O meio-dia havia chegado e como Voltruf tinha imaginado, isso não fez qualquer diferença dentro do abismo, principalmente, quando ultrapassaram a linha da névoa que encobria o fundo. Portanto, as chamas de Melina continuaram sendo necessárias.

Percorriam uma trilha larga o suficiente para andarem aos pares. Estavam a pouco mais de três metros do solo que, naquele ponto, era um terreno lamacento. Melina e Voltruf andavam ao fim da fila, enquanto Aisen uniu-se a Jeor e Vick no início dela. Para Vanieli restou a companhia de Darlan, cujo silêncio e olhar acusador incomodavam mais que a ideia de estar no Abismo de Tensin, a mercê de criaturas sanguinárias.

— Pare de me olhar assim e fale de uma vez o que pensa! — Ela cansou-se do silêncio.

— E o que eu deveria dizer, Damna? Sou apenas um protetor, certos assuntos não são da minha alçada. O que eu penso é irrelevante, e como você mesma disse: “eu não entendo nada”.

Vanieli rangeu os dentes, indignada com a declaração e decidiu que não valia a pena prosseguir com o assunto. Era um desgaste emocional inútil. Entretanto, Jeor tomou suas dores.

Ele interrompeu os passos e voltou-se devagar para encarar Darlan. Não era da sua natureza se intrometer em assuntos alheios, porém, foi impossível desprezar a mágoa que Vanieli demonstrava, além do tom alterado do protetor.

— É natural se sentir desnorteado com as surpresas noturnas, rapaz. Mas isso não é razão para ser grosseiro.

— Não se intrometa, velhote! Apenas faça o seu trabalho e nos guie até esse maldito inferno!

— Agora você está passando dos limites, Darlan! — Vanieli interveio.

A discussão teria se estendido se a risada de Voltruf não tivesse interrompido a resposta de Darlan.

— Onde está a graça, estrangeira? — O guarda indagou, usando um tom pejorativo.

— Em você, Guarda. — Respondeu Voltruf, alargando o sorriso alvo.

Havia uma nota de ironia no gesto, que ela fez questão de despejar, também, nas palavras.

— Na noite passada fazia declarações românticas; hoje, atira ofensas para todos os lados. Diga, o que o está incomodando mais? O fato de alcançar verdades que desconhecia sobre sua antiga senhora ou a certeza de que ela não está interessada no seu “amor” fraco?

Ela fez uma pausa, dando um passo à frente.

— Algo me diz que é a segunda opção. — Concluiu com uma piscadela sarcástica, enquanto passava por ele.

Darlan segurou o braço dela, impedindo o seu avanço.

— Você não me conhece, Flora! — Ele sussurrou.

— Eu não preciso e nem quero, Humano. Mas se o que disse te incomodou, é porque é a verdade, não é mesmo? — Voltruf devolveu no mesmo tom.

O chão cedeu sob os pés dos dois e eles deslizaram pelo barranco até caírem no lamaçal. Dolorido e com alguns arranhões, Darlan se pôs de pé e observou os companheiros escorregarem pelo amontoado de terra até alcançá-los.

Quando os pés de Vanieli tocaram a lama, uma sensação angustiante a assaltou. Era algo muito semelhante ao que sentiu durante a alucinação que o seu descontrole mágico trouxe horas antes e o seu desconforto se refletiu nos rostos dos demais. Entretanto, Melina e Voltruf se mostraram mais inquietas.

O tenente Vick ofereceu a mão para ajudar Voltruf a se erguer, porém ela não aceitou. A florinae ficou de pé sem esforço e passou algum tempo mirando a lama, depois ergueu a vista para o entorno e deu uma volta completa em si mesma, como se estivesse em busca de algo que os olhos ainda não tinham alcançado.

Ela ergueu uma mão, com a palma voltada para o alto. A água da chuva se acumulou nela por alguns instantes.

— Você está bem? — Melina indagou para ela, tocando seu braço suavemente.

Por um momento, Voltruf a olhou, como se não estivesse enxergando-a, depois declarou:

— Nós não devíamos estar aqui.

— Conte uma novidade! — Darlan foi sarcástico.

Ele mirava a lama em suas vestes com uma expressão de nojo.

— Este lugar é exatamente como imaginei: um pesadelo. — O tenente Vick falou, fazendo uma careta para a lama fétida na qual afundou até os tornozelos. — Se toda a extensão do abismo for assim, temo que nossas chances de encontrarmos a comandante sejam menores do que se supôs.

Ele não falou isso de forma maldosa, apenas observou a realidade que os cercava. E também demonstrou um grande pesar a cada palavra pronunciada, mas isso não impediu Vanieli de lhe dirigir um olhar cortante.

— Eu não posso seguir adiante. Pelo menos, não por aqui. — Voltruf informou, pousando a mão sobre a de Melina no seu braço.

Apontou para a água e depois para si.

— Este lugar não é bom para alguém como eu. — Concluiu, recebendo um olhar significativo da grã-mestra.

— Do que fala? — Darlan questionou, reparando que ela aparentava estar sentindo dor e os seus ferimentos voltaram a sangrar.

Preocupada, Melina a ajudou a retornar para o barranco e depois para a trilha, onde Voltruf caiu de joelhos, ofegante e aparentemente abalada emocionalmente. Aisen as seguiu, silenciosa, e manteve-se assim enquanto as duas conversavam.

— Você está mesmo bem? — Melina insistiu, ajudando-a a se recostar ao paredão rochoso, então passou a mão nas suas feridas.

— Eu ficarei bem. — Voltruf garantiu, porém Melina continuou sua análise minuciosa.

— Está repetindo isso desde que deixamos o Castelo do Abismo, mas só vejo você piorar. Olhe para si mesma, está sangrando como se esses cortes tivessem acabado de serem feitos! O que está acontecendo, Volt?

Escorregou as mãos para os ombros dela, obrigando-a a encará-la nos olhos.

— Você sabe tão bem quanto eu, Melina. Você sente; todos sentem. São percepções em níveis diferentes, mas atingem todos nós. Há algo ruim neste lugar…

— Não está contando nenhuma novidade. — Aisen resolveu se manifestar. — Afinal, o lugar está repleto de demônios.

Um sorriso debochado modificou as feições de Voltruf.

— Demônios… Sim, eles se parecem com demônios, no entanto, começo a duvidar de que sejam mesmo.

Melina suspirou longamente, confusa e ligeiramente irritada por não alcançar o sentido daquela declaração.

— Este lugar me afeta desde que cheguei ao Castelo, meses atrás. — Continuou a florinae, baixando a vista para os cortes profundos, cujo sangue vertia lentamente. Uma mecha dos cabelos negros escorregou sobre a sua face. — Não foi só para perambular pelo Castelo sem ser notada que optei pela forma animal. A negatividade deste lugar e seus efeitos parecem mais fracos quando assumo a forma pura de um spectu.

O olhar preocupado de Melina endureceu levemente.

— Devia ter me avisado antes. — Ela reclamou.

— Não precisa ficar zangada. — Retrucou Voltruf. — Não faria diferença se você tivesse chegado aqui antes. Além disso, não é como se eu fosse morrer “de novo”.

As sobrancelhas de Aisen se ergueram significativamente, e as mãos de Melina aumentaram a pressão nos ombros dela.

— Se este lugar é o que imagino, Melina, eu não posso caminhar aqui sem a presença da minha mestra. Pelo menos, não por muito tempo e, certamente, não na forma humana. Então, tome cuidado.

O rosto de Melina tornou-se sombrio. Queria muito ter uma conversa mais profunda com ela, para tentar entender o que realmente se passava ali. Todavia, não era o lugar certo, tampouco, o momento. Além disso, Voltruf tinha o péssimo hábito de não oferecer respostas diretas e claras em assuntos como aquele, diferentemente das suas tendências à provocação e insultos.

Ela balançou a cabeça, por fim, e a soltou.

— Se a forma animal for mais confortável para você, use essa pele. — Recomendou a grã-mestra. — Suba mais alguns metros e descanse.

Voltruf inclinou a cabeça devagar, enquanto ela se afastava. Impediu a conclusão do movimento, tomando a sua mão por alguns instantes. Quando soltou, Melina segurava um pequeno cristal de gelo.

— Quebre-o se precisar de ajuda. Posso não estar na minha melhor forma física, mas estarei por perto e irei ajudá-los. E não se atreva a agir como uma ordenada, pensando unicamente no meu bem-estar. Eu não sou um dos seus enfermos. Além disso, posso atuar, mesmo à distância.

Melina fez uma ligeira careta, ainda em dúvida se deveria deixá-la sozinha.

— Essa arrogância ainda será a sua ruína. — Balançou a cabeça, fitando o cristal. — A chamarei, mas só se for realmente necessário.

— Eu ficarei com ela. — Aisen declarou.

O olhar de Voltruf se prendeu ao dela e depois escorregou para as mãos que mantinha na cintura. Tremiam ligeiramente e apesar da firmeza aparente, a daijin também demonstrava inquietação.

Novamente, Melina se mostrou reticente em partir. Contudo, Voltruf tornou a garantir que ficaria bem e, se fosse necessário, Aisen cuidaria dela.

— Não demore muito lá embaixo, Melina. — Voltruf recomendou, assumindo a forma de tigre. 

Ela escalou alguns metros do paredão com Aisen a tiracolo. A ordenada assistiu as duas desaparecerem por trás de uma rocha pontiaguda, antes de guardar o cristal de gelo no bolso e retornar para junto dos outros.

— Onde elas foram? — Vanieli perguntou.

Enquanto as três mulheres conversavam na trilha, ela tentava controlar suas próprias emoções. As sensações negativas do abismo a deixavam desnorteada e não sabia como bloqueá-las.

— Acharam melhor pegar um caminho diferente. Não se preocupe, ficarão por perto.

 

***

 

Do alto da trilha, Aisen observava o grupo se afastar chapinhando na lama.

— Então, você é um espírito. — Ela disse, virando-se para olhar Voltruf.

Ela já tinha visto espíritos nos rituais feitos por Amani, porém nunca se deparou com um espírito como Voltruf. Aqueles que visitavam a Deusa eram o que ela chamava de “espíritos naturais”, como a gatinha Aneirin.

A outra retornou à forma humana, a fim de sentar em uma pedra. Na altura em que se encontravam, já não se sentia tão abalada com as emanações do abismo.

— Você se chamou de spectu. Até onde sei, um spectu é um espírito que faz um pacto com um mago. Um tipo de guardião. Mas acreditava que esse tipo união só era possível com espíritos naturais. Você falou em morrer “de novo”.

Voltruf sorriu, suave.

— Este mundo é cheio de magia. Coisas fantásticas podem acontecer a qualquer instante. Explicar a natureza exata do que eu sou tomaria um tempo que não tenho intenção de dispor. Por outro lado, estou muito interessada em descobrir o que se passa com você.

— O que quer dizer?

— Você não decidiu ficar comigo por ser uma pessoa prestativa. As emanações do abismo também a afetam. Não da mesma forma que a mim, mas de uma maneira intensa o suficiente para que optasse por não seguir adiante com os outros.

Ela chegou perto da daijin e, sem cerimônia, ergueu a blusa dela. As feridas que curou duas noites atrás, tinham retornado a aparência vertiginosa e, agora, se mostravam tão sanguinolentas quanto as suas próprias. 

— Formamos uma dupla bem sofrida, hein? — Soltou a blusa e recuou um passo.

— É uma maneira de se dizer. — Aisen concordou, fazendo uma careta de dor.

— Espero que toda a dor que está sentindo valha a pena. Que tal me contar o que você está escondendo dentro do corpo? Por que Amani fez algo assim com você e a privou da sua magia?

Aisen fitou os olhos violetas dela por algum tempo, antes de se decidir a contar:

— Amani não fez isso comigo; eu fiz.

 

***

 

Vanieli prendeu a respiração por um momento, contemplando a cratera que vira em sonho. Lhe parecia menor do que recordava.

— E agora? — Indagou Darlan.

A moça olhou para as árvores, buscando algum reconhecimento. A chuva da noite havia apagado os rastros de sangue e pegadas que a levaram para Lenór durante o sonho.

— Creio que teremos que nos separar. — Respondeu, por fim. — Ela está por perto, não se encontrava em condições de ir muito longe.

— Fala como se tivesse estado aqui antes. — O tenente Vick comentou.

— Eu a vi em meus sonhos. — Vanieli contou.

O soldado teria rido com ideia, fosse outro o momento. Entretanto, já que a moça era uma maga, ele limitou-se a passar a mão na cabeça, torcendo para que não tivesse sido um sonho comum e a decida até ali não fosse em vão.

— Chama-se projeção espiritual. — Melina explicou, olhando para Vanieli com interesse redobrado.

Como Voltruf afirmou e o pouco que testemunhou, ela era maga poderosa e sequer tinha ideia disso.

— Alguns magos são capazes de levar seu espírito para outros locais, enquanto dormem ou meditam. É um dom incomum. Agora, mais do que nunca, compreendo sua convicção em afirmar que Lenór está viva. Projeções costumam nos atrair para nossos entes queridos.

A sugestão de se separarem foi aceita de pronto. Formaram duplas, enquanto Melina seguiu sozinha, garantindo a todos que podia tomar conta de si mesma. E, outra vez, Vanieli se viu em companhia de Darlan.

— Por que nunca me contou? — O guarda perguntou, enquanto adentravam na floresta que cercava a cratera.

Ele ainda estava engasgado com o fato de que se relacionaram por dois anos e nunca percebera a magia dela.

— Se tivesse visto a sua cara na noite passada, entenderia. — Ela retrucou. — E pelo modo como tem agido, desde então, fiz bem em manter o meu silêncio.

Darlan passou a mão no tronco de uma árvore apodrecida, enquanto ponderava sobre o assunto.

— Não é rejeição, Vanieli. — Afirmou.

— Sério? — Ela foi irônica. — Não é o que está parecendo.

— Eu estou magoado. Decepcionado.

Agitou uma mão no ar.

— Não com a sua magia, mas sim, por termos passado tanto tempo juntos e, ainda assim, você nunca me viu como alguém que merecesse sua confiança.

— Se eu não confiasse em você, nós nunca teríamos nos relacionado. Mas existem vários níveis de confiança. E você não pode ficar magoado porque eu tentei me preservar. Vivemos em Cardasin e você sabe bem o que isso significa para um mago. Meu pai só descobriu porque perdi o controle diante dele. Nem mesmo a minha mãe tem conhecimento disso.

Ela estacou junto a uma árvore de aspecto estranho, notando várias raízes cortadas e uma estranha mancha negra, que formava um oco no tronco.

— Lenór passou por aqui… — Afirmou e depois apontou para uma determinada direção. — Sigamos por ali.

Darlan a acompanhou, analisando o entorno.

— Eu me importo com você, Vanieli. O meu querer é muito mais que prazer, você sabe disso. Sim, me assusta que seja uma maga, porém não a rejeitaria, não seria capaz disso. Conheço sua índole, você não é uma mulher má…

Vanieli interrompeu os passos, fitando-o com sarcasmo.

— Acha que Melina ou Voltruf têm intenções duvidosas porque são estrangeiras e magas?

— Não foi o que insinuei. — Ele se defendeu. — Mas sim, acho que é bastante estranho que tenham aparecido justo neste momento. A Ordem não significa nada em Cardasin. Quem é que sai por aí fazendo coisas de graça? Ninguém! Eles não cobram por suas curas, todavia ganham influência e poder. Ainda que não tenham Casas de Apoio neste continente, eventualmente, são consultados para a resolução de alguns conflitos. Não seja inocente, Vanieli, não tem nada de nobre na Ordem. Se fossem realmente intocáveis pelo poder, a rainha de Flyn não seria um deles.

— Lenór costuma me acusar de ser muito ingênua, Darlan. Talvez você tenha razão no que disse, entretanto não é o que acontece neste momento. Acredite, eu sei. Se Melina e Voltruf quisessem nos fazer mal, seria a primeira a percebê-lo.

Inspirou fundo, passando os olhos pelo entorno. Avistou o local em que vira Lenór recostada e foi até lá.

— Foi aqui que a vi… — contou.

O guarda agachou-se observando uma mancha escura no chão que, claramente, tinha formas humanas. Era como se um corpo tivesse sido queimado ali na mesma posição em que caíra morto.

— Houve luta aqui. — Disse ele, analisando os rastros do combate.

A expressão ansiosa de Vanieli o fez indagar:

— O que essa mulher fez para você procurá-la com tanta vontade?

— Já disse que você não entenderia.

— Tente!

Ela já estava a meio caminho de outra árvore. Voltou-se:

— Lenór olhou para mim, Darlan. Foi isso que ela fez.

— O que inferno isso quer dizer?! — Ele ficou de pé.

— Que ela olhou nos meus olhos e me viu como sou de verdade. Em vez de me dar as costas, ela segurou a minha mão. Quando tive medo, ela me consolou. Quando acreditei que não passava de um peso, um adereço em um casamento arranjado que, claramente, era mais vantajoso para ela, visto que ganhou títulos e posses, ela me fez andar ao seu lado e dividiu suas responsabilidades comigo.

Fez uma pausa, encarando o chão antes fitá-lo.

— Na noite passada, quando me descontrolei na caverna e Voltruf me orientou,  ela disse para pensar em algo que me trouxesse paz. — Os olhos marejaram, mas ela não chorou. — Foi em Lenór que pensei. Você consegue compreender isso? Alguma vez, esteve com alguém cuja simples presença lhe ofereceu paz?

Darlan engoliu em seco.

— Você está apaixonada por ela. — Afirmou ele.

Vanieli fez uma careta.

— É tudo em que consegue pensar? Que eu me apaixonei pela minha esposa? — Sorriu torto. — De tudo o que disse, você só absorveu o fato de que eu não estou interessada em voltar a ser sua amante…

Voltou-se para o caminho que tomava antes dele falar. Darlan a seguiu de perto, prestes a retrucar. Porém, reencontraram os companheiros.

— Nada até agora. — Disse Melina.

Por sua vez, Jeor e Vick balançaram a cabeça em negativa.

— A chuva apagou qualquer rastro e, mais à frente, o terreno torna-se pantanoso de novo. — Jeor comentou.

O chão sob os pés de Darlan se mexeu e ele deu alguns passos para trás, assustado. Uma coluna de terra se ergueu, tomando a forma de uma mulher, a forma de Voltruf. A mulher de terra ergueu o braço, indicando a direção que eles deveriam seguir e voltou a ser um amontoado de barro.

Tomaram a direção indicada, afundando num charco até a cintura.

— Tem certeza de que é o caminho certo? — Vick indagou.

— Voltruf não nos mandaria para cá se não houvesse algo aqui. — A grã-mestra afirmou.

A profundidade da água foi diminuindo após alguns metros. Darlan se desgarrou do grupo, reparando em um pequeno monte numa ilhota, bem no meio do pântano. Ele foi até lá, notando que os outros seguiam na direção oposta.

Saiu da água sem ruído e caminho até o monte, percebendo logo que se tratava de uma pessoa. Ele inspirou fundo quando reconheceu Lenór. Ela estava deitada, encolhida em posição fetal. Tinha tanta lama sobre si, que mal era possível acreditar que não fazia parte do chão.

O guarda olhou para ela e depois para as costas de Vanieli, já muito distante. Ele cerrou os punhos, percebendo que a comandante ainda respirava. Ergueu o olhar para os companheiros, outra vez. Agora, eles se encontravam em um ponto do pântano que não lhes permitia vê-lo.

Ajoelhou-se ao lado de Lenór. Passou a mão no pescoço dela, que não se mexeu nem deu indicativos de perceber sua presença. O guarda observou a poça de água próxima a face dela. Ficou hipnotizado com a visão da água suja e mal-cheirosa.

Seria tão fácil, ele pensou. Tudo o que tinha de fazer era empurrá-la um pouco e a água faria o resto. Vanieli estaria livre de qualquer dever que acreditava ter com Lenór e, ainda por cima, estaria solteira outra vez.

 



Oi, gente!

Outra vez, estou aqui pedindo desculpas. Meus compromissos profissionais estão consumindo bastante do meu tempo e energia. Então, resumindo: “Tá puxado!”.

Não foi no sábado, mas postei um pouco depois da meia-noite. Hehe… E sem ilustração. :(Novamente, terminei o capítulo e vim postar. Então, se encontrarem algum erro ou partes confusas, é porque não houve tempo para enviar para as revisoras. Consertarei prováveis erros durante a semana.

Eu seiii… tô devendo muitas respostas aos seus comentários. Isso é muito chato, mas saibam que adoro lê-los e fico muiiiiiiito feliz em receber esse retorno de vocês. Assim que puder, responderei a todos.

Quanto ao capítulo 22, será postado no próximo sábado ou domingo. Ok?

Obrigada pela paciência e compreensão. 

Um beijão carinhoso em todas!



Notas:



O que achou deste história?

3 Respostas para 21.

  1. OMG!!!
    Esse embuste que não toque na Lenór, pq se não eu faço ele em pedacinho. Cretino, filho de uma rapariga nem se atreva, tá avisado.
    Vanieli meu amor olhe pra trás pelo amor de Deus.

    Agora até sábado roendo as unhas

  2. Pela deusa!!
    Terminar o capítulo justo nessa hora?
    Tomara que as palavras de Darlan façam Vanieli refletir sobre o que verdadeiramente sente por Lenor. E desejo que caia um raio na cabeça de Darlan caso ele tente algo contra Lenor.

    Obrigada, Thattah
    Ótima semana

  3. TATTAH!!!!

    Quem esse merda pensa q é??? E pq justo ele a achou???
    Tô me apaixonando por Volt… k k k
    E essa, da Aisen?? Maga?? Hummmm… Nunca pensei.
    Cada cap, melhor q o anterior… Tu tá arrasando guria.

    Well, agora é chegada a nossa hr de enfaticamente agradecer
    pela disposição e por usar teu tempo de descanso pra escrever
    e nos brindar com teus caps.
    Sei q tem vida e trabalho fora as paginas q nos brinda, sei tb
    q sempre q pode (e mesmo qdo não pode) escreve os caps pra nos
    presentear.
    OBRIGADAAAAA… 🥰😍🤩

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