“Enquanto os três conversavam, batidas na porta do quarto os distraiu, Felipe foi abrir pensando ser da polícia ou da Universidade, para a surpresa de todos, em pé na porta do quarto de Adriana no hospital em Massachusetts, estava aquele par de olhos ansiosos brilhando ao encontrar o olhar castanho da contadora.”

— Mariana!
O sorriso da índia parecia iluminar o lugar depois de encontrar Adriana viva e bem em sua frente, a emoção de reencontrar a morena tomava conta de seu peito, o coração acelerado e o arrepio no corpo denunciavam seu estado de êxtase.

— Oi. – não conseguia falar –

— Mari. – abria os braços com dificuldade –

Mariana correu e se aninhou no abraço de Adriana, sentou ao seu lado e acomodou a cabeça no pescoço da contadora. O choro era compulsivo, soluçava enquanto lágrimas rolavam em silencio no rosto de Adriana, Mariana apertava a outra como se quisesse ter certeza que era ela que estava ali, de carne e osso.

— Ai Mari, não aperta muito não que eu estou um pouco avariada. – seu uma risadinha –

— Desculpa meu amor, é que eu tive tanto medo! – seu olhar era de alivio – Eu queria ter certeza que é você que está aqui mesmo.

— Eu também tive medo. – sorriu – Sou eu mesma.

Mariana levou sua mão até o rosto de Adriana e fez um carinho de leve, a morena retirou a máscara de oxigênio que ainda usava e puxou Mariana pela nuca para um beijo apaixonado, deixando Felipe e Renata sem ação. As duas mulheres selavam ali o seu amor, Mariana e Adriana estavam enfim unidas por seus corações, ela conquistou a contadora pelo seu carinho e atenção, pela atitude de demonstrar a vontade de ficar com ela.

Quando o beijo cessou, as duas se olhavam era admiração e encantamento, o desejo de viver os momentos que a vida reservava para esse relacionamento, e a dádiva de ter a segunda chance para vivenciar isso.

Mariana recolocou a máscara em Adriana e beijou sua testa.

— Eu acho que você não pode tirar isso ai.

— Foi por uma boa causa. – sorria –

— Eu vou até a máquina de café, vocês querem alguma coisa? – Felipe dizia querendo sair do quarto para deixar as duas sozinhas – Vem comigo Renata?

— Sim, eu vou. – balançou a cabeça —

Adriana apenas piscou para o irmão, depois de ficarem sozinhas no quarto, Adriana tentava encontrar forças para falar.

— Quando você chegou? – respirava com dificuldade ainda –

— Ontem a noite. Eu não aguentei ficar lá no Brasil esperando notícias, eu tinha que vir esperar por você aqui.

— Como você sabia que eu ia voltar?

— Eu não sabia. – balançou a cabeça – Mas eu tinha que acreditar.

— Eu senti muito medo de não ter a chance de te conhecer melhor – tossia – eu tive medo de morrer sem tentar ser feliz com você.

— Eu também, eu senti medo de passar o resto da vida pensando em como seria nossa vida juntas. E eu não quero perder a oportunidade de ter você novamente.

Adriana fazia força para puxar o ar, estava cansada de falar, Mariana fazia um carinho na morena, seus olhos brilhavam de tanta paixão, ter Adriana em seus braços novamente era tudo o que Mariana precisava.

— Você está onde?

— Eu estou no apartamento da minha prima em Nova Iorque. Por isso não vim aqui ontem. Eu cheguei à noite, ela me deu a notícia quando eu desembarquei no aeroporto, nós ligamos pra cá e informaram que você estava sedada. Eu resolvi vir hoje e te encontrar acordada.

— Você é maravilhosa. – sorria –

Adriana pensava que encontrara a sorte grande, Mariana atravessou o continente para encontra-la. Quanta diferença entre ela e Ana Paula, tudo o que ela esperou que Ana Paula fizesse no ano anterior Mariana estava fazendo, a índia conquistava a confiança da contadora com as atitudes e não com palavras que o vento levava sempre que Ana encontrava com Gisele.

Se repreendeu por pensar em Ana Paula, decidiu se entregar a um novo amor, um relacionamento de verdade com Mariana, ela que lhe daria a estabilidade que ela tanto gosta de ter.

— O que aconteceu lá Adriana?

— Longa história! – tossia —

— Consegue me contar devagar? – fazia carinho em seus cabelos –

— Acho que sim.

Adriana relatou com dificuldades o que aconteceu no cativeiro, Felipe e Renata chegaram no momento que ela contava como conseguiu escapar, o susto com a casa em chamas, como ela conseguiu carregar a Emily até o quintal, o terror ao ver o corpo sem vida de Ryan despencando do teto. Em alguns momentos Adriana parava de falar para respirar e a emoção tomava conta de seus olhos.

O tempo inteiro Mariana segurava sua mão, acariciava seus cabelos, fazia algum tipo de carinho como se quisesse eternizar aquele reencontro e arrancar a tristeza de seu peito.

— Felipe, ele está morto mesmo? – perguntava sobre Ryan –

— Sim Drica.

— Eu não queria matar ele, Lipe. – voltou a chorar – Eu juro que eu ia voltar, mas eu não consegui. Ele caiu com o chão. – já estava com dificuldades para falar novamente –

— Adriana, se acalma, você não pode fazer esforço, não chore, nós sabemos que se você pudesse teria salvo ele também.

Nesse momento o médico entrou no quarto, e avistou a comitiva que estava acompanhando Adriana, e a morena com dificuldades de respirar.

— Olá senhora heroína! – abria um enorme sorriso—

— Oi.

— Boa tarde a todos.

— Boa tarde. – todos responderam —

— Eu estou vendo que você está cansada, andou falando muito? – olhava para os ocupantes do quarto –

— Só um pouco. – tossia – Era muita saudade. – sorriu –

— Eu acredito, mas você não pode fazer esforço, eu proibi a entrada da policia hoje para você descansar. Então, meu conselho é que você faça isso. – pegava o prontuário e olhava –

— Você deve ficar em observação por mais um ou dois dias, e então eu te libero.

— Doutor e Emily?

— Ela está se recuperando assim como você, com mais dificuldade, ela ficou muito mais tempo exposta ao fogo e inalou mais fumaça, mas no geral ela está bem.

— Obrigada.

— Agora um de vocês pode ficar, os outros eu vou convidar a sair, ela precisa de descanso.

Os três se olharam, e Felipe mesmo com muita vontade de ficar se ofereceu para voltar para o hotel e deixar Mariana com a irmã, elas tinham muito que conversar.

— Eu posso deixar vocês ai, se você quiser Mariana.

— Eu fico sim, claro, não tenho hora para voltar para Nova Iorque. – ainda segurava a mão de Adriana –

Todos se despediram e Felipe e Renata saíram do hospital deixando Adriana aos cuidados de Mariana. No pátio, os dois estavam sem jeito. Cansados de dormir encolhidos no quarto do hospital, ambos precisavam de um café.

— Felipe, eu preciso de um café, você me acompanha?

O rapaz pensava se aquele convite levaria a outro nível, mas foi impossível recusar, a atração que ele sentia era maior que sua razão.

— Eu vou sim, eu também estou precisando de um café bem forte.

Os dois caminharam pelo quarteirão atrás de uma padaria ou uma cafeteria, encontraram dois quarteirões depois e se acomodaram, fizeram seus pedidos e ficaram ali, apenas em silencio, um silêncio que gritava entre os dois, que pedia para ser quebrado. Ninguém sabia como nem quando começar.

— Que bom que ela está bem. – Renata que quebrou o impasse –

— Sim, é maravilhoso ter Adriana de volta. – sorria –

— Felipe, eu quero te pedir desculpas, eu não deveria ter te beijado.

— Tudo bem, deixa pra lá. – olhava em todas as direções menos para Renata –

— Você não está bravo? – perguntava com medo –

— Eu não, fica tranquila. – Bravo? Eu deveria te agradecer, que beijo bom! – pensava o rapaz –

E assim o silêncio reinou novamente levando cada um para o seu universo particular.

**************

Adriana curtia os carinhos e cuidados de Mariana, ela estava adorando aquele mimo. A arquiteta não saia do seu lado. Nem nos momentos que Adriana cochilava por causa dos medicamentos.

O celular de Mariana tocou, ao olhar o visor viu o nome de Paula.

— Tem alguém aqui que vai ficar feliz em falar com você. – deu o aparelho para Adriana –

— Alo. – sorria –

— Mariana, Por que você não atendeu esse telefone? – uma pausa – Espera ai, Adriana?

— Oi Paula. – olhava para a índia rindo –

— Minha nossa! Adriana! Gente é a Drica!

Adriana podia ouvir o barulho no escritório das meninas correndo para ficar perto do telefone.

— Coloca no viva voz Paula. – Alessandra pedia –

Paula colocou no viva voz e Adriana também.

— Menina, eu tinha certeza que eu tinha ligado para o celular de Mariana! Eu liguei errado?

— Não Paulinha, você ligou certo. É o celular de Mariana. Ela está aqui.

— O que ela está fazendo ai? – perguntava espantada –

— Pergunta pra ela, está no viva voz.

— Eu não disse que ela tinha ido atrás da Drica! – Alessandra se gabava —

— Oi Paula.

— Mariana, menina! Eu tentei te ligar tanto ontem, por isso que você não me atendeu, você estava ai.

— Na verdade quando você me ligou eu estava no avião, eu vi as ligações hoje de manhã quando estava vindo para o hospital.

— Eu estou bege. – Alessandra dizia – Que lindo! Você atravessou o continente só para ver Adriana!

— Sim. – sorria enquanto olhava para a morena –

— Paula você nunca fez isso por mim. – deu um tapa no braço da namorada –

— Ai Alessandra, você nunca foi sequestrada em outro país. – se justificava —

As meninas riam. Viviane estava quieta até Adriana perguntar por ela.

— Vivi, por que você está quieta?

— Dri, eu sinto muito – a voz falhava – me desculpa. Eu que deveria estar ai no seu lugar.

— Ei. – tossia – Ainda bem que fui eu, eu não aguentaria ficar aqui fora sem saber de você. – sua voz era doce —

— Dri, você está bem? Ele fez alguma coisa com você?

— Eu estou bem, ele não fez nada comigo. Fica tranquila.

— Você está onde?

— No hospital universitário de Harvard. Eu devo ter alta daqui a dois dias, ai ficará melhor para conversar com vocês.

— Ai amiga que felicidade, Mari, cuida dela ai pra gente. – Alessandra gritava –

— Ale, não precisa gritar. Estamos ouvindo bem. – Mariana completou –

— Me empolguei. – ria – Paula balançava a cabeça —

As meninas riam, se despediram deixando várias juras de amizade eterna e o desejo de recuperação para Adriana.

— Ai essas três juntas devem estar fazendo um pandemônio lá no Rio. – Adriana ria –

— Eu aposto que sim.

— E você hein mocinha, o que você fez com o seu trabalho?

— Eu passei pros meus sócios. Terminei o projeto maior e pedi ajuda a eles para apresentar. Tirei alguns dias de férias pra vir para cá, ainda bem que você apareceu logo no primeiro dia, senão eu ia fuçar os Estados Unidos inteiros atrás de você.

— Que valente! – brincava com seus dedos –

— Adriana, eu não quero mais perder tempo com bobagens, eu quero você para mim. Eu quero você ao meu lado. Fica comigo Drica.

— Você está me pedindo em namoro? – tossia —

— Sim, eu estou.

— Eu ainda não estou totalmente liberta daquele amor Mariana. – tentava ser honesta –

— Eu não me importo, eu não posso mais ficar sem você Drica, eu te ajudo a se libertar e se reerguer. Me dê uma chance.

Adriana olhava para a índia, ali em sua frente desarmada, pedindo pelo seu amor, pensou que Mariana atravessou um continente inteiro para ir atrás dela e era ela quem estava ali, não Ana Paula, Mariana merecia essa chance. Merecia uma oportunidade de fazê-la esquecer daquele amor tão ingrato que ainda habitava em seu peito.

— Tudo bem, eu aceito namorar você. – sorriu atrás da máscara –

Mariana só não pulou de alegria porque estava dentro de um hospital, retirou a máscara de oxigênio de Adriana e beijou sua boca. Sussurrou baixinho em seus lábios.

— Minha namorada. – sorriu e devolveu a máscara para a contadora –

— Sua namorada. – entrelaçou as mãos com as de Mariana –

*******************

No brasil, Ana pensava se ligava para Adriana ou se deixava a morena em paz, não sabia qual seria a recepção, se Adriana falaria com ela ou se sofreria com a indiferença da contadora.

Olhava para o celular sobre a mesa, imaginando como seria ouvir a voz de Adriana. Sentia saudades, queria vê-la, mas não saía do lugar, teve vontade de pegar um avião e descer em Harvard. Preferiu ligar para Isadora.

— Oi Ana.

— Oi Isa. Pode falar?

— Eu posso sim, acabei de sair de uma reunião que tomou a manhã inteira, eu estou morta de fome.

— Você sabe se Adriana já falou com as meninas? – brincava com o grampeador sobre a mesa –

— Que eu saiba ainda não. Pelo menos Viviane não comentou. – colocava algumas pastas sobre a mesa –

— Se ela te falar alguma coisa me avisa?

— Ana, por que você não liga pra ela? Pergunta se ela está bem, ela vai gostar de falar com você.

— E se não gostar? Se desligar na minha cara?

— Não acredito que Adriana faria isso.

— Eu não sei. – dizia insegura —

— Você quem sabe, se eu souber de mais alguma coisa eu te falo. Agora eu vou almoçar que eu estou azul de fome.

— Beijos.

— Beijos.

Pensava no que fazer de sua vida, finalmente se deu conta que seu amor era real, era verdadeiro e ele existia dentro do seu peito, amava Adriana com todas as suas forças e agora a morena estava a quilômetros de distância dali. Ela não tinha coragem de largar tudo e ir atrás do seu amor, e Lívia? Como a professora reagiria? Deveria ter pensado nisso antes de pedir a outra advogada para voltar pra ela.

Esfregava as têmporas, estava cansada de fugir, mas não via outra opção naquele momento, precisava colocar as ideias no lugar para depois tomar uma atitude.

*******************

Felipe chegava ao hospital para esperar pela alta de Adriana. Mariana ficou com ela os dois dias que ela permaneceu internada, dormia junto com Adriana na cama apertada do hospital, mas nenhuma das duas se importava. O único problema enfrentado pelas duas foram os pesadelos que Adriana tinha, sonhava com fogo e correntes, acordava no meio da madrugada assustada e chorando. Mariana a acolhia em seu abraço e tentava fazer a namorada voltar a dormir.

Adriana já tinha recebido de volta seus pertences que estavam confiscados pela polícia, e já tinha prestado depoimento, o delegado iria arquivar o caso, como o assassino morreu no incêndio do cativeiro não haveria julgamentos.

Adriana já estava pronta para ir embora, apenas esperava o médico para liberar o seu prontuário. Felipe chegou animado já abraçando a irmã.

— Ai minha irmã, que bom que você vai pra casa. – beijava o seu rosto –

— Eu não aguentava mais ficar aqui, a comida aqui já é horrível, imagina a do hospital.

— Eu que o diga! – completava Mariana –

— Coitada da minha namorada. – ria – Não basta namorar tem que participar. – ria –

— Você vai voltar para o campus? – Felipe perguntava –

— Sim. Eu tenho que recuperar o tempo perdido, são duas semanas de aulas perdidas. – ajeitava os cabelos –

— Tem certeza que você não quer voltar para o Brasil Drica? Deixa isso ai, vamos pra casa. – ele pedia agoniado –

— Não Felipe, eu conquistei isso aqui com muito custo, não vou abandonar assim, não faz sentido.

— Claro que faz sentido, depois de tudo o que você passou. Volta comigo, você agora está namorando, vai deixar uma gata dessas solta lá no Rio? – Adriana beliscou o braço do irmão — Ai. Isso doeu!

— Isso foi pra você não ficar reparando na namorada alheia. – fazia cara de mal –

Mariana apenas ria dos dois, achava bonita a relação entre os irmãos, lembrava muito a dela com Marcos.

— Foi só um comentário, eu não reparo em nada. Mas também eu não sou cego né. – um tapa para ficar diferente – Ai, isso também doeu.

— Eu vou contar pra Luana hein! – apontava o dedo para o irmão —

— Não Drica, pelo amor de Deus, aquela lá então vai me espancar se souber que eu disse isso. – se ela souber do beijo que Renata me deu então, ela me mata – pensava o rapaz.

— Meu irmão é um bobão mesmo, apanha da mulher? Ela vai te dominar hein!

— Vai? Já era Drica. – ria e balançava a cabeça –

— Respondendo a sua pergunta, eu não posso deixar o que eu já comecei.

— Quanto a mim, Felipe, Pode ficar despreocupado, eu vou esperar Adriana voltar, sem aprontar. – segurava a mão de Adriana –

— Eu não duvidei de você, era só uma tentativa de incentivar a decisão dela, — olhou para a irmã — mas como eu te conheço muito bem, eu sabia que não ia adiantar muito. – deu de ombros –

Nesse momento o médico entra para liberar Adriana. Deu algumas orientações e prescreveu um medicamento para ela tomar durante alguns dias. Ao final da conversa Adriana pediu um favor ao médico.

— Você já pode ir pra casa Adriana. – apertava sua mão –

— Doutor, eu gostaria de ver Emily.

— Claro, vamos, eu te levo.

Os três saíram do quarto seguindo o médico, chegando na porta do quarto de Emily a morena viu a garota deitada ainda com a máscara de oxigênio e uma moça ao seu lado. Quando foi vista, Emily deu o seu melhor sorriso e chamou a moça ao seu lado apontando para a porta. Ela levantou da cadeira e foi em direção a Adriana a abraçando apertado. A moça começou a chorar e agradecia a Adriana por ter salvo a vida de sua filha.

— Obrigada, muito obrigada! Você salvou minha filha. – lágrimas rolavam –

Adriana se emocionou também e começou a chorar, olhava para Emily que também estava emocionada, quando a mãe de Emily a soltou levou Adriana pela mão até a cama da filha.

— Oi.

— Oi Brasileira. – Emily sorria –

— Como você está? – limpava as lágrimas com as mãos —

— Eu estou bem, graças a você. – segurou a mão de Adriana –

— Eu só fiz o que precisava para sobreviver. Infelizmente não foi a tempo de salvar a Cindy também. – seus olhos se entristeceram –

— É, só nos resta rezar por elas, para que tenham paz.

— Eu já vou embora.

— Obrigada. – a menina olhava com adoração –

— Disponha. – sorria –

Adriana abraçou Emily e sua mãe, saindo do hospital para voltar à vida. Tinham vários jornalistas na porta de saída esperando por Adriana, a morena se assustou com a repercussão do caso. Ela não queria exposição.

Passou com Felipe e Mariana, que solicitaram a ajuda da segurança do hospital para chegarem até o taxi. O veículo saiu em direção a Harvard deixando todas aquelas pessoas para trás correndo e gritando pedindo por uma declaração.

— Minha nossa, eu não tinha ideia que tinha dado tanto ibope esse sequestro. – dizia assustada –

— Você não tem noção, no Brasil foi uma comoção só, todo mundo só falava no seu desaparecimento.

— Caramba, todo mundo me conhece agora, ainda bem que eu não vou voltar logo, vai dar tempo das pessoas esquecerem o meu rosto.

— É, depois de um tempo todo mundo vai ter esquecido. – Felipe dizia –

— Felipe, e papai? – perguntava com receio –

— Ele está louco para falar com você.

— Ele não está mais bravo comigo?

— Não. Acho que o medo de te perder mostrou a ele que não importa suas escolhas, elas não mudam quem você é. – olhava para trás e encarava a irmã –

— E mamãe?

— Ah aquela lá não deve nem saber que a presidente do Brasil agora é uma mulher, mamãe só vive no mundinho mesquinho dela. – pausou – Eu não ia te contar isso não, mas quando eu falei que o jornal anunciou seu desaparecimento, sabe o que ela perguntou?

Adriana esperou pela resposta.

— Se tinham falado que você é lésbica, dá pra acreditar? Eu estava desesperado, sem saber de você, e ela preocupada se tinham falado da sua intimidade.

Adriana murchou ao lado de Mariana, a arquiteta a abraçou trazendo a morena para junto de si. Fazia um carinho em seus cabelos. Ela não entendia tamanha amargura no coração de sua mãe com relação a ela. Não conseguia aceitar tamanha aversão. Tinha que haver um motivo.

— Mana, não fica assim, ela vai cair na real, e vai parar com essa bobagem, o pai já aceitou quem sabe ele consegue convencê-la.

Adriana apenas sorriu para o irmão, ela ficou muito chateada com a reação de sua mãe, ficar mais preocupada com a sua imagem do que com a sua vida, começou a desconfiar que ela apresentava algum problema mental.

Chegando em Harvard também tinham muitos jornalistas na porta da Universidade, ela pediu que o taxi entrasse a deixando na porta do alojamento. Muitos alunos vieram para vê-la chegando do hospital, quem estava próximo a ela parou o que estava fazendo e bateu palmas, Adriana não estava entendendo nada. Estava sendo tratada como heroína. Ela era extremamente tímida, e não estava acostumada a ser o centro das atenções.

Apertou a mão de Mariana que estava ao seu lado e seu semblante era assustado, Mariana e Felipe a acompanharam para subir as escadas para entrar no prédio. Chegando ao quarto, Adriana sentou na cama e ainda estava sem ação. Renata ainda estava na aula.

— Gente, eu preciso sumir um pouco daqui, isso vai ser um inferno, eu não vou conseguir estudar. – constatava desanimada –

— Adriana, faz o seguinte, vem comigo para Nova Iorque, passa uma semana ou duas comigo no apartamento da minha prima, quando a poeira abaixar você volta. – oferecia Mariana –

— Eu não quero incomodar Mari, sua prima já está recebendo você, vai acolher uma pessoa que ela nunca viu na vida?

— Você é minha namorada, e ela já te viu sim, esqueceu que você agora é famosa? – deu um tapinha no seu braço –

— Ai minha nossa, eu não estou acostumada a isso não.

— Drica, aceita a oferta de Mariana. Já que você não quer voltar pra casa comigo, eu acho que é melhor sair um pouco daqui. – Felipe concordava –

— Pode ser. Eu vou fazer isso sim, eu só preciso falar com o meu orientador. Eu vou fazer uma mochila e separar meu laptop.

Assim foi feito, Adriana juntou algumas roupas, seu laptop e saiu junto com Felipe e Mariana, encontraram o orientador em sua sala e Adriana conversou com ele, imediatamente o senhor de cabelos grisalhos concordou, ele entendia que a morena passou por momentos muito traumáticos e precisava de um tempo para se recuperar.

Adriana saiu a procura de Renata, encontrou a menina em uma aula de introdução ao direito e apareceu na porta para chama-la, Renata ao ver Adriana na porta, deu um berro no meio da aula, o professor a olhou com repreensão, os outros alunos se espantaram. Um cochicho se formou, alguns alunos identificaram Adriana do noticiário.

— Desculpem, eu já volto. – saiu sem graça –

— Adriana! Você está de volta! — a abraçou forte –

— Sim, eu já estou bem. Saí agora a pouco do hospital. – sorria –

— Ai que bom, eu não aguentava mais ficar sozinha naquele quarto.

— Era isso que eu vim te avisar, eu vou ficar um tempo fora até a poeira abaixar.

Renata murchou, ficou desanimada com a noticia, esperava a colega de quarto de volta, pensou até que haveria a possibilidade de a morena não continuar o mestrado.

— Você está desistindo do mestrado?

— Não. Eu vou ficar fora duas semanas até essa notícia acalmar. Tem muitos jornalistas atrás de mim, eu não quero essa exposição toda.

— Você vai ficar aonde?

— Eu vou ficar em Nova Iorque com Mariana. – apontou para a morena –

— Tudo bem. Mas me liga e manda mensagem, não some não tá.

— Pode deixar, eu vou manter contato com você. Eu vou voltar logo. – sorria para a amiga –

Renata olhava para Felipe como se quisesse dizer alguma coisa, mas não disse nada, o rapaz também a olhava com essa mesma vontade, mas evitou qualquer comentário. Adriana abraçou a companheira de quarto e beijou sua testa.

— Renata, obrigada por tudo. Eu soube que você que avisou a polícia e me procurou pelo campus inteiro. Desculpa pelo susto.

— Não foi nada, faria de novo. O importante é que você está bem. – seguravam as mãos –

— Até mais então.

— Até mais. – sorria –

Felipe foi se despedir.

— Eu também estou indo de volta para o Brasil. Obrigado pela companhia enquanto procurávamos Adriana. – dizia sem graça –

— Eu que agradeço. – estendeu a mão para o rapaz – Foi um prazer te conhecer.

— O prazer foi meu. – segurou sua mão e apertou –

Os dois se olhavam, e as mãos não se soltavam, em silencio apenas se encaravam. Adriana que estava ao lado, olhou para Mariana indicando os dois com a cabeça, perceberam o clima que estava rolando entre os dois.

— Felipe é melhor irmos embora.

Finalmente os dois se soltaram. Felipe estava sem graça e colocou as mãos no bolso. Adriana ria do irmão. Se despediu de Renata e saiu com Mariana e Felipe para o seu destino. Felipe ainda passaria mais uma noite no hotel, pois não conseguiu antecipar sua passagem, e Adriana partiu para Nova Iorque, deixando Harvard para trás por duas semanas.

********************

No Brasil, Ana Paula assistia o jornal em casa, o apresentador anunciava a volta de Adriana para Harvard, as imagens mostravam uma Adriana assustada, ainda com curativos nos braços e no supercílio, o olho roxo. Ela viu Felipe ao seu lado e reconheceu Mariana que segurava a mão da morena enquanto entravam no prédio do alojamento. Era a índia que foi em Cabo Frio no carnaval. Estava sozinha em seu quarto, e ficou chateada ao perceber que ela demorou muito para cair na real, e agora era tarde demais, perdeu a oportunidade de ir atrás de seu amor quando outra pessoa fez em seu lugar.
— Hoje de manhã a brasileira Adriana Ferreira deixou o hospital em Massachussets e voltou ao local de onde fora raptada, Harvard a recebeu de braços abertos como heroína. Adriana contou em seu depoimento que o sequestrador, o ex-militar Ryan Taylor, as mantivera acorrentadas e com muita sorte e inteligência ela conseguiu se soltar.
Desligou a televisão desanimada. Abraçou o travesseiro e sentiu um enorme vazio em seu peito, queria que sua vida amorosa tivesse um pouco mais de tranquilidade.

Sentiu saudade de Adriana, queria estar ao seu lado, queria embalar o seu sono, queria abraçar a morena à noite quando ela tivesse pesadelos, mas novamente veio em sua mente que ela perdeu as inúmeras chances que ela teve.

Repensando sua vida ela reconheceu que houve várias oportunidades para ser feliz com sua morena, mas ela desperdiçou todas, por medo e fraqueza, ela perdeu Drica várias vezes, minando o amor da contadora, primeiro com Gisele, no restaurante, no dia do acidente, depois quando Adriana viajou, deixou que ela fosse. Quando a morena voltou, não foi procura-la, já estava com outra mulher. E o pior, disse que não sentia amor.

Como não sentia amor? Sentia tanto que até doía. Sua carne fervia quando ela pensava no corpo macio da morena, aqueles cabelos negros caindo sobre sua pele, as mãos habilidosas que possuía aquele corpo tão delicioso, Ana seria capaz de salivar. Fechou os olhos e ficou lembrando-se de Adriana. Aqueles olhos castanhos que tanto lhe fitaram e tanto a encararam com decepção.

Pensou em sua boca macia, os beijos eram de tirar o fôlego, as línguas se tocando, podia jurar que estava sentindo o cheiro de Adriana no ambiente. Começou a se empolgar e ficar excitada ao lembrar das palavras que Drica sussurrava em seus ouvidos quando faziam amor. Sentia arrepios na espinha. Em sua cama começou a se tocar, suas mãos passeavam pelo seu próprio corpo, sobre a camisola curta colada no corpo que ela usava, estimulava seus próprios mamilos, os deixando durinhos.

Escorregou sua mão pelo tecido fino da camisola, até chegar em suas coxas, segurou a barra e subiu deixando sua pele desnuda, até encontrar seu sexo molhado de tesão massageando com seus dedos sobre a calcinha, não resistiu e afastou o elástico da calcinha pequena e encontrou seu clitóris inchado, pedindo para ser tocado.

Começou a fazer movimentos circulares sentindo um tesão inigualável, a imagem do rosto de Adriana vinha em sua mente, pensava na morena lhe oferecendo um strip tease, podia ver perfeitamente o desejo no rosto da contadora mordendo os lábios enquanto ela tirava sua blusa deixando aqueles seios fartos e durinhos ao seu alcance, ela quase podia sentir o calor da pele de Adriana. Sua imaginação voava até a barriga da outra, enquanto sonhava que Adriana retirava sua calcinha lhe oferecendo aquele sexo quente e molhado. Não se contendo entrou com um dedo em seu próprio sexo e fazia movimentos de vai e vem, Ana se contorcia em sua própria cama, ainda de olhos fechados, se deliciava no prazer que ela mesma estava se proporcionando.

Imaginava que estava fazendo aqueles movimentos no sexo da morena, quando lembrou-se da ultima vez que fizeram amor dentro da dispensa, a intensidade daqueles movimentos, a intensidade daqueles toques a fizeram explodir em um orgasmo libertador, como se fosse com Adriana.

Retirou lentamente o dedo de si, e ajeitou a calcinha e a camisola, ao abrir os olhos e constatar que estava sozinha, se abraçou e virou de lado para chorar o vazio que sentia por não ter mais sua morena para amar. No rádio Michael Bolton embalava o seu choro.

https://www.youtube.com/watch?v=wlUqVGhT5v4
All For Love
The night becomes the dawn
To prove that love goes on
It’s written in the stars and in my heart of hearts
With you is where I still belong
Through every page we turn
Each lesson that we’ve learned
Will finally set us free or bring us to our knees
But love is right and never wrong

CHORUS

We know we can say we gave it all
We gave it all for love
Each step of the way we gave our soul
We gave it all for love. all for love

In silent prayers I pray
What words could never say
To reach into your heart
No matter where you are
To promise we will find a way
To walk the road we’ve known
The road that leads us home
A million dreams
I’ve dreamed in every one I’ve seen
The face of you and you alone

Repeat chorus

A lifetime goes by so fast
For the secrets that remain
Soon the future becomes the past
When I hold you again.
I’m gonna hold you forever

In silent prayers I pray
What words could never say
To reach you through the dark
To reach deep into your heart
And promise we will find a way
As night becomes the dawn
To prove that love goes on
Through every page we turn
Each lesson that we’ve learned
Will finally set us free or bring us to our knees
But love is right and never wrong
we give it all for love
Tudo por amor
A noite se torna em amanhecer
E prova que o amor continua
Está escrito nas estrelas e em meu coração de corações
Que eu ainda pertenço a você
Por toda página que nós viramos
Cada lição que nós aprendemos
Finalmente nos libertará ou nos colocará de joelhos
Mas o amor é certo e nunca errado

Refrão

Sabemos que podemos dizer que nós demos tudo
Nós demos tudo por amor
Em cada passo que demos, entregamos nossa alma
Nós demos tudo por amor. Tudo por amor

Em orações silenciosas, eu oro
O que as palavras nunca poderiam dizer
Para alcançar o seu coração
Não importa onde você esteja
Para prometer que nós acharemos um modo
Para caminhar na estrada que nós conhecemos
A estrada que nos conduz à nossa casa
Um milhão de sonhos que tenho sonhado
Em cada um deles
Tenho visto seu rosto… e você está só

Repete refrão

A vida passa tão rápido
Para os segredos que permanecem
Logo o futuro se torna o passado
Quando eu abraçá-la novamente
Eu vou abraçá-la para sempre

Em orações silenciosas, eu oro
O que as palavras nunca poderiam dizer
Para te encontrar através da escuridão
Para alcançar profundamente o seu coração
E prometer que acharemos um modo
Como a noite se torna em amanhecer
E prova que o amor continua
Por toda página que nós viramos
Cada lição que nós aprendemos
Finalmente nos libertará ou nos colocará de joelhos
Mas o amor é certo e nunca errado
Nós demos tudo por amor

**********

Antero e Catarina estavam na sala, ela estava pendurada no celular com uma amiga e o marido assistia ao noticiário. A apresentedora começou a dar a notícia sobre Adriana.

— Catarina, é Adriana!

A mulher ignorou o marido e continuou ao celular, até que a amiga também lhe avisou que sua filha estava no noticiário, e a felicitou por terem tido a sorte de Adriana ter sobrevivido, ela se despediu e desligou o telefone para prestar atenção na televisão.

As imagens de Adriana chegando com Felipe passavam com a narração do âncora do jornal. Antero sorria emocionado ao ver a filha bem ao lado do irmão. Quando Catarina viu Adriana de mãos dadas com uma mulher ela surtou.

— Mas o que é isso? Que pouca vergonha é essa? Olha ela de mãos dadas com uma qualquer! – colocava as mãos no rosto se escondendo e baçançava a cabeça negativamente — Ai Adriana que desgosto.

— Catarina, pare de falar! Eu quero ouvir a reportagem. Deve ser alguma amiga.

— De acordo com o relato das vítimas, Ryan violentava as meninas antes de matá-las, o local onde elas ficaram presas não tinha aquecimento nem luz, as mulheres dormiam no chão e eventualmente ele levava alguma comida ou água.

— Será que o pessoal do clube vai falar alguma coisa?

— Pelo amor de Deus, Catarina, mas que coisa, é sua filha criatura!

— Só na certidão de nascimento. – disse entre os dentes —

Levantou e deixou Antero boquiaberto no sofá, foi para o quarto e sentou na cama.

— Essa exposição toda não vai dar boa coisa. – pensava alto –

**********

Paula e Alessandra estavam na cozinha quando Viviane chamou as duas.

— Gente, vem aqui ver a Dri, ela está bombando na televisão.

— De novo? O que aconteceu agora? – Paula vinha preocupada –

— Nada, só estão passando que ela voltou pra Harvard mesmo depois do que aconteceu.
— No dia da fuga, Ryan matou Cindy Palmer durante a madrugada e a brasileira aproveitou esse período de distração do rapaz para se soltar de sua prisão e tentar libertar as duas, quando ele voltou e começaram a travar uma luta pela sobrevivência.
— Eu sabia que ela não ia querer vir embora. Ela é muito teimosa! – Paula dizia rodando a colher na mão – Minha nossa, olha o que ela passou.

— Aquilo ali quando empaca é pior que burro. – Alessandra completava –

— Olha o Felipe e a Mari. – apontava para a televisão –

— A casa onde foram mantidas em cativeiro pegou fogo durante a briga e Ryan caiu desacordado, Adriana conseguiu libertar a americana Emily Priest e levou-a para fora da casa em chamas já desacordada. Ryan não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

— Mariana foi atrás do que queria mesmo! Essa ai depois dessa ganhou o coração de Adriana. – constatava Alessandra –

— Eu também acho, Ana Paula perdeu a vez, acho que finalmente a fila andou pra Adriana. – Viviane comentava –

— E você minha ruiva, como está se sentindo com isso tudo? – Paula fazia um carinho nos cabelos de Vivi –

— Que história é essa de minha ruiva? Sua ruiva sou eu. — Alessandra pensava e já fechou a cara, olhava de braços cruzados para as duas. –

Paula sentou no braço do sofá ficando mais perto de Viviane.

— Ah eu estou bem Paula, já desencanei do lance com a Dri, era só uma paixonite mesmo, ela foi a primeira mulher, foi quem matou minha curiosidade, e eu misturei as coisas, eu estou gostando de Isadora.

— Vocês estão se dando bem não é? – Continuava fazendo o carinho na amiga –

— Muito bem. Ela é um amor, tão carinhosa, me leva em lugares da hora, sabe. Eu estou apaixonada. – sorria com o olhar bobo –

— Muito legal, eu fico feliz que você tenha superado tudo aquilo. Adriana te adora, mas não do jeito que você esperava. Eu tinha muito medo de vocês se machucarem com aquela brincadeira de vocês.

— Ah Paulinha, eu até sofri um tanto, mas valeu a pena. – seu sorriso era safado – Adriana é um furacão na cama.

— Menina! – deu um tapinha no ombro da amiga –

— Ai Vivi, eu não quero saber as intimidades de vocês duas. – Alessandra reclamava –

— Desde quando? – Paula colocava as mãos na cintura – Você sempre é a primeira a perguntar tudo.

— É, mas eu mudei. – fazia cara de intelectual –

— Sei.

Viviane ria das amigas. – O que importa é que isso tudo é página virada, eu estou parada na Isa. E vamos terminar essa comida que eu estou azul de fome. – levantou e foi para a cozinha –

Paula também saiu deixando Alessandra parada na sala resmungando sozinha.

— Eu hein. Vê se eu quero esse tipo de detalhe. – uma pausa — Será que Adriana é isso tudo mesmo? – colocava a mão no queixo –

Paula gritava da cozinha. – Vem Alessandra! –

Ale saiu correndo para ajudar no jantar. Estavam todas felizes com a volta da morena para a sua rotina normal. Esperavam ansiosas o término do mestrado, para ter Adriana novamente no Brasil.



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