Os meses passaram devagar para Adriana, Ana Paula e Mariana, cada uma com sua razão, Drica queria muito voltar para o Brasil, sua terra, seu país que ela tanto ama, Ana Paula estava sozinha desde que terminou o namoro com Lívia, a terapia continuava bem e ela estava muito mais segura de si, Mariana não via a hora de reencontrar o seu amor, ter Adriana definitivamente nos braços como sua namorada.

Adriana trabalhava em sua monografia, a segunda em dois anos, estava exausta da maratona de aulas e trabalhos, Renata se preparava para terminar o segundo período da faculdade de direito, a garota fazia os exames finais e também estava totalmente cansada e esgotada.

As duas estudavam no quarto, Renata acabava de conversar com sua mãe pelo Skype e coincidentemente Paula chamou Adriana no seu computador.

— Oi Paula. – Drica abria a câmera –

— Fala ai amiga. – Paula sorria ao lado de Alessandra –

— Oi Ale, que cara de bunda é essa? – Alessandra estava aborrecida –

— Sua amiga aqui que fica dando mole pra todo mundo. – cruzou os braços –

Adriana se espantou, Paula nunca foi esse tipo de mulher, ainda mais com o relacionamento delas, ela sabe o amor que Paula sente pela namorada. Paula revirava os olhos desaprovando o comentário de Alessandra.

— O que você fez Paula? –perguntou brincando–

— Eu não fiz nada Drica, Alessandra ultimamente está com essa palhaçada de sentir ciúmes de todo mundo, até de Viviane e Isadora ela tem ciúmes.

— Vai me dizer que aquela loira da padaria não te deu mole? Eu vi você conversando com ela.

— Alessandra, para com essa bobagem, a moça é casada, tem filhos, ela estava justamente comentando sobre o caçula dela que adora o pão torrado.

— Ai Paula eu não quero discutir está bom?

— Mas quem está discutindo é você.

Adriana estava no meio da DR das amigas e ainda tinha Renata que ouvia um pouco da conversa, a morena não se aguentava e ria da situação.

— Alessandra, você sabe que Paula é louca por você, não briga à toa. – Drica interferiu –

— Vem cá minha doidinha. – beijou a namorada –

Alessandra ainda estava emburrada, mas as amigas mudaram o assunto.

— Drica, quando é sua defesa de tese? – Paula perguntou –

— Mês que vem Paulinha, eu não vejo a hora de acabar esse mestrado e voltar para o Brasil.

–Que bom, vai ser muito bom ter você de volta. – dizia feliz –

— Nem me fala, estou morrendo de saudades do mar. Eu preciso pisar na areia da praia.

— Será a primeira coisa que nós faremos.

— Como estão as coisas no escritório? Viviane está bem?

— Sim ela deu conta do recado direitinho, você tem que ver como a menina está responsável, inteligente, ela está encaixada na equipe.

— Que bom, eu estou orgulhosa dela, o seu crescimento pessoal e profissional foi muito bom.

— Ela está pronta para encarar qualquer parada. – Paula ria –

— Legal, eu volto para o Natal e fico de vez. Depois eu venho só para a colação de grau e pegar o diploma.

— Maravilha, nós estamos ansiosas para te apertar de novo. –Alessandra dizia –

— Eu sei amiga.

–Manda beijo para Renata. – Alessandra dizia –

— Que intimidades são essas Alessandra? – Paula repreendeu –

Renata ria sentada do outro lado do quarto.

— Eu só mandei um beijo para a amiga de Drica. – deu de ombros –

— Depois eu que dou mole para os outros, vê se pode! – balançava a cabeça –

— Eu mando o beijo,– olhou para Renata — ela está mandando outro.

–Viu, nada demais. – Ale se defendia—

— Eu sei, — dizia com sarcasmo – Drica eu vou deixar você estudar. Um beijo amiga.

— Beijo Drica.

— Beijo meninas, manda beijo para Vivi.

Desligaram a conversa e Adriana nem desconfiava que as duas amigas estavam programando uma viagem para Boston para visitar a amiga e assistir a sua defesa da tese do mestrado.

Será uma surpresa das meninas, até Viviane pensava em acompanhar as garotas e voltar a Harvard. Quem sabe Mariana poderia ir também.

******************
Ana conversava com Isadora em um barzinho.

— E então Ana, como está a terapia? – bebeu um gole do chope—

— Está tudo bem, eu já me sinto melhor diante dos meus problemas e frustrações, eu acho que se eu tivesse outra chance de reconquistar Adriana eu jogaria todas as minhas fichas. – comeu um pedaço de queijo –

— As meninas vão viajar para assistir a defesa de tese dela, elas vão fazer uma surpresa. – disse casualmente –

— Ela já está quase voltando, passou tão rápido! – bebeu o chope –

— É, elas vão no mês que vem. Por que você não vai também? Aproveita e tira umas férias, você anda trabalhando demais.

–E eu vou fazer o que lá Isa? Eu chego com a maior cara lavada e digo o que para ela?

— Diz a verdade, que você a ama e que você a quer de volta. – chamou o garçom—Mais dois por favor.

— Ela não vai acreditar em mim.

— O fato de você ter ido já vai ser uma prova do seu amor.

Ana Paula ficou pensando, todas as vezes que Isadora falou algo para ela a mulata estava certa, ponderou o fato de aceitar o conselho da amiga pelo menos uma vez na vida.

— Eu vou considerar o seu conselho dessa vez Isa. – disse pensativa –

— Caraca, eu nem acredito, vai chover canivetes hoje. – olhava para a janela –

— Deixa de ser boba. – jogou um guardanapo embolado –

Isadora ria e Ana a seguiu, as duas amigas continuaram conversando até a madrugada, quando resolveram pegar um taxi para o apartamento da mulata, Ana não poderia dirigir depois de tantos chopes.

******************

Mariana conversava com Paula ao celular.

— Poxa Paula eu não posso ir, dessa vez eu estou cobrindo as férias de Rodrigo, o meu sócio, ele viajou com a família e eu não posso deixar o escritório.

— Poxa que pena Mari, ela ia ficar tão feliz! – lamentava –

— Eu sei, eu também, mas infelizmente eu não posso mesmo. Manda mil beijos para ela, e eu vou passar por ai antes de vocês viajarem e vou deixar um presente para você levar para mim, pode ser?

— Claro! Sem problemas.

— Então está combinado. Eu passo ai amanhã ou depois.

— Fechado. Beijos Mari.

— Beijos.

Desligou o telefone e viu o seu irmão chegando na sala.
— E ai maninha? – sentou ao seu lado e beijou o seu rosto –

— Fala fedelho.

— Não me chama assim Mari, faz tempo que eu não sou mais criança. – reclamava –

— Para mim sempre será minha criança. – ria – Vai sair?

— Vou, eu conheci uma gata e vou sair para dar um rolé. Eu estou bonito? –levantou e se estufou –

— Lindo. – ria –

— Não quer ir junto?

— E segurar vela menino? Você pirou?

— Sei lá, quem sabe você conhece alguém interessante. – deu de ombros –

— Pirou mesmo, esqueceu que eu tenho a Drica?

— Mas ela esta lá em Boston, nem vai saber.

— Que horror Marcos, eu não pensava que você é assim, eu sou fiel, e ela já esta voltando para o Brasil.

— Sei, tudo bem, não está mais aqui quem falou. – levantou os braços rendido –

— Vai namorar vai. Tenta não beber se for de carro. –advertia o rapaz—

— Eu não vou beber, pode deixar. – beijou a cabeça da irmã –

–Cuidado na rua!

— Ok! – gritou da porta –

Mariana balançou a cabeça e foi para o quarto, realmente estava triste por não poder ir assistir a namorada em Harvard, mas pensava que a compensaria quando a morena estivesse de volta no Brasil.

******************

Ana conversava com Marta em mais uma sessão.

— Ana você está mesmo pensando em ir para Boston?

— Sim, eu estou, já marquei a reunião para pegar o visto no consulado. Se der tudo certo eu desembarco nos Estados Unidos no dia anterior à apresentação dela.

— Interessante essa decisão, isso mostra que você evoluiu e não está mais insegura do que quer.

— Depois que Lívia terminou comigo tudo começou a se encaixar, Isadora sempre teve razão, eu deveria ter feito isso há muito tempo, eu só estava magoando a Lívia, eu sempre amei Adriana, mas tinha medo de assumir isso, eu sei que é o tipo de amor que eu seria capaz de fazer tudo por ela, e isso me assustava.

— Você não queria se comportar como a sua mãe. Você achava que ao se entregar ao amor viveria como ela vive.

— É, eu acho que é isso, eu nunca quis ter a vida que ela tem, renunciar sua própria essência para seguir outra pessoa.

— Mas agora você sabe que os relacionamentos podem ser plenos sem precisar fazer essa renuncia, não é?

— É, eu não preciso viver como ela, até por que Adriana não é como o meu pai, eu fui muito estúpida e cega, eu preciso consertar isso.

— Mas você não falou que ela está namorando? O que você vai fazer se a namorada dela estiver lá?

— Ela não vai, Isadora disse que ela não vai poder viajar, é a minha oportunidade de tentar reconquistá-la.

— Eu te desejo sorte, mas saiba que não será fácil, ela deve estar muito magoada com você.

— Eu sei disso, mas eu preciso arriscar, eu preciso falar para ela que ela estava certa o tempo todo e eu estava errada. – batia no peito com a mão aberta —

— Que bom que você já consegue admitir isso Ana, eu acho que pode fazer alguma diferença.

— Eu também espero que ela possa me perdoar, Adriana tem um coração enorme. –sorriu –

— Você agora tem que aprender a perdoar seus pais pela ausência, só assim você conseguirá ser feliz plenamente.

— Isso já é outro papo Marta. – gesticulou a esmo —

A psicóloga riu e deu por encerrada a sessão.

Ana Paula seguiu para o escritório e encontrou Lívia na sala de espera, ficou surpresa com a visita da professora.

— Lívia? – estava surpresa –

— Oi Ana.

— Vem entra aqui. – abriu a porta para a ex entrar –

As duas sentaram, Ana sentou na cadeira ao lado de Lívia ao invés de sentar atrás da mesa. Uma forma de mostrar respeito e dizer que não existem distancias entre as duas.

— Você quer alguma coisa? Refrigerante, café?

–Não Ana, obrigada, eu não pretendo demorar.

— Você está bem? Está mais magra.

— Eu estou bem sim, você não foi pegar suas coisas com Ramon, eu estou saindo do apartamento daqui a duas semanas, eu vim trazer para você. – deixou uma bolsa sobre a mesa –

— Eu não tive coragem de ir até lá novamente. – baixou o olhar— Você vai se mudar pra onde?

— Eu vou para o Rio, encontrei um apartamento no Grajaú, já está tudo certo.

— Que bom, eu espero que você seja muito feliz Lívia, encontre alguém que pode te dar o amor que você merece.

— Eu vou tentar, boa sorte para você também. Seja feliz Ana e deixe o amor entrar na sua vida. –dizia visivelmente magoada –

Lívia levantou e Ana a seguiu, elas estavam sem graça com aquela situação.

— Eu já vou.

— Lívia me perdoe por tudo, eu nunca quis te magoar, infelizmente eu não consegui.

— Sem rancores Ana, eu só fico triste porque eu te amo ainda e mesmo que seja para te ver com outra mulher, eu espero que você seja feliz.

Ana abraçou a professora que retribuiu com muito carinho, ao se afastarem Lívia beijou Ana que retribuiu o carinho.

— Adeus Ana. – colou a testa com a advogada –

— Seja feliz.

Lívia se afastou e saiu do escritório sem olhar para trás. Ana se emocionou, deixou uma lágrima correr em seu rosto, Se despedia de mais uma pessoa que lhe deu seu amor e ela desperdiçou, isso já estava se tornando rotina em sua vida e ela queria mudar essa rotina de uma vez por todas.

*****************

Chegou o grande dia da apresentação da tese de Adriana, a morena estava nervosa, tinha alguns cartões nas mãos onde continham os tópicos do trabalho, enquanto esperava o inicio da banca ela repassava um texto ao lado de Renata que tentava acalmá-la.

— Ai Renata eu estou tão nervosa! – sacudia as mãos –

— Relaxa o seu trabalho está ótimo, você repassou a apresentação inúmeras vezes, até eu já gravei o texto. –ria –

— Ai Renata, desculpe, eu te aluguei essa semana né?

— Relaxa Drica, vai dar tudo certo. Eu vou descer e sentar lá no auditório, boa sorte. – sorriu e abraçou a amiga –

— Obrigada.

Renata foi para o auditório e para sua surpresa viu as amigas de Adriana entrando no recinto, ela sorriu e foi cumprimentar as garotas.

— Oi. – acenou para Paula e Alessandra –

— Ih é Renata! – Alessandra disse –

–Oi, prazer em te conhecer. – Paula respondeu –

— Prazer. –Viviane estendeu a mão –

— Tudo bem com vocês? — Renata cumprimentou as meninas – Que bom que vocês vieram, ela vai ficar muito feliz ao ver vocês aqui.

— Foi uma surpresa que resolvemos fazer para ela. – Paula explicou –

— O irmão dela não veio? – perguntou como quem não quer nada –

— Não, ele não conseguiu dispensa do trabalho dessa vez.

— Vem vamos sentar. – ficou desapontada —

Renata foi com as meninas para as cadeiras e se acomodaram para esperar Adriana ser chamada, a banca examinava a tese de um rapaz antes dela.

Ana Paula chegava na porta do auditório, estava insegura quanto à reação de Adriana, ela sabia que também enfrentaria resistência das amigas dela que estarão assistindo a apresentação.

— Ana Paula, você chegou até aqui agora não dá mais tempo para voltar atrás, coragem. – dizia para si mesma –

Ana entrou no auditório e procurava a sala das apresentações, entrou e viu as meninas sentadas nas cadeiras das primeiras fileiras, ela se sentou no final sem deixar ser vista.

Depois de um tempo o rapaz finalizou sua apresentação e a banca chamou Adriana para começar sua defesa. A morena surgiu no palco do auditório, linda, usava um terninho preto com camisa de botão branca e um escarpin preto nos pés, os cabelos soltos caíam sobre seus ombros. Ana ficou maravilhada com a visão que teve, seu coração bateu mais forte e seu corpo arrepiou, sentiu o amor escorrer pelas suas veias, sentiu que ali era o seu lugar.

As meninas logo bateram palmas, levantaram cartazes, e Adriana quando as viu abriu um sorriso largo e acenou contida para não chamar muita atenção da banca, ela não viu Ana Paula no fundo do auditório, a contadora montou o projetor com a apresentação e ligou no telão. A morena se apresentou e começou a sua defesa, as meninas prestavam atenção em sua performance, Adriana sempre teve muita facilidade em dominar as apresentações sobre tudo o que ela conhece.

Quando começava a ultima parte do trabalho, Adriana levantou o olhar para o fundo do auditório, já que chegavam algumas pessoas e isso a distraiu, encontrou o olhar azul de Ana Paula assistindo sua apresentação, Adriana se desconcentrou totalmente, até então ela estava controlada, mas começou a tremer e suar frio, seu coração acelerou os batimentos e ela não conseguiu mais tirar os olhos do fundo do salão.

Rapidamente ela voltou a focar no trabalho e seguiu com sua apresentação, sempre olhando para Ana que viu que tinha sido descoberta, sentiu um frio na barriga ao ver a reação de Adriana, ela percebeu que a morena ainda nutre sentimentos por ela.

Quando terminou sua apresentação, a banca se reuniu para dar a nota para o trabalho, enquanto Drica desmontava o projetor e recolhia suas coisas os professores entregaram o resultado, como sempre ela atingiu a maior nota, recebendo muitos elogios pela qualidade do trabalho e da apresentação. Adriana estava formada e poderia voltar para casa.

Quando desceu do palco, foi direto para as amigas e recebeu um abraço coletivo bem apertado, era muita saudade. Ana Paula ficou sentada assistindo a interação das amigas, não teve coragem de ir até Adriana.

— Meninas, o que vocês estão fazendo aqui? – dizia surpresa –

— Nós viemos te fazer uma surpresa, não poderíamos deixar de assistir sua apresentação. – dizia Viviane animada –

— Por sinal foi perfeita hein! – Paula elogiava – Você é demais com os números.

Adriana não parava de olhar para as cadeiras de cima, Paula como sempre uma ótima observadora percebeu e desviou seu olhar para a direção que Adriana encarava, viu Ana Paula sentada vigiando a morena. Retornou seu olhar para Drica e sorriu. A morena viu que Paula a descobriu e ficou sem graça.

— Pessoal, vamos lá para fora, Drica deve ter que falar com o orientador ainda, pegar as coisas dela e resolver alguns assuntos pendentes, depois ela nos encontra. – Paula piscou para a amiga —

— Renata leva as meninas para o café, eu encontro vocês lá em meia hora.

— Vamos meninas.

Renata levou as garotas pela porta lateral do auditório, Adriana ficou sozinha e Ana levantou e foi ao seu encontro, a morena sentia as pernas tremendo, a sensação de estar perto de Ana era sempre a mesma, tensão por estar tão perto de seu amor.

Ana descia as escadas até a primeira fileira, onde Adriana estava, em câmera lenta, pensando no que dizer à morena. Quando a alcançou as duas se encaravam.

— Oi Drica. – disse sem graça –

— O que você está fazendo aqui Ana Paula? – perguntou desconfiada –

— Eu vim te ver. Eu soube da sua apresentação e peguei um avião só para ver você.

Adriana olhava para a loira e ainda desconfiava desse interesse repentino. — De novo, o que você veio fazer aqui?

Ana hesitou, mas enfim tomou coragem e se declarou para a amada.

— Adriana eu vim até aqui porque eu finalmente entendi e enxerguei o quanto eu fui estúpida e insegura. Eu te amo!

Adriana recebeu a informação como um tapa, porque Ana esperou tanto tempo para se declarar? A morena ficou sem ação.

— Adriana, eu não fui honesta com você naquele carnaval, eu tive medo de abrir a guarda eu tive medo e fui estúpida.

— Ana, por que demorou tanto tempo para admitir uma coisa que sempre esteve tão óbvio para mim?

— Eu não sei, mas agora eu sei o que eu quero. – segurou a mão de Adriana – Eu quero você.
A loira retirou o celular do bolso e apertou uma tecla para começar a tocar uma música para embalar aquele momento, como se as palavras fossem ditas por ela.https://www.youtube.com/embed/w9fCi7fwrGU?feature=oembed&wmode=transparent
OK! (Paula Fernandes)

Ok! Somos seres imperfeitos
Mas ninguém pode julgar nossos defeitos

Lutei contra a saudade eu tive medo
E a distância quis; tentou me machucar
Eu fiz essa viagem pois te quero
E eu vim aqui, eu vim pra te encontrar
Eu estou aqui, eu vim pra te buscar

Ok! Meu bem ta tudo certo
Ninguém… vai desfazer o que esta feito

Fiz minha morada em seu peito
Não vou mais fugir tentando me enganar
Estou apaixonada e não tem jeito
E eu vim aqui, eu vim pra te encontrar
E eu estou aqui eu vim pra te buscar

Ta brincando
Vou à luta amor
Não me rendo, não me entrego á dor
Ta brincando
Se a distância achou
Que eu iria esconder esse amor
Que eu iria perder o teu amor

Ok! Somos seres imperfeitos
Mas ninguém pode julgar nossos defeitos

Lutei contra a saudade eu tive medo
E a distância quis; tentou me machucar
Eu fiz essa viagem pois te quero
E eu vim aqui, eu vim pra te encontrar
Eu estou aqui, eu vim pra te buscar
Ok!

Adriana sentiu uma corrente elétrica percorrer o seu corpo, era o efeito Ana Paula que ela sentia toda vez que encostava na loira. Fechou os olhos para sentir aquele toque, lembrava-se perfeitamente da sensação.

— Ana você demorou muito, agora é tarde demais. – soltou a mão de Ana —

— Adriana, você mesma disse que amor não tem prazo de validade. –tentava alcançar o olhar da contadora —

— Amor pode não ter, paciência sim. – Ana lembrou-se das palavras de Paula — E a minha esgotou Ana. Você tinha tudo para ser feliz comigo e não quis, hoje eu não posso mais te ajudar, eu tenho uma namorada carinhosa, atenciosa que esteve comigo quando eu precisei, o que aconteceu com você quando eu precisei de você? São dois pesos e duas medidas.

— Adriana por favor, você vai jogar isso na minha cara até quando? Eu já pedi desculpas e já expliquei o motivo.

— Verdade, eu sinto muito se isso me magoou e eu não consigo esquecer. – era sarcástica —

— Eu te amo como nunca amei ninguém em toda a minha vida, eu precisei ter a sensação de como seria te perder para sempre para entender isso, e eu percebi que se você morresse minha vida seria uma merda, eu preciso de você. – se aproximou da morena e fez um carinho em seu rosto –

Adriana ouvia aquelas palavras como uma redenção, era tudo que ela queria escutar de Ana Paula, e estava quase cedendo àquele amor, mas se lembrou de Mariana, ela não podia fazer isso com a índia.

— Ana eu não posso mais. Eu te dei todas as chances possíveis e você as desperdiçou, hoje eu tenho outra pessoa e não posso fazer isso com ela. – se afastou –

— Adriana me diz que você não sente saudades, olha nos meus olhos e diz que eu não faço você tremer do jeito que você me faz, me diz que você não me ama mais. – falava com mais ênfase –

— Eu não posso dizer isso, porque não é verdade. – lágrimas surgiram em seus olhos – Eu ainda te amo, sempre amei, mas eu não posso arriscar perder tudo de novo, qual será a próxima dúvida Ana? Amanha você pode acordar e descobrir que tem medo de novo. – saiu do alcance da loira –
— Eu não vou fazer isso de novo Drica, eu mudei hoje a única coisa que eu mais quero é ter você inteira pra mim de novo, como minha namorada, como minha mulher.

— Não faz isso Ana, me machuca ouvir essas palavras hoje, depois de tanto tempo implorando o seu amor. – as lágrimas escorreram pelo seu rosto –

— Hoje você o tem só seu, eu estou sozinha desde que você foi encontrada, eu não namoro ninguém, acabou a insegurança de ficar sozinha, Gisele está em Salvador, e Lívia não está mais comigo ha meses, eu te amo, fica comigo. – segurou os braços de Adriana e a puxou para um abraço, tentou beijá-la, mas ela se esquivou –

Sentir Ana Paula tão perto foi como reacender aquela velha chama que estava escondida e que Adriana tanto tentou esquecer, o calor de seu corpo transmitia à época que elas se tocavam ao fazer amor. Adriana fechou os olhos e se permitiu embalar naquele abraço, era errado, mas ao mesmo tempo tão esperado, Adriana estava confusa, aquelas sensações a tiraram de seu rumo.

Adriana se afastou desconcertada, olhava para os olhos azuis de Ana que brilhavam como há muito tempo não faziam, ela estava feliz por estar perto de Adriana novamente.

— Adriana eu vim até aqui para te dizer isso, te mostrar que eu estou falando a verdade, eu te amo e eu quero você, me dá uma chance.

— Eu não posso. – balançou a cabeça —

— Pode, é só você querer. – voltou a fazer carinho na morena –

— Eu não posso querer, eu não posso fazer isso, quando eu podia você não quis, é melhor deixar tudo como está. Eu preciso ir.

— Eu não posso deixar tudo como está. – puxou Adriana e a beijou –

Adriana até tentou se esquivar mas acabou se rendendo aos lábios quentes da mulher que ama. O auditório já estava vazio, as duas tinham a privacidade que precisavam, o beijo era urgente, saudoso, o amor estava se mostrando ali naquele momento. Ana apertava a cintura de Adriana como se quisesse entrar no corpo da morena.

Em um rompante de lucidez, Adriana se afastou de Ana Paula e se desesperou.

— Ana você não pode fazer isso. Eu tenho namorada.

— Mas é a mim que você ama!

— Essa conversa acaba aqui.

— Eu estou nesse hotel, caso queira conversar. – dizia sedutora entregando um cartão do hotel–

Adriana pegou suas coisas e saiu em direção ao café para encontrar as meninas deixando Ana Paula em pé observando seus passos desordenados para fora do auditório.

— Adriana Ferreira, você me ama e eu não vou desistir de você dessa vez. – dizia para si mesma—



Notas:



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