MUTUUS

Mutuus

“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há.” – Renato Russo

 

– Eu tenho medo de te perder, Paola… – sussurrou entristecida.

Estávamos deitadas, ela em meus braços em um abraço acolhedor. Depois de muitas idas e vindas, novamente nos acertamos. Precisávamos uma da outra, era o nosso acordo mútuo. Beijei seu ombro nu, roçando a ponta do meu nariz em seu pescoço, causando-lhe arrepios. Beijei sua orelha, deixando os meus lábios roçarem nela, sabia que ela amava isso, questionei:

– E por que você me perderia, Nanda? – minha voz era suave.

Limpou a lágrima que escorreu, respirando fundo, sabia da dor dela e respeitava o seu momento. Virou, ficando de barriga para cima, olhando-me.

– Todos aqueles que eu amo se vão… – acariciou a minha face, vi o seu queixo estremecer, os seus olhos verdes acinzentados estavam vermelhos.

Me perdi em seu olhar, recordando-me por um momento o dia que nos conhecemos.

Há cinco meses.

Sorvia o vinho tinto em minha taça sem deixar de admirá-la. Era curioso como frequentávamos o mesmo clube, falávamos com o meu grupo de amigos, porém, jamais (até então) tínhamos conversado. Havia sido uma noite extremamente agradável, nossos gostos eram parecidos, não vimos a hora passar. Não nego que deixei bem claro a minha atração por ela, o que lhe causou certa timidez, mas o seu sorriso tímido e seus olhares não eram indiferentes aos meus. Convidei para ir até o meu apartamento (que futuramente iria torna-se o seu refugiu). A música suave preenchia o ambiente, ofereci vinho à ela, porém, recusou. Havia dito que era fraca para a bebida. Engoliu seco diante do meu olhar. Aproximei de onde estava sentada, ofereci a minha mão ajudando-a se levantar, ao mesmo tempo que terminei a taça colocando-a sobre a mesinha de centro. Ela acompanhava os meus gestos, sorri suavemente e envolvi o seu rosto com as minhas mãos, beijando-a. A princípio tentou recuar, já que através do beijo, ofereci o restinho da bebida em minha boca. As suas mãos que por um momento tentaram me afastar, agora abraçavam a minha cintura, trazendo-me mais para si. Arrepiei tamanho prazer naquele beijo, ela chupava minha língua com vontade, apreciando o gosto misturado da minha saliva e da bebida. Os meus dedos acariciavam a sua pele, baixando a alça do seu vestido. Nossos lábios roçaram, afastando o suficiente apenas para buscar um pouco de ar. Sorrimos. Dei um selinho demorado em seus lábios e desci minha boca para o seu pescoço. Suspirou, levantando a cabeça, dando-me passagem. Explorei cada pedaço exposto de pele. Dando atenção especial as pequenas sardas em seu colo. Minhas mãos ágeis, livraram-se o vestido. O meu hálito quente acariciou o seu bico antes de minha língua envolvê-lo. As suas mãos invadiram os meus cabelos, numa carícia gostosa. Chupava o seu seio sem pressa, deliciando-me do seu sabor. Ajoelhei distribuindo beijos molhados e leves mordidas por sua barriga, base dos seios, em seu ventre. Suspirou baixinho ao sentir o toque de meus dedos em sua fenda. Afastou as pernas, sorri, puxei a lateral da calcinha e lambi lentamente o seu interior. Passei dos dedos em sua entrada, mordi gostoso sua barriga ao constatar o quão molhada estava em tão pouco tempo. Olhou-me com desejo quando levei os dedos até a minha boca, chupando a excitação que estava neles. Deliciei-me com aquele verde escurecendo; estreitando-os. Retirei a sua calcinha e a fiz curva-se no sofá, não permiti que retirasse o salto. Minha boca beijava os seus calcanhares, meus lábios roçavam em sua pele, mordi e lambi suas panturrilhas. Os seus suspiros preenchiam aos poucos o som do ambiente, abafando completamente a música suave que tocava. Abri mais suas pernas, explorando suas coxas, virilha, ela escorria deliciosamente. Arfou, cravando suas unhas no sofá quando minha língua lambeu lentamente o seu clitóris. Rebolou, oferecendo-se, sorri, ignorando o seu pedido. Apertei sua bunda, mordendo-a, explorando cada pedacinho dela. Soltou um grito abafado pelo tapa que dei em sua bunda, antes de meter minha língua em seu interior. Empinava, rebolava, oferecendo-se mais e mais. Segurei firme a sua cintura e a fiz virar, não dei tempo a ela. Ergui sua perna em meu ombro e mamei seu grelo inchado. Gritou alto, soltando o prazer preso em sua garganta. As suas unhas arranhavam-me, desenhando formas desconexas em minha pele. A torturava, chupando-a lentamente e metendo fortes e rápidas estocadas em seu interior, parando bruscamente quando estava prestes a gozar. As suas pequenas obscenidades que resmungava cada vez que eu o fazia, excitava-me mais. O seu corpo enrijeceu um segundo ao sentir a leve pressão em seu ânus. Tentou recusar, empurrar-me, mas a chupei de um jeito tão gostoso fazendo o orgasmo vir aos poucos que ignorou completamente quando enfiei o meu polegar com cuidado em seu interior ao mesmo tempo que estocava rápido a sua entrada. Sorvi com gula o seu mel. As suas mãos buscaram o meu rosto, puxando-me e devorando a minha boca. Explorava a minha boca com maestria, chupando minha saliva, o gosto de vinho em minha língua e o seu gozo. Encaixei-me entre suas pernas, esfregando o meu jeans negro justo em seu grelo inchado. Despiu-me com urgência, fazendo eu ficar na mesma posição enquanto rebolava para mim. Aquele foi apenas o primeiro gozo daquela madrugada.

Despertei com o leve roçar de seus lábios, beijei o polegar que contornava a minha boca. Afastei e levantei, peguei a chave, percebi que seu corpo reagiu ao me ver destrancando a porta. Sorri ligeiramente, percebendo a recusa em seu olhar ao mesmo tempo que o desejo oculto. Abri o pequeno compartimento, retirando um pequena caixa. Tranquei novamente a porta e retornei para a cama. Mantinha o olhar triste sem esconder a curiosidade. Sentei sobre o seu ventre, e puxei gentilmente afim de levantar o seu tronco. Capturei a lágrima solitária em sua bochecha, levando-a até os meus lábios, sorvendo. Como da primeira vez, envolvi o seu rosto entre minhas mãos e invés de beijar sua boca, rocei o meu nariz no seu, em um beijo íntimo. Peguei a sua mão beijando dedo por dedo e sua palma, repetindo o gesto com a outra. Ela respirou fundo emocionada, quando abri a caixa e em seu dedo, coloquei o anel.

– Então não me ame! – falei, encarando o seu olhar.

Tomou o meu rosto em suas mãos, beijando-me intensamente. Retribui o beijo carinhoso transmitindo através dele, tudo o que eu sentia por ela.

 

 

Para “El”



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