Nightingale

Capítulo 93 – Verdades antigas

N/A: Uma pequena bomba ;]

 

– Você tem certeza de que quer fazer isso?? – perguntou Alex do outro lado da linha – Você tem consciência de que não precisa, não é? Sabe que não é algo que você tenha que fazer?

– Eu sei, mas eu quero fazer – respondeu Erika numa voz cansada olhando para o retrovisor do carro e vendo Arthur em sua cadeirinha – Você talvez não entenda, mas eu acho que preciso disso. Vou desligar, nos falamos quando eu voltar pra casa. Se concentre no ensaio meu amor, nós estamos e vamos continuar bem aqui. Eu te amo – ela esperou a resposta e sorriu – Tchau – disse antes de desligar o celular.

Erika estava com o antigo carro de Elizabeth em frente à casa dos Anderson’s. Era fim de tarde, a maioria dos funcionários já estavam em suas casa. A velha casa dos Anderson’s, uma casa em estilo colonial toda em madeira, pintada de branco e marrom, tinha as luzes do piso inferior acesas. Erika respirou fundo antes de sair do carro e abrir a porta traseira para pegar Arthur e a bolsa do bebê. O pequeno estava acordado, mas curioso com o novo ambiente, então ficava com as mãozinhas segurando o pescoço da morena enquanto seus olhos azuis iam para todos os lados tentando captar tudo ao mesmo tempo.

Quando bateu na porta Erika ajeitou melhor a bolsa de Arthur e esperou. Demorou um pouco, mas depois de meio minuto a porta se abriu. Quando Erika viu quem era sua expressão mudou de preocupação para raiva em questão de segundos. A figura loira de olhos verdes encarou a morena com um sorriso cínico quando a reconheceu.

– Ora, ora – falou Louis colocando as mãos na cintura e encarando Erika de cima a baixo – Veja só quem temos aqui, você tem muito pouco respeito não é mesmo garota – disse ele olhando em volta – E sua namoradinha? Cadê ela? Achei que vocês não se desgrudassem – ele falou rindo e voltando a encarar Erika – Ela tá no carro esperando? Achei que você fosse mais abusada. Do tipo que iria querer colocar ela dentro dessa casa por exemplo – ele completou sorrindo mais.

– Eu sugiro que você saia daqui agora, Louis – avisou Erika num tom calmo, mas no seu olhar era possível ver toda a raiva que ela sentia daquele homem.

– Que inconveniente você hein – riu Louis, ele não estava intimidado porque achava que ali era o território dele e nada lhe aconteceria – Hey! Esse deve ser o tal Arthur – disse ele encarando o bebê com um sorriso falso, mas com um olhar de irritação – Quem sabe ele e eu não nos tornamos amigos – falou Louis esticando uma mão para tocar o menino.

Erika girou o corpo trazendo o lado direito, que era do braço que segurava Arhtur, para mais longe de Louis e, com a mão esquerda, ela agarrou a garganta do homem com força, cravando seus dedos nas laterais do pescoço dele e fazendo-o segurar o pulso dela enquanto arregalava os olhos ao sentir o ar faltar. Ela apertava a garganta dele com força fazendo-o ficar desesperado, mas quanto mais ele tentava puxar a mão dela do lugar, mais ele se machucava.

– Mas O Que Está Havendo Aqui!?!? – gritou Jusith aparecendo apressada e vendo apenas Erika agarrando o pescoço de Louis – Sua Louca!!! Soute-o Agora!!! Vamos, tire suas mãos dele!!

– Você é mesmo muito manipulador – rosnou Erika empurrando o corpo do homem contra a porta, Judith arregalou ainda mais os olhos ao notar que Erika segurava Arthur – Se você quer defender esse desgraçado, mãe, fique a vontade. Mas eu não vou permitir que ele sequer toque no meu sobrinho! – dizendo isso Erika o puxou girando seu corpo e jogando Louis na direção da pequena escada fazendo-o rolar os 6 degraus e cair na terra em frente a eles.

– Como você ousa? – questionou Judith assustada com as ações da morena – Quem é você para vir aqui e fazer isso?!? Louis tem sido muito mais…

– Muito mais o que?? – perguntou Erika se virando para a mãe irritada – Muito mais seu filho do que eu? É isso o que ia dizer?

– Não fale assim comigo garota você não é nada para se dirigir nesse tom a mim – disse Judith se esquecendo de Louis e ficando profundamente irritada com aquela atitude de Erika.

– Você sequer sabe de algo não é? – riu Erika encarando a mãe – Que se dane. Eu nunca disse nada porque Elizabeth insistiu, ela não queria confusão, mas agora que se dane.

– Olha aqui sua garotinha – falou Louis se levantando e conseguindo finalmente falar de novo – Eu vou fazer você se arrepender por…..

– Me arrepender?!? – falou Erika se virando de novo para o loiro que ainda estava se levantando – Seu canalha desgraçado. A única razão por você ainda ter todos os dentes nessa maldita boca é eu estar segurando o Arthur. Você escapou da surra que merecia da primeira vez porque eu ainda era nova demais pra saber como chutar essa sua bunda desgraçada do jeito deveria. E da ultima vez você não se machucou de verdade porque eu não queria mais confusão no velório do meu pai. Agora só não está caído no chão chorando como o covarde que é porque eu não pretendo deixar o meu sobrinho longe de mim com você por perto!

– Você é só uma garota idiota que acha que pode ter o que quer! – disse Louis encarando Erika com raiva – E eu ainda vou….

– Você não vai coisa alguma – disse Erika irritada – Você não é homem o bastante pra nada!

– Você não tem o direito de falar assim com o meu funcionário na minha casa!! – brigou Judith tentando defender o rapaz.

– Chega, Beth achava que era confusão desnecessária, mas agora já chega. Eu não vou permitir que esse cafajeste continue aqui – disse Erika ficando séria e encarando a mãe – Vou te contar uma coisinha sobre o seu querido funcionário – falou ela com um tom sarcástico – No dia em que o Phillip foi enterrado eu não fiquei até o final, eu saí logo antes de acabar e corri pra casa da Beth, porque não queria ter que encarar você e o papai. Então eu entrei porque sempre tive a chave e fiquei no quarto de hóspedes. Beth chegou sozinha uns 20 minutos depois. Ela mal tinha fechado a porta e alguém bateu. Eu não liguei pra nada, eu estava sofrendo e só queria estar sozinha e chorava por isso nem ouvir a conversa eu consegui ouvir. Era o Louis que bateu, ele estava bêbado, completamente bêbado! Mas Beth deixou ele entrar porque só achou que ele estava triste e porque ele chegou dizendo o quanto sentia muito pela perda do Phill. E depois de uns minutos de conversa, esse desgraçado perguntou pra Elizabeth: “Não seria incrível você estar esperando um filho dele? Deixaria todo mundo tão feliz. Um herdeiro pros Anderson’s”. A Beth me disse que não quis responder, mas falou que eu ainda estava aqui para herdar tudo. E logo depois ele insistiu no mesmo assunto e ela disse que era impossível isso.

– Chega disso, você já incomodou demais garota – falou Louis começando a subir a escada.

– Fique onde está ou eu te garando, mesmo com Arthur comigo eu ainda te acerto uma tão boa que você quebra alguma coisa, e se não for eu vai ser a segunda queda dessa escada que vai te quebrar algo – advertiu Erika se afastando da escada e deixando Arthur o mais longe possível de Louis.

– Senhora Anderson, a senhora não vai deixar essa garota ficar te enrolando a noite toda, não é? – insistiu Louis parando antes de terminar a escada.

– Está com medo do que eu vou falar Louis? – perguntou Erika rindo sem humor – Quando Beth disse que era impossível você disse que ainda não era. Você queria que Beth dormisse com você pra que ela engravidasse, se acontecesse rápido você faria ela dizer que era do Phillip!

– Mentirosa, quem é você pra dizer algo asism?? – gritou Louis subindo mais um degrau e se exaltando.

– EU SOU A PESSOA QUE TIROU VOCÊ DE CIMA DA BETH QUANDO ELA TE DISSE NÃO E VOCÊ NÃO ACEITOU!! – gritou Erika com tanto ódio que Louis parou no meio do segundo passo para subir o ultimo degrau – Você estava tão bêbado que quando ela te disse que você era um estúpido e aproveitador por ter pensado nisso você foi pra cima dela jogando-a no sofá para forçar ela a fazer o que você queria!! Eu ouvi os gritos de socorro do quarto e tirei você de cima dela – falou Erika cada vez mais nervosa – O que foi Louis? Bêbado demais pra se lembrar do que fez naquela noite?? – perguntou ela quando ele engoliu em seco ao ter o olhar de Judith direcionado à ele – Você quase quebrou o meu braço naquela noite quando me bateu – falou Erika com a respiração descompassada de tanto gritar – Se eu não tivesse só 16 anos e soubesse mais do que sabia eu teria quebrado todos os ossos do seu corpo só pra compensar o que você tentou fazer com a minha amiga seu Vagabundo Desgraçado! Você é só um Filho da Puta Covarde que fugiu de uma garota de 16 anos quando ela começou a te acertar mais do que você acertava ela! E se a Beth não tivesse me puxado pra dentro e trancado a porta eu teria descido aquelas escadas atrás de você e te batido tanto que nem ia me importar de ser presa porque teria valido a pena.

– Senhora Anderson, a senhora não vai acreditar no que essa garota… – começou Louis, mas Arthur começou a chorar alto e Judith olhou pra ele com um olhar sério.

– Melhor você sair daqui agora Louis – disse ela séria encarando o rapaz que arregalou os olhos e tentou falar algo a mais – Vá pra sua casa Louis.

Ele fez uma expressão de raiva direcionada à Erika que estava com Arthur no colo e saiu. Judith logo depois se aproximou da morena estendendo as mãos para pegar o bebê no colo.

– De ele para mim que eu o faço para de chorar – disse ela encarando Erika com indiferença.

Erika riu e soltou a bolsa do sobrinho sobre um banco de madeira antes de pegá-lo com os dois braços e se afastar um pouco de Judith. Erika colocou o pequeno de frente para ela, com o rosto próximo ao dela, ele continuava chorando, e começou a dar passos de um lado a outro embalando Arthur. O bebê continuou chorando, mas encarava Erika com os olhinhos molhados e parou de gritar.

Então Erika começou a sussurrar uma música enquanto balançava de um lado a outro.

I’ve got my ticket for the long way around

The one with the prettiest of views

It’s got mountains, it’s got rivers

It’s got sights to give you shivers

But it sure would be prettier with you

When I’m gone, when I’m gone

You’re gonna miss me when I’m gone

You’re gonna miss me by my hair

You’re gonna miss me by my everywhere, oh

You’re gonna miss me when I’m gone

Arthur parou de chorar antes de Erika acabar os versos e quando ela acabou ele estava ali sorrindo pra ela e segurando o rosto da morena que sorria de volta. Judith apenas encarou tudo sem entender como era possível ser tão simples e fácil para ela lidar com o bebê.

 

N/A: Adoro essa música e recomendo muito o filme kkkk. Nem precisava colocar a mídia, mas acho que fica melhor pra imaginar a Erika cantando. Espero que tenham gostado. 

 

Bjs ;] 



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