Nos Corais de Veronna

Capítulo 28 – Au revoir Veronna.

28. Capítulo: Au revoir Veronna.

Os homens de Pierre traziam Luna e Renata presas pelos cabelos. A loira tinha hematomas e sangrava no canto da boca. Renata chorava desesperadamente.

__ Então vocês estão aqui. – Dirigiu-se para Mabhe. __ Ma belle… Uma festinha surpresa pour moi? Não precisava. – Sorriu maleficamente.

Mia viu o estado da amiga e sentiu uma ira crescente dentro de si.

__ O que você fez com ela, seu animal? Solta a minha amiga agora! – Pierre caminhou lentamente na direção de Mia que se manteve ereta o tempo todo.
__ Hoje eu vou ter o prazer de tirar essa sua arrogância com minhas próprias mãos. – Ao terminar a frase, lançou um soco na face da fotógrafa fazendo-a cair no mesmo instante.

__Não! – Mabhe correu no mesmo instante para amparar Mia que caiu sentindo sua cabeça girar. Seus lábios sangravam, seus sentidos sumiram por breves instantes. __ Maldito! Maldito! Deixe-as em paz! É a mim que você quer. – Com a fotógrafa em seus braços, gritava com o marido.
__ Mas que bela cena. – Disse sarcástico. __ Vocês não ficam tocados, rapazes? – Com o comentário, todos os capangas sorriram. __ Duas lésbicas caídas ao chão, uma zelando pela vida da outra. – Pegou Mabhe pelos cabelos. – Isso realmente me comove e me enoja ainda mais. – Arremessou a esposa para longe. __ Se tocar nela novamente… Eu a mato! – Mia tentava se levantar, na tentativa recebeu um chute na região do estômago. __ Fica no chão, vadia! Onde é o seu lugar!

Mabhe sentiu um desespero que nunca sentira antes. A sua frente, via a mulher que amava sendo massacrada covardemente e não podia fazer nada para ajudá-la. Chorava dolorosamente, suas lágrimas corriam tão compulsivas que chegava a soluçar.

__ Vagabunda, quer tirar tudo que me pertence, mas não vai conseguir, ta ouvindo! – Berrava no ouvido da morena que se contorcia de dor. __ Minha mulher, meu hotel… Meus planos. – Chutou-a novamente. __ Você estragou tudo!
__ Para, por favor… Eu te imploro. – A ruiva suplicava em prantos.

Mia cuspia sangue e gemia de dor.

__ Cadê sua petulância agora heim?- O francês apontava a arma para a cabeça da morena. Mabhe levantou-se e se jogou em cima da amada.

__ Vai ter que me matar primeiro, Pierre. – Agarrou-se em Mia.

O francês não esperava tal atitude. Por mais cruel que fosse, amava realmente Mabhe, não faria nenhum mal a ela.

__ Ma belle… Não seja tola. É apenas uma mulher, saia já daí. – Ordenou.
__ É a mulher que eu amo! – Gritou.__ Amo tanto que daria a minha vida por ela… Por isso Pierre… Se você matá-la, terá que matar também a mim, porque eu não vou viver sem ela.

Pierre ficou nervoso. Não acreditou no que acabara de ouvir. Sua mulher dissera em alto e bom som que amava outra mulher e seria capaz de dar sua vida por ela. Nunca ouvira nada parecido da boca de Mabhe. Passou a andar de um lado a outro da Cantina. Tinha os cabelos desgrenhados e terno desalinhado. Seu orgulho havia sido mortalmente ferido. Por um momento ficou sem ação, até que se voltou novamente para junto das duas mulheres.

__ Você não pode fazer isso comigo, Ma belle, eu não posso perder você…Eu… Eu… – Coçava a cabeça com a arma e chorava olhando para a esposa. – Eu te perdoo se voltar comigo, esqueço tudo isso se você for embora para França comigo. Você disse que daria sua vida por essa aí… A deixo viver e nunca mais a importunarei novamente se você vier comigo, Ma belle…Então… O que me diz?… Dê-me sua vida em troca da vida dela. – Estendeu a mão para a esposa.

Houve um momento de silêncio no local. Pierre mantinha a mão estendida, Mabhe continuava agarrada á Mia. Os capangas haviam juntado Luna, Renata, Guto, Samantha e Rico num canto da Cantina. Um ficara assegurando que os prisioneiros não tentassem nada, o outro guardava a porta e os outros três vigiavam do lado de fora.
O silêncio ainda reinava quando Mia juntando todas as suas forças, conseguira pronunciar:

__ Não faz isso, amor… Não… Não me deixe.

Mabhe chorava. Com bastante cuidado, conseguiu pôr a fotógrafa sentada.

__Mia… Não esqueça nunca que eu te amo e que você é minha vida. – Tocava o rosto ensanguentado de sua amada. – A outra balançou a cabeça negativamente e sentiu suas lágrimas rolarem desenfreadas, sabia qual seria a resposta de Mabhe__ E é por esse amor que eu opto morrer em vida a ver a minha vida morrer. – Beijou-a sentindo o gosto de seu sangue e desprendendo-se dela, tocou a mão estendida de Pierre.

__ Não…Não – Mia estendeu a mão com dificuldade suplicando a Mabhe que não tomasse aquela decisão.

Luna, Renata, Guto e Samantha, não conseguiam segurar o choro. Pierre tomou Mabhe em seus braços, limpou os lábios da esposa com os dois dedos polegares e a beijou.

Sem que ninguém esperasse, vários policias entraram no local.

__ Pierre La Vi, você está preso! Largue as armas!

O francês sabia que estava encurralado. Não apresentou resistência.

__ Largue a arma agora e se afaste da refém. – Referia-se a Mabhe ainda sendo abraçada pelo marido.

__ Ela não é minha refém. – Largou a arma e a ruiva que se afastou para perto de Mia. __ C´est Ma belle. ( Ela é minha bella)

Samuel, que viera com a policia, não aguentou mais esperar do lado de fora. Entrou no local sendo guiado por um policial. Ao ver a irmã correu ao seu encontro.

__Mia, ô minha irmã… – Carregou-a. __ Vamos pra casa.

Pierre e seus homens foram levados pela polícia. Mia foi levada para o hospital mais próximo.

***
A fotógrafa adormecia sedada pelos medicamentos. Mabhe cochilava numa cadeira a seu lado. A morena se enchera de ternura ao ver sua doce ruiva dormindo tão inocente, por certo havia velado seu sono por um longo tempo. Agora era Mia que velava o seu. Não demorou para que a mergulhadora despertasse.

__ Oi amor… – Ajeitou-se na cadeira. __ Está acordada há muito tempo?
__O suficiente para me reapaixonar. – Sorriu. Sentiu uma dor nas costelas. __Ai!
__Não faça movimentos bruscos. Você fraturou uma costela, mas vai ficar bem.
__Ainda estamos em Veronna?
__ Sim. Hoje você sai do hospital, amanhã cedo pegamos um voo para o Rio.
__Já estou aqui há quanto tempo?
__Você chegou aqui ontem a noite, passou a maior parte do tempo anestesiada por causa da dor… São exatamente… – Olhou o relógio. __ Duas horas da tarde.
__ Nossa! Não lembro de nada. Onde estão Samuel e as meninas?
__ No hotel, exceto seu irmão que não sai desse hospital.
__O Sal é grudento assim mesmo. – Sorriu. __ Ah! E por falar nele, como que o Sal soube que estávamos na cantina?
__O Sal não conseguiu ficar no Rio te aguardando, veio para Veronna e tentou te avisar, mas você não recebeu as ligações dele. Então ele ligou para Luna que explicou exatamente tudo que estava acontecendo, inclusive o local que estávamos. Seu irmão foi precavido e levou alguns policias com ele.

Dois dias depois…

__ Nossa, Mia! Você é muito desorganizada. Vai levar um bom tempo pra eu deixar esse apartamento um pouquinho do meu jeito. – Falava com as mãos na cintura. Observava toda a arrumação que acabara de fazer.
__Ah amor! Deixa isso aí – Saía do banho. __Eu levei uma vida bagunçando, você levaria duas para arrumar tudo!
__Maria Anastácia! Não tem nem vergonha de falar uma coisa dessas?!
__Sabe, amor… O médico disse que levaria mais ou menos dois dias para que eu me recuperasse totalmente e pudesse…
__ Nananinanão senhorita! Ainda essa noite eu te ouvi gemendo de dor.
__ Mas…
__ Sem “mas” Mia. Não sou louca de te machucar, sendo que podemos esperar um pouco mais.
__ Casa comigo amanhã? – Mia perguntou olhando a ruiva nos olhos.
__Casar?… Mas como?…Eu ainda não me separei do Pierre e …
__Shii – Selou os lábios da amada.__ Isso não importa, não é desse tipo de casamento que estou falando… Casaremos nossas almas, usaremos alianças, selaremos nosso amor na frente de amigos… E então? Casa comigo?
__ Assim de ultima hora? E se não der tempo de avisar a todo mundo?
__ Deixa isso comigo!

Ao amanhecer Mia saiu cedo. Em pouco tempo conseguiu alugar uma barraca de praia, pretendia fazer seu casamento tendo o mar como testemunha, contratou um buffet, comprou flores, avisou a Luna para que viesse de Veronna trazendo Renata e também Guto, a quem ligou em particular, passou na casa de Samantha e de Samuel e por fim comprou dois vestidos belíssimos.

O casamento.

Mia e Mabhe estavam maravilhosas. As duas espalhavam uma felicidade que todos no local podiam sentir mesmo que não as conhecessem. Ambas usavam uma coroa de flores ornamentando os cabelos. Mia soltara os cabelos negros que brilhavam fascinantemente quando expostos ao brilho da lua. Mabhe aparentava ser a mulher mais feliz do mundo, era toda sorriso. Samantha levara sua nova namorada, Daniela, a quem conhecera num templo budista. Luna e Renata não se desgrudavam, a loira fazia planos de morar em Veronna e ajudar a namorada a administrar o Lumiére La Vi. Samuel abençoava o amor das noivas, embora regularmente discutisse com Mabhe por ciúmes da irmã caçula.

Ambas fizeram juras de amor que foram testemunhadas por todos os presentes. Trocaram alianças e após o beijo, ouviram uma freada brusca do lado de fora da barraca.

__ Nossa carruagem chegou! – A fotógrafa disse marota.
__Como? – Como resposta fora puxada por Mia.

No lado de fora, Guto aguardava vestido com um terno branco num carro da mesma cor. Todos na festa seguiram as noivas para saber o que estava acontecendo. Elas entraram no veículo e partiram.

__ Por que a surpresa? – Disse Samuel com um sorriso no rosto. __ Esse é o casamento da Mia, esperavam que fosse normal?

Guto dirigiu até uma bela casa a beira mar.

__ Onde estamos? – Mabhe disse surpresa.
__ Em nossa casa. Vem conhecê-la.

Mia a levou diretamente para o quarto.
__Agora você não me escapa! – Disse fitando-a com desejo.
__Não. Agora você não me escapa! – Enfatizou o “você”. Em seguida jogou a morena na cama. __ Esperei tanto tempo pra te libertar desse trauma. Agora vou possuir cada parte desse corpo e não terá um só lugar que não será explorado por mim.
__ Vem mergulhar em mim minha desbravadora marinha, vem!

Mabhe despiu-se de seu vestido de noiva e arrancou o de Mia sem nenhum receio. Beijou-a ardentemente até descer vagarosamente no corpo em chamas da fotógrafa. Rasgou a calcinha que cobria o sexo pulsante e encharcado de Mia, que gemeu ao ouvir o som do pano sendo rasgado. Sem cerimônia, a mergulhadora literalmente mergulhou a língua no sexo da morena que impulsivamente soltou um grito agudo de prazer. A ruiva deliciou-se no mel de Mia e em seguida retornou aos lábios dessa para que sentisse seu próprio gosto.

__ Sinta como és deliciosa. – Não demorou para que descesse novamente passando entre os seios rosados, onde sugou com tamanha paixão que a morena não pôde conter seus gemidos enlouquecidos.

Voltando novamente o centro do prazer, Mabhe enfiou um dedo, em seguida outro fazendo Mia arquear seu corpo de encontro ao da sua mulher. Enquanto penetrava-a, a ruiva chupava seu nervo rígido sem cessar. Não demorou para que sentisse as contrações avassaladoras do corpo de Mia.

__ Ahhh….Amor… Ahhh… Te amo!…Te amo! – Dizia enquanto gozava.

Ficou por algum tempo sentindo seu corpo estremecer. Mabhe a abraçava forte e chorava com a cena que presenciara.

__ Por que está chorando meu amor?
__ Porque eu encontrei o ser mais precioso que os corais de Veronna puderam me dar.

Fim.



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