Nosso Estranho Amor

21. Mentiras sempre têm perna curta…

Finalizei a canção cantando bem no ouvidinho do meu amor, percebi que ela estava chorando.

–Essa é só uma pequena demonstração do quanto te amo. –lhe beijei. –Te quero. –mais um beijo. –Te adoro. –um terceiro beijo se fez. –É só você que quero na minha vida, Ágatha.

–Por essa declaração não esperava. –a ruiva falou ainda com lágrimas nos olhos. –Nem sabia que você tinha tanto domínio com inglês. Desde quando fala inglês tão fluentemente? –conhecia o meu amor e percebi que ela queria mudar de assunto para não demonstrar o seu momento frágil.

–Falo inglês há muito tempo minha rainha. Com 14 anos passei as férias de final do ano em São Francisco, cerca de dois meses.

–Foi difícil aprender a falar inglês? Achei um pouco difícil no inicio e…

–Ágatha, teremos muito tempo para falar sobre isso, só que não agora. Deita na cama de bruços, vai!

A minha namorada pela primeira vez fez o que eu pedi e sem questionar. Beijei o topo da sua cabeça e tirei todas as suas roupas.

Peguei um gel que havia levado e tratei de massagear cada parte do seu corpo, desde a cabeça até os pés. Demorei bastante na região dos ombros e na cervical, lugares onde a tensão era maior.

–Amor, essas suas mãos fazem milagre. Só que também tô ficando excitada. –ouvi Ágatha resmungar enquanto massageava suas costas.

–Já vou resolver esse problema…

Virei a minha namorada apenas para lhe beijar e ir descendo até chegar seus seios, lhe fazendo gemer de tanto prazer. Ao mesmo tempo levei minha mão até o seu sexo que estava bastante encharcado. Com facilidade lhe penetrei com dois dedos.

Amava os gemidos daquela ruivinha gostosa.

–Geme pra mim meu amor, meu anjo, goza pra mim! –em meio a gemidos Ágatha me presenteou com seu gozo libertador.

Ainda não satisfeita desci meus lábios beijando cada parte daquele corpo escultural até chegar ao seu sexo. De maneira extremamente carinhosa, chupei toda a extensão do seu sexo até sentir aquele liquido jorrar na minha boca. Só que não parei por aí, chupei a Ágatha mais algumas vezes. Hoje era eu que estava no comando.

–Meu Deus! O que você fez comigo? Tô muito cansada. –meu amor disse quando trouxe sua cabeça para deitar no meu colo.

–Apenas te amei muito e vou te amar pra sempre. –respondi no seu ouvido.

–Agora é minha vez! –disse e já ia saindo do meu colo, mas a impedi.

–Não mesmo. A Srta. vai continuar bem deitada.

Sempre fazíamos amor de maneira um pouco mais selvagem e a Ágatha adorava comandar, mas hoje foi minha vez de agir e fazer minha namorada perceber o quanto a amava.

Dito e feito. Com mais alguns carinhos e beijos logo notei que minha namorada dormia profundamente. Fiquei por muito tempo velando seu sono e acariciando sua longa cabeleira ruiva até que eu mesma adormeci, só que em uma posição desconfortável, nem me importava, o mais importante é que a Ágatha dormisse bem.

No domingo acordei com o meu celular tocando, já havia passado das 10:00. A minha namorada não estava no quarto. Olhei o visor e sabia muito bem de quem era aquele número, era da Pietra, na mesma hora meu estômago embrulhou. Ela por perto não era sinal de coisa boa.

–Bom dia amor da minha vida, minha dorminhoca linda! –Ágatha acabara de entrar no quarto com uma farta bandeja, ali havia desde pães até iogurtes.

–Bom dia meu anjo! Dormiu bem? –respondi lhe dando um selinho.

–Com você ao meu lado não tem como dormir mal.

Ficamos nesse clima descontraído e romântico tomando nosso desjejum, tudo estava indo bem até que novamente meu celular tocou.

–Gi, você não vai atender? –Ágatha perguntou visto que meu celular não parava de tocar.

–É melhor não… Não quero que nada estrague nosso momento. –respondi preocupada quando percebi que se tratava de mais uma ligação perdida da minha ex-namorada.

–Por que você desligou seu celular? Tá me escondendo alguma coisa por acaso? –obviamente Ágatha notou quando desliguei o aparelho e o joguei no fundo da minha bolsa.

–Tá doida?! Não tô escondendo nada. Desliguei o celular pra economizar bateria.  –respondi nervosa.

–Desculpa, acabamos de nos acertar. Não quero brigar novamente. Vamos tomar o nosso café.

Assim, continuamos a comer, tentava fingir que estava concentrada no que a Ágatha me falava. Amava muito a minha namorada, disso não tinha dúvidas, mas também estava preocupada para saber o que tanto a Pietra queria comigo, balançada com a insistência da minha ex, enfim…

De repente começamos a falar sobre sorvete, então tive uma ótima ideia.

–Amor, lembra que você perdeu a aposta que fez com o Enzo? Tá na hora de pagar o milk-shake dele.

–Sério que tá me lembrando disso agora? –Ágatha respondeu fazendo beicinho. –No decorrer da semana me acerto com ele.

–Aposta é aposta mocinha. Que tal nós três sairmos e almoçarmos fora? Depois pago um sorvete para os dois maiores fãs de doces. Tudo por minha conta.

–E eu que pensei que poderíamos ficar nesse quarto o resto do dia nos amando.

–Por favor bebê, vamos sair um pouco e nos distrair. Você mesma disse que essa semana vai ser muito puxada, então vamos aproveitar nosso domingo. Prometo te recompensar debaixo do chuveiro. –disse fazendo cara de safada.

–Trato feito, mas eu quero pagar o almoço. O sorvete é que fica por sua conta. É pegar ou largar. –não tendo outra alternativa, fui obrigada a aceitar.

Vocês devem estar pensando que era muita loucura trocar um dia inteiro fazendo amor com a minha namorada e assistindo filmes para fazer um passeio ao ar livre com o nosso sobrinho, mas essa é a questão… Ontem percebi o olhar de ódio que o Tiago lançou para mim e para a Ágatha, sabia que o mesmo ainda estava perambulando pela casa já que ele era um dos amigos mais próximos do Arthur, e a festa de aniversário dos gêmeos havia se estendido pelo domingo. O meu maior medo era de que ele comentasse o fato de ter me visto com a Pietra, fazer isso para estragar meu relacionamento, então o melhor era manter a minha namorada longe daquela casa, pelo menos durante o domingo.

Não me julguem, eu sei que deveria falar a verdade sobre o encontro que aconteceu por acaso com a Pietra, mas cá entre nós… A Ágatha já estava muito insegura com relação ao Tiago, e olha que me relacionei com esse paspalho durante três meses apenas, imagina se ela soubesse que encontrei no mesmo local justamente a Pietra, com quem namorei e morei junto por mais de cinco anos, era melhor nem pensar na reação dela…

Assim, fizemos amor loucamente debaixo do chuveiro, a Ágatha me teve em todas as posições que ela mais adorava e também lhe tive nas formas mais desvairadas possíveis.

Nem preciso dizer o quanto o Enzo amou sair com as suas tias preferidas. Almoçamos, depois fomos passear pelo shopping onde assistimos um filme infantil, comemos muita besteira no shopping. Finalizamos aquele dia em uma sorveteria que havia perto da casa da minha namorada onde nos empanturramos de sorvete.

A minha ideia era poder deixar o Enzo e a Ágatha na casa deles, depois ir para o meu apartamento e poder descansar visto que a segunda-feira era um dos dias mais puxados. Só que a minha namorada parecia não entender o meu posicionamento.

–Giovanna, não entendo porque você não dorme aqui. Poxa! Essa semana vai ser cansativa pra nós duas, então vamos aproveitar o nosso momento. –minha namorada implorava quando deixei os dois na casa, já era início de noite. De longe reparei que Tiago conversava animadamente com os gêmeos.

–É tia Gi, dorme aqui só mais essa noite, podemos jogar dominó. Amanhã a tia Ágatha nos leva para a escola. –Enzo ainda insistia.

–Meus amores, não sei se é uma boa ideia… –falei em um fio de voz.

–Vai tia Gi, o que custa dormir aqui? Prometo que não vou fazer bagunça.

–Enzo, acho que o motivo para a Giovanna não dormir com a sua tia Ágatha não tem nada haver com suas bagunças. –NÃO ACREDITO! Essa voz era do Tiago.

–Então por que a tia Gi não dormiria aqui? –Enzo perguntou inocentemente.

–Porque ela tem planos melhores para esse final de domingo. –Tiago falou seco.

–Enzo, agora é conversa de adulto. Por favor, nos deixe a sós. –Ágatha pediu e nosso sobrinho foi para o quarto.

–Tiago, quem foi que te chamou nessa conversa? Você não tem mais o que fazer, não?! –falei controlando a vontade de esmurrar aquele homem.

–O menino fez uma pergunta e eu simplesmente respondi. –disse com a cara mais deslavada do mundo.

–Olha só garoto, eu só te aturo porque você é amigo dos meus irmãos, caso contrário te expulsaria dessa casa a socos e pontapés. –minha namorada disse fuzilando Tiago com o olhar.

–Calminha Ágatha! Você é muito bonita para descer do salto. Você não precisa se preocupar comigo, não sou eu que exalo perigo para o seu namoro com a Giovanna.

–Sei muito bem que vocês já namoraram há muito tempo, você nunca superou, mas agora é comigo que ela está. Então para a sua própria segurança é melhor você permanecer longe da minha namorada. –meu amor disse me pegando pela mão em uma atitude um pouco possessiva.

–Não seja tola, Ágatha! Já disse que não é comigo que você precisa se preocupar. A sua verdadeira preocupação deve ser com a Pietra. A Giovanna me deixou para ficar com ela, as duas são almas gêmeas. –esse idiota ia me deixar em maus lençóis com o meu anjo.

–Amor, não liga para as besteiras que esse babaca tá falando. Vamos subir! –queria tirar a Ágatha dali o mais rápido possível.

–Giovanna, tá querendo sair pela tangente?! Aposto que não contou para a sua namorada sobre o seu encontro com a Pietra no supermercado. –Pronto! Agora a merda estava feita.

–Que encontro é esse?! –Ágatha perguntou em um fio de voz, ali vi que ela estava se controlando para não se desmanchar em lágrimas e isso me partiu o coração.

–Sabe como é vida de solteiro… Na sexta fui comprar uns miojos pra mim, encontrei a Giovanna e a Pietra no supermercado, as duas estavam muito felizes. A loira então se livrou rápido de mim, na saída do supermercado vi que a DJ seguiu a Giovanna. Os planos dela de final de domingo incluem a Pietra no meio, por isso ela quer ir logo embora.

A cada uma dessas palavras proferidas a minha namorada transbordava em lágrimas, eu também comecei a chorar. O que mais temia, aconteceu. Agora a Ágatha teria uma visão totalmente deturpada a meu respeito.

Sem proferir uma única palavra, a minha ruivinha deixou a sala de estar chorando, subindo e indo em direção ao quarto dela.

–Tiago, eu te odeio com todas as minhas forças. –falei com uma vontade enorme de estrangulá-lo.

–Que coincidência! Eu também te odeio. –ele rebateu de volta.

Não lhe deixei espaço para falar mais nada. Precisava conversar e me acertar com a Ágatha, amava muito essa mulher, mais do que imaginava.

–Giovanna, se você ainda tem um pingo de respeito por mim, eu te imploro… Vai embora agora! –minha namorada chorava descontroladamente.

–Não, eu não vou embora. Preciso te explicar todo esse mal entendido. –supliquei em um fio de voz também chorando.

–Não tem nada para ser explicado. Agora tudo faz sentido!  Seu encontro com a Pietra, o celular desligado, seu suposto sono cedo. Eu sou uma  baita de uma burra por ter me apaixonado por você. –Ágatha gritava, mas mesmo assim tentei me aproximar.

–Pelo amor de Deus, Ágatha! Eu te amo. Encontrei sim com a Pietra no mercado, mas não do jeito que você tá pensando, apenas omiti algumas coisas que aconteceram… –disse acariciando seus cabelos ruivos.

–Não encosta em mim. Só sinto nojo de você sua mentirosa, hipócrita! –Ágatha me empurrou para longe dela e por pouco eu não caí. –Já até imagino o que você omitiu, ou melhor falando… Mentiu. O que aconteceu finalmente na sexta? Já até imagino. Ela te comeu, você gozou e depois vem dizer que me ama. Como sou otária meu Deus! –Ágatha não parava de gritar e chorar.

–Você tá ficando louca? Não aconteceu nada entre a Pietra e eu. Nos encontramos por acaso no supermercado, ela quis sim puxar  assunto, mas eu não dei papo. Depois ela veio com uma história mirabolante dizendo pra eu tomar muito cuidado com o Tiago e foi embora. Antes das 9 da noite eu já tava dormindo. –falei chorando desesperada com medo de perder o amor da minha vida, me arrependi amargamente de não ter falado a verdade antes.

–Giovanna, não acredito em uma palavra do que disse. Não vou mais ser otária pra cair na sua boa lábia. Mulheres são todas iguais: interesseiras, traiçoeiras, venenosas, manipuladoras… Só que você é a pior de todas, você se faz de boazinha pra passar, e quando a presa já está toda envolvida, você dá o bote pra matar. –em meio às lágrimas, percebi a enorme raiva que Ágatha sentia de mim.

–Amor, não fale algo de que possa se arrepender depois. –falei baixo e chorando. –Eu te amo Ágatha! Nunca duvide disso.

Como que por obra de Murphy, meu celular começou a tocar novamente. Não queria atender, só queria me entender com a minha namorada. Só que mesmo sem minha autorização Ágatha pegou meu celular.

–Olha só que lindo Giovanna! Agora entendi porque você não atendeu o celular mais cedo. A Pietra já tá te ligando há muito tempo, acho que já tá com saudades do seu corpinho. –não reconhecia mais a minha namorada. Ela era a ironia em pessoa.

–Ágatha… –ainda murmurei o nome dela chorando.

–Sabe que eu tô tendo uma excelente ideia. Chama a Pietra, e eu vou convidar a Débora e a Tainá. Acho que nós cinco conseguimos fazer uma suruba legal.

–Já chega! Cala essa boca! –sem me controlar cheguei perto da ruiva, lhe dei uma bofetada para seu eto, e para meu eto também. –Esse tapa pode tá doendo em você, mas tenha certeza de que eu estou muito mais dolorida nessa história toda.

Ágatha veio para cima de mim. Não vou negar que fiquei com medo dela me bater, ela era mais forte, então não seria difícil. Só que ao invés de me bater, ela simplesmente pegou o meu celular e jogou o aparelho longe, ficando todo estraçalhado.

–Agora quero vê como vai conseguir se comunicar com a piranha da Pietra.

A Ágatha continuou derrubando mais algumas coisas que havia por ali, principalmente os porta-retratos com nossas fotos.

Nesse momento a porta do quarto foi aberta violentamente e entraram no quarto os meus sogros, a Dani, o Alex e a Alana.

–Gente, pelo amor de Deus, que cena de guerra é essa?! –Alex olhava alarmado o estado do quarto e nossos rostos de choro.

–Por favor, levem essa qualquer daqui. Não quero olhar na cara dela. –Alana neste momento abraçava a irmã que não parava de chorar.

–Ágatha, você precisa acreditar em mim. –continuava a chorar, mas nada parecia amolecer o coração da ruiva.

–Amiga, o que quer que tenha acontecido entre vocês, este não será o melhor momento para resolver as coisas. As duas estão de cabeça quente. –Dani disse me abraçando.

–Ágatha, por todo amor que você diz sentir por mim, acredita no que te falo. Sei que você me ama na mesma intensidade que eu te amo. –falei chorando encarando uma última vez aquele olhar castanho-claro nublado pelas lágrimas antes de meus sogros me expulsarem do quarto.

 

Esse capítulo acho que não saiu do jeito que a maioria queria, mas precisava dar uma agitada. Espero que estejam gostando e comentem se possível para a autora saber que rumo tomar (risos). Beijões.



Notas:



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2 Respostas para 21. Mentiras sempre têm perna curta…

    • Tô terminando o próximo capítulo e vou precisar corrigir uns errinhos de português.Prometo que envio assim que tiver finalizado 🙂

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