Adriana teve duas aulas na primeira hora da manhã e como teria um tempo vago resolveu ir até a biblioteca pesquisar para o seu trabalho de Contabilidade Tributária. Na biblioteca pegou os exemplares que precisava e sentou-se à mesa para escrever, fazia anotações em um bloco quando percebeu alguém sentando ao seu lado na cadeira vazia.

Olhou a figura forte do homem que estava lhe imprensando contra a parede, e o medo dos pesadelos que tinha se materializaram à sua frente. Os olhos perturbados do rapaz lhe traziam uma memória conhecida, ele se parecia com alguém que ela já viu antes, mas não se lembrava quem poderia ser, ainda mais naquele momento de pavor. O cabelo cortado bem baixo, sugeria que o rapaz era do meio militar.

Sua garganta estava seca e seu coração acelerado, o que esperar daquele rapaz de jaqueta e capuz, o que ele quer? Sentiu um cano encostar em suas costelas, ao olhar para baixo viu uma pistola cromada com um silenciador na ponta, sentiu o gosto de sangue na boca, já se imaginava terminando como as outras garotas.

— Quieta ou eu te mato aqui mesmo. – sua voz era rouca, forte e apavorante—

Adriana se tremia inteira mas tentava mostrar tranquilidade. – O que você quer? – conseguiu perguntar –

— Sua amiga. Onde ela está?

— Eu não sei, — sentiu a arma ser forçada violentamente contra o seu corpo – ai –sussurrou – ela terminou o curso, foi para casa, ela voltou pro país dela. – dizia acelerada —

— Então será você mesmo. Vem comigo. – segurou o braço de Adriana e a retirou da mesa –

— Não acha que você está se arriscando muito? – retrucou —

— Cala a boca, você não tem que achar nada. – puxava a morena com força —

Adriana passava pela atendente que estava ocupada com cinco jovens pedindo inúmeros exemplares ao mesmo tempo, a moça não percebeu a movimentação dela com o rapaz.

Desejou ardentemente encontrar um segurança no caminho, mas esse rapaz conhecia muito bem a Universidade, saiu da biblioteca e se esquivou da segurança passando por corredores vazios e se perdendo entre as árvores no jardim do campus. A arma não saiu do corpo da morena.

— Por favor, o que você quer de mim? Eu não fiz nada com você. —tentou se afastar da arma –

Em um movimento ágil o rapaz acertou um soco em seu estômago, caindo de joelhos no chão, Adriana ficou sem ar na hora, puxava e o ar não preenchia os seus pulmões. A força daquele homem se mostrou quando ele a levantou com apenas um braço e a carregou em uma parte do caminho sobre seu ombro até sua respiração voltar ao normal.

— Mais uma gracinha e não será minha mão na sua barriga. – sussurrava em seu ouvido—

Adriana ainda tossia, ainda estava vermelha e ainda sentia a dor provocada pelo soco que levou, seus olhos derramavam lágrimas sem controle, nem chorar conseguia direito, muito menos raciocinar.

Saindo dentre as árvores, havia um carro estacionado fora de Harvard, Adriana percebeu que já estava longe do alcance dos seguranças e sua única chance era tentar mostrar de alguma maneira que ela esteve ali naquele lugar. Seu ipod estava no bolso do casaco, quando o rapaz a trazia para colocar dentro do veículo ela conseguiu retirar o objeto do bolso e deixou cair no chão ao lado da calçada.

A mala foi aberta e Adriana enfrentou um pavor sem limites, quando viu a quantidade de sangue que estava espalhada em seu interior, o ar lhe faltou novamente, e ela fez um movimento de repulsa para não entrar naquele lugar sujo e fedido, a essa altura aquele homem forte já a imobilizava, ela se apoiou nele mesmo e se levantou no ar colocando os pés no porta malas empurrando o suspeito para trás, ele se desequilibrou e caíram os dois no chão, para sua sorte, seu pé derrubou a placa do carro embaixo do veículo.

Por um momento Adriana se soltou dele e correu, mas o rapaz a derrubou em seguida com uma rasteira acertando uma coronhada em sua nuca, ficou tudo preto e Adriana desmaiou.

*******************

Ainda no campus, a polícia recolhia as coisas da morena que ficaram na biblioteca. Renata andava de um lado para o outro. Não sabia o que fazer, como poderia ter acontecido isso com Adriana? Ela se sentia culpada por ter deixado a morena sozinha.

Estava no quarto, sozinha. Pensou no que poderia fazer para tentar ajudar a amiga, tentou fazer um retrato falado do rapaz de capuz, mas não chegou a lugar algum. O casaco não deixou muito para ser visto.

Ligou para sua mãe em São Paulo e contou o que estava acontecendo e como estava emocionalmente envolvida por conta do desaparecimento da colega de quarto. Sua mãe tentava consolar seu coração aflito. Era em vão. Renata finalmente chorou copiosamente, confessando seus maiores temores para sua mãe que ouvia atenta a tudo. Aconselhou a filha a voltar para casa se quisesse, mas Renata não aceitou voltar para o Brasil sem encontrar Adriana novamente.

Na manhã seguinte ainda não haviam notícias da morena ou das outras duas meninas, as duas que restavam estavam sob proteção do FBI, e a Universidade estava cheia de agentes correndo de um lado para o outro.

Na parte da tarde Renata e suas colegas de curso prestaram seu depoimento, e um policial apresentou o ipod que havia sido encontrado nos arredores da Universidade. Renata reconheceu o aparelho como sendo de Adriana, a morena tinha gravado suas iniciais no aparelho para não confundir com o de Viviane quando moravam juntas, isso facilitou e muito a identificação do eletrônico.

Renata tinha esperanças de isso dar alguma pista do paradeiro da colega, e pensou que no Brasil, ninguém sabia o que estava acontecendo.

****************
Mariana viu na terça-feira que tinha um e-mail da morena em sua caixa de mensagens, achou estranho o tom que Adriana usou, percebeu que a morena estava passando por uma fase difícil sozinha em Harvard, queria poder fazer alguma coisa para mudar o estado de espírito dela. Respondeu o e-mail com a intenção de um dia ir visitar Adriana.

De: Mariana Santos
Enviada em: terça-feira, 28 de fevereiro de 2012 12:35 pm
Para: Adriana Ferreira
Assunto: Re: Nós

Oi Minha Linda.

O que houve com você para me mandar e-mail às quatro da madrugada? Perdeu o sono?
Eu fico feliz em saber que você me considera como uma boa companhia, eu também penso assim, mas não pense que nós tivemos pouco tempo, nós teremos todo tempo do mundo para nos conhecer melhor e viver o que nós quisermos, eu ainda quero te levar para vários lugares, fazer inúmeras viagens e descobrir um mundo novo com você.

Não fale desse jeito, um ano passa rápido, quem sabe eu consigo tirar férias e vou te visitar. Pense nisso.

Fique bem.

Beijos.
Mariana voltou à sua rotina e não houve resposta do e-mail que enviou para Adriana, a morena já estava desaparecida e ninguém sabia de nada no Brasil. Ela estava muito ocupada com um projeto grande que estava tomando todo o seu tempo, sentiu falta da resposta da morena mas estava tão cansada que não entrou no msn a noite.
*******
Quarta-feira à noite, Paula e Viviane estavam em casa, preparando o jantar. Alessandra ligava para Paula.

— O que Alessandra quer? Ela acabou de falar comigo. – enxugava as mãos em um pano de prato —

— Deve ter esquecido alguma coisa. – Viviane segurava os pratos —

— Oi Ale. – equilibrava o celular no ombro —

— Paula você não está vendo televisão? – parecia assustada –

–Não, por que? – franzia a testa para Viviane enquanto pegava o controle –

— Liga no noticiário, rápido!

— Calma menina! – ligou a televisão— Ale o que está acontecendo?

— Paula, é sobre Adriana.

— Na TV?

Quando finalmente sintonizou no canal indicado por Alessandra, Paula ficou parada sem reação. Viviane preocupada veio para a sala quando deu de cara com a foto de Adriana no noticiário, a história das mulheres sequestradas em Harvard finalmente chegou ao Brasil, considerando que Adriana havia sido sequestrada na manhã de segunda-feira.

O susto foi tamanho que a ruiva sentiu uma fraqueza súbita, perdendo as forças nas pernas caiu sobre o sofá. As mãos na cabeça indicavam o desespero. Paula continuava em silêncio com o celular no ouvido e a boca entreaberta.

— Paula, você ainda está ai? – Alessandra perguntava –

Paula não conseguia responder. Viviane já chorava, não continha o medo de perder Adriana. Ainda mais sabendo que era ela que o sequestrador queria. Sua culpa era imensa, maior que o tamanho da Universidade. A apresentadora dizia sobre os corpos encontrados e o desaparecimento da Brasileira.

— Adriana. Meu Deus! O que aconteceu com ela? – Viviane chorava – As meninas.

A foto das meninas que foram encontradas mortas apareciam também, Viviane reconheceu as garotas da época da festa e do julgamento.

— Paula pelo amor de Deus, fala alguma coisa! – Alessandra gritava –

— Alessandra – Paula tinha a voz embargada – Adriana, onde ela está?

— Eu estou indo pra ai. – desligou o celular –

Paula continuava na mesma posição de antes, a matéria já estava terminando e as meninas ainda ficavam olhando para a TV incrédulas, sem reação.

****************

Ana estava em casa, saía do banho, vestia apenas um roupão felpudo com os cabelos molhados caindo sobre os ombros. Camila entrou correndo no quarto, com os olhos arregalados. Parecia que tinha visto um fantasma.

— O que é isso? O que deu em você Camila?

A menina não respondia nada, procurava o controle remoto. Levantou as cobertas da cama de Ana e o controle finalmente caiu ao chão, a loira não entendia nada. Ligou a Televisão, nesse mesmo momento, o celular da loira toca, ela percebe que é Isadora, ao atender, a amiga também não está muito cordial.

— Isa. – Camila consegue ligar a televisão —

— Liga a TV agora! — estava aflita –

— Que merda, até você? O que está acontecendo com vocês? – franzia a testa —

A imagem surgiu como um balde de água fria, o rosto de Adriana em uma foto tirada provavelmente em Harvard, ela sorria, mas seu olhar era tacanho, Ana sentiu sua alma desprender-se do corpo. Alguma coisa muito ruim aconteceu à Adriana.

— Ana, você ligou a TV? – Isadora insistia –

— Camila ligou. Deixa eu ouvir.

O apresentador dava a notícia, sobre os sequestros e a última vítima fora a sua morena, — Mas que merda Ana, quantas vezes você vai pensar que ela é sua? — Ana se martirizava. Deixou essa chance escapar naquele carnaval que não quis admitir o seu amor.

A apresentadora contava um resumo do caso, explicava a correlação com os estupros, Ana ficou apreensiva com a notícia, será que a morena havia sofrido essa violência em Harvard? Como não conversavam ela não sabia que Viviane foi a vítima.

A repórter narrava:

“– Harvard vive um momento de alerta e terror, alunas estão sendo raptadas e a última vítima foi uma brasileira que faz mestrado na Universidade, seu nome é Adriana Ferreira, carioca a morena de vinte e quatro anos está desaparecida desde a manhã de segunda-feira.”

Imagens da Universidade passavam ao fundo, a movimentação de policiais no campus era evidente. A foto da morena apareceu na tela novamente.

“– As investigações estão caminhando para uma linha de vingança, pois as mulheres que foram raptadas foram vítimas de um estupro coletivo no ultimo ano em uma fraternidade dentro do Campus. – mostrava a casa da fraternidade – Os responsáveis estão presos cumprindo pena, a polícia acha que pode ser alguém relacionado a um dos autores desse primeiro crime.”

As fotos das outras meninas apareceram em sequencia e a apresentadora informou das mortes.

“—O corpo de três meninas raptadas já foram encontrados, todas estavam com sinais de violência sexual e foram mortas a facadas, as autoridades estão empenhadas para encontrar o assassino antes que mais mortes sejam executadas.”
Camila estava sentada na cama assistindo perplexa ao noticiário. Ana ainda não assimilou a informação, como assim? Adriana sequestrada? Ela foi violentada? Não, ela não poderia perde-la assim. Seu queixo estava caído, mais uma pessoa sem reação à notícia. A sensação era que um buraco abria embaixo de seus pés.

— Isa, o que eles estão falando? — seu coração batia acelerado —

— Adriana foi sequestrada. Ana, alguém levou Adriana da Universidade. – Isadora estava exaltada —

— Não, isso não pode ter acontecido. – Ana começou a se desesperar – Camila.

Seus olhos cheios de lágrimas, deixaram sua visão turva, ela não conseguia enxergar mais a tela da TV, nem mais nada em sua frente. Camila se levantou e foi ao encontro da loira, a abraçou retirou o celular de sua mão e atendeu Isadora.

— Oi Isa, ela não tem mais condições de falar com você agora.

— Camila, me liga qualquer coisa que ela precisar.

— Pode deixar.

Desligou e jogou o celular na cama. Ana ainda olhava sem destino para a TV, a matéria já tinha terminado mas ela não conseguia se recompor. Camila a sentou na cama. Segurou o seu rosto entre as mãos e tentava acalmar a irmã. Seus olhos azuis estavam escuros e sem brilho.

— Ana, Ana, olha pra mim. Minha irmã olha pra mim.

Ana não conseguia manter o foco. Balançava a cabeça negativamente.

— Ana você precisa se acalmar.

— Como? Como? –se soltou dos braços da irmã e levantou novamente –

— Ana. –foi interrompida –

— Não Camila, não me diz que eu tenho que me acalmar, isso não vai acontecer. – andava de um lado para o outro – Ela não pode morrer!

O celular toca novamente. Dessa vez é Lívia. Provavelmente ela também viu a reportagem e estava tentando saber como Ana reagiu à notícia. Camila pegou o celular e atendeu a cunhada.

— Oi Lívia. – falava sem graça –

–Camila, sua irmã. Vocês viram o noticiário? – estava receosa –

— Sim, nós vimos. – olhava Ana Paula —

— Ana? Como ela está?

–Abalada Lívia, muito abalada. Nós ainda não conseguimos acreditar.

— Eu também custei a acreditar que isso realmente aconteceu. Eu só reconheci a menina quando eu vi a foto na televisão. Ela não quer falar comigo Camila?

Camila olhou para a irmã e ofereceu o celular, Ana apenas balançava a cabeça negativamente.

–Lívia eu acho melhor vocês conversarem amanhã, hoje ela está muito nervosa mesmo. –Camila olhava Ana que ainda andava pelo quarto –

Lívia suspirou fundo chateada. – Tudo bem, eu ligo amanhã, mas qualquer coisa que vocês precisarem-me liga.

— Eu ligo.

Desligaram a ligação. Ana caiu de joelhos no chão, derrotada, era a imagem do desespero. Camila foi até ela e a amparou, abraçada à irmã a advogada chorou um rio, soluçava e apertava Camila em seu abraço como se quisesse sair do próprio corpo, apesar da sensação de já ter saído.

***************

Depois de ver o noticiário, Paula e Viviane tentavam se recompor, a ruiva não conseguia parar de chorar, recebeu uma ligação de Isadora. Logo depois que a mulata desligou com Ana Paula, discou o número da namorada, ela sabia da importância de Adriana na vida da garota e sabia que ela precisaria de seu apoio, não era momentos para cenas de ciúmes.

— Alô. – Viviane dizia com dificuldade –

— Oi Vivi. Pelo jeito você também viu o jornal.

— Eu vi sim Isa. – soluçava – Como isso aconteceu?

— Calma minha linda, eu estou com você para o que você precisar.

— Eles têm que achar Adriana.

— Eles vão encontra-la. Fica tranquila.

— A culpa é minha. – voltava a chorar forte –

— Não, claro que não! De onde você tirou isso?

— Era a mim que ele queria, não ela, eu que estava naquela maldita festa, eu que fui culpada.

Paula também chegava para abraçar a amiga. Embalava o sofrimento da ruiva tentando acalmar seu coração, dilacerado pela dor da possível perda da sua melhor amiga. Ela não acreditava, não queria acreditar que Adriana seria tirada de sua vida assim de uma forma tão brutal.

— Não fala isso, e nem pensa nisso, quem fez uma coisa dessas é uma pessoa doente, não se culpe. – Isadora ainda argumentava –

— Vivi, não pense isso, nunca. – Paula dizia calmamente –

— Viviane, você quer que eu vá pra ai? – Isadora perguntava –

— Não Isa, não precisa, eu estou com Paula e Alessandra está vindo para cá. – depois de uma pausa — Já é tarde.

— Tudo bem, qualquer coisa você me liga, a qualquer hora tudo bem?

— Tudo bem, obrigada. – mostrava todo o seu sentimento –

— Se cuida. Beijo.

Desligaram o celular. Viviane se aninhou no colo de Paula, que afagava seus cabelos que caíam sobre o seu rosto. Quase uma hora depois da notícia, Alessandra finalmente chegou.
Entrou no apartamento e encontrou Paula fazendo um chá de camomila para tentar se acalmar e a Viviane. A ruiva estava deitada no sofá, os olhos inchados denunciavam o choro incessante, ela deixou a bolsa sobre a mesa e foi até o sofá. Falou com a ruiva e Paula saiu da cozinha. Ao abraçar a namorada, finalmente ela desabou em seu choro de tristeza e agonia, não saber o que estava acontecendo com Adriana era pior que qualquer coisa que ela poderia imaginar.

— Eu não quero perder a Drica. – dizia embargada –

— Nem eu. Ela vai voltar. Ela é forte. –fazia carinho em seu cabelo.

Quando se afastou de Paula, Ale olhou para ela e perguntou sobre a família da morena.

— Felipe ligou?

— Não, ele não deve ter visto. – enxugava as lágrimas com as costas das mãos —

— Nós temos que ligar para avisar.

Paula indicou o telefone. – Eu não consigo. — Alessandra pegou o seu celular do bolso e discou o número de Felipe.

— Alô. – Felipe atendia o telefone –

— Felipe, é Alessandra, você pode falar?

— Oi Ale, eu posso sim, eu estava na academia, acabei de sair. – dizia animado — O que houve?

— Felipe, você esta dirigindo?

— Não, eu estou andando, a academia é aqui perto. Por que?

— Você não viu o jornal então.

— Não Ale, eu não vi, você vai me dizer o que aconteceu ou não? – estava ficando aflito—

— Felipe, Adriana está com problemas lá em Harvard.

— Que tipo de problemas? O que está acontecendo com ela para passar no noticiário? – parou de andar no meio da calçada –

— Ela foi sequestrada na Universidade Felipe.

— O QUE? Como assim? – uma das mãos foi aos cabelos –

— Eu vou te explicar.

Alessandra contou um pouco da historia para Felipe entender o que aconteceu, e ele se desesperou, andava sem prestar atenção na rua, até conseguir entrar no prédio onde mora com os pais. Felipe ao contrário de Adriana, era mais apegado aos pais, nunca teve interesse de ir morar sozinho, Adriana sempre foi a mais audaciosa dos dois, a mais corajosa e forte, ele brincava com ela dizendo que em sua família os papéis se invertiam, o sexo frágil eram ele e o pai, sua mãe e Adriana eram os alicerces daquele lar.

Quando desligou a ligação com Alessandra, ele entrou como um furacão em casa, chamando sua mãe e seu pai.

Ambos estavam no quarto, sua mãe secava os cabelos no banheiro da suíte e seu pai lia o jornal pela segunda vez naquele dia.

— Mãe, pai, aconteceu uma merda! – entrou sem bater –

— O que é isso garoto? Onde está a sua educação? – abaixava o jornal para encarar o rapaz —

— Foda-se a educação pai! Você não viu o noticiário?

— Que tipo de palavreado é esse com o seu pai? – sua mãe saiu do banheiro –

— Adriana!

— O que tem Adriana? – seu pai ficou preocupado –

— Ela sumiu! Alguém levou a Drica! – lágrimas escorriam de seus olhos –

— Levou pra onde? – ninguém entendia nada –

–Ela foi sequestrada nos Estados Unidos! Alguém levou a Drica. – gesticulava –

— Isso apareceu no noticiário? – sua mãe perguntava alarmada –

— Sim, foi Alessandra quem me ligou, eu não vi eu estava na academia.

— Minha nossa, o que os nossos amigos do clube vão dizer? Ninguém falou que Adriana anda se misturando com essas lésbicas não né? – sua mãe colocava a mão no peito —

Felipe e seu pai olharam assustados para a mulher fria e calculista que se mostrava. Felipe explodiu em um ataque de raiva misturado a frustração e medo.

— Puta que pariu mãe, eu acabei de te dizer que a sua filha desapareceu em um país completamente diferente, sozinha onde três meninas já foram mortas e você está preocupada com a porra do clube? – olhou para o pai — Você não vai falar nada pai?

— O que você quer que eu faça meu filho? Temos que esperar as autoridades fazerem o trabalho deles.

— Eu não estou acreditando. Vocês dois são patéticos. – gesticulava — Quer saber, eu vou pegar o primeiro voo que eu conseguir entrar e vou atrás da minha irmã – batia com uma das mãos abertas no peito – e quando eu voltar, eu vou fazer minhas malas e eu vou morar sozinho.

— Espera ai meu filho, como assim? Felipe, nem pensar – sua mãe ficou histérica – Você não vai a lugar nenhum Felipe! Volta aqui!

O rapaz saiu deixando todo mundo boquiaberto, seu pai, ficou nervoso com a notícia, ficou abalado com o sumiço da filha, e ao mesmo tempo espantado com tamanha frieza de sua esposa para com a filha, onde estaria Adriana?

**************

A noite passou com todas as pessoas envolvidas acordadas procurando por notícias, Mariana não viu o noticiário e não falou com as meninas. Na quinta-feira como de costume mandou mensagem para Adriana de manhã. Não obteve resposta, achou que a morena estava em aulas, na hora do almoço voltou a escrever, e não recebeu resposta novamente, achou estranho, mas a correria do dia não permitiu que isso virasse uma preocupação.

A tarde, depois de terminar um grande projeto que estava para entregar, resolveu parar um pouco e distrair a mente. Desceu do escritório e foi fazer um lanche. Quando voltava da lanchonete, reparou no jornal disposto na banca, a matéria principal chamou sua atenção. O nome: ‘Harvard” estava em negrito, gritando para ser lido.

Mariana comprou o jornal e levou para o escritório, sentou em sua mesa e abriu para ler a manchete, depois de ler um resumo da história que originou todo o problema ela se arrepiou inteira ao ver o nome da Brasileira que era a vítima mais recente. Adriana Ferreira, a foto de Drica estampava as páginas do jornal, ela lia e relia, não acreditava no que estava ali em sua frente, colocou a mão na boca, espantada, arrasada, sem ação.

Procurou em sua gaveta um cartão antigo da contabilidade das meninas, para tentar ligar e saber de mais noticias e o que estava acontecendo de fato. No escritório foi informada pela estagiária que as meninas não estavam trabalhando naquele dia, pediu o celular de Paula e foi atendida.

Ligou para Paula imediatamente, suas mãos tremiam, quase não conseguia acertar os números pequenos do aparelho. Os três toques até ouvir a voz de Paula pareceram uma eternidade.

— Alo. – dizia desconfiada por não conhecer o número –

— Paula, aqui é Mariana quem está falando. – sua voz falhava –

— Oi Mariana.

— Paula, é verdade o que está aqui no jornal?

— É sim Mariana. Adriana está desaparecida nos Estados Unidos.

Ter essa confirmação foi um balde de concreto caindo do trigésimo andar sobre sua cabeça. Fechou os olhos ainda tentando assimilar as palavras de Paula, ouvia ao longe a voz da contadora tentando chama-la de volta à realidade. Seu coração disparou, o medo de ter perdido Adriana corria dentro de suas veias como se tivesse substituído o seu sangue.

— Mariana, fala alguma coisa! – Paula já estava preocupada –

— Como? – a voz já faltava – Paula, como? – lágrimas surgiam em seus olhos –

— Longa história.

— Onde você está?

— Em casa. Estamos esperando por notícias.

— É aqui em Copacabana não é?

— Sim.

— Posso ir para ai? – estava desesperada –

— Claro! Anota o endereço.

Paula passou o número do prédio e Mariana saiu feito um trem bala, caminhou pela rua mais charmosa de Copacabana sem perceber nada à sua volta, passou em frente ao café onde fizera o lanche com Adriana no dia de sua partida. Outro aperto em seu peito. Continuou o seu caminho até o apartamento, ela estava ansiosa para saber mais detalhes que os jornais não estavam contando.

Lembrou-se do e-mail que Adriana mandou na madrugada de segunda-feira, a morena parecia se despedir, parecia que estava sentindo que algo estava por acontecer, já era quinta-feira, o trabalho tomou tanto o seu tempo que ela não percebeu que Adriana não se comunicava com ela desde então.

— Como você não percebeu nada? – se martirizava —

Lá chegando encontrou a imagem do caos, celulares sobre a mesa, computadores ligados, televisão ligada na CNN, todas monitorando as notícias que saíam sobre o caso. Felipe estava sentando no sofá com o rosto vermelho, proveniente de um choro que ia e voltava toda vez que pensava que poderia não ver mais a irmã viva. Ele estava ao telefone com o consulado americano, estava recebendo instruções para agilizar o visto e viajar na manhã seguinte.

— Oi Mari. – Paula dizia a abraçando –

— Paula, o que aconteceu? – seus olhos marejaram –

— Vem cá, senta aqui que eu vou te explicar. – elas sentaram à mesa, Alessandra e Viviane estavam conversando –

Paula relatou o ocorrido, desde o estupro na fraternidade e agora os sequestros relacionados a esse crime, esclarecendo que Adriana não estava presente, mas ele pode tê-la levado no lugar de Viviane, que ao ouvir tudo novamente voltou a chorar deixando a sala e correndo para o quarto. Alessandra foi atrás dela.

— Por que ela não me contou? – estava em choque –

— Provavelmente ela não quis te preocupar, nem ela pensou que isso poderia acontecer realmente. – Paula trazia água com açúcar —

— E agora? O que nós vamos fazer? – pegava o copo com dificuldade –

— Felipe está buscando ajuda com a embaixada e o consulado para viajar amanhã, e assim acompanhar tudo de perto.

— Eu iria também, mas eu tenho um projeto enorme que eu estou trabalhando sozinha, eu não apresentei ainda. – apoiou o cotovelo na mesa e segurou a cabeça – Que não aconteça nada com Adriana, eu não sei o que eu faria. — Paula a amparou –

— Eu consegui Paula! – Felipe vinha animado – Eu vou ao consulado agora pegar o visto para embarcar, a embaixada conseguiu um voo para mim amanhã de manhã, eu vou atrás da minha irmã.

— Então vai lá Lipe, pega logo esse visto e vai fazer sua mala, nós levamos você amanhã.

Sem dizer mais nada ele saiu pela porta como um louco deixando as meninas para trás. Alessandra voltava do quarto, Viviane finalmente conseguiu dormir depois de passar a noite inteira em prantos tentando alguma notícia.

Mariana lembrou que sua prima mora em Nova Iorque e sacou o celular de dentro da bolsa com pressa, deixando Paula assustada.

— Minha prima mora lá. – procurava o nome na agenda –

— Em Boston? – Paula perguntava –

— Não, em Nova Iorque. – apertou o botão para discar –

Enquanto esperava os toques do telefone Paula levantou da mesa e foi para o computador procurar algo atualizado.

— Alô, Mari, quanto tempo!

— Oi Amanda. Muito tempo mesmo. Você está bem?

— Sim, tudo ótimo e você?

— Eu estou bem, escuta aqui, eu estou te ligando para saber se tem alguma novidade sobre o caso dos sequestros em Harvard?

— Ih prima, esses sequestros estão dando o que falar. Parece que agora foi uma brasileira que pegaram.

— Sim, por isso eu estou preocupada, ela é minha amiga. – novamente o embargo em sua voz –

— Ai Mari, caramba, eu sinto muito.

— Amanda, alguma notícia que não estão dando aqui no Brasil? – colocava a mão no bolso –

— Olha Mariana, as notícias aqui não estão muito boas, esses sequestros já estão acontecendo há um mês e três meninas já foram assassinadas, ainda não chegaram nem perto de suspeitar de alguém.

— Minha nossa!

— Mas a imprensa também não divulga tudo.

— Você consegue me manter informada? Eu estou realmente muito preocupada.

— Claro, eu vou tentar saber de mais alguma coisa e te ligo ou te mando por e-mail.

— Obrigada Amanda. Beijos.

— Beijos.

Desligou o telefone com um nó na garganta, não saber notícias de Adriana era como ter a morte vindo para lhe buscar. Sentou no sofá e apoiou os cotovelos nos joelhos segurando a cabeça que parecia pesar uma tonelada. Deixou as lágrimas fluírem sem tentar controlar o choro.

Paula sentou ao seu lado e a abraçou. Mariana se deixou embalar por seus braços tão acolhedores. Alessandra ainda estava com o Notebook na mesa. Todas as meninas estavam muito apreensivas, Paula e Alessandra estavam exaustas, abatidas. Algumas amigas das meninas também ligavam para saber notícias.
*************

Ana Paula passou o dia inteiro procurando por notícias, tentando conseguir alguma informação na internet, comprou todos os jornais e ficava andando de um lado para o outro dentro do escritório. Claudinha já estava preocupada com a amiga.

— Ana, pelo amor de Deus, senta um pouco, você está andando em círculos, daqui a pouco vai cair em cima do colo daquele médico que trabalha aqui embaixo.

— Não é médico não, é dentista, e por sinal é um gato! – Bia delirava –

Claudinha olhava para a recepcionista que não entendeu porque estava sendo repreendida.

— Claudinha eu não consigo, eu preciso de alguma notícia, eu estou desesperada.

O sentimento de perda era maior que tudo o que ela poderia sentir, o gosto amargo na boca de não saber o que estava acontecendo com a morena era como o fel. Nenhuma atualização da noticia na internet, ela esperava pelo noticiário da noite para tentar saber de mais algum detalhe, Lívia já tinha ligado, elas já haviam conversado.

— Ana, se acalma, não adianta ficar desse jeito.

— Eu não consigo. Eu estou uma pilha, como eu fui estúpida com ela! Ela não merecia tudo o que eu a fiz passar. – voltou a chorar –

Claudinha a observava, nunca tinha visto Ana daquele jeito, por mais complicados os casos ou os problemas da loira, ela sempre mantivera o controle, estava sendo um dia muito atípico. Pegou o celular e discou o número de Isadora.

— Oi amiga.

— Isa, você tem alguma notícia?

— Não, eu vou à casa de Viviane hoje à noite e vou ver se elas têm algo novo.

— Isa, ela sofreu muito. Não merece isso.

— Eu sei, mas olha só, ela não foi violentada como parece nas reportagens. Na verdade a vítima do estupro foi a Vivi. – dizia com cuidado –

— Ai, minha nossa, Graças a Deus! – colocava a mão no peito —

— Ana! – repreendia a amiga –

— Isa, me desculpa, não é por causa da sua namorada, e sim por não ter sido a Drica, entende?

— Tudo bem, eu entendi. Eu te ligo se souber de alguma coisa.

— Obrigada Isa. – desligou o telefone —

Pegou o celular e discou um número conhecido, esperou os quatro toques com medo de não ser atendida.

— Alo. – a voz tão conhecida lhe trouxe lembranças –

— Gisele.

— Oi Ana.

— Gisele você está em casa?

— Sim, eu estou. Ana eu vi a notícia no jornal ontem, eu sinto muito por ela.

— Você não teve nada haver com isso Gisele? – Ana perguntava desconfiada –

— Não Ana Paula, eu prometi deixar você em paz e é o que eu estou fazendo. Eu estou em Salvador presa em uma cadeira de rodas. Bruno está embarcado aqui na orla, não fez nenhuma viagem estrangeira, eu te garanto isso. – dizia magoada —

— Gisele eu estou nervosa, eu precisava ter certeza. – esfregava as têmporas –

— Tudo bem, eu sei que eu mereço essa desconfiança, mas eu juro que eu mudei.

— Desculpe. – dizia encabulada –

— Você está bem?

— Eu estou sim.

— Vocês estão namorando?

— Não, eu voltei para Lívia.

— Mas você sabe que o seu coração não é dela não é?

— Mas até você? O que você sabe de amor? – estava irritada —

— Eu te amei Ana, do meu jeito mas eu amei sim. Eu admito que eu cometi vários erros, mas não farei novamente. E eu te conheço mais do que você pensa, eu via a maneira que você olhava pra ela quando vocês estavam juntas, e isso é amor.

Ana respirou fundo, sabia que Gisele e Isadora tinham razão, mas ela ainda não admitia que o coração batia mais forte por Adriana. Ainda conversaram por alguns minutos e depois se despediram para sempre mais uma vez.

**************************
Já era noite, Isadora chegava à casa de Paula para ver Viviane, foi um pouco desconfortável para Alessandra abrir a porta para a mulata. Mas aparentemente Isadora já estava mais a vontade com a presença dela.

— Oi Alessandra. – dizia secamente –

— Oi.

— Viviane está bem?

— Entra, ela está no quarto. Ela está mais calma. – abriu caminho para Isadora passar –

Na sala estavam Paula e Felipe, Mariana já havia partido, ela cumprimentou os dois e foi em direção ao quarto. Bateu na porta e abriu, Viviane estava sentada na cama secando os cabelos. O rosto vermelho, marcado pelas lágrimas que teimavam em cair, ela não se conformava com o desaparecimento de Adriana. Isadora se aproximou e sentou ao seu lado.

— Oi. – disse baixinho –

— Oi. – olhou para a namorada –

— Eu vim ver se você está precisando de alguma coisa. – segurou sua mão –

— Ai Isa, eu preciso sim, de você aqui comigo, me ajuda. – voltou a chorar –

— Eu estou aqui meu amor. – beijou a cabeça da namorada – Eu estou aqui, você vai ficar bem, Adriana vai voltar, você vai ver.

— Tomara, eu estou apavorada. Ela não pode morrer. É minha amiga.

— Eu sei, fica calma, você tem que ficar calma.

O abraço de Isadora envolvia o corpo da ruiva que se deixava consolar pela namorada, em um balanço ritmado, embalando aquele sofrimento que pulsava dentro do seu peito. A incerteza era pior do que saber da morte. O que estava acontecendo com a morena?

*********

Mariana chegava em casa sozinha, desolada, abatida e cansada. Entrando no apartamento, jogou a pasta sobre o aparador no hall de entrada e deixou os sapatos atrás da porta. Pisava descalça no carpete estava precisando de uma massagem.

Prendeu os cabelos com um elástico, a franja caía ainda em seu rosto e pegou uma dose de uísque no bar. Bebeu de um gole só, fez uma careta com o ardor da bebida escorrendo pela garganta, e se serviu novamente. Caminhou até a janela e ficou contemplando a lua, estava crescendo, lembrou-se do que Adriana tinha falado na conversa do MSN.

“Drica – Então olha para a lua e pensa em mim, estaremos conectadas pela energia dela. É a mesma lua que eu estou olhando aqui agora. “

Disse para si mesma: — Ela será nossa confidente. – bebeu outro gole longo da bebida –

— Dia difícil?

Mariana tomou um susto, era seu irmão que chegava na sala. Moreno da mesma cor de pele da arquiteta. Ele parece mais com o seu pai, ele é mais novo, dividiam o apartamento depois que os pais de Mariana morreram em um acidente de carro há aproximadamente três anos.

— Dia péssimo! – voltou ao bar e encheu novamente o copo –

— O que houve Mariana? – Marcos encostava na janela – Você não bebe desse jeito –

— Marcos, você viu o noticiário ontem? — debruçou novamente ao lado do irmão —

— Vi.

— O caso da brasileira que sumiu em Harvard? – olhava para fora –

— Sim, eu vi, por que?

— Só eu que não vi? – se martirizava –

— O que houve?

— Ela é minha amiga, na verdade eu estou apaixonada por ela – parou — nós só saímos uma vez, e só rolou um beijo, mas é como se ela fosse feita especialmente para mim, o encaixe é perfeito sabe. – falava sem parar — E agora ela se foi, — finalmente uma pausa — eu não sei o que está acontecendo com ela e eu não tive oportunidade de viver esse sentimento. – bebeu outro gole do uísque —

— Mariana, não adianta ficar pensando no pior. – passou um braço sobre seu ombro – Eles podem encontra-la, a polícia lá de fora é muito melhor do que a daqui.

— Mas é quase impossível não me desesperar, eu estou aqui, longe, sem poder fazer nada. – uma lágrima teimosa escorreu pelo seu rosto –

— Você precisa descansar, para estar alerta, e isso aqui não vai te ajudar. – retirava o copo das mãos da arquiteta –

— Eu precisava relaxar. – pegou o copo de volta –

— Então vai tomar um banho quente. – retirou o copo novamente –

— Marcos ou você me devolve o copo, ou eu taco fogo naquela coleção de gibis que você guarda debaixo da cama.

— Não é gibi, é Mangá.

— O fogo vai lamber de qualquer maneira, não importa o nome.

— Tudo bem, me convenceu. – devolveu o copo para a irmã – Depois não diz que eu não avisei.

Mariana finalmente sorriu ao receber um beijo do irmão, ele saiu e ela ficou olhando para a lua, esperando que Adriana pudesse vê-la também, torcendo para a morena estar viva e bem.

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A Lua Que Eu Te Dei (Ivete Sangalo)

Posso te falar dos sonhos
Das flores
De como a cidade mudou
Posso te falar do medo
Do meu desejo, do meu amor…
Posso falar da tarde que cai
E aos poucos deixa ver
No céu a Lua
Que um dia eu te dei…
Gosto de fechar os olhos
Fugir no tempo
De me perder
Posso até perder a hora
Mas sei
Que já passou das seis…
Sei que não há no mundo
Quem possa te dizer
Que não é tua
A Lua que eu te dei…
Pra brilhar
Por onde você for
Me queira bem
Durma bem
Meu Amor…
Eu posso falar
Da tarde que cai
E aos poucos deixa ver
No céu a Lua
Que um dia eu te dei…
Pra brilhar
Por onde você for
Me queira bem
Durma bem
Meu amor…
Durma bem
Me queira bem
Meu Amor…
A Lua que eu te dei!



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