Nosso Estranho Amor

39. Uma segunda traição e a frieza da Ágatha

Estava na minha casa mais do que desanimada após a checagem de alguns e-mails recusando meus serviços. Depois peguei o jornal e comecei a circular alguns classificados a fim de ver se saía algo do meu interesse quando o porteiro interfona e fala sobre uma determinada pessoa que queria me ver. Não sei se seria uma boa ideia que aquele ser entrasse, mas liberei a entrada. Não deixaria que nada ocorresse.

–Confesso que me surpreendi quando o porteiro disse que eu podia entrar. Jurava que minha viagem até aqui seria em vão. Já tem algum tempo que não nos vemos, mas você continua linda. Antes que me esqueça, o Mateus te mandou um beijo. –a morena dizia observando cada detalhe da minha casa, inclusive os jornais na seção de empregos que ocupava todo chão da sala.

–Pietra, te conheço perfeitamente bem para saber que algo muito importante aconteceu para você vir até à minha casa. Não sei se reparou, mas estou bastante ocupada. –dessa vez a DJ estava com os cabelos arrepiados vestindo uma calça jeans rasgada e uma blusa de camiseta de rock, estava com um estilo mais “bofinho”. A Pietra sempre ficava gata independente do estilo que adotava, mas não era hora para pensar nisso.

–Eu soube que você perdeu seu emprego. –disse calmamente.

–Pelo visto as más noticias se espalham rapidamente. –disse sem me conter.

–Giovanna, nós não estamos namorando, mas lembra que dividimos uma vida por mais de cinco anos. Fala o que tá acontecendo porque eu não te reconheço mais… Se afastou da sua melhor amiga, dos meus sobrinhos que não tem absolutamente nada haver com o que aconteceu entre a gente, isso tudo porque a Ágatha mandou, depois pega um atestado falso, inventa uma doença, joga todas as suas responsabilidades pro ar simplesmente pra ficar ao lado daquela advogada. Você perdeu um emprego estável que tanto lutou pra conseguir. Fala logo o que tá havendo contigo. –não iria me abrir justamente com a minha ex-namorada.

–Quem te contou sobre a história do atestado e da minha demissão? –perguntei sem rodeios.

–O Renan me disse tudo.

–Que ótimo! Meu irmão não apoia a minha relação com a Ágatha, mas fica cheio de segredinhos com a minha ex-namorada. –dei uma gargalhada irônica.

–No fundo o Renan te ama e deve estar preocupado com você. Giovanna, por Deus… Desde que você começou a se relacionar com a Ágatha se afastou do seu próprio irmão, de outras pessoas que te amam, abriu mão do seu sonho de ser mãe porque sei que a Ágatha nunca vai ceder, perdeu um excelente emprego. O que mais falta acontecer para que você perceba que essa ruiva te manipula para você fazer exatamente tudo o que ela quer? Você cede, faz tudo o que ela quer, mas o que ela faz em troca? Creio que nada. Mesmo assim vai continuar com essa ideia de noivado? Acho que já tá na hora de acordar. –nesse momento não aguentei e comecei a chorar muito, chorei como nunca havia chorado antes, nem mesmo quando meus pais me colocaram no olho da rua. Deus, o que estava fazendo da minha vida?

–Não sei Pietra, não sei. Acho que perdi as rédeas da minha vida, mas eu também amo a Ágatha e não quero viver longe dela. Será que ela não me ama e tá se aproveitando de mim? –disse recebendo um abraço muito apertado da minha ex-namorada que agora estava ali como uma grande amiga.

–Não sei se a Ágatha te ama ou não, mas acho que vocês duas são muito imaturas e extremamente inseguras para darem um passo tão importante que é o casamento. Não consigo entender porque nas raras vezes em que eu falava em casamento, você se esquivava, mas com essa mulher é diferente. –a DJ dizia enquanto alisava os meus cabelos.

–Porque com a Ágatha tudo é completamente intenso, por isso quero me casar com ela… Você fala essas coisas da minha noiva porque a Ágatha e eu vamos nos casar e você não tá feliz com essa notícia. –afirmei tentando analisar a expressão facial da morena.

–Realmente não tô feliz em saber que você vai se casar com outra mulher que não seja eu, mas também estou te falando como amiga. –Pietra disse encarando os meus olhos o mais fundo que podia.

–Nós tivemos uma longa história juntas, você sabe que é impossível sermos somente amigas. –disse empurrando a DJ no chão.

–Então me diz o que somos? –Pietra perguntou bem próxima de mim me puxando para cima dela. –Quero ouvir da sua própria boca.

–Você ainda me ama, Pietra? –devolvi com outra pergunta.

–Jamais deixei de te amar e não sabe o quanto me mordo de ciúmes e raiva quando te vejo perto de outra mulher.

Juro que o que aconteceu a seguir não foi nada planejado. Aos poucos nossas bocas foram se aproximando em um beijo sôfrego, cheio de desejo e saudades. Perdi totalmente a noção do tempo em que permanecemos nos beijando e sentia a língua da Pietra chupar a minha de maneira gulosa e me arrancando gemidos quando sentia suas mãos acariciarem meus seios por cima do tecido e eu começar a gemer. Só me dei conta da loucura que fazia quando já estava sem blusa, e sentindo beijos pelo meu pescoço, Pietra estava prestes a retirar meu sutiã, mas lembrei dos momentos que passei ao lado da Ágatha. Bastante conturbados é claro, mas não menos importantes.

–Pietra, para agora! Isso tá totalmente errado. –disse lhe empurrando para longe do meu corpo e vestindo minha blusa.

–Não há nada de errado se eu quero e você também. –falou com a cara mais deslavada.

–Jamais farei com a Ágatha a mesma safadeza que você fez comigo enquanto namorávamos. –disse já recomposta.

–Não peço para que traia ela. É só largar a advogada e voltar pra mim. Simples assim.

–Nunca cometeria a insanidade de largar a minha noiva para ficar com você. Agora vai embora, nunca mais se atreva a pisar novamente na minha casa. –disse com ódio de mim mesma por ter cedido e estar com a minha calcinha completamente molhada.

–Só quero te lembrar que não beijei sozinha, então não desconta em mim.

Pietra ficou morrendo de raiva com o que disse, mas era verdade, nunca que abandonaria a Ágatha para voltar com a minha ex-namorada, totalmente fora de cogitação. Enquanto destrancava a porta para que a DJ fosse embora, enxerguei um carro se aproximando, era o carro da minha noiva. Precisava pensar em uma solução mais do que rápida.

–A Ágatha está chegando, ela não pode te ver aqui, não quero nem imaginar qual seria a reação dela. –já estava ouvindo o barulho dos seus saltos se aproximando do portão.

–E o que pensa em fazer? Não tenho o poder de me tornar invisível. –Pietra disse irônica.

–Já sei! Vem comigo!

Puxei a DJ rumo ao segundo andar da minha casa, mais precisamente para o meu quarto. Abri o guarda-roupas, afastei algumas peças de roupas e lhe empurrei para dentro.

–Tá de brincadeira com a minha cara?! Quer que eu fique nesse espaço minúsculo. Vou morrer sufocada aqui. –Pietra falou mal-humorada.

–Não seja exagerada. É só o tempo da Ágatha almoçar e voltar para o trabalho. Assim que ela for embora te tiro daqui. –sem esperar qualquer resposta tranquei a minha ex-namorada naquele lugar e desci.

Tentava em vão controlar minha respiração para que minha noiva não percebesse o quanto estava alterada e nervosa. Parecia cena de filme: Minha ex-namorada escondida no meu quarto enquanto a atual estava no outro andar chamando desesperadamente o meu nome, mas infelizmente era a minha realidade.

–Amor, você não me ouviu? Já te chamei várias vezes. –estava me sentindo o pior ser humano desse mundo e não conseguia olhar Ágatha nos olhos.

–Desculpa, mas é que eu ia começar a tomar banho, aí demorei porque tive que me vestir novamente antes de descer. –disse com um fio de voz.

–Tô te achando tão estranha, distante, parece que tá triste, cabisbaixa. O que aconteceu minha princesa? Confia em mim.

–Não foi nada. Só estou sentindo muita dor de cabeça e cansaço. –continuava com o olhar baixo. Tinha medo de que a Ágatha fosse capaz de enxergar a verdade se lesse meu olhar.

–Ei, olha pra mim! –disse levantando o meu olhar e eu me segurava para manter o peso daquele olhar castanho-claro. –Sei que as coisas não estão nada fáceis para você, mas tenho fé que aos poucos tudo vai se arrumar. Trouxe uma surpresa pra você. –Ágatha foi até a bolsa e voltou com uma caixa. –São seus chocolates preferidos, mas é pra comer só depois do almoço…

Era impossível ficar imune a todo cuidado, amor, carinho e dedicação que a Ágatha me tratava, na mesma hora minha consciência parece que pesou uma tonelada, o resultado disso foi a enxurrada de lágrimas que invadiram o meu rosto com força total e soluços altos.

–Giovanna, o que você tem? Tá me deixando muito preocupada. Fiz algo de errado? –percebi o olhar em pânico da Ágatha e não sabia o que dizer. Iria falar o quanto fui fraca e beijei minha ex-namorada que estava escondida na minha casa? Com certeza não. Nessa hora a verdade não era bem-vinda.

–Só acho que não te mereço. Você é maravilhosa pra mim, é uma mulher formidável, você que tá me sustentando… Agora olha pra mim. Sou uma mulher desempregada, incapaz de cuidar da minha própria vida…

–Vejo na minha frente uma mulher maravilhosa, guerreira, doce, amável, linda e extremamente gostosa. –disse mordendo meu pescoço me fazendo gemer.

–Amor, eu te amo. Te amo Ágatha. Independente do que aconteça não quero que esqueça nunca disso. Você é bastante importante pra mim.

–Eu também te amo muito Gi, você é o amor da minha vida. –disse me abraçando e cada vez mais me sentia confortada naquele abraço protetor e me fazendo sentir o pior ser humano desse mundo. –Vamos almoçar!

A Ágatha fazia de tudo para me animar, então por algum tempo esqueci a besteira que havia feito mais cedo. Depois que lavamos e guardamos as louças, escovamos os nossos dentes, senti um forte abraço na minha cintura e fui imprensada contra a parede.

–Amor, você não precisa ir trabalhar? Tá ficando tarde. –perguntei ao sentir meu abdômen ser acariciado.

–Não terá problemas se chegar mais tarde ao escritório, a Tainá resolve tudo. Agora me diz… Você não estava indo tomar banho quando cheguei? Vamos tomar banho juntas.

–Só se for agora. Quem chegar por último será a submissa. –disse rindo gostosamente e sabendo que hoje seria meu dia de dominar a ruiva.

Acabamos por fazer amor no banheiro e depois na cama. Horas depois estávamos abraçadas e nuas na nossa cama rindo satisfeitas.

–Tô com o meu corpo doendo, você acabou comigo. –Ágatha disse estirada na cama e cansada.

–A culpa é sua que me ensinou a gostar desse lance de dominadora e submissa. Hoje foi minha vez de mandar.

Conversávamos alegremente quando ouvimos um barulho vindo do guarda-roupas. Só nesse momento lembrei da presença da Pietra, tinha esquecido totalmente.

–Ouviu esse barulho? Deve ser algum rato ou coisa assim. –a ruiva disse indo em direção ao guarda-roupas para abrir, óbvio que fiquei desesperada.

–Amor, não ouvi nada, mas depois vejo se tem algo aí. Vamos… Levanta daí e vai trabalhar. –falei com uma certa frieza que até eu mesma me surpreendi.

–Já tá me expulsando da sua casa? Até pensei em tirar o restante do dia de folga para ficarmos juntas. –mais uma vez senti meu coração ser cortado em vários pedacinhos.

–Não é isso bebê. Apenas acho que talvez a Tainá esteja com muito trabalho nas costas e precisando da sua ajuda. Não quero que pare a sua vida por minha causa. –ia amar continuar com a minha noiva, mas a Pietra não podia ficar escondida naquele lugar para o resto da vida.

–No fim das contas você tá certa, precisamos fechar um contrato novo. Vou tomar um banho rápido. Não posso sair daqui com cheiro de sexo. –Ágatha disse rindo e eu apenas tinha que esconder o quanto estava me sentindo uma canalha.

Menos de trinta minutos depois minha noiva já havia ido embora, claro que antes nos despedimos com muitos beijos, abraços, carinho era o que não faltava entre nós. Assim que a Ágatha se foi, tratei de tirar minha ex-namorada do espaço minúsculo.

–Você disse que me deixaria trancada por alguns minutos, não por horas. –Pietra disse toda suada e recuperando o fôlego.

–Será que dá para parar de reclamar?! Eu me esqueci de você, não foi de propósito. –disse ainda sentindo meu corpo todo dolorido.

–Percebi… Depois de uma maratona de BDSM até eu esqueceria do meu próprio nome. Como foi que começou a gostar dessas coisas? Nunca te vi gemendo tanto e não sabia que gostava de ficar marcada. –indagou com cara de paisagem indo sentar na minha poltrona e se referindo às marcas roxas presentes no meu colo e no meu pescoço.

–Pietra, você só pode tá de brincadeira se pensa que vou discutir minhas preferências sexuais com você. Era só ter tampado os ouvidos que não teria escutado nada. –disse começando a arrumar minha cama.

–Impossível. Aposto que até o vizinho da última casa ouviu os gemidos de vocês duas…

–Sinal que o sexo estava divino, perfeito, e ninguém tem nada haver com isso. –disse simplesmente.

–Então você tá com a Ágatha apenas pelo sexo bom?! Acha que a sua noivinha é melhor de cama do que eu? Se soubesse que você curtia certas loucuras na cama, o sexo jamais havia esfriado entre nós. –Pietra parecia transtornada.

–Sério mesmo que você acha que responderei essas perguntas? Pois saiba que está enganada. Não estou com a Ágatha pelo sexo, mas sim porque amo ela. –disse totalmente convicta.

–Todo esse amor não impediu que você me beijasse e quase transássemos no chão da sua sala. –disse jogando o erro na minha cara.

–Aquilo foi um momento de fraqueza que não voltará a se repetir.

–Tem certeza? –indagou se aproximando de mim, só que dessa vez não ia sucumbir.

–Tenho certeza absoluta do que estou falando. Agora só quero que você pegue sua mochila, saia daqui e não se atreva a voltar nunca mais. –disse já descendo as escadas que levavam ao portão da rua.

–E se nós ficarmos sem a sua noivinha saber? Garanto que da minha parte ela nunca saberá nada. Você aproveita e decide quem é melhor de cama.

–Por incrível que pareça e sabendo que caráter nunca foi o seu forte, uma proposta dessas nem me surpreende. Só que ao contrário de você eu tenho caráter e jamais farei com a Ágatha tudo o que você fez comigo, meu amor por ela e meu caráter jamais permitiriam. Agora vou falar pela última vez. Some das nossas vidas e nos deixe em paz. –falei já com a porta da rua aberta.

–Quero ver mesmo até quando essa cena de boa moça vai durar e até que ponto esse noivado vai chegar. Só pensa bem que talvez quando você me procurar novamente seja tarde demais e eu posso estar em outra. Não vou te esperar a vida toda. –Pietra disse com a sua estranha calma de sempre.

–Posso te garantir que jamais ocorrerá algo assim. De você apenas quero distância. Vá viver sua vida com a Débora ou com quem você quiser e me deixa em paz. –bati a porta bem na cara da Pietra ainda com medo de ter uma recaída.

O tempo passou rapidamente e por sorte minha ex-namorada cumpriu a promessa de não infernizar novamente a minha vida e da minha noiva. Se por um lado respirava aliviada por não ter mais que suportar a Pietra, por outro lado percebia a Ágatha cada vez mais distante. Fazíamos amor, ela dizia que me amava, era muito carinhosa, mas seu olhar era sempre uma incógnita, ela até tentava me mimar, só que suas atitudes outrora fofas e espontâneas, agora pareciam muito forçadas. Com certeza a falta de emprego ou outra mulher na jogada estavam contribuindo para esse fator. Sentia meu noivado se afundando cada vez mais.

O Natal já se aproximava com força total, uma época sempre triste para mim visto que as saudades da minha família quadruplicavam, acabei passando essa data especial com a família da Ágatha, porém não me senti acolhida, depois do comunicado do noivado quase todos meio que toleravam a minha presença por educação, mas não porque estavam felizes em me ver ali. E como disse… A Ágatha tentava bancar a boa noiva, mas as vezes parece que era muito fria, já devia estar de saco cheio de mim.

No ano novo queria passar apenas com a minha noiva, mas ela bateu o martelo que iria com uma parte da família para Buenos Aires, e eu poderia acompanhar se quisesse, então o jeito foi aceitar. Os bebês da Dani estavam próximos de nascer, logo o Arthur e minha sogra não iriam viajar.

Enquanto esperava no aeroporto a chamada do voo percebi que a Ágatha não parava de mexer no celular e isso logo me alertou para algo importante, se ela não estaria falando com outra mulher.

–Será que dá para me dar atenção e largar a droga desse telefone na bolsa? –indaguei com raiva.

–Nós teremos muitas horas no avião para ficarmos grudadinhas e do jeito meloso que você tanto adora, amorzinho. –rebateu ironicamente.

–Ágatha, eu não sou idiota, você deve tá conversando com alguma mulher, e vou descobrir agora. –disse puxando o celular da mão dela e conferindo o que ela fazia. Só que para meu eto não havia conversa com mulheres, só páginas de concursos, informações de Congressos e outros assuntos sobre direito.

–Que merda Giovanna! Devolve o meu celular. Não tô te metendo chifres se é a sua grande preocupação. Eu não sou você. –Ágatha rebateu enfurecida.

–Dá para as duas ficarem caladas? Se já estão brigando só durante esse noivado, quero ver depois que se casarem, a tendência é piorar. –meu sogro rebateu colocando fim à confusão.

Ali continuamos caladas, minha noiva não desgrudava do celular e eu permanecia observando o movimento, ainda mais depois de saber que a droga do voo resolveu atrasar.

Achei que estava alucinando quando vi uma linda morena de olhos azuis trajando um short jeans, uma blusa e um tênis correndo no meio de um bando de gente na minha direção.

–Giovanna, graças a Deus te encontrei a tempo. Você não pode viajar… –respondeu ainda recuperando o fôlego.

–Pietra, o que veio fazer aqui? Te falei que não voltaríamos a nos falar. –rebati logo de cara quando observei que milagrosamente a Ágatha largou o celular e prestava atenção em nós duas.

–Se for pelo fato dos meus sobrinhos nascerem em breve, perdeu seu tempo porque disso nós já sabemos, já até enviamos os presentes. –minha noiva falou se colocando entre nós duas.

–Ágatha, não estou falando com você. Você pode mandar no tribunal, mas não vou deixar que mande em mim. –a DJ estava prestes a perder a paciência, então me coloquei no meio das duas antes que uma briga surgisse ali.

–Pietra, me dá um bom motivo para não viajar que te fez chegar nesse aeroporto que nem uma louca. Pode falar na frente da minha noiva.

–A Graziele está hospitalizada, parece que o estado de saúde dela é muito delicado. Ela está internada no mesmo hospital onde os filhos da Dani acabaram de nascer.  –nessa hora senti um buraco ser aberto bem diante dos meus pés e lágrimas inundaram meu rosto imediatamente.

–Por favor, você não deveria tá usando um assunto tão sério para impedir que eu viaje. –ainda tentava me convencer que o que ouvi era uma grande mentira.

–Você acha que seria capaz de brincar com um assunto tão grave quanto esse?! –Pietra rebateu.

–Quem é Graziele? –minha noiva perguntou sem entender.

–É a minha mãe… –apenas consegui balbuciar.

–Você ainda vai ao hospital ou só vir perder meu tempo? –Pietra permanecia em pé esperando por uma resposta.

–Claro que vou ver como minha mãe está. –disse largando as malas lá mesmo. –Ágatha, você vem comigo? –perguntei encarando minha noiva.

–Gi, já combinei essa viagem desde o inicio do ano, não posso simplesmente largar tudo. Tem mais, seus pais nunca estiveram ao seu lado quando você mais precisou, por que se preocupar com eles agora? Vamos logo que o nosso voo já está sendo anunciado. –juro que não esperava tanta frieza vindo da Ágatha.

–Você tá doida?! É a minha mãe que está internada em estado grave. Você só pode ter enlouquecido se acha que deixarei a mulher mais importante da minha vida em um leito de hospital enquanto viajo com você. Eu te conheço há um certo tempo, mas minha mãe conheço desde antes de me entender por gente. Se quer viajar, tudo bem, mas não vou de jeito nenhum. Vamos logo Pietra! Quero chegar o mais rápido possível nesse hospital. –disse me virando já procurando a saída do aeroporto.

–E as suas malas? Vai deixar elas de qualquer jeito?! O que faço com…? –nem deixei minha noiva terminar.

–Essas malas é o que menos me interessa, faz o que quiser com elas. Anda Pietra! Você vai me levar ou terei que ir de táxi? –perguntei visto que observei que a DJ ainda estava parada sem reação.



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