Nightingale

Capítulo 47 – Ensaio da banda

Um jeans azul claro, o tênis marrom de sempre e uma camisa branca. Era esse o visual de Erika quando saiu de casa, trancando as portas e levando uma muda de roupas na mochila para dormir na casa da guitarrista. Michael já estava avisado e ele mesmo fecharia a academia naquele dia então Erika estava despreocupada enquanto caminhava para o portão esperar Alex.

A guitarrista apareceu com o carro da mãe. Usava uma camisa social verde com as mangas dobradas até os cotovelos e a gola aberta assim como um dos botões depois dela, um jeans azul escuro com e os all stars marrons. As duas seguiram para a casa dela conversando sobre coisas bobas. Quando elas entraram, encontraram os rapazes na sala comendo salgadinhos e bebendo alguma coisa.

– Seus folgados, era pra estarem começando a arrumar as coisas – falou Alex rindo puxando Erika pela mão para dentro da sala.

– Sua mãe insistiu pra gente comer algo – falou Jimmy dando de ombros.

– É isso ai – confirmou Ted engolindo um punhado de salgadinhos – A Tia Carmem insistiu.

– Ooo Mãe!! – gritou Alex num tom divertido – Esses folgados vieram pra trabalhar não pra comer!! – falou ela ainda de mãos dadas com Erika e arrastando a lutadora para o lado da cozinha.

– Bom ver vocês rapazes – conseguiu dizer ainda a lutadora antes de ser puxada.

– Ai, Alex. Só estão comendo um pouquinho – falou a Sra. Lancaster arrumando alguma coisa na geladeira.

– Boa tarde Sra. Lancaster – cumprimentou Erika circundando o balcão que separava a sala de jantar da cozinha com Alex puxando-a pela mão.

– Oi mãe – disse a menor dando um beijo no rosto da senhora quando ela se virou.

– Erika – disse ela com um sorriso indo abraçar a morena que a abraçou de volta – Como você está?? Alex me disse algumas coisas que aconteceram….eu sinto muito mesmo pela sua mãe ter sido tão rude com você.

– Tudo bem, eu já esperava algo assim quando fui pra lá – respondeu a lutadora com um suspiro – Mas….foi mais fácil do que eu pensava. Apesar de ser…apesar da morte do meu pai me atingir…nós já não eramos próximos a muito tempo e isso…parece que aliviou um pouco a dor. E ter Alex por perto também ajudou muito – admitiu a maior olhando a guitarrista que sorria.

– Pelas mãos dadas de vocês duas eu presumo que estejam realmente bem uma com a outra – disse Carmem com um sorriso fazendo Erika rir desconcertada e corar um pouco.

– Você sabe né, mãe – falou Alex dando de ombros – É impossível não me amar – ela completou rindo.

– Guitarrista convencida – falou Erika rolando os olhos.

– Tô brincando – falou Alex rápido abraçando a morena pela cintura.

– Alex – repreendeu Erika com uma expressão constrangida – Sua mãe – ela sussurrou e a guitarrista se separou um pouco dela com um suspiro.

– Ora eu não ligo – falou Carmem sorrindo ao ver as duas – Mas é muito bom ver que você respeita o espaço das outras pessoas. Alex sempre foi cara de pau demais pra isso. A intimidade de um casal só deve dizer respeito a essas duas pessoas. Mas eu não ligo de vocês ficarem juntas, mãos dadas, abraços e essas coisas – falou a senhora com um sorriso.

– Minha mãe é mais liberal que o meu pai – falou Alex dando de ombros – Mas, você tem razão Erika, e você também mãe – concordou a guitarrista – Então, a Erika pode dormir aqui hoje?? – perguntou a menor com um jeito mais sério.

– Claro que pode querida, ela é sempre bem vinda aqui – respondeu Carmem sorrindo pras duas – Já disse e repito, é uma das mais educadas pessoas que você já trouxe pra casa.

– Obrigada Senhora Lancaster – agradeceu Erika ficando sem graça e Alex sorriu.

– Eu e os meninos vamos pra garagem ensaiar, mãe. A Erika vai assistir o ensaio e depois vamos os 4 comer algo fora antes de voltarmos pra cá. Então, não se preocupe, hoje teremos até uma segurança pra cuidar de mim e dos irresponsáveis dos meus amigos – falou a guitarrista sorrindo de um jeito divertido que fez Carmem e Erika rirem.

——xxx——

Erika passou o ensaio assistindo as conversas sobre arranjos e tons, as vezes ela ia pra dentro da casa, conversava um pouco com a mãe de Alex e voltava com bebidas para todo mundo ou as vezes alguns aperitivos. Senhora Lancaster deixava claro que estava adorando Erika e Alex. Deixava a entender que apoiava completamente um namoro entre a morena e sua filha.

Perto das 20h Erika estava sentada num sofá velho que havia num canto da garagem, comendo um sanduiche que a senhora Lancaster havia feito para ela. Os três estavam terminando de tocar uma parte da musica nova e, quando terminaram estavam sorrindo por terem feito um bom trabalho. Resolveram ir todos no carro de Jimmy pra algum restaurante comer besteira.

O lugar era uma mistura de restaurante e bar com uma aparência bem diversificada. Algumas mesas tinham cadeiras, outras ficavam em frente a sofás, havia também um balcão para quem quisesse sentar sozinho. Os quatro pegaram uma mesa de cadeiras de madeira mais no fundo do lugar e um pouco longe do balcão. Alex e Erika sentaram uma ao lado da outra na mesa que tinha quatro cadeiras, uma de frente para a outra numa mesa retangular.

Pediram batatas fritas como aperitivo e algumas bebidas, Erika ficou apenas num refrigerante enquanto Ted e Alex pediram cerveja. Conversaram, riram um do outro, até que a comida chegou. Em meio a brincadeiras e mais conversa eles comeram. Depois de terminarem, era perto das 220, Alex se levantou para ir ao banheiro logo depois de Ted dizer que iria embora antes deles.

 

POV Alex

O banheiro ficava nos fundos, a porta dele a uns 10 metros atrás de onde eu e Erika estávamos sentadas. Quando saí de lá a primeira coisa que eu vi foi um cara sentando no meu lugar. De longe eu podia ver Erika com as mãos fechadas em punhos enquanto ela afastava a cadeira pra o mais longe que conseguia. Tinha um outro cara atrás do Jimmy com as mãos nos ombros dele mantendo meu amigo sentado. O que sentou ao lado da minha morena tinha o cabelo castanho escuro bem curto e usava uma jaqueta preta, e foi tudo o que eu registrei além do fato do desgraçado estar, claramente, dando em cima da Erika.

Quando Erika e Tiffany quase brigaram de vez eu fiquei afastada porque a morena queria enfrentar a loira sozinha, além de que eu era o motivo da briga então não dava pra lutar pela Erika. Na cidade dela quando aquele filho da mãe chegou perto dela eu até iria fazer algo se Erika não tivesse reagido antes. E fiquei de fora porque se eu reagisse como queria iria realmente expor a mim e a ela e eu não sabia se a lutadora gostaria ou não disso. Ela poderia querer manter as aparências pra tentar se acertar com a mãe. Tinha pensado que talvez ela ainda quisesse dar a noticia por si mesma e manter as coisas num clima melhor. Mas ali já era demais.

– Hey, cara – falei parando atrás dele já com uma expressão séria – Você tá no meu lugar. Levanta.

– Olá – ele falou olhando pra trás, me analisou e pareceu gostar do que viu, cara nojento – Olha lindinha, eu até daria bola pra você, mas hoje eu to interessado numa morena muito gata aqui sabe e…

– E se não for eu a quebrar sua cara deixo ela fazer isso – falei interrompendo ele – Agora levanta do meu lugar e sai de perto da minha garota.

O cara me encarou e Erika ameaçou se levantar, ele imediatamente ergueu a mão para segurá-la. Minha reação automática foi acertar um tapa na mão dele, nesse tempo a morena levantou.

– Olha – falou o cara rindo da situação – Talvez eu abra uma exceção hoje e fique com as duas, o que acha?? – ele perguntou se levantando também.

– Que você é um filho da puta nojento – respondi sorrindo – E que deveria estar dando o fora daqui.

– Olha aqui tampinha – ele falou se irritando, o cara era bem maior do que eu, mais alto do que a Erika e forte também, mas eu não tinha medo do tamanho dele – Eu não gosto que falem desse jeito comigo. Então fica calminha ai ou…

– Ou o que? – perguntei cruzando os braços, Erika tinha parado atrás de mim e parecia estar esperando pra ver o que eu faria – Ah! Já sei! Vai me bater, valentão?? – perguntei rindo, mas logo depois fiquei séria – Eu venho nesse lugar a anos e nunca te vi por aqui, o que me diz que é só um idiota procurando confusão. Mas, em respeito ao dono do lugar eu realmente não quero quebrar nada, além da sua cara é claro. Então porque não fazemos assim? Você dá o fora e fim de papo??

Ele riu de mim. Ok que meu tamanho não ajuda, mas era irritante quando duvidavam da minha capacidade de bater em alguém. Do lugar dele Jimmy estava rindo, ele me conhecia a tempo o bastante pra já ter me visto entrar e sair de brigas bem interessantes. Para Erika eu já havia falado de algumas dessas situações, mas eu agradecia pro ela não estar tentando resolver ela mesma. Eu realmente não precisava de ajuda ali.

– Cansei de você garota – falou ele vindo pra cima de mim – Sai da minha frente vai.

– Nem ferrando – falei e foi ai que ele veio mesmo pra cima de mim.

O meu primeiro soco entrou certinho no olho dele jogando-o pro lado com a mão do lado esquerdo do rosto enquanto me encarava surpreso, atrás de mim deu pra ouvir Erika segurando o riso. Ele me xingou e dai que veio mesmo pra cima de mim, só saí pro lado e chutei as pernas dele fazendo-o cair de cara no chão e foi ai que Erika começou mesmo a rir.

– Ai ai, só não diga que eu não avisei – falei sorrindo vendo o babaca no chão.

– Sua vadiazinha – ele falou e parecia bem irritado, Erika e eu paramos de rir na hora em que ele se levantou com canivete aberto – Agora eu mato você por isso. E ai? Ainda quer me enfrentar?? – ele perguntou todo se achando.

– Oh Jimmy! Me alcança uma cerveja vai – pedi virando um pouco pra trás, mas ainda mantendo o olhar no idiota com o canivete.

Meu amigo riu e virou o ultimo gole que tinha na minha garrafa antes de jogar ela pra mim. Peguei ela no ar e, assim que minha mão agarrou uma das pontas do vidro eu virei com tudo acertando o fundo da garrafa nos dedos do cara fazendo o canivete dele voar longe. O amigo do babaca deu a volta na mesa enquanto eu estava de costas vindo pra cima de mim.

– Pra esquerda – avisou Erika e eu confiei nela dando um passo pra esquerda.

No segundo seguinte o amigo do babaca estava voando pro chão passando bem do meu lado direito. Erika tinha passado uma rasteira nele e, pelo que Jimmy contou depois, ela ainda usou o braço pra bater nas costas do cara jogando-o com ainda mais velocidade exatamente na direção do amigo que estava na minha frente. Os dois colidiram e caíram no chão rolando cada um pra um lado

– Porra Jim, vai mesmo ficar ai sentado me olhando brigar? Cadê o companheirismo e a amizade?? – falei brincando com ele que continuava calmamente no mesmo lugar.

– Olha, até eu vou sentar de novo – falou Erika com um sorriso virando a cadeira e sentando de frente pra mim.

– Hey! Brad!! Pode deixar que não vou quebrar nenhum móvel dessa vez – avisei sorrindo, Brad era um velho conhecido e meu amigo além de dono do lugar, que já tinha aparecido no balcão pra ver a bagunça.

– Porra Alex. Você não pode vir aqui se arrumar briga mesmo né? – ouvi ele reclamando.

– Dessa vez não foi ela Brad, juro por Deus – falou Jimmy rindo.

Os dois idiotas estavam levantando e eu continuava com a garrafa na mão. O do canivete veio pra cima de mim, só abaixei e acertei a garrafa no cotovelo dele que se afastou gemendo de dor. O outro me olhou, depois olhou pro amigo, então suspirou e veio pra cima de mim também. Só bati com o fundo da garrafa na barriga dele, depois girei e acertei ela na cabeça do cara que caiu no chão. Minha garrafa tinha quebrado.

Joguei o resto da garrafa pro lado do balcão e me virei pro babaca que tinha dado em cima da Erika. Ele voltou pra cima de mim tentando me acertar socos. Bem, se acertasse eu estava ferrada, mas o panaca era um idiota até para brigar porque era lendo demais. Desviei dos golpes dele e chutei bem onde os garotos odeiam, isso mesmo, nas bolas. Ah como eu ri da cara que ele fez. Pra completar, quando ele se agachou no chão eu acertei uma boa joelhada no rosto dele, provavelmente quebrei o nariz do cara por conta da quantidade de sangue que saiu. Por sorte só caiu uma gota ou outra nos meus jeans.

– Viu Brad, não quebrei nada – falei sorrindo pro dono do lugar depois que o que ganhou a garrafada na cabeça saiu carregando/arrastando o amigo.

Erika me encarava com um sorriso divertido e eu caminhei até parar bem em frente a ela. Nos encaramos fingindo olhares sérios.

– Aposto que eu ganho de você – falei estreitando os olhos e sorrindo.

– Eu não aposto – ela respondeu sorrindo e me puxando pela cintura para mais perto.

– Medo de perder é? Ou já sabe que eu venço você fácil? – perguntei segurando o rosto dela pelo queixo com uma mão só.

– Não – ela riu de mim – É que prefiro você brigando por mim e não comigo – completou ela rindo e eu ri junto.

– Vem, vamos pra casa. Não quero mais correr o risco de outro babaca resolver dar em cima da minha mulher – falei suspirando, eu realmente não queria aquilo de novo.

Segurei Erika pela mão e Jimmy também levantou. Pagamos a conta e meu amigo nos deixou em frente à minha casa.


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Notas:



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2 Respostas para Capítulo 47 – Ensaio da banda

  1. Oi, An!
    Mais um capítulo gostoso. A Alex é uma baixinha folgada, mas é um encanto, quer dizer um encanto que perde pra Erika. Gosto do jeitão da lutadora. ?
    Beijao An!

    • Oláa =]

      Alex é um encanto de pessoa kkkk, mas é muito folgada mesmo, e abusada também kkkkkkk.
      Mas o jeito da Erika tbm é apaixonante, adorava escrever os capítulos centrados nela.

      É mt bom reler td isso

      Bjs
      ;]

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