Capítulo 25 

Desabei na cama, eu estava literalmente encharcada de suor e de gozo, não sabia mais o que era meu ou o de Clara. Estava de olhos fechados tentando recuperar minhas forças e o ritmo da minha respiração. Olhei o relógio em meu pulso: 2:37h, minha namorada já estava com a cabeça apoiada em minha barriga, sua mão esquerda segurava a minha na sua própria barriga. Meu fôlego já estava restabelecido, comecei a ousar mais nas carícias subindo até seus seios, brinquei com os biquinhos e eles responderam logo em seguida fazendo a Clara olhar em minha direção:

-Você não cansa, não? – sorriu.

-Não, vem cá, vem… Ainda quero mais de você.

Clara escalou meu corpo e se encaixou entre minhas pernas colando nossos sexos, gememos com o contato. Beijava minha boca como se não nos víssemos há séculos, uma ânsia, uma vontade, um desejo que me deixava ainda mais excitada.

Desceu os lábios pelo meu pescoço, pelos seios, me torturou muito ali, se perdia em um, depois noutro. Hora a boca, a língua, os dentes… Hora as mãos, os dedos apertando, brincando… O corpo se mexia em cima de mim, segurei sua cintura com as pernas e a ajudei com os movimentos que aumentavam gradativamente tornando quase agressivo, mas que estava quase me fazendo gozar. Sua boca presa a minha, sua língua desesperada a procura da minha. Abri meus olhos, sua face denunciava que seu gozo estava próximo, seus gemidos me confirmavam e seu sussurro sem desgrudar nossos lábios deu ainda mais certeza:

-Amor… não aguento… mais segurar… eu vou gozar… mas, eu quero… Com você.

Segurei seu rosto com as duas mãos:

-Abre os olhos, amor – ela o fez – não segura, vou gozar… Com você.

Não aguentei olhar mais para ela, não conseguia mais saber o que tinha a minha frente porque o gozo veio tão violento que soltei o rosto da Clara, puxei seu corpo ainda mais e inclinei minha cabeça para trás.

Não conseguia mais distinguir de quem eram os gemidos que ecoavam pelo quarto porque minha namorada teve o gozo tão intenso quanto o meu. Senti seu corpo relaxar em cima do meu, relaxei minhas pernas também, eu ainda tremia e sentia o mesmo vindo do da Clara. Ela enterrou o nariz em meu  pescoço e eu acariciava seus cabelos ainda de olhos fechados.

Quando senti sua respiração começar a voltar ao normal, ela tentou escorregar o corpo para a minha lateral:

-Não, amor… fica aí…

Clara suspirou e senti seu corpo relaxar novamente, fiquei acariciando seu cabelo e suas costas até acabar adormecendo.

***

Quando acordei percebi que estava sozinha na cama, mas o cheiro bom de comida recém preparada ou ainda sendo concluída – ainda não sabia ao certo – denunciou que minha namorada não tinha ido embora. Espreguicei-me e fiquei ainda de olhos fechados, senti um peso na cama e um corpo se aconchegando ao meu, esperei pelo beijo e assim que aconteceu, prendi sua boca para prolongar o ato.

-Bom dia, amor!

-Bom dia, linda. – dei mais um leve beijo em seus lábios – estou adorando essa fase de você me  chamar de amor, sabia?

-Se eu te amo, nada mais natural do que te chamar assim, não é verdade? – fez um carinho em meu rosto.

Num gesto rápido, fiquei em cima dela prendendo suas pernas com a minha e seus braços com uma das minhas mãos. Comecei a beijar e morder seu pescoço, o corpo da Clara respondia com arrepios e pequenos gemidos. Desci para seu colo, levantei sua blusa e fiquei admirando seus lindos seios que os biquinhos já davam sinais que estavam acordados. Passei a língua neles, ao redor, mordi levemente e coloquei-o em minha boca:

-Du…

Nada respondi, continuei o que estava fazendo passando a vez para o outro seio. Seus quadris começavam a se movimentar sob meu corpo. Voltei a dar atenção ao seu pescoço. Nossa! Como eu adoro aquele cheiro.

-Du… Nosso almoço… Vai queimar…

Parei o que estava fazendo para olhá-la:

-Você cozinhando?

-Tenho que agradar minha namorada – sorriu – é sério Du, depois a gente continua. Nosso   almoço vai queimar, tenho que ir lá olhar.

Sorri abobalhada, não porque ela estava cozinhando para mim, mas porque ela estava fazendo isso mais uma vez e não era em sua casa. Realmente estava querendo agradar a namorada. Levantei de cima dela:

-Não demora, tá?

Balançou a cabeça num gesto afirmativo e encaminhei em direção ao banheiro. Quando entrei na cozinha, Clara estava de costas para mim olhando o conteúdo da panela, abracei-a por trás, beijei sua nuca, seu corpo estremeceu:

-Assustada, amor?

Clara desligou o fogo e virou-se de frente para mim. Passou os braços ao redor do meu pescoço e beijou-me lenta e deliciosamente:

-O que você tem hoje, hein?

-Nada, por quê?

-Você está mais carinhosa do que o normal

-Não tem nada demais Du, só acordei com vontade de cozinhar para você.

-Quer me pegar pelo estômago? – sorri.

-Sei que você adora comer, só estou mostrando um dos meus dotes – devolveu o sorriso.

-Adoro comer muito e bem – sorri maliciosamente.

-Que você come bem, isso já sei desde o dia que nos conhecemos, mas que come muito   vim descobrir um pouco depois – entrou na brincadeira.

-Nada disso Clara, no dia que nos conhecemos, você também acabou descobrindo que como muito além de comer bem – sorri e beijei-lhe suavemente nos lábios dando uma leve mordida.

-Por que você é tão descarada assim, hein? – deu um leve tava em meu ombro.

-Vai me dizer que você não gosta? – beijei seu pescoço

-Adoro… – derreteu-se em meus braços – mas, temos que almoçar Du… Estou faminta.

-Não seja por isso.

Empurrei seu corpo até o sofá e após muito carinho, muitos beijos, mordidas, lambidas, a fiz gozar demoradamente em meus dedos. Relaxei meu corpo em cima do dela. Clara estava passando as unhas em minhas costas do jeito que gosto e eu com meu nariz enterrado em seu pescoço. Escutei e senti seu estômago reclamar:

-Essa fome eu não tenho como saciar – sorri.

Durante o almoço, meu celular tocou, verifiquei o visor e resolvi atender:

-Fala, pessoa insuportável.

-É assim que você me atende?

-Claro, como mais poderia ser? – ri.

-Tipo: Oi Amiga, tudo bem?

-Você sabe que não faço esse tipo de coisa.

-Isso é verdade, no dia que você fizer terei certeza que não está bem – riu.

-Não foi por isso que você me ligou, né?

-Que foi? Está ocupada? Cadê a Clara?

-Estou almoçando e ela está aqui na minha frente.

-Manda beijo para ela.

-Pode deixar, farei isso assim que desligar sua ligação.

-Idiota – riu.

-Fala logo, Rafa.

-Tá, que horas vocês sairão de casa?

-Pra que?

-Esqueceu do jogo?

-Que jogo?

-O de Handebol! Porra, o excesso de sexo está afetando o resto de cérebro que você ainda tem.

-Idiota! – ri também – realmente eu esqueci, mas não se preocupe que eu vou sim, devo sair de casa umas 15:30h. A Bruna vai?

-Lógico, né?

-Beleza, agora deixa a gente terminar o almoço e mais tarde a gente se fala. Beijo.

-Ok, beijo.

Joguei meu celular no sofá e voltei minha atenção para meu prato:

-Vai ter jogo hoje?

-Vai sim, já tinha até esquecido, Rafa me ligou quando eu me afastei lá na festa.

A Clara já tinha terminado o almoço e foi sentar em meu colo de lado:

-Como é que está esse joelho?

-Depois que tirei o gesso, ele não incomodou mais. Vamos ver como ele reage quando eu começar a correr – fiz um carinho em suas costas – então, você vai comigo?

-Vou sim, na outra vez vi que tem umas engraçadinhas para seu lado… Tenho que cuidar do que é meu.

-Quer dizer então que arranjei uma namorada ciumenta?

-Trauma do meu último namoro, fui traída, esqueceu? Até agora você não me deu motivos, mas para mim isso é imperdoável.

-Para mim também, amor. Apesar de todos os meus amigos falarem que tenho cara de descarada,   é só zoação. Nunca traí apesar de você ser minha segunda namorada. Não se preocupe quanto a isso –  beijei-a – bom, levanta um pouquinho, linda. Preciso limpar toda essa bagunça.

-Pode deixar Du, eu limpo.

-Nada disso, você fez o almoço e nada mais do que justo que eu limpe.

Quando terminei, vi Clara na cama de olhos fechados, de bruços e abraçada ao meu travesseiro. Ela estava linda, só com uma camiseta e uma calcinha.

Deitei ao seu lado, virada para minha namorada, ela abriu os olhos, tirei uma macha de seu cabelo que  caia sobre seus olhos, ela sorriu e apoiou a cabeça em meu ombro. Acabou adormecendo enquanto eu acariciava suas costas, olhei para meu relógio: 13:42h, coloquei meu celular para despertar as 14:45h, eu estava sem sono, mas eu precisava ter noção do horário. Fiquei velando seu sono, lhe fazendo muito carinho. Às vezes ela suspirava, me apertava um pouco com seu braço que estava por cima da minha barriga.

No horário ajustado chamei a Clara para levantar, nos arrumamos e seguimos para o Clube dos Oficiais. Mais uma vez todas já estavam lá e nossa goleira estava presente. Pela postura, tamanho e aparente força das meninas do time adversário, percebi que o jogo não seria nada fácil.

Fui com a minha namorada até onde estava a Bruna, cumprimentei-a. O meu time veio ao meu encontro, conversamos sobre as adversárias e chegamos a mesma conclusão, mas mesmo assim não teríamos medo porque já enfrentamos coisas piores, vencemos algumas e obviamente perdemos outras.

Entramos num acordo que jogaríamos como sempre fizemos e iríamos atrás da vitória. Falei com a Clara que estava logo atrás de mim, peguei minha roupa e fui me trocar.

Logo que o jogo começou tive a plena certeza que as meninas não iam facilitar nossa vida em momento algum, foi um início de partida das mais disputadas que participei. Em um determinado momento recebi um passe de Rafa e corri em direção ao gol. Parei imediatamente e levei a mão ao joelho, praticamente me joguei no chão.

O jogo parou, Claudio – um grande amigo especialista em massoterapia – para minha sorte tinha ido assistir nosso jogo, veio em minha direção e conseguiu aliviar minha dor. Quando levantei olhei para Clara e a cara que ela fez quando dei a entender que continuaria no jogo não foi nada boa. Fingi que nem vi e demos continuidade a partida. Fim do primeiro tempo e fui para o primeiro degrau da arquibancada para sentar e para o Claudio fazer outra massagem:

-Duda, você está bem?

-O joelho incomodou um pouco, mas o Claudio já está dando um jeito, linda. Pode ficar tranquila.

-Como vou ficar tranquila? Você vai continuar o jogo?

-Vou sim, não há problema. Claudio tem mãos milagrosas e vai dar um jeito nisso – tentei quebrar o clima tenso.

-Dar um jeito Duda? Isso é seu corpo e não um objeto para dar um jeito.

-Tá bom Clara, a dor aliviou, mas se piorar eu paro, tá legal?

-Sabe de uma coisa? Você faz o que quiser Eduarda, eu só queria te ajudar. Na realidade você deveria ter parado assim que sentiu a dor e não continuar esse jogo – disse visivelmente irritada.

Levantei, não queria mais a massagem do Claudio, não queria prolongar essa discussão. Se ela estava irritada eu também estava. Detesto qualquer tentativa de controle vindo de qualquer pessoa que seja, isso me deixa realmente irritada, eu queria jogar e nada e nem ninguém iria me impedir. Rafa aproximou-se de mim:

-Você não acha que tá na hora de parar, Duda?

-Não enche você também, Rafaela. Para de tentar dizer o que tenho ou não que fazer, eu posso não saber, mas tento cuidar de mim sozinha. Me deixa em paz, tá legal? – falei alto o suficiente para ter certeza que quem estava ali perto ouviu, inclusive a Clara.

Saí em direção oposta a que todos estavam. Sentei no chão mesmo, encostei-me à parede e fechei os olhos por alguns segundos, respirei fundo, abri novamente e vi Bruna, Rafa e Clara conversando. Minha namorada estava realmente irritada.

O segundo tempo começou e eu entrei com muita raiva, queria mostrar que ainda conseguia jogar e não ia ser um joelho a me impedir. Mais uma vez corri, mas foi mais do que eu aguentava. Parei mais uma vez no meio do caminho – não sem antes jogar a bola para a Andressa para dar continuidade à jogada – saí da quadra e pedi para a Fabi entrar no meu lugar, desisti do jogo.

Sentei-me mais uma vez na parte mais baixa da arquibancada, mas longe de todas as pessoas. Meu joelho estava doendo muito. Levantei e fui até o bar do Clube, pedi gelo, muito gelo. Como estava de top, tirei a blusa do jogo e coloquei o gelo ali, voltei para a quadra mancando. Olhei para a Clara, ela continuava irritada, sentei novamente onde estava e coloquei a compressa. Fiquei assistindo a partida.

O Claudio veio em minha direção, fez uma massagem para tentar diminuir a dor e até que ajudou – não sem antes algumas lágrimas virem aos meus olhos por conta da intensidade –, voltei a colocar a compressa:

-Você não deveria ter continuado, Duda.

-Eu sei, Claudio, mas eu queria jogar.

-Essa sua cabeça dura não vai te levar a lugar nenhum.

-Sermão não, por favor. Já basta o que vou ouvir da Clara assim que formos embora, tá?

-Com toda a razão, não é verdade?

-Não enche, Claudio – empurrei-o sorrindo.

Levantei e fui em direção a que a Clara e a Bruna estavam, olhei para minha namorada para tentar decifrar alguma coisa, mas ela desviou os olhos. Peguei minha mochila:

-Aonde você vai, Duda?

-Só vou trocar de roupa, Bruna – lancei um pequeno sorriso em sua direção.

Eu sempre vou aos jogos de bermuda, por isso pude continuar com a compressa de gelo. O Jogo terminaria em uns três minutos. Sentei perto da Clara e da Bruna, olhei mais uma vez em direção a minha namorada, mas ela desviou o contato. Virei minha atenção para o jogo:

-Claudio – gritei – quanto é que tá?

-22 x 21 para elas.

O jogo terminou, meu time perdeu por 25 x 22, mas as meninas estavam bem, brincando. O bom é que se divertiram com o jogo, afinal de contas, as adversárias eram muito fortes, principalmente na parte física.

-Como é que está o joelho podre, hein Duda? – perguntou Ana, nossa goleira.

-Podre, ué – sorri – acho que vou demorar um pouco para voltar a jogar, o bicho pegou, gente.

-Como foi acontecer isso, Duda? Você estava andando tão bem. Não reclamou de dores antes do jogo.

-Pois é, Dêssa. Eu realmente estava bem, não sentia dor alguma, mas quando corri acabei forçando e deu no que deu.

-Vê se vai ao hospital.

-Vou sim. Desta vez não vou deixar para a segunda-feira, vou hoje mesmo.

Continuamos a conversa e logo depois as meninas foram ao vestiário para trocarem as roupas:

-Você vai a que hospital, Duda?

-Não sei Bruninha, acho que vou ao mesmo que fui a última vez.

As meninas voltaram fazendo algazarra e querendo prolongar a bagunça, recusei com a desculpa do joelho e realmente pretendia ir ao hospital.

-Você veio de moto, Duda?

-Não Rafa, vim com a Clara, mas acho que terei que ir de taxi mesmo, não dá para ir de ônibus  – olhei para minha namorada.

-Pode deixar que te levo – disse irritada, mas tentando suavizar a voz.

-Podemos ir agora?

-Sim.

Falei com todas e com o Claudio e segui – mancando – a Clara até seu carro. Depois da grosseria que fiz com ela, nem consegui pedir ajuda no caminho.

-Se estiver tão chateada não precisa me levar, dou um jeito de ir de taxi – falei assim que  chegamos ao carro, antes de entrar.

-Vou te levar, eu já disse.

Não falamos mais nada durante todo o percurso. Fui atendida e a Clara me acompanhou o tempo inteiro, mas sem me dirigir uma palavra sequer. Minha consciência já pesava lembrando as coisas que eu havia dito a ela. Na realidade minha namorada só estava preocupada comigo, não queria que eu sentisse mais dor do que já estava sentindo quando estava no intervalo. Sei que nem deveria ter insistido com o jogo assim que senti o primeiro latejar da dor, mas realmente sou teimosa e essa minha cabeça dura geralmente me prejudica e muito. Realmente a coisa foi grave, dez dias com gesso, tomando antiinflamatório e muito repouso. Eu mereci por causa da teimosia.

-Para onde a gente está indo?

-Para sua casa – disse secamente.

-Você vai ficar lá comigo? – virei em sua direção, já estávamos no carro.

Ela me olhou séria, mas percebi que não estava mais assim tão brava. Seus olhos diziam que ela ia me perdoar, mas eu precisava ter um pouco de paciência.

-Vou, mas eu vou dormir em meu apartamento – continuou séria, mas voltou a olhar para o trânsito.

-Posso ir com você?

-Por quê?

-Porque da outra vez você cuidou muito bem de mim – sorri.

-Mas, você não deixou bem claro que podia não saber, mas tem que se cuidar sozinha?

-Preciso de você, do seu carinho, dos seus beijos, dos seus cuidados. Você me viciou, linda.

Ela não falou mais nada e nem demonstrou nenhuma reação. O resto do caminho até meu apartamento foi feito quase em silêncio, o som único com que ouvíamos era o CD do Nando Reis que estávamos escutando indo para o Clube dos Oficiais.

Clara me ajudou a sair do carro, subimos o elevador no mais absoluto silêncio, entramos em casa e fui tomar banho. Quando terminei, minha namorada estava sentada no sofá aparentemente a minha espera:

-Precisamos conversar.

-Posso fazer isso na cama? – ela ia protestar, mas não deixei – Preciso deixar minha perna apoiada em algum lugar senão a dor volta.

-Ah, claro.

Caminhamos para a cama, ela sentou na ponta e eu recostei em um dos travesseiros, depois de  acomodada:

-Sou toda ouvidos, aliás, deixa que eu falo Clara – ela consentiu – bom, sei que falei e fiz besteira hoje. Você não merecia ser tratada daquela maneira, sou sua namorada e nunca fiz isso com você e nem com ninguém, realmente estava de cabeça quente. Acho que você já percebeu que esse não é meu comportamento normal. Estava irritada porque meu joelho voltou a doer, mas queria insistir naquilo, acabei piorando a situação e fazendo essa grosseria contigo e com Rafa também, mas com ela eu consigo me entender depois por causa da nossa velha amizade, ela sabe que dificilmente perco a cabeça e hoje você presenciou um desses fatídicos dias. Mas agora preciso me desculpar com você, quero reafirmar que foi um erro, tenho consciência disso, não sou assim de estourar com as pessoas, mas não consegui me controlar.

-Não conseguiu se controlar hoje, tudo bem. Mas será que vai se controlar outro dia que alguém ou alguma coisa te deixe tão irritada quanto?

-Claro, isso nunca aconteceu comigo, eu sei, eu consigo me controlar – ela continuou com a fisionomia fechada – me desculpa, vai. Eu prometo que isso não vai se repetir… A única coisa que não quero é te magoar.

-Essa é a segunda vez que você faz isso em três dias.

-Não, na primeira nós duas erramos, admitimos essa falha e realmente lhe disse que aquele episódio não se repetiria. São casos totalmente diferentes.

-Diferente sim, mas que me deixaram magoada.

-Já pedi desculpas ontem e estou fazendo isso agora. Clara, por favor, não faz isso com a gente. – fixei meu olhar no dela – eu te amo, vamos parar com essas brigas bestas, vai. Estou lhe pedindo desculpas porque sei que errei e estou disposta a consertar esse erro. A gente já está namorando há mais de quarenta dias e nós não brigávamos.

Levantei e fui em sua direção. Sentei ao seu lado com a perna engessada para fora da cama e a outra dobrada virada para a Clara, segurei seu rosto com as mãos:

-Me perdoa, vai. Eu te amo! – sussurrei.

Vi o brilho que tanto gosto voltar em seus olhos:

-Se você me deixar preocupada desse jeito de novo eu te mato.

Sorri, colei meus lábios no dela e me deliciei no sabor maravilhoso que tem a sua boca.



Notas:



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