Carmem dirigiu de volta para casa percebendo todo o corpo desperto. Sentia como se as mãos e a língua de Marcela ainda percorressem a sua pele. Entrou em casa dando graças a Deus por estarem todos dormindo. Correu para o quarto onde tomou um banho rápido. Depois deitou fitando o teto. Seu corpo estava se acalmando, mas sua mente estava uma loucura recordando cada segundo em que esteve com Marcela. Custou a pegar no sono, mas acabou adormecendo.

Marcela, diferente dela, ficou sentada na poltrona onde dantes estivera Carmem. Sorvia uma taça de vinho deliciando-se com os pensamentos voltados para os momentos que viveu com ela. Podia sentir seu cheiro, pois parecia estar impregnado em sua mente, no seu rosto, em todo seu corpo. O que Carmem tinha feito para deixá-la tão consumida daquela maneira? Precisava fazer amor com ela. Por mais medo que Carmem sentisse, agora já sabia que não queria feri-la. Queria que Carmem a desejasse e que lhe oferecesse o mesmo prazer que estava disposta a lhe dar.

No dia seguinte, ao despertar a primeira coisa que Carmem pensou foi em Marcela e no encontro que tiveram. Recordar aquele encontro deixou-a altamente quente. O fato de o seu corpo reagir daquela forma com aquelas lembranças assustou-a. A voz de Marcela soou em sua mente: “Da próxima vez você também vai me proporcionar prazer.” Entendeu muito bem o que quis dizer, Marcela queria ser correspondida. Também não lhe pareceu que ela tenha desejado ser tocada naquele primeiro encontro. Intuiu a ansiedade dela para tocar seu corpo. A forma como a chupou sedenta, afoita, desejosa e com fome, foi mesmo como se já conhecesse e estivesse louca para matar as saudades entre suas pernas. Achou impressionante como ela desvendou-lhe a vagina, como a conheceu sem pressa. Ficou evidente o quanto queria simplesmente levá-la ao delírio do prazer. A intensidade de Marcela etou-a e despertou algo em seu corpo, algo que nunca sentiu e que ao mesmo tempo excitava-a até mesmo por lembrar. O cheiro da pele, o roçar dos lábios quentes, o lamber sensual daquela boca, o som da voz, as mãos delicadas, atrevidas, o jeito dela de tomar posse do seu corpo, a brandura, o desejo contido, sim, a excitação que sentiu queimando-a foi devastadora. Foi o desejo latente em Marcela que a fez excitar-se completamente. Nenhuma estranha com a qual foi para a cama demonstrou desejá-la com tamanha avidez. Ela não precisou confessar que a desejava, sentiu, sentiu de uma maneira inexplicável o quanto a queria. Não recordava de ter ficado após os encontros que teve no passado, assim sentindo a mulher com a qual estivera. Não daquela maneira. Aquelas reações eram completamente novas. Pensava que conhecia todas as emoções, como também as reações do seu corpo, entretanto, percebeu que estava enganada. O que Marcela Alvarez despertou, jamais sentiu antes. 

Carmem dirigiu até o trabalho procurando se convencer de que o que estava sentindo por Marcela era apenas físico. O prazer que sentiu foi abissal. Não percebia como foi capaz de sentir tanto prazer. Não a conhecia e sequer conseguia imaginar sua imagem, e entregar-se daquela forma no escuro, deixar-se levar, aquilo lhe pareceu uma estupidez de sua parte.

Notas da autora: A palavra abissal neste trecho do texto me pareceu mal colocada a princípio, mas depois vi que era ideal, foi isto mesmo que eu quis dizer, abissal de imenso e enorme. É uma palavra que não costumo usar e são tantas palavras saltando na minha mente, mas com o uso dela, experimentei mais forte a sensação do prazer que Carmem vivenciou. 

Quando entrou em sua sala na empresa, Carmem chamou a secretária.

Solange entrou com o bloco de anotações na mão.

        – Esqueça as anotações, quero outra coisa de você.

        – Certo. O que deseja?

Solange perguntou solicita.

        – Consiga uma foto de Marcela Alvarez, por favor.

        – Ouvi dizer que ninguém nunca a viu.

        – Como nunca a viram? Ela vai trabalhar todos os dias. Algum repórter deve ter alguma foto. Uma mulher tão importante, isto é impossível! Os jornais estão sempre noticiando sobre as viagens e negócios que ela faz, procure que vai você encontrar.

        – Vou ver o que posso conseguir.

        No fim da tarde, quando Solange entrou em sua sala, Carmem ficou ouvindo admirada enquanto ela explicava o que o pessoal da imprensa tinha informado.

        – Ninguém nunca a viu. Já cercaram a casa dela, fizeram de tudo e nada. Só anda em carro de vidro fume. Tentam abordá-la no aeroporto e ela desaparece como por encanto. Tem repórter que passa os dias na caça dela.

        – Mas…

Carmem calou-se surpreendida.

        – Quer saber as coisas que ouvi sobre ela?

        – O que você ouviu?

        – Dizem que ela tem o rosto todo deformado.

        – O rosto todo deformado? Tem certeza que ouviu exatamente isto?

        – Tenho sim! Outros afirmaram que tem uma doença rara que provocou a queda dos cabelos e feridas que se espalharam por todo seu corpo. Vive cercada de lobos assassinos no casarão onde mora. Dizem que manda cortar cabeças. Os empregados tremem de medo só de ouvir o seu nome, ainda mais a sua voz. 

        – Mais alguma coisa?

Carmem perguntou olhando-a sem disfarçar o deboche.

        – Vive no escuro e afirmam que só se veste de preto. Arrasta-se pelas sombras, tipo aqueles monstros dos filmes de terror que vemos na televisão. Sabe? 

        – Pelo amor de Deus, você só pode estar brincando!

        – Não, é sério mesmo! Um jornalista confidenciou-me que ela é uma vampira e, acredite, dorme em um caixão.

Solange contou admirada.

        – Claro, onde mais uma vampira poderia dormir?

Carmem perguntou começando a rir.

        – Exatamente! Não acha assustador? Do que está rindo?

        – Assustador? Se fosse verdade, talvez. Estou rindo da situação toda.

        – Acha que não é verdade? Recebi essas informações de jornalistas sérios.

        – Eles admitiram que nunca a viram pessoalmente, correto?

        – Correto!

        – Eu nunca vi um lobisomem, você já viu um?

        – Eu não!

        – Já viu uma mula sem cabeça?

        – Claro que não, nem acredito nestas coisas!

        – Então porque está acreditando nos absurdos que te contaram sobre Marcela Alvarez?

        – Eles passaram com muita confiança essas informações. Eu não falei que acredito, só estou repetindo tudo que apurei. Só não nego que fiquei assustada.

        – Tudo bem. Tem mais alguma informação?

        – Também contaram que é uma bruxa…

        – Pode deixar, já estou satisfeita.

Respondeu apontando a porta.

        – Pode ir. Obrigada, Solange.

Solange saiu deixando Carmem mais ansiosa, andando pela sala pensativa. Que loucura coletiva era aquela? Seria possível que todos acreditassem mesmo naquelas fantasias? Marcela não tinha o rosto deformado e nem feridas pelo corpo. Não lhe faltava nenhum fio de cabelo na cabeça. Também não se arrastava, andava normalmente como qualquer ser humano. Não tinha feras e sim dois cachorros bravos. Não era uma vampira porque se fosse teria bebido todo o seu sangue. De onde teriam saído tantas asneiras?

Passou a mão pelos cabelos agitada. Estava com fome. Saiu de casa sem comer nada.

Olhou para o relógio dando-se conta que já passava das três. Pegou a bolsa descendo rapidamente para o restaurante mais próximo. Sentou pedindo um prato que apreciava. Sentia-se animada por não ter perdido a fome.

Estava distraída comendo, quando seus olhos caíram na mulher que vinha na direção da sua mesa. Estava toda de preto e os olhos ocultos por óculos escuros. Andava com uma sensualidade impressionante. O corpo escultural deixou Carmem surpreendida. Passou ao lado da mesa seguindo para o toalete feminino. Carmem voltou o rosto acompanhando o movimento sensual daquele corpo até desaparecer pela porta.

        – Nossa!

Suspirou retornando a comer com um sorriso nos lábios. Por que Marcela Alvarez não era como aquela mulher? Se fosse tudo séria mais fácil.

Voltou para a empresa, pois ainda tinha alguns documentos para liberar antes de ir para casa. Solange avisou que tinha uma ligação. Girou a cadeira na direção da janela enquanto atendia. Seus olhos acompanharam um helicóptero que passava sobrevoando baixo sem muito interesse. 

        – Alô?

        – Carmem?

Sentiu o sangue correndo mais rápido nas veias, ajeitando o corpo na cadeira. Que voz que ela tinha. Lembrou-se daquela voz sussurrando em seu ouvido na noite passada. Apertou o aparelho respondendo atenta.

        – Sim. Sou eu.

        – Quero te ver hoje.

        – Hoje?

        – Vai começar a ficar ocupada?

        – Não, claro que não. Só me pegou de surpresa.

        – Melhor que não comece mesmo.

Marcela acrescentou sorrindo satisfeita.

        – Não poderia ser em outro lugar?

        – É normal temer o desconhecido, Carmem.

        – Não, não é isto. Só achei a sua casa muito sinistra.

        – Sinistra? Vamos Carmem, você não acredita nas bobagens que falam sobre mim. Achou que estava tocando em um monstro ontem quando acariciou o meu rosto? A minha língua lambendo sua boca, enfiando-se pela sua orelha, minha boca entre suas pernas, minhas mãos nos teus seios, o seu gozo…

        – Oh, por favor!

        – Não percebi acanhamento em você ontem. Agora vai fingir que ficou acanhada?

        – Não. De maneira nenhuma.

        – Devo acreditar? O que parece é que ainda está morrendo de medo.

        – Não estou.

Carmem respondeu baixo.

        – É mesmo? Estou tentando acreditar. Espero você à noite.

        – Pode esperar.

Carmem desligou o telefone lembrando-se dos momentos passados com ela. Será que desta vez iria querer levá-la para a cama? Balançou a cabeça voltando ao trabalho totalmente perturbada.

À noite, os cães não apareceram quando Carmem desceu do carro. Achou curioso como percorreu com mais segurança e rapidez o caminho que a levou até o alto da escada. Seguiu as luzinhas até entrar no cômodo onde tinha estado na noite anterior. Seria mesmo um quarto? Naquela escuridão enervante não sabia de nada ao certo. Aquela situação mexia com seus nervos. Uma casa estranha e escura, uma mulher misteriosa que não conseguia ver e um silêncio irritante que a fazia se sentir cada vez mais impotente. Era fato que estava nas mãos dela, justamente por isto se sujeitava às suas regras, mas até quando teria estrutura para seguir com aquilo?

Não a ouviu aproximando-se, mas sentiu o hálito dela junto de seu rosto. A boca escorregou por sua pele, passando lentamente pelo canto dos seus lábios. Era isto que a sufocava, como ela podia enxergar tão bem naquele breu, quando mal via uma um vulto à sua frente?

        – Sabe onde estamos?

Marcela perguntou.

        – Não sabia nem que você estava aqui.

        – Não sabia que eu estava aqui? Pensou que eu iria me esconder para te dar um susto?

Marcela perguntou lambendo a orelha de Carmem.

        – Não pensei em nada.

Carmem respondeu arrepiando toda.

        – Pensar você pensou, mas não vai me contar, não é?

        – Claro que não.

Era o que faltava, contar seus pensamentos para ela.

Marcela pegou a mão de Carmem guiando-a por um corredor. Acendeu uma lanterna mostrando uma cama de casal.

        – Seu quarto?

Carmem questionou olhando para a cama de casal que Marcela iluminava com a lanterna.

        – Nem sempre. Viu como foi fácil chegar até aqui? Deita comigo.

        – Fácil é para você que enxerga no escuro como os morcegos.

Puxou Carmem com suavidade para os seus braços deitando com ela. Na cama, se afastou começando a se despir. Carmem ficou quieta esperando.

        – O que faz quando leva uma mulher para a cama?

Marcela perguntou num tom meigo.

        – Não entendi sua pergunta.

        – O que faz antes de transar?

        – Tiro a… Roupa? Sim, eu sei, só achei que você preferia me despir.

Carmem explicou confusa.

        – Quero vê-la se despindo para mim. Tire as suas roupas, por favor.

Carmem sempre se sentiu extremamente incomodada quando precisava tirar a roupa diante de uma mulher estranha. Achava desconfortante ser observada, analisada, totalmente avaliada dos pés à cabeça. A mulher podia pensar inúmeras coisas, poderia achá-la feia, sim, talvez a achasse magra, embora não fosse exatamente magra. Tinha coxas firmes e curvas acentuadas, mas não era fofinha, achava seu corpo certinho, mas o que achava, outra mulher poderia não achar. A beleza física era uma ilusão que só aos olhos agradava.

Tirou a roupa tendo consciência de que Marcela estava assistindo pacientemente. Ela seria mesmo tão paciente? Ao menos era calma. Aquilo a deixou um pouco mais confortável.

Quando terminou, as mãos de Marcela começaram a tocar seu corpo. Segurou as mãos de Carmem colocando sobre seus seios.

        – Vamos, conheça-me melhor. Saberá se sou o monstro que afirmam.

Marcela pediu num tom íntimo.

Será que alguma pessoa conseguiria ficar fria naquela situação? Carmem perguntava-se enquanto acariciava os seios dela de forma mais íntima.

        – Ahaaa…

Os dedos de Carmem percorriam os mamilos sentindo como estavam eriçados. Ela realmente estava bastante estimulada. Marcela também acariciava os seios dela.

Os gemidos loucos de ambas se misturaram. Estavam de frente uma para a outra se acariciando mutuamente.

        – Quando fechamos os olhos e tocamos a pele, podemos ver com as mãos. Podemos sentir o cheiro. Se você imaginar poderá sentir tudo. Olhe para mim.

Marcela pediu erguendo o rosto dela.

        – Estou olhando.

Carmem respondeu pensando que ela era louca. Pediu para olhar para ela naquela escuridão. Estava olhando e só via seu vulto.

        – Me vê?

        – Hã, não…

        – Eu sei, mas me sente.

Sussurrou agarrando as pernas dela puxando-a mais para perto de seu corpo. Assim com as pernas abertas sentiu-a deslizando os dedos pelo seu sexo com extrema sensualidade.

        – Ah… Aiiiiii…

        – Isso é uma loucura.

        – É sim e eu vou te comer, Carmem.

Carmem sentiu os dedos deslizando dentro da buceta entreabrindo mais as pernas. Estava se oferecendo para ela, sabia e estava adorando ser comida. Não pensou em outra coisa se não gozar com ela o dia todo. Que loucura era aquela? Seu corpo se dava e não resistiu, buscando a buceta dela tomada pela avidez do desejo. Estremeceu quando percebeu o quanto ela estava excitada. Há quanto tempo não fazia sexo? Só deu-se conta do quanto sentia falta de comer uma mulher enquanto entrava e saía daquela buceta gostosa. Todo o sexo casual que tinha feito até aquele momento não superava o que estava vivendo e sentindo. Com Marcela também não era apenas sexo casual? Achava que sim, mas aquele prazer não se igualava. Marcela a envolvia de uma forma que não sabia explicar. Nem sabia como ela era e estava adorando o que estavam fazendo.

Fechou os olhos deixando o corpo sentir todo o prazer que Marcela lhe dava. Ficaram assim até gozarem intensamente.

        – Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…

        – Ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo…

Marcela tombou a cabeça sobre o ombro dela relaxando. Algum tempo depois se afastou acendendo dois cigarros. Entregou um para Carmem perguntando meiga.

        – Por que fala tão pouco?

Carmem tragou olhando atentamente para a brasa do cigarro à sua frente.

        – Não pensei que estava aqui para falar.

        – Ah, então você pensa que está aqui só para transar?

        – Eu não penso muito. Só sei que você quer transar comigo.

        – Sim e você adorou me comer.

        – Não estou negando nada.

        – Nem está admitindo.

        – Por que está tendo essa conversa comigo?

        – É normal conversar depois do sexo.

        – Sim, com uma namorada, mas não somos. Estou aqui porque você me obrigou a ser sua amante.

        – É verdade, não pensei em te pedir em namoro só para transar com você. Deveria ter pedido?

        – Sou mesma obrigada a ouvir isto? Nem sei como não colocou a música “Je taime moi non plus.” Só faltou isto!

        – Por que eu colocaria essa música? Não estou te entendendo.

        – Não é o que você gosta, de gemidos? Criou este ambiente só para me seduzir? Porque se foi, escuridão não me dá tesão.

        – Você não reclamou quando estava gozando.

        – Todo mundo tem necessidades fisiológicas. Não sou diferente de ninguém. Se não percebeu ainda, não estou aqui porque quero!

        – Então você me odeia? Confessa.

Marcela a provocou segurando-se para não rir.

        – Não sei.

        – Talvez não. Acho até que você tentou no início, mas não conseguiu cultivar o ódio.

        – Não costumo odiar ninguém. Quer que eu seja diferente te odiando? Não perca seu tempo. Uma coisa é eu estar aqui e aceitar o sexo, outra é permitir que você se meta no que eu sinto.

        – Não precisa se inflamar. De qualquer maneira, se optar por me odiar será você a carregar o ódio.

        – O que eu venha a sentir também não te diz respeito.

        – Não diz mesmo. Eu gosto de ver como você é dedicada à sua família.

        – Deixa a minha família fora disto.

Carmem pediu agitando-se.

        – Não é por eles que está aqui?

        – Não só por eles, também pelas dívidas, pela conta do hospital e pela empresa.

        – Tudo bem.

Marcela sorriu acariciando a perna dela suavemente.

        – Você já fez sexo casual antes. Não é a primeira vez, eu sei.

        – Não pode saber e muito menos quero falar sobre a minha intimidade.

Carmem respondeu disfarçando a surpresa por ouvir aquilo. Como que ela sabia?

        – Eu sei por que é natural, também sou mulher. Concorda?

        – Bobagem! Onde está o cinzeiro?

Marcela passou para ela apagando os cigarros que chegaram ao fim.

Carmem suspirou virando o rosto para a parede.

        – Fica curiosa tentando saber como eu sou?

Sem querer admitir, Carmem voltou o rosto na direção dela respondendo contrariada.

        – Não vou negar que fico.

Admitiu suspirando. Não conseguia evitar a curiosidade que sentia de ver como ela era.

        – Você é cega, não é, Marcela?

        – Por quê? Se eu for vai perder a vontade de transar comigo?

        – É só uma pergunta.

        – Uma pergunta tão ingênua não necessita de uma resposta.

        – Por que ingênua? As pessoas te descrevem como um monstro e já percebi que fisicamente você é completamente normal. E sim, você poderia ser cega. Minha pergunta não foi ingênua. Isso que você está fazendo comigo parece um jogo.

        – Não é um jogo. Sabe o que é melhor nos seres humanos? Não conseguimos controlar o nosso desejo. Você gostaria de ficar fria, adoraria até não se excitar comigo. Seria uma forma de me castigar. Amaria se o seu corpo não correspondesse aos meus toques. Admita.

        – Está louca…

Carmem rebateu sorrindo sufocada. Como ela percebeu que foi aquilo mesmo que planejou fazer sem sucesso?

Marcela riu comentando sugestiva:

        – Relaxa, não vamos brigar. Veja como eu estou.

Pegou a mão dela colocando em seu sexo novamente.

        – Estamos aqui para sentir prazer.

        – Ooooo…

Carmem gemeu involuntariamente. Seus dedos deslizaram pela buceta sem que pudesse se controlar. Marcela empurrou-a até que se deitasse. Carmem voltou a procurar pela buceta dela sentindo Marcela entrando na sua. Sentia a respiração dela próxima da sua boca. Procurou-lhe a boca desesperada por um beijo, mas Marcela virou o rosto para evitá-lo. Ela afastou-se descendo com a boca roçando o corpo de Carmem sensualmente. Chegou ao sexo abrindo as pernas delicadamente. A boca perdeu-se na buceta quase levando Carmem ao delírio até fazê-la gozar.

        – Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…

Rápida, deitou-se sobre Carmem pedindo em seu ouvido.

        – Me toca.

Carmem tocou-a excitando-se mais com o pedido. Deslizou os dedos dentro da buceta encharcada sentindo Marcela rebolando desvairada contra seu corpo.

        – Fale coisas no meu ouvido. Adoro ouvir.

Marcela pediu a ponto de gozar. Carmem não fez a vontade dela. O que fez foi abocanhar o biquinho de um dos seios que sentiu roçando seu rosto enquanto ela subia e descia o corpo. O dedo chegou ao clitóris agradando-o com carícias deliciosas até sentir o corpo dela estremecendo todo.

        – Oh… Ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo…

Quando Marcela gozou Carmem fugiu do seu corpo.

Sentou na cama pegando as roupas vestindo no escuro sem reclamar. Quando terminou ela estava sorrindo roucamente ao seu lado.

        – Por que toda essa pressa?

        – Não é pressa. Você ainda não terminou?

        – Se você ficasse mais um pouco podíamos ter mais prazer.

        – É o que eu tenho que fazer? Ficar mais tempo?

Marcela não gostou do tom de voz dela ao questionar sobre aquele fato.

        – Já percebi que está louca para ir embora. Que seja. Agora você viu como a gente se acostuma fácil? Encontrou as suas roupas sem a minha ajuda.

        – Sim, encontrei. Obrigada por não me obrigar a passar a noite aqui.

        – Obrigar? Se fosse o caso não te obrigaria. Você não tem vindo aqui obrigada. Vem com as suas próprias pernas.

Carmem se ergueu suspirando sem responder.

        – Estou pronta para ir embora.

        – Boa noite, Carmem!

Marcela respondeu sem se mover.

        – Não vai me levar até a porta?

        – Não. Precisa começar a conhecer os meus caminhos.

        – Então… Vou indo.

        – Vá. Boa noite!

        – Boa noite!

Assim que Carmem deixou o quarto, Marcela permaneceu deitada ouvindo os passos se distanciando. As palavras dela voltaram na sua mente: “Obrigada por não me obrigar a passar a noite aqui.” Seria delicioso dormir com ela. Amou até o fato de pensar sobre aquilo. Ninguém mandou Carmem tocar naquele assunto. A culpa era dela se lhe deu uma ideia maravilhosa.

Continua…



Notas:



O que achou deste história?

2 Respostas para Capítulo 4.

Deixe uma resposta

© 2015- 2017 Copyright Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a expressa autorização do autor.