Nos Corais de Veronna

Capítulo 18 – A queda da montanha.

18. Capítulo: A queda da montanha.

__ Alguma ideia de como fazer isso? – Perguntou à loira.
__ Nenhuma, mas quatro cabeças pensam mais que uma.
__ Você pode enviar cópias daquelas fotos pra Pierre e chantageá-lo. – Renata opinou.
__ Não posso fazer isso até saber onde estou pisando.

O assunto foi encerrado com a chegada do almoço.

__ Gostei desse lugar, vamos voltar aqui a noite?
__Essa noite eu pretendo dormir cedo Sam, tenho muitas coisas pra resolver amanhã. – Disse a fotógrafa.
__Ah não! Deixa disso Mia! Não é possível que esse lugar tenha te mudado tanto em tão pouco tempo. Não te reconheço mais, eu exijo a minha amiga de volta!
__ Para de drama, Luna. Apenas estou sem cabeça para curtir a noite, minha vida virou um mar de problemas e isso não é nada motivante.
__ E por falar em mar… – Renata referia-se a Mabhe que entrava majestosa no local.
__ O que ela faz aqui? – Mia perguntou sentindo o coração acelerar.
__ O Rico é um cara muito legal e todos em Veronna gostam muito dele. Sua cantina é muito badalada, principalmente a noite. Mabhe e ele são velhos amigos, ela vem frequentemente aqui.
__ E por que você não me disse isso antes? – A morena a olhou com cara de poucos amigos.
__ Você não perguntou! – Disse sapeca.
__ Nossa! Amiga você escolheu uma deusa pra se apaixonar heim? – Disse uma boquiaberta Samantha.
__ Meninas vamos embora? – Mia sentiu-se desconfortável com a presença da ruiva.
__ Eu simplesmente não acredito no que estou ouvindo. – A nisei pôs a mão na testa da amiga. __ Você só pode estar doente, fugindo de mulher!
__Sam… Desista de tentar entender, aceite o fato: Nossa amiga foi abduzida. – Com o comentário de Luna, todas explodiram numa gostosa gargalhada, exceto Mia.
__ Ok, podem ficar rindo as minhas custas, eu vou andando. – A fotógrafa levantou-se irritada. Antes que pudesse sair do lugar, sentiu o toque em suas costas. Não precisava virar-se para saber de quem se tratava, o perfume de Mabhe já a denunciara.
O silêncio apoderou-se da mesa instantaneamente.

__ Podemos conversar? – Disse docemente.
__Eu já estava de saída.
__ Não precisa mesmo ser aqui. – Insistiu.

Mia permaneceu calada, o silêncio fora quebrado com a chegada do garçom.

__ Com licença senhoras, posso retirar os pratos?
__ Pode sim Rogério, trás por favor, cerveja pra cinco. – Renata quebrara o clima tenso. __ Senta com a gente Mabhe, a Mia não se importa de ficar mais um pouco.
__ Sem problemas pra mim, a mesa aqui parecia tão animada. Não se prendam por minha causa, podem voltar ao assunto que falavam antes deu chegar. – Sentou-se. A Morena fora obrigada a sentar-se junto a ela.
__ Eu estava justamente falando do meu momento suicida, veja você como a vida dar voltas não é mesmo? – Luna desconversou.
__ E como! – A ruiva entrou na conversa. __ Hoje você está aí, rodeada de lindas mulheres e gozando de tudo que a vida possa te oferecer. – Mabhe tinha um tom sarcástico na voz. __Mas desculpe perguntar, qual delas mesmo é seu futuro grande amor?

A loira estava muito próxima a Renata, era evidente o envolvimento das duas. O plano de fazer ciúmes junto á Mia, já não funcionaria.

__ Se eu te contar que ainda estou decidindo, você acredita? – Sorriu na desesperada intenção de encontrar uma saída.
__ Ultimamente acredito em tudo nessa vida. – Continuou com um sarcasmo evidente. – A cerveja chegara. Mia bebeu a dela quase que num gole só.

Minutos depois, um homem aparentemente bêbado aproximou-se da mesa e convidou a fotógrafa para dançar. Esta rejeitou o pedido, mas não se viu livre das investidas do inconveniente rapaz.

__ Cai fora! Já disse que não estou a fim.
__ Essas moças chegam em nossa ilha, usufruem de tudo aqui e depois se acham no direito de esnobar. – Cambaleava.
__ Eu acho melhor o senhor dar meia volta e nem olhar para trás novamente. – Mabhe tomou a frente.
__ Pode deixar que eu sei me defender. – Levantou-se.
__ Isso mesmo “Majestade” deixe que a moça se defenda. Afinal ela tem peito pra isso. – Fitou o decote da camiseta de Mia. A ruiva sentindo o sangue ferver, levantou-se.
__ São tipinhos como você que sujam a imagem da ilha.
__ E são gostosas como ela que trazem alegria a essa ilha parada. – Puxou a morena pra junto de si.

Mia fora pega de surpresa. O homem, grande como uma montanha, apoderou-se de si sem dar-lhe a chance de reagir.

__ Tire essas mãos sujas dela seu bêbado imundo! – A ruiva puxou a fotógrafa tão rápido quanto o homem fizera e sem que todos pudessem esperar, lançou um soco no rosto do rapaz, que de tão bêbado, desequilibrou-se e veio ao chão.

A cena foi acompanhada por todos no bar. Assim como Davi e Golias, Mabhe derrubou um homem que era o triplo do seu tamanho. Antes que o elemento pudesse se levantar, Mia pegou a mergulhadora pela mão e arrastou-a para longe.

__ Vem, vamos sair daqui. – As amigas seguiram atrás.
__ Mabhe! Você sabe o que isso vai te causar, não sabe? – Disse uma preocupada Renata.
__ Sei exatamente as consequências dos meus atos, isso não vai demorar muito pra cair nos ouvidos de Pierre.

Entraram no carro e partiram. Mia dirigindo, Mabhe no banco do carona e as outras no banco de trás. De canto de olho, a morena pôde ver que a mergulhadora estava com a mão machucada.

__ Precisamos por gelo nisso aí.
__ Eu sei. Me leva pra cabana, lá tem gelo… Eu não posso ir para o hotel agora.
__ Então acho melhor parar o carro aqui e vocês seguirem andando pela praia. Eu levo o carro para o Lumiérre e arrumo alguma desculpa para Pierre no caso das notícias correrem mais rápido do que esperamos.
__ Tudo bem. – Parou o carro. __ Vejo vocês mais tarde no Hotel. – Seguiram.



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