Adriana chegou ao apartamento de sua mãe e subiu insegura com a conversa que teria, avisou às meninas que chegaria mais tarde, Felipe ligou avisando que a mãe estava em casa sozinha.

Ela apertou a campainha, e esperou por um longo minuto, ouviu os passos da mãe do outro lado e a porta se abriu. Sua mãe estava de roupão, parecia ter acabado de levantar da cama. A expressão de Catarina era de desagrado, seu olhar fuzilava a garota.

— O que você quer aqui? – segurava a porta –

— Nós precisamos conversar. – estava séria —

— Eu não tenho nada para conversar com você. – ia fechando a porta – Vá embora.

Adriana em um ato de fúria segurou a porta com a mão aberta e impediu de ser expulsa da casa da mãe.

— Você tem sim! – disse enfática –

Catarina se assustou com a reação da filha, não esperava aquela atitude tão intensa. Adriana abriu caminho e entrou na sala espaçosa do apartamento dos pais, sua mãe fechou a porta e voltou sua atenção para a filha, percebia-se que ela estava furiosa.

— Quem é você para entrar aqui desse jeito e me desafiar? – apontava o dedo para a filha –

— Isso que eu gostaria de saber mamãe. – disse a ultima palavra com ênfase – Quem sou eu?

— Do que você está falando? – Catarina se assustou –

— Quem é o meu pai?

Catarina ficou pálida na mesma hora, sentiu o sangue sumir das veias, como Adriana sabia disso? Como ela descobriu? Não conseguia pronunciar nenhuma palavra. A contadora cuspiu as palavras sem medir. Olhou para o corredor como se estivesse vigiando algo.

— Então mamãe? Quem é o meu pai? – cruzou os braços –

— Você enlouqueceu mesmo. – andou pela sala para sair do olhar da filha –

— Não me subestime. Eu quero saber a verdade. – falou mais alto – Quem é o meu pai?

— De onde você tirou isso? Você não sabe de nada! – começou a se exaltar –

— Por isso que eu vim até aqui, atrás de respostas. Eu sei que o homem que me criou não é o meu pai! Por isso que você me odeia tanto?

— Está tudo bem meu amor?

Uma voz desconhecida para Adriana ecoou na sala, uma voz feminina, suave, a contadora olhou na direção do corredor e viu uma mulher já com seus cinquenta anos ou mais usando um robe de seda, a pele alva, os cabelos castanhos cortados pouco abaixo da orelha. Drica não entendeu nada, olhava para a estranha e voltava a olhar para sua mãe, seu queixo foi ao chão quando entendeu o que acontecia naquele apartamento.

— Quem é essa mulher? – sua expressão era de decepção –

— Desculpe Catarina, eu ouvi você falando alto achei que estava com algum problema. – fez menção de sair da sala –

— Espera ai, quem é você? – Adriana perguntava irritada –

— Adriana vai embora! – Catarina expulsava a filha –

— Eu não vou a lugar nenhum até você me explicar o que está acontecendo aqui! – gesticulava – Quem é ela? – apontava para a estranha –

— É sua filha, a Adriana? – a moça pareceu se comover –

— Deixa eu resolver isso, vai pro quarto. – apontava para o corredor –

— Ninguém deixa essa sala. – Drica disse autoritária – Mãe, o que está acontecendo aqui? – ela sabia, mas queria a confirmação da mãe —

— Catarina, não tem mais jeito, conta para ela. – a estranha tentava se manter calma –

— Contar o que? – olhava alternadamente para as duas –

— NÃO! – Catarina gritava – Não tem nada para ser dito.

— Adriana, eu e sua mãe tivemos um romance quando éramos mais jovens. – a estranha começou a contar –

— Cale a boca Marina! – Catarina se desesperava –

— Fica quieta mãe! Ela vai me contar tudo já que você não tem coragem! – saíam faíscas do olhar da morena —

— Eu acho melhor me vestir primeiro.

— Eu espero. – olhou de volta para a mãe —

— O que você veio fazer aqui? – Catarina segurava os cabelos – Vai embora!

A moça saiu da sala e deixou Catarina com Adriana que estava atónita, não conseguiu assimilar as palavras que acabara de ouvir.

— Quer dizer que a senhora que tanto me odiou porque eu sou lésbica, teve um caso com uma mulher? – dizia incrédula – Aquela cena toda era por que eu estava vivendo a vida que você queria não foi?

Catarina estava em silêncio. Adriana perdeu a paciência

— FALA ALGUMA COISA! – gritou com a mãe –

— SIM EU TIVE UM CASO COM ELA. – gesticulava – Foi ha muitos anos atrás, antes de engravidar de você! – diminuiu o tom —

Marina voltava à sala já vestida. E olhou as duas no embate.

— Por que você me odeia tanto? – Adriana começou a chorar –

— Por que você me lembra da pior noite que eu já tive em toda a minha vida. – Catarina começou a chorar—

— Quem é o meu pai?

— É o meu ex marido. – Marina disse cabisbaixa interrompendo as duas–

— Como é? – Adriana não entendeu –

— Eu ia deixa-lo para viver com a sua mãe, no dia em que eu conversei com ele, ele ficou furioso e saiu de nossa casa como um furacão. – Marina contava —

— Eu estava na academia, — Catarina completou — e quando eu saí para vir para casa ele estava me esperando. – Catarina relembrava – Ele me pegou e me jogou no carro, disse que me ensinaria a gostar de homens para eu deixar a mulher dele em paz.

Adriana escutava horrorizada ao relato da mãe, por um momento sentiu pena do que ela passou.

— Ele estava armado, me levou para um lugar em Jurujuba, um terreno baldio e me violentou.

Marina foi ao encontro da amada e a abraçou, Adriana olhava aquela cena e percebia ali o porquê da frieza de sua mãe com o marido. Ela não amava Antero. E começou a entender toda a revolta que sua mãe tinha com ela.

— Ele disse que eu não a procurasse mais, que era para não falar nada para ninguém. Ou ele mataria Marina.

— Como você sabia que eu sou filha desse estupro? – seus olhos lacrimejaram —

— Meu casamento com Antero já vinha de mal a pior, não transávamos ha meses, e quando isso aconteceu, eu não estava tomando nenhuma precaução, acabei engravidando de você.

Adriana tentava assimilar tudo aquilo que estava ouvindo, sua mãe lésbica, ela era fruto de um estupro, o homem que ela pensou ser seu pai a vida inteira era uma vítima assim como ela, e o seu pai biológico lhe pareceu um grande marginal.

— Catarina me procurou no dia seguinte e terminou comigo, não me disse que ele tinha feito o que fez, disse que tinha se arrependido e não ia mais deixar o Antero. Eu fiquei arrasada.

— No mês seguinte eu descobri que estava grávida. Eu odiei tanto você, a minha vida inteira eu te odiei. – lágrimas caiam de seus olhos – Eu fui obrigada a conversar com o Antero, eu fingi que queria resgatar o nosso casamento e voltamos a transar, esperei um tempo e disse que estava grávida.

Marina segurava o braço de Catarina que ia em direção à Drica, a morena sentiu o chão abrir debaixo dos seus pés ao ouvir sua mãe lhe dizendo isso.

— Catarina não faz isso, ela nunca teve culpa de nada. – tentava acalmar a amante –

— Então você sempre me odiou! — chorava – Por isso eu sempre fiquei em segundo plano, sua vida era só o Felipe.

— Você é a lembrança viva daquele maldito dia! Eu olhava para você e via o rosto daquele infeliz em cima de mim. Eu ainda vejo! – colocou a mão na cabeça –

— Onde ele está? – olhou para Marina –

— Ele morreu ano passado. Acidente de carro.

Adriana levou outro baque, seu pai biológico estava morto, sua mãe é apaixonada por outra mulher e era odiada por ela. O que mais faltava acontecer?

— Desde quando isso está acontecendo novamente? Se é que em algum momento parou. – dizia sarcástica –

— Nós nunca mais nos encontramos depois que sua mãe terminou comigo. Até eu ver o seu caso na televisão, quando você foi sequestrada lá fora. Eu reconheci sua mãe, mesmo depois de tantos anos.

— Marina me procurou logo depois que você foi encontrada, e nós estamos juntas novamente desde então. – segurava a mão da outra mulher –

— Você está enganando meu pai esse tempo todo?

— Ele ficou doente logo em seguida, eu não posso deixa-lo agora.

— Sua hipócrita! – apontou o dedo para a mãe – Você me recriminando esse tempo todo só para esconder que nós duas somos iguais. Fingindo uma relação, levando um casamento esse tempo todo só para manter as aparências! Você é inacreditável!

— Adriana não fale assim comigo! Eu sou sua mãe!

— Só na certidão de nascimento! – tinha os punhos cerrados —

Catarina lembrou que já disse essas palavras antes, Adriana estava muito magoada, se descobriu enganada pela sua vida inteira, viveu uma vida que não era a sua.

— Eu vou lá para dentro, vocês precisam conversar. – Marina saiu da sala –

— Você foi a maior decepção que eu poderia ter em toda a minha vida mãe. – limpava o rosto coma mão –

— E você foi a pior coisa que poderia ter acontecido comigo.

— NÃO FUI EU QUEM TE ESTUPROU! – gritou –

— Mas você carrega o sangue dele nas suas veias! Você tem o gênio dele, é tão forte que você resistiu a duas tentativas de aborto. – apontava o indicador no rosto da contadora —

Adriana não teve mais palavras para aquela mulher, era como se tivesse ficado órfã ali naquela sala, suas pernas não obedeciam aos seus comandos, ela queria correr, gritar, sair dali. E o que fez foi desferir um tapa na face de Catarina, a mulher mais velha quase se desequilibrou.

Catarina ficou sem reação ao tapa que recebeu da filha, Adriana sentia a mão arder, nunca imaginou que algum dia estaria naquela posição. Mas a raiva e o desgosto que sentia eram tão intensos que ela estava cega e só queria sumir.
— Você nunca mais dirija a palavra a mim. – levantou o dedo — Eu não tenho mãe, nunca tive.
A morena simplesmente pegou sua bolsa que estava no sofá e caminhou até a porta, saiu deixando uma vida para trás, tudo que ela conhecia estava desmoronando a sua volta. Aquele preconceito todo era apenas disfarce, todo o desdém era para se ocultar, imagina se as amigas do clube que a mãe frequenta descobrem!

Drica alcançou a rua e foi para o carro. Ainda não conseguia comandar suas ações, suas pernas tremiam, ela ligou o automóvel e saiu em disparada para o Rio, passou de cento e quarenta quilômetros por hora com o seu carro pela Ponte Rio-Niterói, fazendo zigue -zague entre os carros, ela estava cega. As palavras de sua mãe ecoavam na sua mente.

Conseguiu chegar ao escritório sem causar nenhum acidente, entrou afobada, as amigas ficaram assustadas com a reação de Adriana.

— Adriana, o que houve? – Paula perguntava assustada –

— Paula, você não tem ideia do que eu acabei de ouvir da minha mãe. – estava em pé andando em círculos –

— Calma Dri, senta ai, você está rodando feito um peão. – Viviane dizia –

— Eu não quero sentar. – rodopiava pela sala – Eu estou uma pilha.

— Se você não falasse nem daria para perceber! – Alessandra era sarcástica –

— Ale! – Paula repreendeu –

— O que foi? — Alessandra perguntava —

— O que houve Drica? Fala logo! – Paula pediu –

— Gente, minha mãe é lésbica. – parou e olhou para as amigas —

— O que? – foi um coro –

— Eu não acredito! – Paula estava espantada –

— Aquele preconceito todo era recalque então! – Alessandra levantou da mesa –

— Menina, eu estou passada! – Vivi largou o peso do corpo na cadeira –

— Vocês não vão acreditar no que eu vou contar.

Adriana relatou toda a conversa que teve com a mãe, o flagra que dera nela e na amante, toda a narrativa de repulsa que sua mãe sentia por ela. Como ela fora acusada de ser o motivo da tristeza que se abateu sobre a vida da mãe, e que Catarina disse que a odiava desde que a menina nasceu.

Adriana chorou em alguns momentos enquanto contava sobre sua mãe, as amigas a consolavam, elas ficaram espantadas com tudo aquilo. O mundo da contadora estava de cabeça para baixo, tudo o que ela acreditava se perdeu naquela manhã. Adriana sentou em uma cadeira e Paula trouxe um copo de água com açúcar.

— E agora Drica, o que você vai fazer? – Paula fazia carinho em seus cabelos –

— Eu não sei Paulinha, mas com certeza eu vou evitar encontrar com minha mãe, eu não quero mais vê-la, acho que vou fazer um favor a ela. – bebeu um gole da água —

— E o seu pai?—Vivi perguntava —

— Qual deles?

— O que está doente, ué, o outro você não disse que morreu?

— Eu vou continuar a visita-lo, afinal de contas ele é outra vítima disso tudo, pelo visto ele não sabe disso.

— Vai saber né. – Alessandra completou –

— Ele sempre me tratou tão bem, ao contrário da minha mãe que é de sangue, ele nunca me rejeitou.

— Você já sabe agora qual é o problema da sua mãe com você, ela nunca mereceu o seu amor Dri. – Vivi sentava em sua mesa –

— Isso é verdade, a paulista tem razão. – Alessandra implicava com Viviane –

— Quando ela falou que eu sobrevivi a dois abortos eu não aguentei e dei um tapa nela.

— O que? – Alessandra perguntou assustada –

— Você bateu na sua mãe? – Viviane perguntou assustada —

— Eu bati, eu fiquei irada. –voltou a chorar – Não era para eu ter nascido. Ela não me queria, nunca quis. Eu não sei como eu não nasci com nenhum defeito.

— Você é um milagre minha amiga, era para você nascer sim, deixa de bobagem. – Paula consolava – O que seria de nós sem você? – beijou sua testa —

— Ei Drica, não fica assim, olha como você está, tudo o que você conseguiu foi sozinha, nunca precisou dela para nada, deixa ela pra lá. Você é melhor que ela, Catarina não te merece como filha. – Paula tentava animar a contadora –

— Vai pra casa Dri, relaxa um pouco que você está precisando, a gente segura a onda aqui. –Viviane voltava para a própria mesa –

— É, vai para casa, descansa e amanhã você vem nova em folha. – Alessandra enfatizou a oferta –

A morena aceitou e foi embora para casa, Adriana ainda pensava no que fazer, se contava ao seu pai ou se deixava isso pra depois. Suas convicções e paradigmas foram por água a baixo, estava perdida, não sabia quem era, viveu vinte e cinco anos sob uma regência que descobriu ser falsa. Quem é Adriana Ferreira?
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Ana Paula estudava em casa aproveitando as férias do escritório, Camila estava às voltas com a formatura que seria no sábado. Ana não procurou mais Adriana depois do ultimo telefonema, se a morena estava feliz com sua namorada não seria ela quem iria atrapalhar.

Já tinha ido à sessão de terapia com Marta de manhã, lembrou- se da conversa que teve com a psicóloga.
— Mas Marta, o que eu vou fazer agora? Eu estou sozinha, eu fui lá em Boston atrás dela, eu liguei, e ela não me quer mais. – batia com a mão no braço do sofá –

— Ana, você precisa ter paciência, ela está magoada, é normal que a pessoa se feche c om medo de sofrer novamente. Mas se o amor de vocês for mesmo isso tudo que você diz, um dia vocês voltarão a se encontrar.

— Será Marta? Quando ela apareceu na minha porta naquela noite meu coração quase veio parar na minha boca. Ela estava linda como sempre. – o olhar estava longe – Um sobretudo cobrindo a blusa azul, a calça de brim caqui, e aqueles saltos altos que ela nunca deixa.

— Você lembra até a roupa que ela usava? – perguntou impressionada –

— Sim. – um sorriso bobo se formou – Eu me lembro de cada detalhe daquela noite, o toque macio na pele, os beijos e o sexo. – revirou os olhos – Que sexo!

Marta ria. – Não preciso de tantos detalhes Ana. Mas me diga e depois que vocês transaram, como foi?

— Ah Marta, ai a história vira um drama só, ela se vestiu e foi embora, disse que não poderia ficar comigo, ela me ama, mas não quer correr mais o risco. Eu chorei tanto, eu fiquei sem chão. Enrolada no lençol nua, sentada no chão do hotel em pleno corredor, nossa, eu perdi o controle. – mexia no cabelo – Dramalhão mexicano.
— E o que você sentiu quando ela te rejeitou?

— Nossa, foi um furacão dentro de mim, eu passei de felicidade para raiva, mágoa, eu queria bater nela para ela perceber a besteira que está fazendo.

— Agora se coloca no lugar dela Ana, quantas vezes ela se sentiu assim quando vocês estavam brincando de gato e rato?

— Você quer me dizer que o que ela fez foi me dar o troco pelo que ela passou comigo?

— Eu não digo dar o troco, porque não acredito que ela tenha planejado isso, mas inconscientemente, ela acabou fazendo o mesmo com você.

Ana ficou pensativa, lembrou-se do seu passado com Adriana, tudo o que ouviu da morena quando brigaram na dispensa, e ponderou que Marta poderia estar certa.

— Eu não tinha pensado por esse lado Marta. Talvez você tenha razão. Eu fui cruel com ela, eu alimentava as esperanças dela e no final sempre a abandonava.

— Hoje ela está com medo que isso aconteça de novo, infelizmente se quiser reconquistá-la você terá que provar que não fará isso novamente.

— Mas como? Eu decidi me afastar e deixar que ela viva esse namoro com aquela índia Pataxó.

Marta ria dos apelidos que Ana dava para Mariana.

— Então minha querida, você precisa deixar o tempo se encarregar de unir vocês duas novamente.

— É Marta, não está fácil para ninguém. – balançava a cabeça —

As duas riram e continuaram conversando.

Deixando o pensamento viajar, Ana imaginava como reconquistar Drica, ainda mais agora que ela está namorando, sacudiu a cabeça e voltou a olhar para a apostilha que estudava.

— É Ana Paula, sua única companhia hoje são os livros. – disse melancólica –

Voltou a estudar pois o concurso se aproximava e ela estava se preparando com muito afinco para mudar de vida.

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Felipe comprou um apartamento no bairro de São Francisco em Niterói, já estava instalado, morando sozinho. O apartamento tinha um estilo bem clean, apartamento de homem, os móveis eram poucos, mas todos em cores escuras, o rapaz estava em casa, acabara de chegar da academia, ouviu o interfone tocar e achou estranho o avançado da hora.

O porteiro anunciava um nome conhecido que ele não escutava há algum tempo, ficou surpreso, mas ao mesmo tempo feliz. Autorizou a entrada daquela pessoa que esteve com ele por tanto tempo.

A campainha tocou e ao abrir a porta encontrou uma Luana diferente, pelo menos na aparência, a garota mudou a cor dos cabelos, estava mais magra, tinha um olhar de enigma para Felipe.

— Entra. – abriu espaço para a ex namorada –

A garota entrou no apartamento e caminhou lentamente até o centro da sala. Felipe estava sem saber o que falar, ou como agir.

— Oi Felipe. – segurava a bolsa com as duas mãos –

— Oi Luana, você está linda. – o garoto ainda gostava da ex namorada –

— Obrigada. – desviava o olhar –

— Você quer alguma coisa? Eu tenho água, – caminhava para a cozinha – cerveja, e eu juro que tinha um suco aqui perdido. – olhava dentro da geladeira –

Luana olhava para o rapaz e não conseguiu segurar o riso.

— Não se preocupe Felipe, eu não quero nada. Pode sair da geladeira. – sorria –

O garoto olhou para ela e sorriu também. Voltou para a sala.

— Como você me achou? – colocou as mãos no bolso –

— Adriana. Eu liguei para ela. Ela me deu o seu endereço.

— Entendi.

— Eu espero que você não fique zangado com ela.

— Nunca, eu até gostei da visita. – coçou a cabeça — Você está bem?

— Sim. O seu apartamento ficou bonito. – olhava em volta —

— Obrigado. Lu, mas você não veio aqui ver o meu apartamento. Ou veio?

— Não, eu vim aqui porque eu estou morrendo de saudades, e eu quero te pedir para voltar.

Felipe não acreditou no que ouvia, Luana estava ali em pé no meio de sua sala pedindo para voltarem a namorar. O seu coração acelerou, ele ficou radiante, ainda gostava dela, apesar de ter ficado atraído por Renata, no ultimo encontro eles chegaram à conclusão que um relacionamento entre os dois não daria certo.

— O que você está falando?

— Eu quero voltar para você se ainda me quiser, eu te perdoo.

— Eu quero sim. – foi até a menina e a abraçou – Como eu quero!

Luana o beijou com toda paixão que sente e os dois enfim se reconciliaram. Fizeram amor até a madrugada. Mais um casal que supera as dores e desconfianças e se entrega à paixão da reconciliação, deixando para trás as mágoas e decepções para tentar apenas ser feliz.



Notas:



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