Véspera de ano novo e as meninas estavam reunidas no apartamento de Paula como sempre faziam, Paula e Alessandra recebiam as amigas cedo por conta do fechamento de algumas ruas.

Adriana chegava sozinha, Mariana iria encontra-la mais tarde, Isadora dormiu com Viviane e elas acabavam de levantar, as meninas tomavam café da manhã em clima de festa.

— Oi Dri! – Viviane cumprimentou –

— Bom dia meninas. Cheguei de mala e cuia hein! –mostrava a mochila cheia –

— Pode se acomodar por ai, você já conhece a casa. – Paula saiu da cozinha e beijou seu rosto –

— Cadê Alessandra? – colocava a mochila no canto da sala –

— Está dormindo ainda, onde você achou que ela estava? — Paula revirava os olhos –

— Essa é boa de cama! Literalmente!

Todas riram do comentário de Adriana. A morena foi logo para a cozinha ver se Paula precisava de alguma ajuda. As meninas prepararam o que dava para adiantar para o jantar, e acordaram Alessandra para irem para a praia, estava um dia lindo de sol e céu azul.

A praia de Copacabana estava lotada já de manhã, muitas famílias já tinham seus acampamentos montados para ficar direto até a comemoração da chegada de um novo ano. As amigas conseguiram um lugar perto da água e estenderam suas cangas e cadeiras, Adriana e Paula foram as primeiras a se aventurar na água daquele mar que ela tanto ama.

— Drica, Mariana está mais calma? – referia-se aos ciúmes –

— Paulinha está uma dose para leão controlar os ciúmes dela, depois que eu voltei de Boston e contei o que aconteceu com a Ana, ela ficou paranoica, fica vigiando meu celular, o computador, até meu e-mail ela descobriu a senha e invadiu.

— Que isso amiga, eu nunca poderia imaginar que ela seria tão possessiva assim.

— Nem eu, ela continua o mesmo doce de sempre, mas está com esse agravante. Depois da briga no Natal ela parece estar mais calma, mas não sei até quando.

— Vocês precisam conversar Drica, ela precisa se controlar, senão desse jeito o relacionamento de vocês não vai durar nada.

— Pois é Paula, vou esperar passar o réveillon e converso com ela semana que vem.

As duas amigas mergulharam mais algumas vezes e voltaram para a areia.

— Drica, Mariana acabou de ligar, ela já chegou e está vindo para cá. – Viviane contou –

— Obrigada Vivi. Está tão cheio, será que ela vai conseguir nos encontrar? – olhava por cima da multidão –

— Vai sim, eu dei algumas referencias que ela não tem como errar. – ria –

Adriana não entendeu nada mas esperou a namorada chegar. Viu Mariana se aproximando enquanto tentava desviar de algumas crianças que corriam pela praia.

— Oi meu amor. – beijou a contadora –

— Oi Mari, encontrou a gente rápido.

— Ah com a referencia que Viviane me deu não tinha como errar. – riu também –

— Afinal de contas que referencia foi essa? – Adriana cruzou os braços –

— Não acredito que você não reparou ali no lado. – apontava com a cabeça –

Adriana olhou na direção que ela indicou e viu um grupo de mulheres com o corpo todo branco de água oxigenada estiradas nas cadeiras torrando no sol para dourar os pelos.

— Minha nossa, mas é protesto?

Todas riram do espanto da morena, ela não tinha percebido ainda o grupo que estava ao lado delas.

Mariana se acomodou e as amigas curtiram um belo dia de praia.

*****************

Ana estava em casa, o réveillon seria diferente esse ano, ela fizera as pazes com seus pais e estava solteira, finalmente aprendeu o que é o amor e ao mesmo tempo o perdeu por sua insegurança. Esperava recomeçar sua vida com novas perspectivas e tinha esperanças que tudo mudaria naquele ano que chegava.

Estava na internet procurando o resultado dos concursos que havia feito, o resultado de um deles saiu no dia anterior. Ela procurava o seu nome na lista de aprovados e para a sua surpresa lá estava, ela passou no concurso para a promotoria do estado e ficou radiante, imprimiu o documento e desceu as escadas correndo para contar para os pais.

— PAPAI! PAPAI! – descia as escadas com o papel na mão –

Seu pai veio saindo da sala de TV e olhou para Ana que descia as escadas com um sorriso estampado no rosto o que lhe lembrou da sua infância quando a menina loirinha de cabelos lisinhos caindo nos olhos descia as escadas e pulava em seu colo.

— O que foi minha filha? – ria –

— Papai, eu passei para o concurso da promotoria do estado! Eu vou ser promotora papai!

— Que maravilha minha filha! – abraçou a advogada que se jogou no colo do pai – Minha nossa, como você cresceu!

Os dois riam, Camila e sua mãe chegavam da cozinha, ouviram os gritos de Ana e foram verificar o que havia acontecido.

— O que houve aqui? – Camila perguntava –

Seu pai colocava Ana no chão. A menina estava radiante, parecia novamente a menininha mais velha da casa.

— Eu passei Camila! Passei para a promotoria!

— Ah! – um grito ecoou pela sala –

— Minha filha mas que maravilha! – sua mãe a abraçou –

— Essa é minha irmã! – beijou Ana Paula – Caraca, minha irmã é uma promotora de justiça!

— Calma Camila, eu vou ter que estudar agora, pelo que eu vi, eu terei que fazer um estágio para então começar a trabalhar.

— Que seja, mas eu tenho certeza que você vai ser a melhor promotora do mundo!

— Bom, então vamos parar de conversa por que temos que comemorar. – Luiz vinha da cozinha com champanhe e taças nas mãos –

Distribuiu as taças e estourou a champanhe fazendo todos sorrirem, Ana estava radiante, pela primeira vez em muitos anos se sentia amada pela família novamente, via sua vida profissional começar a sair do zero, e pensava que a única coisa que estava faltando era o amor de Adriana.

************
A noite caía sobre o Rio de Janeiro, o calor prevalecia naquela véspera de ano novo, as meninas chegavam no apartamento para se trocarem, enquanto umas iam tomar banho e separar roupas, Paula e Adriana assumiam a cozinha para ajeitar o que faltou para o jantar.

As meninas deixaram tudo pronto sobre a mesa, e foram tomar banho e se arrumar por ultimo. Adriana entrou no banheiro do corredor e Paula foi para o banheiro da suíte. Mariana terminava de se arrumar no quarto de Viviane quando Isadora entrou para pegar seus brincos na bolsa.

— Oi. – sorriu para a índia –

— Oi. – foi educada –

— Ai, eu esqueci onde coloquei meus brincos. – procurava dentro de uma nécessaire –

O celular de Isadora tocou enquanto a mulata estava no quarto, ela atendeu Ana Paula que ligava.

— Oi amiga! Tudo bem? – apoiava o aparelho no ombro –

— E ai Isa! Eu tenho uma notícia ótima para te contar.

— Então conta Ana! – Mariana olhou de lado – Vai me deixar curiosa?

— Eu passei para o concurso da promotoria do Estado. – ria –

— Nossa, amiga, mas que felicidade! Parabéns! Isso que dá ter amigo inteligente!

Mariana estava tentando prestar atenção no assunto mas não conseguiu entender do que se tratava.

— Que nada! Eu estudei foi muito, isso sim! Mas agora é só festa, vou fazer o estágio probatório e em alguns meses estarei atuando.

— Eu estou muito feliz amiga, você está aonde? – procurava em outra bolsa –

— Eu estou em casa, e você?

— Eu estou em Copa com Viviane.

— Ah está no apartamento de Paula? – queria perguntar sobre Adriana –

— Sim amiga e é sim para a próxima pergunta também. – Isa sabia que a amiga queria saber da contadora –

— Você me conhece como ninguém. – riu – Ela está bem?

— Sim, tudo bem.

Adriana entrou no quarto com a toalha enrolada nos cabelos, usava um vestido branco e nos pés uma rasteira dourada, viu Isadora abaixada perto da bolsa e foi até Mariana.

— Achei meu brinco, Ana meus parabéns, eu vou torcer por você sempre sabe disso né! – levantava —

Adriana se arrepiou quando ouviu o nome de Ana Paula e na mesma hora olhou para Isadora, sua vontade era pedir o celular da mulata e falar com a loira, mas teve que se conter para a arquiteta não ter outra crise de ciúmes.

— Obrigada Isa, manda um beijo para Drica.

Isadora viu Adriana no quarto e para provocar Mariana ela entregou o celular para a morena.

— Ah Ana, Adriana está aqui, fala aqui com ela. – entregou o celular para a contadora – É Ana Paula.

Adriana perdeu a cor, já é branca, ficou transparente, olhou para Mariana que fechou o semblante na mesma hora, mas na tentativa de não alimentar os ciúmes da namorada ela agiu como se fosse algo normal falar com Ana Paula. Lógico que não saiu como ela queria.

— Alo. – estava trêmula –

— Oi Drica. Isadora é maluca, eu juro que eu não pedi para falar com você. – coçava a cabeça –

— Tudo bem Ana. Você está bem? – olhava de rabo de olho para Mariana –

A arquiteta continuava terminando a maquiagem, Adriana foi para a janela para falar com Ana. Isadora sorria triunfante vendo o desconforto de Mariana.

— Eu estou ótima, eu fiz um concurso para a promotoria do estado, e hoje eu vi o resultado na internet, eu passei. – andava pelo quarto —

— Que legal, meus parabéns! Eu fico muito feliz por você. – sorria –

Mariana já estava olhando para a namorada zangada por Drica estar dando tanta atenção para aquele telefonema.

— E você está bem? Seu pai está melhor?

— Sim está tudo certo. Ele está bem na medida do possível, a quimioterapia está minando as forças dele, eu não sei até quando ele vai aguentar.

— Entendo, mas vai ficar tudo bem, você vai ver. Adriana, eu quero desejar um Feliz Ano Novo! Que seus sonhos se realizem e seja um ano maravilhoso e cheio de paz!

— Eu desejo o mesmo para você. Ana, parabéns e muita sorte no emprego novo.

— Eu te amo Drica.

Adriana queria dizer o mesmo, mas não podia, ela olhou para Mariana e percebeu a raiva no olhar da índia.

— Eu preciso desligar Ana. Fica bem.

A loira desanimou do outro lado, Adriana sempre dizia que a amava e cada dia que passava isso não acontecia mais.

— Vai lá, um beijo.

— Beijo.

Encerraram a ligação e Adriana ficou olhando para o aparelho, lembrou-se do réveillon que passou ali naquele apartamento com Ana Paula, e uma nostalgia tomou conta de seu peito, olhou para Isadora e entregou o aparelho, a mulata sorriu e saiu levando sua alma inflada pelo incômodo que provocou em Mariana, mas ela não podia imaginar que esse incômodo afetaria a noite de Adriana também.

— Adriana, quando você vai parar de falar com essa aí? – gesticulava com um batom na mão –

— Mari, por favor, não vamos começar, hoje é véspera de Ano Novo, é dia de comemorar nossas conquistas – chegava perto da namorada – agradecer por estar viva, eu não quero perder tempo com bobagens. – abraçou a arquiteta pela cintura –

— Me solta! – Mariana se afastou – Adriana, você é minha! Eu não quero saber de outro chifre na minha cabeça entendeu?

— Mariana, não viaja, eu não vou colocar chifre nenhum em você. Você disse que tinha me perdoado, mas pelo visto ainda guarda mágoas do que aconteceu.

— Seria muito mais fácil se não fosse esse contato que essa mulher mantém com você Adriana, por favor, eu não aguento mais isso! – falava mais alto —

— Tudo bem Mari, eu vou evitar o contato com ela, mas você há de entender que não fui eu quem a procurou, então me dá um desconto. – tentava amenizar a discussão – Foi Isa que me deu o celular.

As meninas na sala ouviam a voz mais exaltada de Mariana e Isadora se arrependeu por ter provocado a arquiteta.

— Gente, mas o que está acontecendo lá dentro? – Paula perguntava –

— Drica e Mari estão brigando. – Alessandra contou –

— Mas será possível? Outra vez? – Paula emendou –

Viviane chegou perto da namorada e a beijou.

— O que foi Isa? Você está com uma cara!

— Ai vivi, eu acho que eu fiz uma besteira. – esfregava as mãos –

— O que foi meu amor? – fez um carinho em seu rosto –

— Eu que provoquei essa briga. – sussurrava no ouvido da ruiva –

— Por que? – sussurrava também –

— Eu estava com Ana Paula no telefone e quando Drica entrou no quarto eu dei o aparelho para ela e acho que provoquei os ciúmes da Mariana.

— Ai Isa, não faz mais isso não, Drica está cortando um dobrado com Mariana por causa de ciúmes.

— Sério? – estava arrependida –

— É sério, Mariana está toda encucada com a Drica, qualquer coisa é motivo para elas brigarem, Adriana está até evitando sair com ela para não ter problemas.

— Ai Vivi, eu não sabia que estava nesse pé, eu estou me sentindo tão mal.

Viviane a abraçou, — Não fica assim não meu amor, elas vão se acertar. – deu um beijo na namorada –

Ainda no quarto, Adriana tentava persuadir Mariana.

— Mari, deixa de bobagens, eu estou aqui com você, foi você quem eu escolhi, não faz isso comigo. – lágrimas brotavam em seus olhos – Até quando você vai me punir desse jeito?

— Eu vou lá para a sala. – saiu deixando Adriana para trás –

A morena deixou lágrimas escorrerem pelo rosto, se perguntava onde estava a Mariana que ela conheceu, segura de si, independente e meiga, aquela Mariana ciumenta e insegura estava minando todas as chances daquele namoro dar certo. Seu coração ainda batia por Ana, e a mulher que poderia mudar isso está a afastando, o que faria?

Retirou a toalha dos cabelos e secou o rosto, olhava o espelho e se perguntava como sua vida chegou àquele ponto.

Paula foi até o quarto e fechou a porta para conversar com a amiga.

— Amiga, posso entrar? – fechou a porta –

— Que pergunta Paula, a casa é sua! – limpava o rosto –

— Drica, o que está acontecendo com vocês? – sentou na cama ao lado da amiga –

— Eu não sei Paulinha, as coisas estão complicadas, eu não sei mais quem eu sou, e não sei mais quem Mariana é. Ela se perdeu nos ciúmes, e nosso relacionamento está se resumindo a brigas.

— Ela sente ciúmes só de Ana Paula?

— É o principal, ela não pode ouvir o nome de Ana, mas às vezes acontecem situações que eu não consigo evitar, Isadora me deu o celular e eu ia dizer o que? Eu não posso alimentar esse sentimento dela, eu preciso mostrar que ela está segura comigo, mas não está dando certo. – balançava a cabeça –

— Foi um preço alto o que você está pagando por ter contado a verdade.

— Eu sei. Mas eu dei a opção de terminar o namoro, mas ela quis continuar, e agora não está aguentando a pressão, o que eu faço? – lágrimas molhavam o seu rosto –

— Conversa com ela. Se for melhor para vocês duas, termina o relacionamento Drica, o que vocês não podem é viver nesse pé de guerra.

— Vou pensar nisso.

Alessandra apareceu na porta e entrou no quarto.

— Oi, posso entrar?

— Claro!

— Vamos comer, daqui a pouco dá a hora de descer para a praia. – abraçou Paula ainda em pé –

— Eu vou terminar de me arrumar e já vou. – Drica disse desanimada –

As amigas deixaram a morena sozinha no quarto e ela começou a pentear os cabelos, ia se maquiar, mas ficou tão chateada que desistiu. Estava se olhando no espelho tentando descobrir quem ela era, sentia como se sua vida inteira viveu a vida de outra pessoa, se sentia como se tivesse perdido sua identidade.

Deixou o quarto cabisbaixa, chegou à sala e encontrou Mariana conversando com Paula na sacada da sala. Isadora estava completamente sem graça, não queria causar problemas para Adriana, achou que deixaria apenas um pouquinho de ciúmes na índia, mas acabou provocando uma briga feia entre as duas.

— Adriana, me desculpe, eu não tive a intenção de te causar problemas. – Isadora falava baixinho –

— Não se preocupe Isa, a culpa não foi sua. – terminava de colocar o relógio no pulso –

Adriana foi até a geladeira e pegou uma garrafa de Ice para beber, decidiu beber até cair naquele réveillon, queria esquecer-se do mundo pelo menos por um dia.
****************
Ana estava em casa com a família, Alana chegou do Canadá para passar as férias da faculdade, estavam todos felizes com o rumo que as coisas tomavam.

Seus pais voltando para casa, Camila formada e com um bom emprego, Alana na universidade e Ana crescendo profissionalmente. Era um recomeço para a advogada.

Na festa tinham amigos da família, amigos de Camila e Ana, estava perto da meia noite, Ana Paula se afastou do local onde a festa acontecia e sozinha caminhou até a parte da frente da casa, um belo jardim se apresentava, ela sentou na rede que fica disposta na varanda e olhava o céu, limpo e cheio de estrelas, a lua minguava e fazia muito calor.

Não conseguia conter o ímpeto de pensar em Adriana, queria estar com a morena, lembrou-se do réveillon que passaram juntas, antes de se separarem por causa do acidente. A forma como Adriana a defendeu com Gisele, a proteção recebida e ela deixou isso escapar, ali ela já nutria sentimentos pela morena e não quis enxergar.

— Como eu fui estúpida!

************

Do outro lado da ponte, em Copacabana, as meninas caminhavam para a praia, todas felizes e comemorando, menos Adriana e Mariana que andavam separadas. Adriana tentou se aproximar, mas encontrou resistência.

Drica seguia triste para ver os fogos na praia de Copacabana, Paula percebendo isso, falou algo no ouvido de Alessandra e chegou ao lado da amiga. Abraçou a contadora e beijou seu rosto. Em silêncio elas seguiram seu caminho.

As meninas se acomodaram na areia que estava lotada, e acomodaram o espumante no meio delas, um show acontecia em um palco que estava distante, ficaram ali conversando e brincando, até ouvirem o apresentador da festa anunciar que começaria a contagem regressiva.

Aqueles dez segundos foram uma eternidade para Adriana, a morena começou a chorar, sentia o peito apertado de angústia, via sua vida passar em sua mente como um filme ressaltando seus melhores momentos e piores também, as lágrimas rolavam sem controle.

Meia noite, o céu de Copacabana ficou iluminado com os fogos que saíam das balsas no meio do mar, as pessoas estouravam garrafas de champanhe e comemoravam a chegada de um novo ano, ou uma nova era.

As meninas se cumprimentavam, Adriana chorou intensamente no ombro de Paula, Viviane beijava Isadora apaixonadamente e Alessandra encorajava Mariana a falar com Drica.

— Mari, vai lá.

A índia se aproximou e Paula abriu espaço para Adriana, ela a olhou e ainda chorando abriu um sorriso tímido.

— Ainda está brava comigo? – perguntava com medo –

— Desculpe Drica, eu exagerei. Eu não deveria ter me exaltado daquele jeito. Eu sei que você está passando por muita coisa e eu não tenho ajudado. – baixou os olhos –

— Mari, você foi fundamental para mim quando estávamos em Nova Iorque, onde está aquela mulher fabulosa que me conquistou? Eu a quero de volta. – retirou a franja da outra que caia nos olhos –

— Ela está aqui dentro, — segurou a mão de Drica e colocou sobre o seu peito — eu prometo que vou resgatá-la para nós. – derramou uma lágrima também –

As duas selaram as pazes com um beijo apaixonado, nesse mesmo momento Alessandra estourava o espumante e enchia as taças para o brinde habitual. As amigas se cumprimentaram e seguiram com a festa até a madrugada.

Mais um ano começava e as esperanças eram renovadas por uma vida melhor e por novos acontecimentos que pudessem trazer a felicidade e a paz para as duas mulheres que ainda viviam separadas de corpo mas unidas pelo coração.



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