O interfone tocou e Adriana estranhou, quase nove horas, ela não pediu pizza, não esperava por ninguém.

— Oi Ramon.

— Dona Adriana, sua amiga Ana Paula está aqui embaixo, posso autorizar a entrada dela?

Adriana sentiu um arrepio que tomou seu corpo inteiro, ela ficou sem fala, só processando o nome da advogada que fora falado pelo porteiro. Ana estava ali no seu apartamento pedindo para entrar.

— Dona Adriana, a senhora está ai?

— Oi Ramon, estou sim, pede para ela subir.

Adriana não sabia o que pensar, não sabia o que fazer, olhou em volta e tinham alguns papeis em cima da mesa onde ela estava trabalhando, alguma louça na pia, no sofá as roupas que ela tirara quando chegou em casa e para tentar esconder esse ambiente bagunçado, saiu catando tudo, as roupas jogou no cesto do banheiro, na correria deu uma topada no pé do sofá, e quase chorou de tanta dor. Soltou um palavrão do tamanho do maracanã.

— Puta que pariu! – pulava de um pé só–

Saiu mancando em direção ao quarto para colocar um short, pois estava apenas de calcinha e camiseta, como ela gostava de ficar quando estava em casa.

Voltava para a sala em um pé apenas, pulando como se fosse o saci, com o short agarrado no meio do joelho enfiando o outro pé quando a campainha tocou, com o susto, desequilibrou-se e acabou caindo no chão,–Que merda! — Pitty assistia a tudo de cima do sofá, assustada com a movimentação da dona. Terminou de colocar o short deitada no piso do apartamento.

— Eu já vou.

Drica gritou para Ana esperar, enquanto levantava e se ajeitava. Estava vermelha de tanto correr dentro do apartamento.

Abriu a porta e deu de cara com Ana Paula, os olhos assustados da loira, denunciavam certa aflição. Adriana também sentia o corpo estremecer na presença de Ana, aquele short curto deixando suas pernas aparentes, seus olhos azuis pareciam afogá-la como um oceano revolto, percebera que a loira não sabia o que fazer ou o que dizer e ela estava na mesma situação.

Ana por sua vez, estava ali parada na porta de Adriana, olhava para a morena dentro daquelas roupas curtas, ela estava ofegante por conta da agitação para se vestir, o que lhe deixava desconcertada, seu corpo sinalizava a sintonia entre as duas, não sabia como começar a conversa, ainda se perguntava como teve coragem de ir até ali.

Depois de trocarem olhares intensos, Drica finalmente caiu em si, e abriu espaço para Ana Paula entrar.

— Desculpe Ana, entra.

— Boa noite Adriana, desculpe-me por vir sem avisar, mas eu precisava conversar com você.

— Boa noite, não tem problemas, eu estava adiantando algumas coisas do escritório, você quer alguma coisa? Água ou refrigerante?

— Não, obrigada. – talvez uma dose de vodca pura para me dar coragem, ela pensava —

— Senta.

Antes de a loira sentar, Adriana se antecipou e retirou um pé de meia que estava embaixo de uma almofada, jogando a peça no corredor, tentando fazer com que Ana não percebesse.

— Adriana, eu vim aqui por causa do seu e-mail.

Adriana já começara a se arrepender de ter seguido o conselho das amigas. Seu rosto ruborizou e ela tentava desviar o olhar da direção da loira. Como não conseguia pronunciar nenhuma palavra, Ana continuou.

— Drica, o que você escreveu é verdade? Você está apaixonada por mim?

Drica andou pela sala, sem responder a pergunta de Ana, chegou até a janela e contemplava o céu limpo do lado de fora, Ana esperava ansiosa por uma resposta, e a morena decidiu declarar o seu amor.

Virou-se ficando de frente para Ana e olhou no fundo dos seus olhos, deu um longo suspiro e começou a falar.

— Ana, eu peço desculpas por não ter tido coragem de falar pessoalmente, mas eu sou muito reservada, e fiquei com muito medo, acabei optando pelo e-mail, mas eu acho que não deveria ter feito isso, a verdade é que eu me apaixonei por você no momento em que eu te vi naquela boate, depois de conhecê-la melhor, vi que você é uma pessoa maravilhosa, carinhosa, meiga e tão brilhante. Impossível não se apaixonar.

Ana permanecia sentada sustentando o olhar de Drica.

— Eu não consigo te tirar da minha cabeça, eu ainda sinto gosto do seu beijo em minha boca, quando eu te vejo meu corpo arrepia inteiro, eu entro no MSN só para ver se você está disponível, eu pego o celular e fico marcando o seu telefone e na hora eu não ligo – depois de uma pausa– eu estou apaixonada por você.

Ana Paula levantou-se do sofá e foi em direção de Drica que estava encostada na janela. Sem desviar o olhar ela aproximou-se de Drica, seu sangue estava fervendo em seu corpo, a verdade nas palavras de Adriana entraram em seu inconsciente fazendo uma devastação em seus conceitos. Ignorando todo o resto, Ana Paula tomou o rosto da morena em suas mãos e sussurrou baixinho como uma confissão.

— Adriana, eu preciso de você.

Lentamente seus lábios se encontraram em uma explosão de sensações, o beijo começou lento e carinhoso. Adriana deixou que Ana conduzisse as ações, estava enfeitiçada pelo perfume dos cabelos da loira, que a envolvia em seus braços. Drica segurou a cintura de Ana e a puxou como se sua vontade fosse unir seus corpos e tornarem um só.

Drica deslizou as mãos pelo corpo de Ana até encontrar o zíper do casaco, descendo o mesmo vagarosamente, até abri-lo por completo, ainda explorando o corpo da outra, seus dedos passearam por sua barriga, na lateral de seus seios causando um arrepio na pele de Ana, ela sentiu que a loira estava sem soutien a deixando completamente excitada, chegando em seus ombros a morena os envolveu e em um movimento rápido fez o casaco escorregar pelos braços de Ana até este cair ao chão.

Tudo estava muito delicado, sem urgência, o que fazia com que o momento que as duas vivenciavam ficasse mais especial, ambas estavam se conhecendo, e vivendo cada segundo daquele ato.

Sem se desgrudarem Adriana foi levando Ana Paula para o seu quarto, entre caricias e abraços, as paredes pareciam não existir como obstáculos para alcançar o cômodo.  As línguas se tocavam, os lábios macios se descobriam, era um bailado disfarçado de beijo.

No meio do caminho Ana encostou Adriana na parede e apertava seu corpo contra o dela, fazendo a morena gemer, suas mãos exploravam cada pedaço do corpo da morena, seus seios, passando pela cintura fina, até chegar no quadril, Ana seguia o elástico da calcinha da outra contornando o modelo na pele de Adriana, apertava sua coxa, a morena segurava sua nuca como se pedisse para a outra não parar nunca mais, suas bocas não se soltavam, em um momento que o beijo cessou para respirarem, Ana percorria o pescoço de Drica com a boca, fazendo um caminho até o seu ombro entre beijos e mordidas, ali ficou a camiseta de Adriana.

Voltaram a caminhar, as peças de roupas foram ficando pelo corredor, restando apenas a ultima peça intima em cada uma, o toque das duas era delicado, os carinhos pareciam desenhar lindas paisagens em seus corpos, os seios se tocavam causando uma euforia em Adriana, elas alcançaram a cama e Adriana deitou-se por baixo de Ana Paula, esta apoiou o cotovelo no colchão e com uma das pernas encaixadas entre as pernas de Drica interrompeu o beijo e ficou contemplando os traços fortes do olhar castanho da morena. Drica não conteve a emoção de ter a mulher que amava em seus braços, sussurrou perto da boca da amada.

— Eu esperei muito por esse momento.

— Eu estou aqui agora.

Voltaram a se beijar, e Ana Paula comandou a noite de amor, retirou a ultima peça de roupa que restara, e passeou com sua língua pelo corpo quente de Drica, que se arrepiava inteira a cada toque que recebia, seu sexo já molhado suplicava pelos dedos de Ana Paula, esta o alcançou fazendo movimentos circulares em seu clitóris deixando Drica enlouquecida, ela beijava os seus seios fartos, dando muita atenção aos biquinhos durinhos, e ouvia os gemidos da morena o que a deixava tão excitada ao ponto de molhar a coxa de Drica que estava encaixada em suas pernas.

— Ah! Ai…

Drica sentia o corpo adormecer com os toques de Ana, nunca sentira um prazer tão intenso como o que a advogada estava proporcionando.

— Ana entra em mim, me faz mulher, — segurou sua face e olhou dentro de seus olhos em uma súplica — faz com que eu me sinta uma mulher de verdade.

Ao ouvir o pedido de Drica, Ana não perdeu tempo e invadiu o sexo encharcado de Drica com dois dedos, fazendo movimentos regulares e brincando com o clitóris dela com o polegar, levou Adriana ao maior e melhor orgasmo que ela experimentara.

Ainda com a respiração alterada, Drica permanecia com os olhos fechados, e Ana retirava os dedos de seu sexo bem devagar provocando mais ainda a morena, Ana beijava Adriana, dando selinhos em seu pescoço, quando Drica abriu os olhos e admirava o semblante angelical de Ana Paula.

— Onde você estava que eu não te encontrei antes? – dizia Ana Paula para Drica, ainda deitadas na posição inicial. –

— Por ai, perdida nos braços errados.

Novo beijo e Adriana criou coragem e tomou as rédeas da situação, empurrou Ana Paula para o colchão e desceu pelo corpo suado da advogada beijando cada pedaço de pele, deu uma boa atenção aos seios da loira e desceu até sua barriga estremecendo as estruturas de Ana Paula, suas mãos seguiam acariciando o corpo da advogada que já exalava desejo e excitação, chegando em seu sexo que já pulsava de tanto tesão, deliciou-se estimulando os pequenos lábios de Aninha com sua língua, Ana já se contorcia por inteiro, gemendo e se oferecendo para Drica, esta que estava tendo sua primeira experiência aproveitou suas dúvidas para tentar ser sexy.

— Ah! Gostosa. – Ana gemia–

— O que você quer que eu faça?- perguntou sussurrando para Ana-

— Entra em mim. – segurava seus cabelos —

Ana respondeu firme com muita convicção.

Adriana atendeu ao pedido da advogada e repetiu o gesto que ela recebera minutos antes, tentou agradar Ana Paula de todas as formas, e com isso o sexo foi incrível, Ana sentia o corpo flutuar nas mãos de Drica, ela fazia com carinho, devagar, explorando todas as sensações do corpo de Ana Paula, Drica tocava os seios, sempre com muita calma, sem pressa, e isso fez com que Ana sentisse múltiplos orgasmos em suas mãos. Incrível para quem estava com uma mulher pela primeira vez.

As duas estavam deitadas na cama de Adriana, descansando, Drica estava com a cabeça apoiada no ombro de Ana Paula que a envolvia com o braço fazendo um carinho. Um lençol cobria parte de seus corpos.

— Ana eu posso te perguntar uma coisa?

— Claro!

— Desculpe, mas eu preciso saber, e Gisele, você ainda está com ela?

— Não, eu terminei tudo hoje antes de vir para cá.

Adriana levantou-se e apoiou a cabeça em uma das mãos.

— Vocês terminaram por quê? Por minha causa?

— Não, quer dizer, talvez, na verdade pesou sim, mas eu terminei por muita coisa, porque eu já não aguentava mais essa situação, eu já tinha lido o seu e-mail quando eu cheguei em casa, e suas palavras me balançaram, eu fiquei surpresa e ao mesmo tempo feliz.

— Nossa, eu não sei o que dizer, minha intenção não era provocar uma separação entre vocês.

— Fica tranquila, a maior responsável por isso foi ela mesma, que não se decide e fica me enrolando, agora acabou, ela não faz mais parte da minha vida.

— Isso me deixa mais aliviada.

— Pode relaxar, eu estou livre e não tem ninguém para nos aborrecer.

— Você tem audiência amanhã?

— Não, acho que eu não tenho nada marcado. Por quê?

— Passa a noite aqui comigo.

Ana Paula olhou para Drica que pedia sua companhia para passar a noite e sentiu uma paz imensa dentro do peito, ao contrario de Gisele que nunca podia passar a noite, e sempre a deixava em casa para voltar para o marido, dessa vez ela não se sentiu abandonada depois de fazer amor, pela primeira vez ela se sentiu inteira com alguém.

— Eu fico aqui, eu fico com você essa noite.

Adriana pegou o controle do som e ligou baixinho para colocar um som ambiente, a música começou a tomar conta do ambiente e as duas se admiravam bem próximas, apenas se curtindo sentindo a respiração da outra bem perto. Os olhares pareciam eternos. E a musica deu o tom daquele momento.

Breathe- Faith Hill

I can feel the magic floating in the air

Being with you gets me that way

I watch the sunlight dance across your face, and I’ve

Never been this swept away

All my thoughts just seem to settle on the breeze

When I’m lying wrapped up in your arms

The whole world just fades away

The only thing I hear

Is the beating of your heart

‘Cause I can feel you breathe

It’s washing over me

Suddenly I’m melting into you

There’s nothing left to prove

Baby all we need is just to be

Caught up in the touch

The slow and steady rush

Baby, isn’t that the way that love’s supposed to be

I can feel you breathe

Just breathe

In a way I know my heart is waking up

As all the walls come tumbling down

I’m closer than I’ve ever felt before

And I know

And you know

There’s no need for words right now

‘Cause I can feel you breathe

It’s washing over me

Suddenly I’m melting into you

There’s nothing left to prove

Baby all we need is just to be

Caught up in the touch

The slow and steady rush

Baby, isn’t that the way that love’s supposed to be

I can feel you breathe

Just breathe

Caught up in the touch

The slow and steady rush

Baby, isn’t that the way that love’s supposed to be

I can feel you breathe

Just breathe

I can feel the magic floating in the air

Being with you gets me that way

Respire

Posso sentir a mágica flutuando no ar

Estar com você me deixa assim

Assisto a luz do sol dançar em seu rosto, e eu

Nunca senti isso antes

Todos os meus pensamentos parecem se contentar com a brisa

Quando estou envolta em seus braços

O mundo inteiro desaparece

(E)A única coisa que eu ouço

É o bater de seu coração

Pois posso senti-la respirar

E isso vai me lavando

Subitamente me derreto dentro de você

Não há nada a provar

Querida, tudo o que precisamos é estar

Presas em um toque

(Na)Pressa, firme e lenta

Querida, não é esse o modo que o amor devia ser?

Posso senti-la respirar

Apenas respire

De certa forma sei que meu coração acorda

Como todas as paredes ruem

Estou mais perto do que nunca senti antes

E eu sei

E você sabe

Não são necessárias palavras agora

Pois posso senti-la respirar

E isso vai me lavando

Subitamente me derreto dentro de você

Não há nada a provar

Querida, tudo o que precisamos é estar

Presas em um toque

(Na)Pressa, firme e lenta

Querida, não é esse o modo que o amor devia ser?

Posso senti-la respirar

Apenas respire

Presas em um toque

(Na)Pressa, firme e lenta

Querida, não é esse o modo que o amor devia ser

Posso senti-la respirar

Apenas respire

Posso sentir a mágica flutuando no ar

Estar com você me deixa assim

Ana beijou a boca molhada de Drica e elas se amaram novamente, o sono parecia não existir para as duas mulheres, dormiram abraçadas enquanto amanhecia, e os raios do sol anunciavam um novo dia para suas vidas.



Notas:



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