arranquei um sorriso dela também, só depois pensei: por que eu falei isso??

– Claro que não. Eu vou pra te ver. – ela falou me desarmando totalmente! Tanto que fiquei até meio sem graça.

Ouvimos uma buzina e até me assustei, ela desviou o olhar e era a tia Mai.

– Minha mãe chegou Gih, tenho que ir. Até sábado?

– Claro. – sorri a respondendo e ela me deu um beijo no rosto e então foi na direção do carro, fiquei a olhando se afastar e dei um tchauzinho pra tia Mai no carro que retribuiu, ela entrou no carro e eu em casa.

A Jô, nossa empregada estava ali na sala, falei com ela e então subi, queria tomar um banho e relaxar, eu andava bem estressado com o show.

Sábado acordei até cedo hahah, tentei me distrair ali em casa mas foi difícil, quando deu umas seis horas fui me arrumar, iria sair de casa às 8. Deu sete e meia e eu já estava pronta, fui lá no quarto das minhas mães pra ver se a minha mãe Anahi não ía atrasar muito, eu já estava agoniada demais pra ela ainda me atrasar, ouvi a voz dela mesmo me pedindo pra entrar depois que bati.

– Nossa, você já está pronta? – a olhei ao falar e ela sorriu- Nem acredito nesse milagre….

– Boba. – ela me deu um beijo no rosto- Você está linda!

– Obrigada.

Eu demorei dias até conseguir escolher a roupa que fosse ficar perfeita, eu ainda não tinha certeza se estava perfeita mas eu tinha gostado. Usava uma calça preta desfiada na perna, um sandália preta de salto, minha blusa era branca com detalhes em preto com brilhos e era curta, eu estava com um top por baixo e munhequeira nos dois pulsos, argola e maquiagem, obviamente.

– Sua mãe está nervosa, por isso ela já está pronta. – minha outra mãe falou passando por nós, ela tocou de leve na cintura da mamãe fazendo um carinho que sorriu pra ela- Até brigou comigo porque eu não estava me arrumando ainda….- apenas sorri- Deixa eu terminar de me arrumar….- ela passou por mim indo ao banheiro.

– Tá.

– Seu irmão já está pronto? – ela perguntou.

– Não sei mamãe, não fui lá. – respondi sem a olhar e me sentei na cama, mordi o lábio inferior sem perceber e quando me toquei, parei pra não tirar o batom.

– Que foi, meu amor? – ela se ajoelhou na minha frente.

– To nervosa, mamãe. – ela sorriu.

– Isso é normal Gih, faz parte…. Mas calma, vai dar tudo certo. – respirei fundo- Olha só, a primeira vez que eu subi num palco eu estava em pânico também, mas você tem que se concentrar só no que você sabe, no que ensaiou, vocês ensaiaram muito, você sabe exatamente o que tem que fazer. Vai sair tudo perfeito, tenho certeza! – dei um sorriso pra ela e fiz que sim com a cabeça mordendo minha bochecha por dentro- Olha só, se você estiver muito nervosa, fecha os olhos e canta só pra você, como se tivesse aqui em casa ou se preferir olha pra mim e pra sua mãe, a gente vai estar bem ali na frente, tá?

– Tá. – sorri um pouco mais calma e ela me sorriu de volta fazendo carinho no meu rosto.

Minha mãe Dulce saiu do banheiro nessa hora.

– Que foi?

– Ela está nervosa….- mamãe falou e mãe Dulce sentou ao meu lado na cama me abraçando.

– É normal filha, mas vai dar tudo certo. Fica calma tá? – ela me beijou o rosto. Estar ali com elas até me acalmou um pouco, afinal elas sabiam do que estavam falando- Pensa em tudo que vocês ensaiaram. – a olhei.

– Isso, foi o que eu disse pra ela. Mas se ainda assim tiver nervosa, olha pra gente, canta só pra gente e esquece o resto das pessoas lá….- mamãe Anahi falou e eu sorri pra ela, respirei fundo e vi ela e minha mãe se olhando e sorrindo.

– Obrigada. – abracei as duas.

– Vai dar tudo certo meu amor. Agora vai lá ver se seu irmão está pronto pra irmos….- minha mãe Dulce falou.

– Tá.

Saímos de casa por volta de oito horas mesmo.

Estávamos já no fundo do palco e eu estava muitoooo nervosa!! Era a primeira vez que iríamos cantar pra um público maior, mas mais que isso, eu estava nervosa porque era a primeira vez que minha família iria me ver cantar assim mais profissional, fora isso tinha sido só em casa com amigos ou na escola, não conta né…. Então, eu estava com os nervos à flor da pele e sabia que não podia errar, estava todo mundo nervoso e eu fui uma das que mais pilhei pra gente cantar nesse bar, pois uns achavam que ainda não estávamos prontos, mas eu sabia que sim, mas isso não mudava o fato que eu estava morrendo de medo haahha.

Enfim, tentei me acalmar porque eu era a vocalista principal, então minha voz tinha que estar perfeita pra ninguém perceber o meu nervosismo, principalmente minhas mães, eu não queria as decepcionar! E como num passe de mágica, quando a música começou, eu me acalmei, me senti completa, eu amava aquilo demais e ali, no palco e cantando sentia que era meu lugar e eu me acalmava…. Ao fim da primeira estrofe eu olhei pra frente e vi minhas mães me olhando sorrindo, elas estavam abraçadas e o Matheus e Gabi ao lado delas, eu acho que elas estavam até meio emocionadas, mas não foquei muito nisso pra não me distrair e vacilar, apenas sorri pra elas e voltei a cantar.

Corria tudo bem no show, até que num determinado momento, fechei os olhos pra cantar a próxima música e foi tudo tão automático que quando abri os olhos olhava pra Mari, ela retribuía meu olhar e quando percebi eu estava cantando pra ela….

“Agora eu quero ir

Pra me reconhecer de volta

Pra me reaprender e me apreender de novo

Quero não desmanchar com teu sorriso bobo

Quero me refazer” 

Era um trecho da música da Ana Vitória, duas cantoras brasileiras que eu adoro.

Tomei um choque ao perceber que eu estava cantando pra ela, vi meu irmão dando um beijo no rosto dela que desviou seu olhar do meu ao sentir o beijo no rosto, meu coração palpitou e eu não entendi nada! Até falhei no ritmo da música, minha sorte foi que a Nina me ajudou e terminou de cantar, ainda bem que foi a última música antes do intervalo que iríamos fazer. A luz se apagou de cima da gente e eu pode soltar o ar, que merda aconteceu aqui?

As luzes voltaram a se acender e eu me toquei de descer do palco junto com o pessoal após os aplausos, a primeira pessoa que eu vi quando desci, foi minha mãe, Anahi, sorri meio insegura e perguntei:

– Gostou? – ela me puxou pra me abraçar.

– Maravilhosa meu amor! – sorri relaxando nos braços dela. Sério, acho que metade do meu nervoso era ter a aprovação dela, dela e da minha outra mãe, a Dul, claro- Parabéns princesa, vocês arrasaram! – nos separamos e nos olhamos nos olhos.

– Mesmo? – perguntei ainda incerta.

– Simplesmente a melhor voz que eu já ouvi na vida! – eu sorri e ela me abraçou de novo.

– Obrigada mamãe. – respondi emocionada ainda abraçada à ela.

– Te amo, meu amor. – ela me deu um beijo no rosto e nos separamos nos olhando e sorrindo. Olhei pro lado e minha mãe Dulce estava ali ao lado do Matheus.

– Parabéns minha linda, foi lindo! – também me abraçou- To muito orgulhosa de você, sabia?

– Obrigada mãe. Eu estava muito nervosa. – assumi e ela sorriu pra mim.

– Normal meu amor. – ela fez um carinho no meu rosto e eu sorri. Vimos o Matheus se aproximar.

– Posso? – ele abriu os braços pra mim e nos abraçamos- Parabéns Pin! – mesmo eu pedindo ele ainda me chamava assim, me rodou no ar e eu ri- Perfeita, como sempre! – sorri nos braços dele.

– Obrigada pirralho. – olhei rindo pra ele que revirou os olhos e me pôs no chão- Cadê a Mari? – perguntei porque ela não estava ali.

– Foi no banheiro com a Mel, já vem.

– Tá. E a Gabi? – assim que perguntei ela apareceu.

– Pin, estava linda!! Arrasou!! – ela me abraçou quase me tirando do chão- Aliás, você está linda hein! Quando você cresceu assim garota? – ela me olhou me rodando, eu fiquei meio sem graça e vi minha duas mães abraçadas e balançando a cabeça e concordando com ela, minha mãe Anahi não fez uma cara muito animada pra esse fato hahaha.

Depois apareceu minhas avós, avós, Santi, Alessia, meus tios….enfim, todo mundo.

Ficamos ali conversando um pouco mas depois falei que ía beber algo, queria mesmo um álcool mas não podia, então fui na água mesmo. Passei os olhos procurando a Mari mas não achei, logo a minha dinda e a tia Sophie vieram falar comigo e elogiar e tudo mais, tia Mai também, eu já ía perguntar da Mari quando levanto o olhar e a vejo na minha frente junto com a Mel mas um pouco afastada, só que elas vieram na nossa direção, meu coração disparou… Ah que caralho é isso agora?!

Ela sorria…

– Parabéns Gih, muito bom o show!

– Gostou? – perguntei meio nervosa, ela fez que sim com a cabeça e em seguida me abraçou. Fechei os olhos no abraço sentindo as mãos dela nas minhas costas. Tinha até esquecido da Mel ali se ela não fala.

– Também quero dar um abraço. – ela me abraçou e eu olhei pra Mari dentro do abraço e ela parecia meio sem graça, não entendi mas a voz da Mel me fez despertar- Parabéns menina! Demais!

– Obrigada. – nos soltamos.

– Bom, deixa só eu levar isso lá pras minhas mães e já venho. – ela estava com duas cervejas na mão, deve ter pedido enquanto eu abraçava a Mari porque nem vi.

– Tá. Cadê o Léo?

– Tá aí. Ele não falou com você ainda não? – balancei a cabeça.

– Vou falar com ele que você está aqui.

– Tá bom. – ela saiu e logo apareceu a Alice me abraçando também…. Era hoje que eu não falava com a Mari hahaha. Alice me soltou do abraço e escutei a voz da Nina e nos separarmos.

– Gih, a gente precisa repassar umas coisas antes de recomeçar. – ela falou me olhando.

– Ah tá, depois a gente se fala, meninas?

– Claro. – ela sorriu e então eu saí sendo puxada pela Nina.

Fomos lá pra trás do palco e ela começou a me passar algumas coisas que tínhamos que consertar mas eu não tava conseguindo focar, não conseguia tirar da cabeça a Mari me olhando, em como eu fiquei nervosa quando ela me abraçou e eu não entendia o porquê.

– Você não está prestando atenção em nada né?

– To sim. – a olhei mas ela me conhecia bem…- Desculpa Nina, to um pouco nervosa mas relaxa, eu entendi o que você disse.

– Percebi que você está meio nervosa…. Quer relaxar um pouco enquanto não começa?

– Do que você está falando?

– Sei que suas mães estão aí e não deixam você beber mas a gente guardou umas bebidas aqui atrás. – a olhei surpresa- Garanto que vai te fazer relaxar mais….só uma, não quer? – a olhei pensando e então aceitei, eu precisava me acalmar.

Fomos lá pra trás e eu bebi duas latinhas, ela me deu uma bala (bala de verdade hahah) pra chupar, se minhas mães desconfiam era capaz até de me proibirem de cantar, e foi tão difícil que não podia arriscar, mas aquela situação com a Mari me deixou meio confusa. Fiz o resto do show bem mais relaxada, e foi ótimo! No final a Nina me olhou sorrindo, sorri de volta, cúmplice.

No final do show, a gente teoricamente tinha que ir embora pois éramos menores de idade e só conseguimos a liberação do dono do bar porque era conhecido das minhas mães e porque todos os pais tiveram que assinar uma liberação se comprometendo, mas um dos garotos da banda nos chamou pra comemorar na casa dele, ele era maior de idade (tinha 18 anos) e morava sozinho, não sei que milagre minhas mães liberaram, então fomos nós da banda, além do meu irmão com a Mari, o Léo com a namorada e a Mel, a Gabi não quis ir, disse que sairia com alguns amigos e a Alice não foi porque ía sair com o Diego, aff.

– Obrigada mãe. – falei com a minha mãe Dulce pois sabia que se não fosse ela persuadindo mamãe não rolaria hahah, apesar que ela só liberou até às duas e já eram meia-noite, mas ok, melhor que nada.

– Nada, mas oh se comporta tá? – fiz que sim com a cabeça e nos soltamos do abraço- Senão eu perco os argumentos com a sua mãe.

– Eu sei, pode deixar. – sorri ao falar.

– Duas horas hein Giovanna.

– Ok. – brinquei batendo continência e ela foi falar com meu irmão.

– Filha, se comporta e nada de beber, ok? – minha outra mãe falou.

– Eu sei mãe, pode confiar em mim.

– Eu confio. – ela sorriu e me abraçou antes de ir. Vi ela falando com meu irmão se despedindo também, devia estar pedindo pra cuidar de mim, ela sempre fala mesmo eu sendo a mais velha, enfim né….mães hahah.

Fomos pra festa.

Estava com o pessoal da banda, a gente estava muito animado e pilhado, eles começaram a beber e bebi também, mas controlada, eu sabia que não podia exagerar. Depois eles saíram dali, alguns foram fumar outros só foram pra outros lugares mesmo, fiquei ali ainda com o meu copo de cerveja, eu estava meio assustada comigo hoje, preferi manter a distância…. Mas ela veio, quando percebi, está a Mari na minha frente, ela tinha um sorriso no rosto.

– O que você está fazendo? – o sorriso morreu quando eu mostrei pra ela a cerveja- Gih….

– Eu sei, é só uma, pra relaxar. Eu estava nervosa….

– Por que? – a olhei e ela me encarava, então desviei o olhar.

– O show….

– Nem parecia….foi perfeito! – quando ela falou a olhei e ela sorria. Fiquei presa nele….- Vem, chega de beber. – ela saiu me puxando.

– Pra onde?

– Vamos dançar.

Não falei nada mas a acompanhei, dançar era bom, isso eu podia fazer, a gente sempre dançava juntas nas festas, então ok. Chegamos aonde todos dançavam e ela se virou pra mim sorrindo, em seguida ela fechou os olhos e balançava ao ritmo da música, desviei os olhos e vi meu irmão nos olhando, ele sorriu pra mim quando me viu o olhando, sorri de volta. Ele conversava com o Léo um pouco afastado de onde estávamos.

Eu amava dançar então deixei a música me levar, fechei os olhos também e só abri os olhos ao ouvir a risada dela.

– Eu amo essa musica! – ela falou e eu só balancei a cabeça, eu sabia, eu também amava. Era Rihanna.

Me distraí novamente dançando e levei um susto quando senti o rosto dela tão próximo ao meu, ela sussurrou:

– Não olha agora, mas acho que aquele menino está te olhando….- respirei fundo porque ela só estava fazendo o que todo mundo fazia quando estava num ambiente com música alta. Eu devo estar bebada já, só pode.

– Quem? – perguntei só pra manter o contato mesmo.

– Aquele ali atrás de blusa verde, encostado na pilastra. – desviei o olhar e ele realmente me olhava, deu um sorriso ao ver que olhei. Desviei o olhar e ela me olhava- Ele é gatinho.

– É. – respondi a olhando.

– Quer ir lá?

– Depois. – respondi e ficamos nos olhando, toquei na cintura dela sei lá porque, acho que pela proximidade e percebi que ela deu uma leve tremida, deu? Não sei, talvez. A pele dela estava meio quente também, pude sentir porque a blusa que ela usava a deixava com o fim da barriga de fora. Mas claro que ela estava quente né Giovanna? A menina está dançando, num lugar fechado! Balancei a cabeça e ela me olhou confusa- Vou no banheiro Mari, já venho. – e saí fugida dali. Entrei no banheiro e dei de cara com a Mel.

– Tudo bem Gih?

– Aham. – respondi completamente perdida- Eu só…- apontei pro reservado- preciso ir ao banheiro. – e entrei sem nem esperar a resposta dela.

Sentei no vaso e só assim consegui soltar o ar, what the hell???

– Eu devo ter bebido demais, deve ser isso!

Quando me acalmei saí do banheiro e fui lá pra fora, queria pegar um ar….sentei na grama mesmo e estava ali de cabeça baixa tentando organizar meus pensamentos quando vejo pés se aproximando, levantei o olhar e era ela. Ah porra. Para de sorrir, meu Deus….

– Tudo bem? – ela sentou ao meu lado perguntando.

– Tudo. – dei um sorriso torcendo pra que ela acreditasse.

– O que você está fazendo aqui?

– Nada, só pegando um ar mesmo. – mais uma vez tentei dar um sorriso.

– Tá passando mal? Eu te falei pra não beber mais e….- a interrompi.

– Não to passando mal Mari, está tudo bem, não precisa se preocupar. – sem pensar muito eu toquei na mão dela ao falar, era normal, a gente fazia isso, mas essa noite nada estava normal! Senti uma eletricidade percorrer meu corpo e ela tremer levemente. Eu to tão bebada assim que to vendo coisas?

Mas fomos interrompidas.

– Oi. Giovanna né? – olhei pra cima e era o tal menino que ela falou que estava me olhando lá dentro- Eu sou o Lucas. – ele estendeu a mão pra me ajudar a levantar e nós duas nos levantamos- Tudo bem? – ele me sorria todo simpático.

– Tudo. – respondi e um silêncio pairou.

– Bom, eu vou….é, da licença….- ela falou saindo e eu a segui com o olhar.

Sei que ele começou a falar mas não prestei atenção em nada, eu só a via se afastar tentando entender o que estava acontecendo.

– Posso? – ouvi ele falando e só aí acordei.

– Ahm?

– Perguntei se eu posso te beijar? – o olhei confusa e acho que ele entendeu meu silêncio como um sim, quando percebi ele me beijava.

Retribuí porque era bom e ele era gatinho mesmo, mas do nada minha cabeça entrou em parafuso porque eu comecei a imaginar ela ali no lugar dele. Levei um susto e o empurrei. Ele me olhou assustado sem entender nada! Nem eu estava entendendo!

– O que foi?

– Eu preciso ir!

– Como assim? Por que? – saí andando- Espera! Me da seu telefone. – ele gritou mas eu já tinha me afastado.

Entrei na casa e dei de cara com o meu irmão com uma cara meio estranha.

– Ah, te achei! A gente já vai.

– Já?! Mas por quê? – olhei no relógio- Temos uma hora ainda.

– Eu sei, mas é que a Mari não está bem.

– Por que?? – me desesperei.

– Disse que está com dor de cabeça….- ele deu de ombros e não entendi, ela estava bem…

– Vamos Matheus. – ela apareceu ali do nada e nem me olhou.

– Tá, vou pedir o táxi e avisar o Léo e a Mel. – ele falou e saiu, olhei pra ela porque não estava entendendo nada mas ela não me olhava.

– O que houve? Por que você quer ir embora?

– Porque sim. – ela foi meio grossa e não entendi nada, ela nunca tinha falado assim comigo. Arregalei os olhos- Se quiser, você fica!

– Você sabe que vou embora com vocês. Por que você está falando assim comigo?! – tive que perguntar!

– To falando normalmente Giovanna, a culpa não é minha se você está irritadinha só porque atrapalhei seu beijo.

– Eu não to irritada e como você sabe que eu beijei ele? Você viu? – perguntei mas não obtive resposta porque meu irmão chegou e ela virou o rosto.

– Tá chegando, vamos. – ele falou e ela se adiantou ao falar.

– Até que enfim!

Segui eles sem entender bosta nenhuma! O Léo e a Mel ficaram, ela estava se agarrando com uma menina lá hahah, consegui ver antes de sair.

Meu irmão sentou no meio, olhei e vi ela com a cabeça encostada no vidro.

– Quer dormir lá em casa não Mari? – ele falou.

– Você sabe que não Matheus. – ela falou meio brava e estranhei.

– Calma, é no quarto da Gih.

– Não avisei nada à minha mãe, não posso, vou pra casa.

– Mas se você ficar lá ela não reclama, só mandar mensagem. Ela mesma já disse que prefere do que você ficar andando de táxi a essa hora por aí….- ela o olhou pensativa e eu só olhava a conversa deles, então ela desviou o olhar pra mim.

– Você nem sabe se a Giovanna quer. – ela falou o olhando.

– Por que ela não iria querer? Vocês não são amigas? – ele a olhou e ela deu de ombros.

– É. Por que eu não ía querer? – falei e ela só me olhou. Por que ela estava brava? O que eu fiz?

– Ok. – foi só o que ela respondeu e a vi digitando algo no celular, provavelmente a mensagem pra tia Mai, enquanto o Matheus informava ao motorista do táxi a mudança de endereço.

Chegamos e enquanto eles se despediam lá embaixo, avisei que iria tomar banho. Quando saí ela já estava lá, sentada na minha cama de cabeça baixa, olhava pros pés…

– Quer tomar banho? – perguntei pra chamar a atenção dela que me olhou e fez que sim com a cabeça- A roupa que usou da última vez está lavada, quer usar a mesma?

– Pode ser.

Peguei na primeira gaveta e a entreguei.

– Toalha pode pegar lá no banheiro, você sabe onde tem.

– Ok, obrigada.

– Vou arrumar aqui pra você. – ela só balançou a cabeça e foi pro banheiro.

Suspirei, por que isso?

Enfim, fui arrumar o colchão pra ela, apesar do meu quarto ser enorme minhas mães não deixavam eu ter algo diferente de uma cama de solteiro….fazer o que né? Besteira, mas eu respeitava, por isso toda vez que ela ou outra amiga dormia lá, tinha que ser nesse colchão.

Terminava de arrumar quando ouvi barulho da porta se abrindo, desviei o olhar e vi um par de pernas, subi o olhar pra ver ela parada ali na minha frente usando meu short curto, eu estava agachada ainda. Legal, agora eu estava secando as pernas da namorada do meu irmão, eu preciso dormir urgentemente!

– Deixei a toalha lá tá? – ela falou me olhando.

– Tá. – foi a única coisa que consegui falar, não conseguia tirar os olhos dela- Pronto. – falei me levantando e apontando pra cama. Eu precisava sair de perto.

– Obrigada. – ela respondeu se sentando e eu pretendia me afastar mas algo não deixou.

– Mari….- falei me sentando na ponta do colchão junto da perna dela- está tudo bem?

– Aham. – ela nem me olhava.

– Você está meio estranha….

– Impressão sua.

– É? – a olhei nos olhos e ela retribuiu por um tempo antes de desviar.

– Sim, só to com um pouco de dor de cabeça.

– Quer que eu pegue um remédio?

– Não precisa, vou dormir que passa.

– Tem certeza? Eu posso peg….- ela me cortou.

– Não precisa Giovanna. – ela falou mais alto, meio irritada. Arregalei os olhos sem entender nada- Desculpa. – ela suspirou- Vamos dormir?

– Ok. – respondi e estava me levantando meio de cabeça baixa quando sinto a mão no meu braço.

– Desculpa por ter gritado com você, não queria.

Voltei a sentar da mesma forma.

– Tudo bem. Você está com dor e não quer falar e eu to te enchendo né?

– Não, não está. – ela sorriu, a mão ainda no meu braço. De repente aquele quarto tinha ficado abafado né?

– Desculpa se eu fiz alguma coisa que te chateou….você parece meio irritada…

– Tá tudo bem. – ela falou e deu um meio sorriso.

– Você e meu irmão brigaram? – perguntei e ela balançou a cabeça- Ok. Não vou te incomodar mais. Boa noite Mari.

– Boa noite Gih. – dei um sorriso e um beijo na bochecha dela, eu acho que o beijo ficou mais longo do que devia, mas ela não me afastou, respirei fundo sentindo o cheiro dela misturado com sabonete e senti meu coração acelerar de novo, me assustei um pouco e afastei meu rosto pra a olhar, ela estava de olhos fechados, quando abriu a gente ficou se olhando. O que estava acontecendo?

Ela voltou a fechar os olhos e eu levei minha mão ao seu rosto, eu já tinha feito isso mil vezes, mas foi a primeira vez que senti ela tremendo, agora eu tinha certeza. Ela abriu os olhos. Eu estava com medo de me mexer….

– O que está acontecendo? – perguntei com a mão ainda no rosto dela e de olhos fechados, eu podia sentir a sua respiração no meu rosto de tão perto que estávamos…. Ela respirou fundo.

– Não sei. – sussurrou e no segundo seguinte senti nossos lábios colados.

Ela me beijou e eu descobri pêlos no meu corpo que eu nem sabia que existiam, tamanho foi o meu arrepio! Ela me puxava pela nuca e eu idem, foi só um encostar de lábios mas foi intenso, senti nossa respiração acelerada e aí foi a minha vez de apartar os lábios, eu precisava sentir! Ela deixou e nossas línguas se tocaram….

QUE BEIJO!!!

Minha mão continuava na nuca dela e a dela na minha, eu nunca senti meu coração bater tão forte assim, parecia que eu ía ter um ataque ali mesmo, era um encaixe perfeito…. Só recobrei a consciência quando o ar faltou e nos separamos um pouco, abri os olhos e ela me olhava, só aí eu me toquei…. A gente se beijou! Foi me dando um desespero e fui indo pra trás, ela só me olhava, assustada assim como eu, não aguentei e saí correndo daquele quarto, eu precisava de ar!!

Desci as escadas completamente atordoada, senti minhas pernas bambas e me joguei no sofá, soltei o ar e levei a mão ao rosto. Meu Deus! O que eu fiz?! Eu beijei a namorada do meu irmão!

Eu sou a pior irmã do mundo.

Respirei fundo e senti meus olhos marejados, mas, que beijo

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No dia seguinte quando acordei ela já não estava mais lá, a cama arrumada e os lençóis dobrados. Levantei me arrastando e quando desci estava todo mundo acordado já.

– Bom dia estrela da noite! – minha mãe me abraçou, a Anahi.

– Bom dia mamãe.

– Dormiu bem? – balancei a cabeça mentindo.

– Cadê todo mundo? – perguntei porque estava muito silêncio, coisa que aquela casa nunca é.

– Seu irmão foi ajudar a sua mãe no mercado.

– Por que? – estranhei. Mercado hoje? Domingo?

– Pro churrasco.

– Que churrasco? – olhei confusa pra ela.

– Pra comemorar o seu primeiro show! Achou mesmo que deixaríamos passar em branco?

– Vocês vão fazer um churrasco? Hoje? – a olhei, era tudo que eu menos precisava agora.

– Sim, daqui a pouco todo mundo chega.

– Todo mundo quem? – perguntei com medo.

– Todo mundo ué amor, os de sempre. – os de sempre eram meus primos e os filhos das amigas dela, ou seja, meus amigos também. Ou seja, Mariana. Bosta!- Mas come alguma coisa porque vai demorar um pouco ainda pra começar.

– Tá. – respondi e fui na direção da cozinha. O que eu ía fazer agora, com que cara eu ía encarar o Matheus e ela? Droga.

Mas não teve jeito, fui tomar banho assim que minha mãe e ele chegaram, não queria o encarar, não tinha cara.

Quando ela chegou, minha calma aparente acabou, eu não conseguia olhar pra eles! Tentei me manter afastada, só que minha mãe começou a perceber, as duas, vieram me perguntar o que eu tinha, inventei que estava cansada de ontem, mas estava muito difícil ficar ali, toda hora que olhava via os dois se beijando, o que era até bom pois o que eu mais queria era que tudo voltasse ao normal…. Logo a casa estava cheia e aproveitei pra “fugir”, ninguém iria reparar….

Subi pro meu quarto e assim que cheguei lá me joguei na cama soltando o ar, lá não precisava fingir nada pra ninguém, cobri meu rosto com as mãos achando que estava sozinha, mas ouvi um barulho e tomei um susto.

– Desculpa. – olhei e era a Mari, fiquei estática- Eu só vim pegar meu anel que esqueci aqui ontem, já to saindo. – não falei nada, vi ela indo na direção da porta e então voltei a fechar os olhos deitando, ouvi a porta sendo fechada e relaxei novamente- A gente não vai conversar? – tomei um susto, quase dei um pulo.

– Que susto! Achei que você tinha saído! – ela me olhava parada no meio do quarto, não falou nada e eu me sentei na cama. Respirei fundo porque ela me olhava esperando uma resposta- A gente não pode esquecer?

– Esquecer?? – abaixei a cabeça- É sério isso?

– Eu não sei! – abaixei a cabeça afundando entre as mãos- Eu to confusa ok? Eu não sei. – a olhei- Você é namorada do meu irmão! – ela desviou o olhar- Ele não é só meu irmão, ele é….- parei e suspirei pensando no que ele era pra mim- ele é meu melhor amigo! Ele sabe tudo de mim, o Matheus é uma das pessoas que eu mais amo na vida. Eu não podia ter feito isso, você entende? Eu não to conseguindo nem olhar pra ele. Ou pra você. – abaixei a cabeça novamente.

– Nossa, do jeito que você está falando, parece até que você me agarrou a força….- a olhei- Eu sei da relação de vocês, eu conheço vocês a minha vida toda, não precisa me falar isso. Ele também faz qualquer coisa por você. – a olhei.

Mais um motivo pra gente nem tocar nesse assunto, nunca mais.

– Ok. – ela falou e então se virou.

– Desculpa. Não queria parecer grossa nem nada do tipo….- falei me levantando e então, ela se virou.

– Relaxa Giovanna, não foi. Você está certa, melhor ignorarmos mesmo o que aconteceu ontem. – só balancei a cabeça- Pode deixar que nunca mais toco nesse assunto, eu só pensei que podíamos conversar porque achei que éramos amigas….

– Nós somos! – falei um pouco mais alto.

– Somos?! – ela deu um passo na minha direção- Então por que você está me tratando como se eu tivesse uma doença contagiosa?! – fiquei a olhando um tempo antes de falar, eu não sabia como agir…

– Não to fazendo isso, eu só to confusa, sei lá, eu….- ela me interrompeu.

– E você acha que eu não to?? – ficamos nos olhando e a porta se abriu após duas batidas na porta.

– Amor, você está aí? – era a voz do Matheus, ele nos viu e então a olhou- Você demorou, vim atrás. Tá tudo bem? – ele nos olhou porque tinha ficado um silêncio.

– Tudo, só estávamos conversando.

– Hum. – ele nos olhou mas pareceu acreditar- Vamos? Ou vocês vão ficar aí?

– Vão indo, vou depois. To com um pouco de dor de cabeça, vou tomar um remédio aqui.

– Tá bom. – ele respondeu, ela nada disse mas o seguiu, eles fecharam a porta e eu caí novamente na cama, agora sim, sozinha.

Fechei os olhos e respirei fundo, o que eu ía fazer da minha vida?? Eu não podia ter feito isso, logo com ele…. Cheguei a sentir umas lágrimas rolando do meu rosto.

Fiquei lá um tempo, até que ouço batidas na porta.

– Entra. – falei e rezei pra não ser nenhum dos dois. Era a Gabi, ainda bem.

– Oi…- sorri pra ela enquanto ela vinha deitar ao meu lado na cama.

– Oi Bi. Deita aqui. – bati ao meu lado na cama.

– Ihh, você só me chama assim quando está triste ou quer algo….- ela riu e me olhou, dei um sorriso mas balancei a cabeça. Eu queria um abraço….- Então o que você está fazendo aqui?

– Nada, só estava com um pouquinho de dor de cabeça….- ela me olhou meio duvidando.

– Dor de cabeça? Por que? Você bebeu ontem?

– Só um pouco….- sorri ao falar e ela riu também.

– Mas não foi tanto assim pra você estar com dor de cabeça né?

– Não….- respirei fundo e voltei a olhar pro teto- Só to um pouco cansada, eu acho….. Mas quando eu acordei o churrasco já estava armado…- dei um meio sorriso- Não podia fazer muita coisa….

– Elas só falam disso. – nós duas rimos.

– Eu já to indo lá…

– Quer ficar sozinha? – ela me olhou ao perguntar e eu fiz que não com a cabeça e deitei no colo dela- Gih, você sabe que pode me contar seja o que for né? – ela falou me abraçando.

– Eu sei. Mas está tudo bem, prometo.

Não sei se ela acreditou mas não falou mais nada. Um tempo depois descemos pra continuar meu tormento por mais algumas horas.



Notas:



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Uma resposta para Capítulo 5: Giovanna POV

  1. Caprichou no drama, hein?! Td bem q eu disse q gostava de um drama, mas vc caprichou…já imagino o q vem pela frente, coitadas dessas crianças! E em relação a Gabi e Ana Paula eu torço por elas, mas se não estão juntas, presumo q deu merda e eu tô na vibe do “gostar de quem gosta de mim”…hahahhahaha. Tô adorando td até agora, bjs e bom fim de semana!

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