Nosso Estranho Amor

68. Sol, uma estranha conhecida…

–No perfil estava Sol, mas pra você sou a Ana Luísa ou sua chefe intrometida. -a moça levantou e puxou uma cadeira para que eu sentasse.

Confesso que para mim foi uma surpresa e tanta saber que a Sol na verdade era minha superiora, a estranheza foi maior por ver a toda poderosa antes trajando saia social, saltos e camisa social, maquiada elegantemente, agora estava na minha frente de maneira muito mais despojada e a vontade. Pelo olhar da minha chefa naquele dia foi óbvio para mim que ela era lésbica, meu gaydar não me decepcionou. Concomitantemente, minha consciência pesou uns quilinhos por ter sido mal educada sabendo que ela só queria o meu bem, e enxergando Ana Luísa vestida daquele jeito lhe achei muito mais linda, atraente, sexy e a velha sensação de que já lhe conhecia de algum lugar veio com tudo…

–Como esse mundo é pequeno! -respondi timidamente. -Ana Luísa, gostaria de te pedir perdão por ter sido grossa no escritório. Não trato as pessoas desse jeito, mas você tinha razão… O trabalho estava sendo uma válvula de escalpe.

–Você está muito linda, Giovanna! Eu já esqueci o passado, você também pode esquecer e a partir de hoje começaremos do zero. -minha chefa deu um sorriso tão lindo e que dentes perfeitos eram aqueles…

A partir daquele momento iniciei uma conversa mais do que agradável com Ana Luísa. O melhor de tudo é que em nenhum momento ela se insinuou, jogou cantadas sem graça ou mostrou interesse em me agarrar. Por mais que estivesse interessada naquela mulher fascinante, sentia muita falta desse papo leve, sentir-me conectada com alguém, dar risadas, enfim, sentia que depois de muito tempo conseguia atingir esse objetivo. Quase no fim do jantar mais do que nunca tive 100% de certeza de que conhecia aquela mulher apesar de não lembrar de onde. Ana Luísa não gostava de bebidas, eu também optei por não beber pois queria estar sóbria o tempo todo, lembrar de cada detalhe daquele encontro e não colocar a culpa no álcool caso tomasse uma atitude descabida. Poderiam haver outras vidas? Percebendo meu olhar inquietante, minha chefa me trouxe de volta para a realidade.

–Giovanna, há algo que gostaria de me perguntar? Sinto que está procurando coragem para falar.

–Ana Luísa, farei uma pergunta que talvez não tenha lógica, mas essa dúvida tá me corroendo… Tenho a impressão de que já nos conhecemos de algum lugar, não sei explicar essa sensação, só queria saber se você sente o mesmo. -Será que a mulher à minha frente me acharia louca?

–Você não está viajando, já nos conhecemos há muitos anos. Apesar de não nos vermos há tanto tempo, te reconheci na mesma hora em que nos encontramos na Empresa, mas você creio que não lembra mais de mim. -Então não era mesmo coisa da minha cabeça, era real.

–De onde nos conhecemos? Eu realmente não consigo lembrar, Ana Luísa. Passei muitos anos morando nos Estados Unidos, mas acho que nos conhecemos antes disso.

–Lembra que antes de nos desentendermos de vez aos 21 anos, éramos muito amigas na escola e você passava quase o tempo todo grudada no meu ombro? Éramos inseparáveis no ensino médio, Gi. Eu te chamava de Piupiu as vezes e você me chamava de Luluzinha quase sempre? Até que fomos à boate onde você conheceu a Pietra. Você e a Nicole brigaram e nunca mais nos falamos, perdi contato total contigo e com a Dani. -Eram muitas informações para serem assimiladas. Quer dizer que a mesma Ana Luísa minha chefa também era a minha amiga de infância? Passei alguns minutos para me recompor.

–Tô chocada! -foi só o que consegui dizer a priori. -Deixamos de ser amigas porque a Nicole estava a fim da minha namorada. Mas, quando a Pietra demonstrou interesse por mim, a Nic não aceitou isso, me tratou muito mal e você resolveu ficar ao lado dela sem nem ligar pra nossa amizade. -iria até um jantar, mas tinha que aparecer gente do meu passado nele?

–Claro que não, Giovanna, não foi nada disso… -Ana Luísa tentava argumentar, mas não estava a fim de ouvi-la.

–Lembro perfeitamente que horas antes de conhecer a Pietra vi você e a Nicole aos beijos, e quando brigamos você preferiu ficar ao lado dela ao invés de me apoiar. Mesmo sabendo que eu estava certa, você preferiu se afastar, só a Dani permaneceu como uma amiga leal. Vai negar que naquela época você tinha um caso com a Nicole e jogou nossa amizade no ralo por causa disso? -apesar dessas perguntas juro que não estava brava, só colocava fatos do passado sobre a mesa. E, tirando esse fato que culminou no término da amizade, sempre fui muito próxima da Ana Luísa e estava adorando tê-la novamente na minha vida.

–Tive um breve envolvimento sexual com a Nicole, mas não foi por causa disso que nossa amizade terminou. Giovanna, quando descobri que gostava de meninas não era com a Nicole que queria matar essa curiosidade, só que era a única opção. No fundo sempre quis ficar contigo, mas na adolescência você parecia ser hétero. Fiquei extremamente chateada porque quando você resolveu ficar com uma mulher tinha que ser justo a Pietra? Por que não poderia ser comigo já que éramos tão próximas? E você começou a namorar logo com ela, não soube lidar com essa situação e optei por me afastar. -minha amiga de colégio tinha uma queda por mim e estava confessando tudo agora? Era isso mesmo? Essas informações demoraram para ser processadas.

–Ana Luísa, tem noção de tudo o que está dizendo? Como ia saber que você tinha vontade de ficar comigo? Você nunca falou nada pra mim ou pras nossas amigas sobre a sua sexualidade. Nem sabia que você curtia meninas, contanto que quando vi você beijando a Nicole foi algo totalmente inesperado. -falei verdadeiramente.

–Nós estudávamos no colégio católico mais tradicional da cidade, tive muito medo de me assumir e sofrer humilhações na escola e perder as amizades que tinha. Adorava quando no horário do recreio você sentava no meu colo e me pedia pra fazer tranças no seu cabelo, depois usava meu óculos escuros pra dormir disfarçadamente nas aulas de história. -Ana Luísa falava coisas da nossa adolescência e eu apenas ria sem parar. -Foi justamente no primeiro ano quando você começava a mexer no meu cabelo e brincar de dar mordidinhas tive ainda mais certeza que me sentia atraída, mas como você namorava meninos achei que isso tudo nunca passaria de algo platônico. -Lu falava a vontade e confiante sem fazer cobranças, esse fato me deixou relaxada.

–Ana Luísa, na verdade nem eu mesma imaginava naquela época que algum dia sentiria atração homossexual, contanto que não sou experiente nesse mundo lésbico, até hoje me relacionei apenas com duas mulheres. Confesso que se na adolescência soubesse que gostava de meninas evitaria ficar com você ou com as nossas amigas por medo de destruir a amizade. Você, a Dani e a Nicole sempre foram muito especiais pra mim, éramos o quarteto fantástico daquela escola. -comentei saudosa dos momentos de juventude. -Depois a Nicole se tornou amiga da Débora, e aquela imitação de japonesa nunca foi com a minha cara, então foi chato quando nossa amizade começou a ir pelo ralo. Depois que você se afastou pensei que tinha relação com a Nicole e a Débora.

–Tem algo que você e a Dani acho que nunca souberam. Depois que a mãe da Nicole faleceu, ela começou a usar drogas, era a única forma que encontrava pra fugir da dor que sentia. A Nic comprava essas porcarias com gente que cobrava muito caro, mas a partir da Débora ela conseguia cocaína e maconha de forma mais barata, então a nossa amiga achou que a Débora seria uma salvação. Nunca gostei dessa garota, sabia que ela é uma pessoa ruim, mas tolerava por causa da nossa amiga. -lembrei da vez em que Pietra comentou comigo sobre o fato da Nicole fazer programa para conseguir dinheiro e se drogar.

–Apesar de tudo nunca consegui sentir raiva, ódio ou qualquer outro sentimento ruim pela Nic. Muito pelo contrário… Quando comecei a namorar a Pietra, e você e a Nicole saíram da minha vida senti muitas saudades, ficou um espaço vazio no meu coração. -disse deixando algumas lágrimas escorrerem pela minha face. Só quem tem amizades verdadeiras sabe o quanto dói se afastar de quem amamos. -Sei que muitos anos passaram, mas sabe ao menos se a Nicole conseguiu sair dessa vida de drogas e se ela está bem? -esperava que minha antiga amiga não tivesse perdido a guerra para o vício.

–Pouco tempo depois de deixarmos de nos falar consegui uma bolsa de iniciação científica na faculdade, meu projeto deu tão certo que consegui incentivos do governo britânico e terminei minha graduação em Manhester. Quando me mudei para a Inglaterra também perdi contato com a Nicole. Passei anos morando na Europa onde tive mais liberdade para assumir minha orientação sexual, até tive vários namoros curtos, casos passageiros, mas nada sério. Meu pai é um dos sócios dessa empresa, o braço direito dele que era justamente o seu chefe pediu transferência pra outra filial, então esse fato me fez voltar para o Rio. Já tem quase um ano que estou no Brasil e treinando para assumir a função, mas os funcionários foram avisados apenas há umas duas semanas sobre a minha posse. Nesse tempo que estou no Rio realizei alguns trabalhos voluntários e fiquei imensamente surpresa quando por acaso encontrei nossa amiga trabalhando como assistente social em um orfanato na Zona Norte. A Nic me contou que passou quase dois anos internada em uma clínica de reabilitação que possuía parceria com o governo, depois reconstruiu a vida… Fez faculdade de serviço social, hoje é casada com a psicóloga do abrigo e adotou duas crianças. Nossa amiga conseguiu dar a volta por cima e vencer. -felicidade era a palavra que sentia nesse momento.

–É tão maravilhoso saber que a Nicole está bem e é uma outra pessoa, Luluzinha, tô doida pra revê-la. Quando a Dani souber que você é a famosa Sol vai adorar te reencontrar. Quem sabe não podemos nos reunir novamente algum dia, o quarteto fantástico depois de mais de dez anos afastadas. -falei com uma enorme vontade de promover um encontro entre minhas amigas do colegial.

–Agora me conta o que aconteceu na sua vida esses anos todos que não nos falamos. Casou, separou, morou fora? Conte tudo e não esconda nada. -Lu falou brincando.

–Não tenho muito o que dizer. Meu namoro com a Pietra durou cinco anos e continuei ainda trabalhando na escola. Algum tempo depois me apaixonei verdadeiramente, pela primeira vez na vida amei uma pessoa, mas por vários motivos não deu certo. -não entrei em detalhes sobre o que havia acontecido. -Tive uma gravidez não planejada e reatei com a Pietra, nos casamos e fomos morar nos Estados Unidos com a nossa filha, a Kathleen que hoje tem seis anos. Quando a Kat ainda estava com cinco anos retornamos ao Brasil, a Pietra me amava, mas como te disse… Nunca deixei de amar essa pessoa que foi a minha segunda namorada e até chegamos a noivar, então optamos por nos divorciar de maneira amigável e eu preferi colocar em prática o curso de administração, troquei a escola e os alunos por empresas e planilhas. -falei fazendo graça.

–Não sei se vai querer responder, mas irei fazer essa pergunta, sinta-se a vontade para não falar nada caso não queira. O seu problema emocional tem relação com a pessoa que você ama e a relação não prosseguiu, a sua segunda namorada? -mesmo afastada há tantos anos da Luísa senti muita vontade de falar para ela toda a verdade.

–Sim, com certeza. A Ágatha e eu nos conhecemos em uma situação que seria considerada atípica para a maioria dos casais. Nossa relação foi muito conturbada mais por minha causa que na época não fazia ideia se gostava dela ou da Pietra, passei muito tempo com os sentimentos dividido entre as duas, com toda essa confusão cometi erros gravíssimos, fui bastante egoísta, e mesmo a minha noiva pedindo para ficar com ela tive medo de arriscar tudo, fui covarde, abandonei-a e me casei com a Pietra em outro país. Há algum tempo tentei reparar os meus erros, mas já era tarde demais… Hoje ela está em outra relação prestes a se casar, tem uma filha e a segunda criança está a caminho, ela tá grávida. Já me martirizei muito e me culpei, mas agora apenas quero seguir com a minha vida e já me perdoei. -terminei minha fala pensativa e deixando algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto. Falar na Ágatha sempre iria ser duro para mim, mesmo que passasse anos essa dor poderia suavizar/amenizar, mas não seria curada.

–Ei, lembra quando no colégio falava que não queria te ver chorando por nada nesse mundo e você deveria me obedecer porque eu sou a mais velha? Meus dois meses a mais na identidade não negam. Tem mais, mesmo que a gente não entenda, acredito que para tudo exista um motivo nessa vida. Olha pelo lado bom: Mesmo que não estejam juntas, pelo menos você soube o que é o amor, vivenciou e sentiu esse sentimento mais sublime e profundo que existe. Há pessoas que passam a vida toda e nunca descobrem o conceito de amor. A Ágatha pode não estar aqui, mas eu estou e quero te arrancar sorrisos, não lágrimas. No que depender de mim nunca mais vamos nos afastar novamente, faço essa promessa com todo amor e carinho que sempre tive por você. -nessa hora, minha amiga começou a acariciar minha mão por cima da mesa. Ela já havia revelado as intenções sobre ter atração por mim na adolescência, tinha medo de que ela pudesse se envolver mais do que o normal e eu a magoasse como fiz com a Pietra.

–Lulu, eu tô extremamente feliz por ter te reencontrado depois de tanto tempo, mas não quero que confunda as coisas. Passei anos achando que amaria a Pietra e a magoei, não quero que você se envolva comigo e de alguma forma possa te machucar ou você criar falsas expectativas, ainda mais agora que a nossa amizade está renascendo. -com certeza estava fazendo a coisa certa. Por sorte o olhar de Aninha permanecia o mesmo, ela não se deixou abalar.

–Calma, Gi! Eu apenas disse que sentia, na verdade ainda sinto muita atração por você. Não tô te pedindo em namoro e nem reclamando o seu amor, sei que ele pertence a outra pessoa. O que importa é que você está solteira, eu também sou solteira, então nada do que fizermos é errado, não devemos satisfações para ninguém. Antes de tudo somos amigas e amigas também sentem desejo e podem se divertir ou por acaso acha que esqueci a maneira que você arregalou os olhos para o meu bumbum? Apenas relaxa e se permita sentir novas emoções. Você não estará fazendo nada de errado.

Notando que eu esteva extremamente pensativa, Lulu aproximou nossas cadeiras e passou nos meus lábios uma quantia generosa de sorvete de morango. Fingindo ter sido acidental ela começou a passar a mão de leve no canto da minha boca, era um carinho simples, mas que já estava despertando os meus sentidos.

–Você tá sujando ainda mais a minha boca com o sorvete, Luluzinha. -falei sem conter o riso. -Por que não limpa direito? -perguntei em tom de flerte.

–É o que estou tentando fazer. Quer que eu limpe com o guardanapo? Calma que vou pegar. -Quando Lu fez que ia se afastar lhe puxei de volta.

–Vou te mostrar a maneira correta pra limpar.

Sem dizer mais nada puxei minha amiga pela cintura e começamos a nos beijar de maneira lenta. A Ana Luísa beijava bem e era bastante atraente, mas assim como a Pietra, os beijos só me provocavam desejo, excitação e carinho, só a Ágatha mesmo sabia balançar minhas estruturas, mas como ela não era mais parte da minha vida aproveitaria o desejo com a Lu.

Terminamos de nos beijar algum tempo depois quando já estávamos sem ar.

–De uma atração platônica por Giovanna Andrade um beijo verdadeiro e gostoso foi gerado muitos anos depois. -Lu comentou com um sorriso lindo.

–E, no que depender de mim esse será o primeiro de inúmeros beijos que virão pela frente. -disse depositando um selinho na minha amiga.

Ana Luísa e eu ainda permanecemos por um longo tempo no restaurante. Além de mais beijos deliciosos, trocamos experiências sobre as nossas vidas e o que fizemos durante todos esses anos que perdemos contato. Minha amiga falava que considerava Nic e eu corajosas por termos filhos, mas que acreditava que não era algo para ela apesar de amar crianças, para a Lu maternidade era algo complicado, um verdadeiro “bicho de sete cabeças”. Contei um pouco sobre a minha experiência com a Kat, mostrei algumas fotos e amei os elogios que Lu nos fez sobre o quanto éramos parecidas e que minha filha era uma criança linda, confesso que fiquei derretida. Assim que mostrei a foto do meu papel de parede em que estou abraçada com Kat, Luluzinha a reconheceu de algumas campanhas publicitárias e até considerou a possibilidade de Kat realizar o próximo comercial da empresa sobre turismo na Disney. Minha amiga também contou sobre o período em que morou na Inglaterra e disse que os ingleses eram muito chatos, não possuíam toda alegria e carisma que encontramos apenas no Brasil. Só notamos que já havíamos conversado muito e a madrugada se iniciava quando o garçom nos abordou e disse que o restaurante estava fechando.

–Tudo o que é bom dura tão pouco, mas amei te rever. -Lu disse enquanto nos encaminhávamos para fora do restaurante.

–Amanhã é sábado. Se você quiser podemos esticar para outro lugar e continuar nossa noite agradável.

–Essa ideia me agrada muito. Podemos ir para o meu apartamento? -Lu indagou de maneira tão angelical que achei fofo.

–Só se for agora. Vamos logo! -respondi entrando no carro da minha amiga.

 

 

 

Bom dia gente, tudo bem? Estava com muitas saudades do site, de vocês e de escrever. Sei que fiquei um bom tempo afastada do site, mas, como expliquei, precisaria de um tempo longe para arrumar algumas coisas na minha vida.

E, como disse, nunca passou pela minha cabeça abandonar nosso estranho amor e já estou de volta. Por enquanto ainda não tenho dias fixos para a postagem da história, mas estarei postando pelo menos uma ou duas vezes por semana.

Pelo menos gostaram desse capítulo novo e da Ana Luísa? Acreditam que ela e a nossa loira vão se entender? Para quem não lembra da Aninha recomendam que leiam o capítulo 30: uma viagem ao passado. O comentário de vocês sempre é importante para essa humilde autora.

Volto em breve com mais um capítulo.

Beijos 🙂



Notas:



O que achou deste história?

5 Respostas para 68. Sol, uma estranha conhecida…

  1. Minha opinião de nada importa na história, mas para mim, Gio ainda não sabe o que é amor, além do amor fraternal a sua filha.

  2. Bem-vinda de volta! Espero que você esteja melhor, e que as heroínas achem seus caminhos.
    Abraços

Deixe uma resposta

© 2015- 2021 Copyright Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a expressa autorização do autor.