Nos Corais de Veronna

Capítulo 7 – As belezas do fundo do mar

7. Capítulo: As belezas do fundo do mar.

Mia ouvia atentamente as instruções que Mabhe lhe passava. Sentia-se incomodada com a formalidade que era tratada, mas preferiu pagar pra ver.
Mabhe foi a primeira a pular, Mia foi em seguida.

__ Você não vem? – Perguntou a fotógrafa.
__ Não, vou ficar tomando conta da lancha. Bom mergulho.

Desceram lentamente na imensidão marinha. Mabhe conduzia a morena pela mão. Sua intimidade com o mar era tanta que parecia fazer parte daquele lugar. Diversos peixes nadavam próximos as mergulhadoras, demonstrando não se importar com sua presença.
Passearam pelos recifes onde encontraram variedades de espécies marinhas. Mabhe apontou um polvo caminhando apressado pelos corais, impulsivamente, Mia aproximou-se fazendo com que o bicho soltasse uma tinta escura desaparecendo das suas vistas.

Minutos após…

__ Nossa! Não pensei que mergulhar cansasse tanto. – Disse jogando-se na lancha.
__ Com um tempo você acostuma. – disse Renata dando-lhe a mão para que levantasse.
__ Vamos voltar. A maré está enchendo rápido demais. – Disse Mabhe.

Renata soltou as mãos de Mia e assumiu seu posto na direção da lancha.

__ Mabhe. – Aproximou-se da ruiva.__ Quero saber o porquê seu humor mudou completamente ao saber que eu estava hospedada no hotel. – Disparou.
__ Você é uma cliente do hotel. Apenas te tratei como tal. – Disse fitando os olhos da morena.

As palavras soaram com tanta indiferença que Mia mal podia acreditar no que escutara.

__ Eu estava em busca de companhia, nem sabia que você trabalhava nessa droga de hotel! – Disse magoada. __ E pelo que me consta, você também não sabia que eu estava hospedada lá quando aceitou o meu convite. – Buscava respostas nos olhos da ruiva, obtendo apenas indiferença. __ Que diabos deu em você? Por acaso é seu dia de folga e se sentiu na obrigação de me prestar serviço ao saber que sou cliente? – Mabhe sorriu.

Mia levantou-se exaltada.

__ Não sei o que deu em mim quando eu quis a companhia de uma pessoa que só tem água salgada na cabeça. – Gritou.
Mabhe levantou-se igualmente exaltada. Pôs as mãos na cintura, como era de costume.
__ A senhorita não é obrigada a ficar na companhia de uma pessoa como eu. – Irritou-se.
__Ah! Isso com certeza! –Disse e pulou no mar.

A lancha seguia sem velocidade, rumava para costa onde atracaria. A fotógrafa nadou para o coral mais próximo, onde subiu para sair da água.
Mabhe ficou sem ação.

__ O que deu nela? – Renata olhava confusa para a mergulhadora.
__Turistas! – Pulou na água. __ Quem os entende? Vou atrás dela, depois nos falamos. – Nadou seguindo o mesmo percurso que a morena.

Mia caminhava desengonçada sobre os corais. Como a maré estava enchendo, as pequenas poças ficaram imperceptíveis. Deu um passo em falso e machucou o pé.

__ Ai! Droga! – Parou sentindo dor. __ Droga de lugar, droga de coral, droga de ruiva! – Passou a caminhar mancando.

Rumou para a cabana onde estavam suas roupas. Mabhe a seguia um pouco afastada. Quando chegou á praia, avistou pingos de sangue no chão. Buscou Mia com os olhos e avistou a morena entrando na cabana. Correu até ela.

__ Mia! – Entrou aflita. A encontrou completamente nua segurando suas roupas. Apoiava-se com o pé esquerdo, o outro tocava o chão apenas com as pontas dos dedos. Escorria muito sangue fazendo com que uma pequenina poça se formasse.

__ Eu… Eu preciso cuidar disso. – Apontou para o pé da morena.
__ Quando eu precisar dos seus serviços solicito na recepção. – Disse fria.
__ Mia, por favor… Pode causar uma infecção, me deixa cuidar do seu pé. – Aproximou-se lentamente.
__ Eu já disse que… Ai! – Gritou de dor ao encostar o pé no chão. Mabhe correu ao seu encontro.

A ruiva segurou a morena a fim de ampará-la. Suas mãos involuntariamente tocaram nos seios de Mia que enrijeceram quase que de imediato.

__ Vem… Se apoia em mim, vamos devagar até aquela poltrona. – Apontou o móvel. __ Acha que consegue?

Mia excitara-se com o contato de Mabhe. Seu corpo arrepiou-se por inteiro. Controlou seus impulsos.

__ Consigo. – Disse quase num sussurro.

Mabhe a conduziu para a poltrona com cuidado para que ela não tocasse o pé novamente no chão. O cheiro de Mia exalava. O trajeto que fizera do lugar onde estava até o assento, pareciam torturantes quilômetros. Mabhe sentiu sua respiração descontrolar-se. Pôs Mia cuidadosamente na poltrona e afastou-se. De costas, remexia numa gaveta. Era evidente seu descontrole. Mia a observava divertida. Impressionante como não conseguia sentir raiva da criatura que mais a destratou desde que chegara a Veronna. Sentiu sim, uma forte mágoa. Mesmo não conhecendo-a sentia uma necessidade incontrolável de ter sua atenção, seu carinho.

__ Pronto! Aqui está tudo que eu preciso. Você vai ficar quietinha enquanto cuido desse pé. – Disse evitando fitar o corpo nu da morena.

Sentou em frente a Mia. Pediu que a morena pusesse a perna em cima da sua para que pudesse cuidar do ferimento. As pernas abertas possibilitavam uma visão nítida do sexo da fotógrafa. Mabhe corou.

__ Foi mesmo necessário tirar o biquíni? – Disse enquanto limpava o pé ferido com soro.
__ Eu tomei uma ducha assim que entrei aqui. Estava tentando vestir minhas roupas, mas comecei a sangrar e foi aí que você entrou.
__ Como fui eu, poderia ser um homem qualquer. Você não teria vergonha de que fosse encontrada dessa forma por um estranho? – Falava sem fitar o rosto de Mia. Analisava a profundidade do corte.
__ Eu tinha certeza que seria você que entraria por aquela porta. – Disse sedutora. Mabhe parou o que estava fazendo e fitou-a.
__ O… Corte… Não é profundo. – Voltou à atenção novamente para o ferimento. Medicou e começou a enfaixar.
__ Mabhe?
__ Oi. – Olhava para a faixa.
__ Por que não me olha?
__ Por que não me sinto à vontade tendo uma mulher nua, que mal conheço, na minha frente. – Encarou Mia.
__ É apenas por isso?
__ Claro. Que outro motivo teria?
__ Medo. Medo de se deixar levar pelo desejo.

Mabhe sorriu de nervoso.

__ O que te faz pensar que eu poderia sentir desejo por uma mulher?- Arqueou as sobrancelhas.
__ Por uma mulher, não sei… – Retirou a perna de cima de Mabhe ensaiando uma abertura triunfal, deixando a mergulhadora petrificada. Apoiando-se numa perna, levantou-se. Mabhe levantou-se impulsivamente. __ Mas por mim, com certeza.

Tomou a ruiva nos braços beijando-a com um desejo incontrolável. Essa por sua vez, não apresentou resistência. Compartilhou do beijo com o mesmo desejo. As mãos de Mia buscavam o laço do biquíni da ruiva que já não conseguia controlar a vontade de percorrer o corpo nu que se oferecia. Som de gemidos e sussurros ecoavam pela cabana. Mia mordia o pescoço de Mabhe e apalpava seus seios. Deixou a mão deslizar para dentro do biquíni da ruiva, encontrando o sexo encharcado de prazer. Tocou no ponto central, arrancando um gemido sufocado. De repente sentiu a mão de Mabhe impedindo o toque.

__ Mia, não… Não posso. – Dizia ainda de olhos fechados.
__ Ouça suas vontades Mabhe, você me quer… Eu sei. – Sussurrava em seu ouvido.
__Eu não posso! – Afastou-se.
__ Você tem alguém? – Perguntou angustiada.

__ Eu preciso ir. – Virou-se ajeitando a parte de cima do biquíni e partiu.



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