Quando Carmem entrou em casa a mãe estava à sua espera. Não negava que vinha evitando ter aquela conversa com ela. Sabia o quanto devia estar curiosa. Ela não era a única, afinal, todos tinham curiosidade quanto a Marcela.

Parou fitando-a com um sorriso.

        – Mãe? Boa noite! Ainda está acordada?

        – Boa noite! Estou sim, estava a sua espera. Não acha que temos que ter uma conversa? Encontrou-se com aquela mulher e não vai me contar como foi?

        – Prefiro não falar sobre este assunto, mãe. Até amanhã!

Respondeu subindo rapidamente para o quarto fechando a porta. A mãe apareceu em seguida entrando sem bater.

        – Estou morta de cansada. Só quero descansar.

        – Imagino que deve estar mesmo cansada depois de alimentar o desejo torpe daquela mulher. Estava transando com ela não estava?

Carmem despiu-se sem olhar para a mãe. Depois sentou na cama pensando no que iria falar. A mãe sentou ao seu lado procurando os seus olhos.

        – Não vai me contar como ela é?

        – É só mais uma mulher.

        – Não tente me enganar, e as coisas que dizem dela? Tem mesmo cicatrizes?

        – São bobagens, não tem nada.

Carmem respondeu sorrindo sem querer sorrir. O que falavam sobre Marcela era tão absurdo e inconcebível que mal podia acreditar na capacidade que as pessoas tinham para inventar infâmias sobre quem não conheciam.

        – Tem certeza disto?

        – Tenho.

        – O que ela fez com você? Vocês transaram? Como foi para você?

        – Por favor, mãe!

        – Carmem? Eu sou a sua mãe, não me esconda nada. Fez sexo com ela não fez?

        – Ah, mãe, só me faltava essa.

        – Só faltava nada! Fez ou não fez?

        – Claro que fiz! Sou amante dela, já se esqueceu? É para isto que ela me chama, para transar! Não me sinto confortável falando sobre este assunto com a senhora. Agora me deixe dormir, por favor. Boa noite!

        – Mas…

        – Não estou vivendo uma história de amor. Colabore poupando-me de perguntas íntimas.

        – Está bem. Boa noite, filha!

A mãe saiu sem ouvi-la respirando resignada. Não queria falar sobre Marcela. Ainda mais, o que poderia contar? Que não conhecia seu rosto? Que se encontravam no escuro? Como explicar que estava participando de algo surreal? Contar que transar com ela era bom? Que tinha orgasmos, orgasmos que estava adorando? A mãe não entenderia. Dificilmente alguém entenderia. Estava vivendo uma loucura sem explicação.

Tomou um banho jogando-se na cama esgotada. Começou a lembrar dos momentos vividos com Marcela. Não podia negar que a cada vez que a encontrava se sentia mais vibrante. O corpo dela devia ser bonito, não o via, mas sentia. Que importância teria se era feia agora que sentia tamanha vontade de transar com ela? Engraçado conhecer um corpo só pelo toque. A pele dela era deliciosamente macia. Por que não a beijava? Estava sentindo falta de beijos. Que gosto teriam os lábios dela?

Suspirou rolando na cama. Por que estava pensando tanto nela? Não podia se envolver. Aquilo deveria ficar apenas no âmbito sexual. Será que Marcela iria exigir que fosse fiel a ela?

No dia seguinte desceu mais animada para o café da manhã. Sentou percebendo a expressão estranha do irmão. Olhou para ele confusa vendo-o abaixando a cabeça para a torrada com geleia que estava comendo.

        – Bom dia! O que aconteceu? Por que está com essa cara esquisita?

Carmem perguntou desconfiada.

        – Você vai se irritar quando souber.

        – Eu? Nem sei o que aconteceu, fale logo. Já estou me acostumando com as más notícias.

        – Eu bati o carro ontem.

Carmem abriu a boca chocada.

        – Você se machucou? Como foi que isto aconteceu?

        – Estava fazendo racha com os meus amigos e sabe como é, entrei mal numa curva.

Explicou sorrindo divertido.

Carmem virou mais café na xícara falando enquanto o olhava fixamente.

        – Dê graças a Deus por estar vivo! Não vejo onde está a graça! Você sabe que fazer racha é ilegal, não é?

        – Deixa de ser antiquada, Carmem! Todos os meus amigos fazem e acidentes acontecem a todo instante. Dá para contar nos dedos quem ainda não capotou.

        – E daí? O que você quer? Aplausos? Uma hora dessas poderíamos estar no seu funeral.

        – Mas não estão! Estou aqui são e salvo como pode ver. O problema foi o carro que acabou. Deu perda total, por isto mamãe me mandou falar com você.

        – Falar comigo por quê? Fui eu que capotei o carro? É isto que dá achar que é um piloto de Fórmula 1. Agora não posso fazer nada por você, muito menos pelo seu carro, coitadinho dele!

A mãe entrou neste momento. Beijou os dois sentando, servindo uma xícara de café.

A ficha de Carmem caiu neste instante. Encarou o irmão questionando admirada:

        – Você está achando que eu vou te dar outro carro?

Olhava para o irmão e para a mãe sem acreditar que era exatamente aquilo que esperavam dela.

        – Por que não? Carros acabam e você está cheia da grana! Qual que é?

O irmão respondeu num tom arrogante.

        – Quer outro carro para destruí-lo também? Qual que é digo eu!

Explodiu nervosa.

        – O que está pensando da vida? Se você acha que tem idade para dirigir deveria começar a trabalhar para comprar um carro novo! O tempo que ganhava tudo de mão beijada acabou!

        – Você não é meu pai nem manda na minha vida!

Ele rebateu empurrando a xícara irritando-se com Carmem.

Carmem explodiu soltando os bichos irritada pelo fato do irmão achar que comprar um carro era praticamente uma brincadeira. Ainda mais no caso dele que não tinha a menor responsabilidade.

        – Muito menos sou a sua mãe, seu desaforado! Papai está vegetando naquele hospital e as coisas mudaram. Eu nunca entendi como ele pode te dar um carro sabendo que você é menor de idade. Nós quase perdemos tudo que tínhamos. Faz ideia de quanto estávamos devendo? Quando cheguei aqui estávamos a um passo de perder a empresa e ainda estou tentando salvá-la. Vocês mal tinham o que comer nesta casa! Sou alguma idiota para você? Sou? Homem folgado para mim é o fim!

        – Qual é! Mãe, a senhora ouviu o que Carmem falou? Vai deixá-la mandar em mim agora?

A mãe olhou para ele colocando a xícara sobre o pires pacientemente.

        – Sua irmã tem razão. As coisas mudaram e você precisa entender que ela está tentando salvar a empresa e nos manter dignamente.

Dignamente? A palavra soou na cabeça de Carmem com estranheza. Lembrou na hora da boca de Marcela entre suas pernas enquanto gozava.

        – Mudaram droga nenhuma! Não vou ficar andando a pé se posso ter um carro novo! Ela tem dinheiro para comprar um…

        – Cale essa boca agora!

A mãe ordenou batendo na mesa perdendo a complacência.

        – Deixe a sua irmã tomar o café da manhã em paz! É a única que se mata de trabalhar nesta casa! Por que não procura ajudar para variar?

        – Foi a senhora que me mandou falar com ela.

        – Mandei sim, se ela falou que não tem carro, não tem carro! Agora me deixe a sós com sua irmã!

Pediu olhando para Carmem preocupada. Ela estava rodando a xícara no ar com o olhar distante. Nem viu o irmão saindo de cara fechada. Telma percebeu o quanto a filha estava distraída.

        – Isto está tirando a sua paz, não é Carmem?

O que tirava a sua paz não era a batida de carro do irmão, era Marcela. Sorriu balançando a cabeça meigamente.

        – Só um pouco. Só até me acostumar.

        – Pelo amor de Deus, nem pense em se acostumar com essa situação.

        – Realmente não penso.

        – Está sendo assim tão penoso?

Penoso? Estava sendo delicioso, pensou suspirando. Marcela não lhe saía da cabeça, pior, não parava de senti-la como se ainda tocasse seu corpo.

        – Não. Não é isso.

Carmem sorriu brincando com o dedo na borda da xícara. A sensualidade estava tão exaltada que se notava nos gestos. Há tempos que Carmem não se sentia tão à flor da pele.  

        – Então o que é? Ela está te forçando, é isso?

        – Claro que não!

Respondeu levando um choque com a pergunta.

        – Então você está gostando de se encontrar com ela?

        – Se ela fosse um homem estaria odiando.

Respondeu erguendo-se.

        – Filha? Você está gostando de fazer sexo com aquela mulher odiosa?

Telma perguntou incrédula enquanto Carmem não se dignava a responder.

        – Isto não é possível. Não se esqueça de que ela te obriga! Você não pode gostar desta situação, é inconcebível! Não suporto nem imaginar as mãos daquela mulher tocando o seu corpo.

Carmem olhou ao redor respirando profundamente.

        – Pois é mãe, é por isso que prefiro não conversar sobre isto com a senhora. Porque as mãos dela tocam no meu corpo mesmo. É uma realidade que a senhora não vai mudar nem eu, não por agora. Tenho que ir trabalhar. Ainda vou passar pelo hospital. Sobre o carro não vou comprar outro. Não posso esbanjar dinheiro. Quanto mais rápido juntar para pagar a dívida, melhor! Até mais!

Passou no hospital para ver o pai que não apresentou melhoras. Aquela rotina de ir ao hospital era a parte triste do seu dia. Depois seguiu para o trabalho resignada. Realmente a empresa estava se recuperando a olhos vistos. Naquela manhã quando saiu com o encarregado geral para uma vistoria, sentiu um grande bem-estar. Uma satisfação íntima que só ela podia experimentar por ver a vida que voltava a inundar aqueles galpões. Antes as máquinas estavam parando uma a uma. Andou com ele decidindo algumas mudanças e dando ordens a amanhã toda.

Quando subiu, recebeu os recados referentes aos telefonemas que recebeu enquanto esteve fora. Retornou a todos resolvendo habilidosamente.

Quando conseguiu respirar voltou a pensar em Marcela. Sabia que não devia ficar lembrando-se dela a toda hora. Tinha que ver outra mulher para tirá-la da cabeça. Pegou o telefone discando para Paula, um antigo flerte do passado que retornou para o Brasil fazendo logo contato com ela.

        – Paula? Recebi seu recado informando que está no Brasil. Quando regressou?

        – Ontem! Liguei na parte da manhã para você. Sua secretária foi muito gentil anotando meu recado. Que bom que me retornou. Como vão as coisas? Ainda está solteira?

        – Estou sim.

        – Ainda não encontrou a mulher que vai colocar uma aliança nestes teus dedos lindos?

        – Por acaso essa ideia nem passou pela minha cabeça.

Carmem respondeu confiante.

        – Quer jantar comigo esta noite?

        – É lógico. Você está no seu antigo apartamento?

        – Sim, morria de saudades deste meu cantinho.

        – Eu apareço lá pelas nove. Beijos!

        – Beijos, Carmem!

Desligou sorrindo intimamente. Por que não transar com Paula? Tinha sido uma boa companhia no passado. Trabalhava feito uma louca e podia muito bem encontrar uma velha amiga sem sentir mal estar com aquilo. Aquela pressão a deixava fora de si. O pai no hospital, a dívida exorbitante, as futilidades do irmão adolescente, as perguntas da mãe e Marcela que não conseguia ver, ainda assim não conseguia tirar da cabeça. E se saísse e cruzasse com ela sem saber quem era? Seria possível? Esperava que não. Será que Marcela era a mulher que viu no restaurante toda de preto?

Solange entrou com uma expressão séria naquele momento.

        – Está aí a empresaria que marcou uma reunião com você. Lembra-se?

        – Sim, como é mesmo o nome dela?

Carmem perguntou voltando à realidade.

        – Maria Dantas! Mando-a entrar?

        – Claro! Ah, mande trazer água e café. Obrigada!

Solange abriu a porta convidando a mulher. Carmem se ergueu para recebê-la. Surgiu ali uma mulher charmosa. Estava toda vestida de preto. Caminhou para Carmem apertando a mão dela sem sorrir.

        – Senhorita Santiago? É um prazer conhecê-la!

        – Digo o mesmo. Sente-se, por favor!

Carmem convidou apontando a cadeira sentando também. Seus olhos percorreram o decote ousado da blusa de botões. Os dois primeiros estavam abertos deixando entrever o colo bonito. Cruzou as pernas estendendo uma bota de bico fino maravilhosa, à sua frente. Carmem sorriu apontando para a bota.

        – Imagino que a sua bota seja italiana. 

        – É sim.

Maria concordou fitando a bota que calçava por um segundo.

        – São deliciosamente confortáveis.

        – Acredito. Bem, vejo que estamos na mesma área.

Carmem comentou voltando ao assunto de negócios.

        – Eletrônicos! Bom, muito bom!

Maria se manteve olhando-a atentamente. Imaginou que Carmem a estava avaliando. Os olhos dela percorriam seu rosto com muita atenção.

        – Você deveria fabricar computadores.

Maria recomendou muito tranquila.

        – Computadores, sim.

Carmem repetiu rodando uma caneta entre os dedos.

        – Eles são a janela para o futuro, Carmem.

        – Exato! O momento é ideal para a computação! Estou me dando conta desta realidade.

        – Estes aparelhos eletrônicos que continua fabricando sairão do mercado em breve. É preciso se antecipar aos concorrentes.

Maria explicou animada.

        – De fato tenho estudos aqui que indicam que a informática irá causar uma revolução no futuro.

        – Exatamente, por isso é preciso ter essa visão expandida. Tenho aqui o esboço de uma proposta que talvez seja do seu interesse.

Carmem pegou a pasta começando a ler zelosa. Quando terminou ergueu os olhos percebendo que Maria a observava atentamente.

        – É uma proposta muito interessante. Eu diria até, tentadora.

Comentou impressionada.

        – Posso modernizar sua empresa num piscar de olhos.

Maria declarou confiante.

        – Para isto me propõe uma sociedade.

        – Certamente! Faremos um contrato de seis meses. Caso você não goste dos resultados pego a minha equipe e vou-me embora. Se aceitar poderá vir a ser uma mulher rica, se é que quer ser rica.

        – Quem não quer?

Carmem perguntou sorrindo suavemente e acrescentando.

        – Meus problemas se agravaram justamente pela falta de dinheiro.

        – Nesse caso o que me diz?

        – Terei que pensar. Vou reunir minha equipe e sondar a viabilidade. As coisas andaram mofando por aqui. Ainda estou jogando o lixo fora.

Maria pegou uma cigarreira tirando um cigarro. Acendeu oferecendo a Carmem. Ela recusou sem deixar de observá-la.

Sorrindo charmosamente Maria olhou ao redor comentando:

        – Muito bem. Então deve mesmo ponderar. Gosto de lidar com gente sensata. O que acha de jantar comigo hoje?

Perguntou gentilmente. Era de fato um convite para consolidar aquela aliança e também porque a sua chefe lhe tinha pedido que o fizesse. 

Entretanto, Carmem sentia-se uma nova mulher. Sua sensualidade estava à flor da pele. Não fazia sequer a ideia do quanto seus olhos adquiriram um brilho novo. 

Jantar com aquela mulher charmosa? Não, Maria não lhe dizia nada e só pensava em Marcela. Lembrou-se de Paula sorrindo sensualmente imaginando que iria usá-la para parar de pensar em Marcela.

        – Adoraria, mas já tenho um compromisso hoje.

        – Ah, sim! Pensei que era uma mulher livre.

        – Sim. Quero dizer, ainda sou.

Respondeu agitando-se porque recordou de Marcela novamente. Seria mesmo livre? Perguntou-se mentalmente confusa.

        – São negócios inadiáveis.

        – Compreendo perfeitamente, Carmem. Sendo assim, ligarei para saber da sua resposta. Se aceitar só terá a ganhar. Passe bem e tenha uma boa noite!

        – Obrigada! Boa noite!

Assim que Maria saiu Solange entrou chamando-a para almoçar. Foi com ela andando como se pisasse em nuvens, porque estava contemplativa, estava mesmo distante em pensamentos.

Solange sorriu comentando quando chegaram à calçada.

        – Você está tão diferente de quando chegou. 

        – Diferente? Diferente como?

        – O seu jeito de andar, de olhar, de sorrir, está assim com um ar meio fatal.

Carmem sorriu levando a mão ao peito e ao fazer o gesto, Solange comprovou o quanto ela estava mesmo fascinante.

        – Não me faça rir, isso não se encaixa a mim. Eu com um ar fatal? Acho-me tão comum, sabe?

        – Ah, mas você não é comum de jeito nenhum. Pode ser que ver a empresa como estava e o seu pai no hospital tenha te deixado abalada. Isso pode ter ofuscado a sua luz por algum tempo, mas isto passou. Você agora é outra mulher. 

        – Realmente você me fez rir. Obrigada! Vamos logo, tenho muito que fazer ainda hoje.

        – Vamos, claro!

Voltaram quase às duas da tarde. Algum tempo após ter recomeçado a trabalhar, Solange comunicou que tinha uma chamada telefônica. Pegou o telefone naquele instante distraída, pois estava analisando um novo pedido de aparelhos eletrônicos.

        – Alô?

        – Como foi o seu almoço com a sua encantadora secretária?

Marcela perguntou direta.

Carmem arregalou os olhos indagando surpresa:

        – Você está me seguindo?

        – Não. Acha que eu deveria, digo, seguir você?

Questionou sorrindo de uma forma provocante.

        – Se não está me seguindo como é que ficou sabendo? Tem uma bola de cristal?

        – Apenas sei tudo que você faz. Tenho meus artifícios.

        – Isto é um absurdo! Quem você pensa que é?

        – Eu? Só consigo pensar que sou Marcela Alvarez!

        – Ainda assim sabe que não tem este direito!

        – Será? Tenho um ponto de vista diferente.

        – Se está pensando que eu vou fugir está muito enganada. Não sou uma covarde.

        – Já reparei que não é. Gosto da sua coragem, me excita.

Carmem não respondeu. O que poderia dizer? Alteraria alguma coisa quanto ao que viesse a exigir dela? Marcela a desconcertava facilmente quando falava daquele jeito.

        – Venha jantar comigo hoje.

Convidou num tom sedutor.

        – Estou louca para abrir as suas pernas. Penso em te chupar e quase tenho um orgasmo mental.

Carmem perdeu a fala por alguns segundos.

        – Desculpe… Tenho um…

        – Se você transar com outra mulher as coisas vão se complicar. Digamos que não vou querer mais te fazer gozar. Muito menos vou desejar colocar a minha boca onde a boca de outra esteve.

Avisou num tom afetuoso.

        – Não costumo ser ciumenta, Carmem. Confesso que a sua companhia me agrada muito. Posso sair com outra mulher. Você gostaria disto? Gostaria de me chupar sabendo que outra mulher o fez?

Carmem ignorou a pergunta respondendo novamente dona de si mesma.

        – Na verdade é uma amiga que chegou de Londres e quer me reencontrar.

Explicou mentindo sem se sentir culpada.

        – Uma amiga, claro, imagino mesmo que seja. Esqueceu-se de frisar que é uma ex.

        – Não pensei que fosse relevante, mas na verdade ela não é uma ex. Se fosse não seria da sua conta!

        – Não contou a ela da nossa amizade?

        – Contar? Não vejo por que, não tenho orgulho nenhum em contar uma coisa destas. Especialmente porque não somos amigas.

Respondeu sincera.

        – Você está certa, não somos amigas, muito menos somos inimigas, somos apenas amantes. Eu jamais contaria também. Espero você às nove! Estou ansiosa, muito mesmo. Você sabe, para abrir as suas pernas.

Marcela concluiu desligando.

Carmem sentiu a buceta encharcando engolindo em seco. A calcinha ficou toda molhada incomodando-a. Teria que começar a andar com calcinhas na bolsa como as mães andavam com fraldas para os bebês. Aquilo era apenas sexo, ah, mas era mesmo! Não existia nada além de uma entrega física, alucinada e envolvente entre elas. Marcela sabia como excitá-la e abusava naquele sentido. Era suposto que ficasse estudando cuidadosamente o que iria falar para deixá-la totalmente excitada.

Continua…



Notas:



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2 Respostas para Capítulo 5.

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