Adriana precisava viajar para Harvard, para receber o diploma do mestrado e aproveitaria para visitar Renata.

Mariana a levou no aeroporto e estava cheia de recomendações.

— Drica, cuidado lá hein! Se eu pudesse eu ia com você para não deixar você ir sozinha. – segurava a mão da contadora —

— Calma Mariana, eu não vou mais ser sequestrada por ninguém. – fez um carinho no rosto da namorada –Fica tranquila.

— Eu tenho tanto medo de te perder. – retribuiu o carinho com a mão livre – Promete que você vai voltar para mim.

— Claro, eu prometo. – deu um selinho –

— Dessa vez não tem nenhuma Ana Paula para melar nossa vida não né.

— Esquece isso Mariana. – Adriana ficou chateada – Não tem ninguém para atrapalhar nada, só o seu ciúme. – soltou a mão da arquiteta –

— Desculpe minha linda, eu preciso me policiar. – segurou a mão de Drica novamente –

— Estão chamando o meu voo. Se cuida. – deu um selinho – Eu volto logo. – sorriu –

— Pode deixar. Eu já estou com saudades. Vai com Deus. – soltou a mão de Drica –

Mariana assistiu Adriana sumir de sua visão no aeroporto, e sentiu o peito apertar. Não queria ficar esses cinco dias longe da namorada, mas o que fazer? Ela precisava viajar. Pensou em um momento de impulso comprar uma passagem para viajar junto com a namorada, mas desistiu, repensou e decidiu que elas precisavam desse tempo separadas para organizar as ideias.
Adriana voltava para Harvard com o coração apertado, seriam apenas cinco dias, mas imaginou que seria bom esse tempo para pensar. A lembrança de Ana Paula ficava mais longe, mas ainda sentia a presença daquele amor tão intenso.

Depois de fazer o check in no hotel, Adriana foi para Harvard. Deu entrada no processo para a retirada do diploma e após receber o protocolo foi atrás de Renata. Mandou uma mensagem para a garota e foi logo respondida.

Meia hora depois as duas se encontravam na lanchonete do Campus.

— Amiga! – Renata correu e abraçou Drica – Quanto tempo! Que saudades!

— Oi Re. Pois é, parece que foi ontem né.

As duas sentaram e pediram um café.

— Mas me conta, como estão as coisas lá no Rio?

— Está tudo maravilhoso como sempre, foi triste deixar o calor de quarenta graus que está fazendo lá e voltar pra esse frigorífico aqui. – esfregava as mãos –

— Menina, nem me fala, o frio aqui esse ano parece que piorou. Mas me fala, veio para ficar quantos dias?

O atendente trouxe os copos com café.

— Uma semana só, é o tempo de voltar com o diploma.

— Ai, eu não vejo a hora de receber o meu, só estou aqui ha um ano e parece uma eternidade.

— Eu imagino, e sua nova colega de quarto? Ela é gente boa? – bebeu um gole do café –

— Ih menina, nem te conto, a garota é muito estranha, se veste com umas roupas esquisitas, é meio gótica sabe. – gesticulava – Só anda de preto, me dá até medo.

— Caramba, que roubada hein!

— Tem que ouvir as músicas que ela escuta, é metaleira Drica, eu estou perdida. – colocou as mãos na cabeça –

Adriana ria, sabia que havia algo de exagero, mas acreditou na amiga.

— Então Renata, algum namorado novo? – piscou –

— Pois é, eu estou saindo com um carinha do terceiro período. Um fofo.

— Ih, chamou de fofo de novo. – encostou-se na cadeira –

Renata riu — Felipe está bem? – finalmente tomou coragem para perguntar –

— Sim, ele está bem. Ele voltou para Luana.

— Eu imaginei que isso aconteceria. – deu de ombros –

— O lance de vocês não daria certo mesmo não é?

— Não, seu irmão é uma graça e maravilhoso na cama, mas foi só tesão mesmo.

— E que tesão hein! Ele saiu do Brasil e veio atrás de você para ficar dois dias.

— Isso é o que move o mundo minha amiga. – ria – Mas e você, ainda está com a sua namorada?

— Sim, estamos juntas sim.

— E a loira fatal?

— Loira fatal? – riu – Ana é um amor impossível, acho que nunca vamos conseguir ficar juntas, nós sempre estamos em momentos diferentes. Ela agora está em São Paulo, lá na sua terra. – apontou para a garota —

— Não se viram depois da viagem de volta?

— Sim, mas só de encontros casuais. Melhor assim, não é hora pra esse amor ser vivido, eu não sei se haverá momento pra isso.

— Ah, se for amor de verdade será no momento certo.

Adriana ficou pensativa, será que Renata tem razão? Será que esse amor ainda era possível? Adriana não estava mais sozinha e Ana estava longe, o amor resistiria a tamanha distancia?

As amigas terminaram de conversar e cada uma seguiu seu caminho, Renata voltou para as suas aulas e Adriana para o hotel para descansar.
***********
Em São Paulo, Ana se desdobrava em fazer o treinamento e assistir audiências junto com seus colegas, saía pouco à noite, estava focada em crescer na profissão.

Conversava com Camila a noite sempre que podia e Isadora sempre mandava mensagem, estava dedicada a se tornar a melhor promotora que o Rio de Janeiro poderia conhecer.

— Alo.

— Mona! Vamos para rua? Que tal pegar uma noitada? – Fernando estava ofegante –

— Que noitada? Eu não vou a lugar nenhum. Por que você está respirando assim? Foi pra casa correndo do trabalho?

— Não mona, eu estava fazendo sexo!

Ana Paula ficou muda no celular com os olhos arregalados, e ouviu um Fernando explodindo de gargalhar do outro lado da linha.

— Hahahahaha, é brincadeira criatura! Eu estava correndo na esteira.

— Ai Fernando, não me dá esses sustos não, menino. – colocou a mão no peito –

— Vamos, garota, vamos badalar. Hoje é dia de balada.

— Que balada nada. Eu estou fora dessa. Vai se divertir e eu vou dormir. Eu estou morta.

— Então vamos tomar só um chopinho. – tentava convencê-la —

— Fernandinho eu estou cansada, eu estou com um caso da promotoria para ler e o treinamento está esfolando o nosso coro, eu quero só namorar minha cama.

— Ana Paula, ha quanto tempo você não come alguém?

— Fernando! – ralhou com o amigo –

— Deve ter meses, por que você está insuportável! — afinou a voz —

— Minha nossa, onde eu amarrei o meu burro? – balançou a cabeça –
De tanto insistir, Fernando conseguiu levar Ana para a rua, os dois estavam sentados em um bar perto do apartamento da loira.

— Fernando, cadê o Arthur? – bebia cerveja –

— Foi para casa, ele está cansado. –revirou os olhos – Ele não aguenta o meu pique não amiga. Eu não sei de onde tira tanto cansaço.

— Ah eu te digo bicha, é de trabalhar, parece que você não faz isso há um bom tempo não é?

— Que nada amiga, eu estou com um caso grande lá no escritório, que está queimando os meus neurônios. Você não quer dar uma olhada depois não?

— Eu posso até ver amigo, mas você sabe que minha especialidade era empresarial, qual é a situação?

— Depois eu te conto, não quero pensar em trabalho a essa hora da noite. – comeu um bolinho de bacalhau –

— Tudo bem, senhor bipolar. Você não sabe o que quer mesmo não é? — balançou a cabeça –

— Mas me conta mona, como andam as coisas no maravilhoso Rio de Janeiro? Minha terra linda dos mulatos, do samba e do futebol? – fazia gestos com as mãos —

— Isso é alguma música? – limpava a boca com o guardanapo –

— Algo parecido, mas eu quero saber o que aconteceu com você e Lívia?—bebeu um gole de chope — Eu jurava que aquele namoro nunca iria acabar.

— Ih amigo, a história é longa!

— Nós temos a noite toda Darling! — levantou a tulipa de chope –

Ana Paula contou toda a sua odisseia até chegar ali na posição em que estava, o primeiro término com Lívia, toda a saga com Gisele e finalmente seu grande amor, Adriana.

— Menina que babado! No banheiro do avião? – batia palmas – Eu sempre fui louco para fazer uma sacanagem naquele lugar apertadinho! – virou os olhos –

— Ai Fernando, até pra caber você sozinho ia ficar ruim, imagina você e Arthur lá dentro? – riu do próprio pensamento—

— Eu sei, — murchou – mas e ai? Depois disso? – bateu no ombro da loira —

Ana terminou de contar que estava sozinha desde o segundo termino com Lívia e que seu amor é de Adriana, mas as duas sempre estavam em momentos diferentes. Geralmente Adriana sempre estava um passo à frente.

— Mas minha amiga, como você deu um mole desses? Olha que mulher linda você deixou escapar! – via uma foto de Adriana no celular de Ana –

— Pois é Nando, eu joguei a merda no ventilador e até agora eu não consegui limpar. – apoiava a cabeça em uma das mãos –

— E que merda hein! – devolveu o aparelho – Agora você está aqui na terra da garoa e ela está namorando uma arquiteta bem sucedida lá na Cidade Maravilhosa?

— Isso mesmo. – bebeu mais um gole de chope –

— Mas nós temos que mudar esse panorama, eu vou te desencalhar minha amiga com cara de anjo. — levantava o indicador—

— Fernando, não viaja, eu não quero desencalhar. Eu só quero ter um pouco de paz. Deixa eu estudar e quando eu voltar para o Rio eu penso no que fazer.

— Mas vai ficar assim? Nessa vidinha mais ou menos?

— Sim, eu vou ficar na minha vidinha mais ou menos. E você nem pense em fazer nada.

Os amigos ainda beberam mais e acabaram deixando o bar já de madrugada, alterados pela bebida.

****************

Viviane fazia sua mudança para o apartamento que acabara de comprar, decidiu por Niterói para ficar mais perto de Isadora, Adriana conseguiu um apartamento no mesmo prédio que mora para a amiga, nesse caso o de Viviane é no oitavo andar.

Vivi não tinha muita coisa, mas o apartamento já tinha alguns móveis que ela comprou e por fim, acabou tendo que dividir o lugar com sua irmã que decidiu se mudar para o Rio de Janeiro, a multinacional onde ela trabalha transferiu alguns funcionários e Vanessa veio nessa relação. O pai das gêmeas acabou ajudando com a compra do imóvel.

— Vanessa você tem roupas demais! – Viviane vinha puxando uma mala grande –

— Viviane eu estou me mudando, você queria que eu fizesse o que?

— Pratica o desapego garota! Eu deixei metade das minhas coisas em São Paulo.

— Qual é Viviane? Você está me tirando? Eu não consigo ficar longe dos meus sapatos. – vinha do quarto que ficou para ela –

— Ai meu pai, por que você cismou de vir para cá me aporrinhar? Eu estava indo tão bem! Ia ficar numa boa aqui sozinha no meu apê. – batia com as mãos nas pernas –

Isadora e Alessandra chegavam com mais algumas caixas.

— Acho que agora acabou. – Alessandra deixava duas caixas no chão –

— Viviane eu trouxe o jantar. – Paula trazia várias caixas de comida chinesa –

— Eu estou morta de fome! – a ruiva saiu do quarto com Vanessa —

As amigas sentaram no chão da sala e foram se acomodando para comer e descansar depois de um dia cheio de afazeres, Adriana ainda está em Boston e não pôde participar da mudança da amiga.

— Está faltando a Drica nessa rodinha. – Alessandra comentou –

— Ela vai chegar segunda-feira não é? – Viviane perguntou –

— Vai trazer o diploma. Ela já pode dar aulas, será que ela vai entrar no campo acadêmico? – Viviane perguntou –

— Pode ser, a Drica é muito boa para explicar as coisas. – Alessandra comentou –

— É sim, lá em Harvard tinham coisas que eu não entendia quando o orientador ensinava e quando ela me ensinava depois, eu aprendia tudo. – Viviane completou –

— Minha amiga é muito boa no que faz. – Paula já comia –

— Nossa amiga! – Alessandra corrigia a esposa com a boca cheia de yakissoba –

— Alessandra mastiga isso! – Paula reclamou –

As amigas continuaram comendo e conversando para voltar a arrumar as coisas de Viviane e Vanessa no apartamento.

**************

Adriana voltou a Universidade para retirar o documento, seu diploma da pós e do mestrado, olhou para o pedaço de papel em suas mãos e se sentiu orgulhosa, nunca poderia imaginar algo tão grandioso em sua vida. No mercado de trabalho aquele diploma valeria peso de ouro.

Encontrou com alguns professores e colegas de curso e foi se despedir de Renata para voltar definitivamente para o Brasil.

— Renata eu vim me despedir. – a garota abriu espaço para a amiga entrar no antigo quarto –

Adriana tomou um susto com o lado da companheira de quarto de Renata, as paredes foram pintadas de preto, haviam vários pôsteres colados nas paredes, bandas de rock pesado e tudo muito estilizado.

— Eu não te disse que dá medo? – Renata fechava a porta atrás de si –

— Renatinha, mas que coisa “dark”.

— Pois é amiga. Isso porque você não viu a figura. – revirou os olhos –

— Bom, de qualquer maneira, eu vim me despedir de você, eu te desejo muita sorte e tudo de bom.

— Obrigada amiga. Você vem na minha formatura se eu te convidar? – abraçava a amiga –

— Eu venho sim, é claro! É só me avisar.

— Ai que saudade de você.

Nesse momento a nova colega de quarto de Renata entra e Adriana leva um susto maior ainda. A garota estava com os cabelos pintados de azul, a maquiagem escura, muito pesada, os olhos com lápis muito escuro, as roupas pretas, uma corrente ficava pendurada na mochila.

— Renata o que é isso? – sussurrou no ouvido da amiga –

— Eu te falei.

A garota ficou olhando para as duas, e sorriu amarelo.

Renata apresentou Adriana e a garota apenas acenou, Drica fez o mesmo. A morena puxou Renata para fora do quarto.

— Renata, menina! Cuidado hein! Essa menina tem a maior cara de psicopata!

— Pensa que eu não sei? Teve um dia que ela acendeu uma vela dentro do quarto, quase lambeu fogo em tudo, eu estou até com medo de dormir.

Adriana riu. Voltou a se despedir de Renata e deixou a paulista com sua nova estranha colega.

Saiu de Harvard com o coração nas mãos, tinha tantas lembranças boas daquele lugar, teve também os momentos tensos e de pavor, mas colocando na balança tudo foi muito proveitoso.

Parou em frente a entrada da Universidade e contemplou uma ultima vez aquela arquitetura clássica que os prédios têm, observou o ir e vir dos alunos e visitantes que entravam e saiam pelos portões, e respirou fundo.

Deixava uma fase de sua vida para trás, uma fase boa que lhe trouxe uma grande evolução.

Entrou no taxi e rumou para o hotel, era dia de voltar para casa, entraria no avião para voltar pra casa em definitivo e finalmente começar sua vida nova no Brasil.

***************
Adriana conversava com Mariana no seu apartamento deitadas no sofá, depois de fazer amor para matar as saudades pela viagem de Drica.
— E o seu aniversário? O que você quer fazer? – se ajeitou no sofá e encaixou Drica nas pernas –

— Eu não quero fazer nada. Você sabe que eu não gosto de aniversário. – mudou a expressão —

Adriana ficou mais desanimada ainda para comemorar seu próprio aniversário depois que descobriu que sua mãe não queria que ela nascesse.

— Meu amor, não é você que não gosta, agora sabemos que sua mãe praticamente te acostumou a isso.

— Mari, ela não queria que eu nascesse, o que eu tenho para comemorar? É um dia comum como outro qualquer.

— Não mesmo, suas amigas vão querer fazer alguma coisa, eu tenho certeza que Paula não vai deixar passar em branco.

— Eu não quero nada.

Adriana ficou irritada e levantou do sofá em direção à cozinha, Mariana ficou com o peito apertado. A morena ainda sofria com as lembranças das ultimas brigas com a mãe. Mariana levantou e foi atrás da namorada e a abraçou na cozinha. Beijou o ombro de Drica e a virou de frente pra si.

— Ei, não fica assim, desculpe por ter trazido esse assunto, eu só quero que você tenha um dia feliz.

— Mari, eu não consigo me sentir feliz mais nesse dia, é um dia que eu quero esquecer. – sua voz embargou –

Mariana olhou para a namorada e a beijou, Adriana deixou uma lágrima escorrer, ainda se sentia magoada pelos acontecimentos de seu passado.

— Mas eu só tenho a agradecer por esse dia, como eu teria você na minha vida, se você não tivesse nascido?

Adriana apenas sorriu amarelo. Abraçou Mariana novamente.

— Vem.

Mariana trouxe a morena pela mão para a sala e a sentou no sofá onde estavam, sentou ao lado da morena.

— Adriana, eu só estou perguntando por que pelo que eu conheço das suas amigas, elas vão fazer alguma coisa.

— Você está sabendo de algo que eu não sei? Elas estão preparando uma festa surpresa?

— Não, se estão, eu não sei. – gaguejou –

— Ai, Mariana, olha só, elas estão aprontando alguma coisa. Eu não quero nada, pode avisar a essas cabeçudas.

— Calma, eu vou conversar com elas.

As duas decidiram viajar no aniversário de Adriana, a morena não queria comemorar nada, todas resolveram passar o fim de semana na casa de Mariana em Búzios.

********************

Fernando tocava o interfone do apartamento de Ana Paula, a loira estava estudando e foi atender o amigo.

— Oi.

— Abre essa porta da felicidade Mona!

Ana Paula riu e abriu o portão para o amigo entrar, deixou a porta encostada e voltou para o sofá. Fernando entrou com Arthur e fechou a porta atrás de si.

— Mas que shortinho sexy. – Fernando debochava – Vamos sair. – disse autoritário —

— Que vamos sair o que? Já está chapado? – colocava o notebook no colo –

Fernando foi direto na geladeira e pegou uma latinha de cerveja, abriu e ofereceu para Arthur que negou.

— Mona, hoje é sexta-feira! Não é dia de ficar em casa! – bebeu e fez uma careta – Nossa, mas isso aqui está quente!

Ana riu do amigo, continuou sentada no sofá.

— Fernando eu estou exausta, hoje eu não quero sair.

— E vai ficar exibindo esse corpinho lindo para meia dúzia de móveis? – gesticulava –

— De preferência para minha cama!

— Aaaaaaaaaaaaah não! – Fernando deu um grito –

— Minha nossa, os vizinhos vão me expulsar se você continuar gritando desse jeito aqui. – esfregava os ouvidos –

— Pode desligar esse treco e ir colocar uma roupinha linda que eu vou te exibir na noite paulista. – rodopiava o indicador no ar –

— Ai, eu mereço. Não há nada que eu possa fazer para você ir curtir a sua noite e me deixar dormir?

— Não mesmo, se você não for, eu fico aqui com Arthurzinho, e faremos sexo selvagem na sua sala, — passava as mãos no corpo — com direito a muito grito e gemido. Seus vizinhos vão adorar!

Ana ficou olhando para o amigo. Estava espantada, ela sabia que isso não iria acontecer, mas não duvidava que Fernando simulasse essa cena para deixa-la envergonhada.

— Fernando você não faria isso. – cerrou os olhos –

— Você duvida? – pegou Arthur pela mão e puxou o rapaz –

— Fernando! – Arthur reclamou –

— AAAAH! Ai Arthur! – Fernando abraçava o namorado e gemia alto –

— Meu Deus, Fernando para! – Ana pedia –

O rapaz continuou com os gemidos altos, Arthur só conseguia rir, nem lutar contra o que acontecia o rapaz tinha forças.

— Fernando pelo amor de Deus! Não faz isso!

O rapaz continuava com os gemidos. – Ai Arthur! Vem meu homem!

Ana no desespero cedeu ao amigo. — Tudo bem Fernando! – levantou as mãos, rendida – Eu vou com vocês, minha nossa! – passava as mãos no cabelo – Mas que homem insistente! – levantava do sofá –

Fernando largou Arthur rindo, caído no sofá, bateu as mãos e sorriu vitorioso.

— É assim que eu gosto! – cruzou os braços –

Ana se arrumou rapidamente e saiu com os amigos, eles a levaram para uma boate GLS.
Os três amigos se divertiram a vontade, Ana foi cortejada por algumas mulheres, mas nenhuma chamou sua atenção, Fernando fez de tudo para a amiga ficar com alguém, mas ela relutou o quanto pôde.

Já de madrugada, a loira estava bêbada, uma moça morena se aproximou e ela viu o rosto de Adriana, sua mente já lhe pregava peças.

A mulher a abordou de maneira bem direta, sem fazer perguntas ou apresentações, e foi beijando Ana Paula, a loira perdida de sua razão, aceitou a investida da desconhecida, se entregou ao beijo e aproveitou o momento.

No final da balada, Arthur era o único sóbrio, levava os dois amigos bêbados para casa, Ana e Fernando dormiam no carro, essa noite renderia uma enorme ressaca moral.



Notas:



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