Vontade Ferrenha.

Capítulo 16

Terminado o banho na banheira onde as duas se lavaram trocando beijos deliciosos, Valentina foi com Layse para o Boxe. Vendo o chão do banheiro todo molhado, Layse fechou a porta comentando com ela:

– Ensopamos o banheiro todo.

– Não ligue para isto. Depois eu enxugo.

– Então tá.

Layse sorriu vendo Valentina pegando o xampu.

– Feche os olhos para não entrar xampu neles.

Valentina pediu sorrindo para ela.

Layse fechou os olhos comentando:

– É engraçado você querer lavar os meus cabelos. Sempre faz isto?

Valentina sorriu sem deixar de espalhar o xampu pelos cabelos.

– Só porque estou lavando os seus, acha que lavo os cabelos de todas as mulheres com as quais estive? Não fiquei com tantas assim, e nunca lavei o cabelo de nenhuma delas. 

– Não mesmo? Acho difícil de acreditar.

– Fica quietinha.

Layse se calou permitindo que Valentina cuidasse dos seus cabelos. Observou como o toque das mãos dela era suave. Quando a puxou para debaixo do chuveiro para enxaguar a cabeça, sentiu o corpo dela roçando suas nádegas.

– Sua bunda é uma tentação sabia?

– Você acha?

Layse questionou rindo enquanto terminava de tirar o xampu dos cabelos.

– Acho sim.

Layse terminou de lavar os cabelos tentando se virar, mas Valentina a segurou beijando lhe a nuca, enquanto sussurrava no seu ouvido:

– Abaixa seu corpo e me deixa te pegar de quatro.

Layse voltou o rosto olhando-a de lado, falando baixo:

– Não.

– Não? Por que não? Eu deixei.

Layse percebeu a decepção no tom de voz dela, dando um longo suspiro.

– Sei que deixou.

– Só para constar, você está sendo egoísta.

Valentina respondeu soltando a cintura dela.

– Não precisa ficar chateada.

Layse se voltou procurando os olhos dela.

– Por isto que quis lavar o meu cabelo? Queria me pegar aqui?

– Queria sim. Não vejo problema. Fiquei imaginando você ficando de quatro e eu te comendo, mas se você não quer, eu respeito.

– Não é que eu não queira.

– Então o que é?

– Não te neguei nada na cama.

– Se formos para a cama você me dá assim?

– Valentina, eu entendo que você queira o mesmo que me deu, só não estou preparada.

– Tá.

Valentina enlaçou a cintura dela, murmurando:

– Deixa para lá. Não vamos estragar o clima.

– Obrigada por não insistir.

Layse agradeceu beijando os lábios dela.

– Vamos para o quarto? Daqui a pouco vou ter que ir embora.

– Não se preocupe, vou te levar até a sua casa.

– Não, não precisa.

– Precisa sim. Não vou te deixar andar sozinha a uma hora dessas. Faço questão.

– Se insiste, eu aceito.

Valentina saiu do boxe passando uma toalha para ela. Enrolou-se em outra observando Layse enquanto ela secava o corpo.

– Você vai se transformar em uma mulher muito bonita. Tem noção disto?

– A minha mãe já me disse isto algumas vezes.

– Tudo bem que ela disse, mas você tem noção?

– Acho que tenho. Não penso sobre isto.

– No que você pensa então?

– Ah, Valentina! Tenho certeza que a beleza é importante, mas no meu caso eu trabalho é de sol a sol. Se eu fosse feia daria no mesmo. Não iria mudar nada na minha vida. Clarice não me aceitou para trabalhar com ela por conta da minha aparência. Eu era uma criança, então, eu penso muito que Deus tem sido muito bom abrindo os meus caminhos.

– Nisso eu também penso. No que mais você pensa?

Layse sorriu passando por ela entrando no quarto.

– Penso no meu futuro.

– Também penso no meu. No que mais pensa?

Valentina insistiu entrando atrás dela. Livrou-se da toalha puxando-a para a cama. Layse deitou ao lado dela começando a rir.

– Por que você encasquetou de conhecer os meus pensamentos agora?

– Não posso?

– Uai, pode!

– Vai, me conta.

– Penso em tantas coisas. Penso em tudo que posso fazer para ajudar a Clarice a prosperar.

– Não pensa em prosperar também? Quero dizer, você sozinha.

– Futuramente sim, penso que ainda vou chegar longe.

– E?

– O que quer que eu te conte exatamente?

– Layse? Você pensa em mim?

– Pensei que já soubesse essa resposta.

Layse respondeu roçando os lábios nos dela.

– Não tenho uma bola de cristal. Fiquei curiosa pela forma como você está se entregando a mim. Por isto estou te perguntando.

– A resposta é sim, penso demasiadamente em você, Valentina. Penso até que você nem se lembra da minha existência quando está longe.

– Está muito enganada, lembro sim! Quando não lembro papai me faz lembrar. Ele está sempre falando sobre você.

– Mal ou bem?

– Claro que bem! Papai te adora! Só tem elogios para você.

– Se ele souber que estou transando com você talvez mude de opinião a meu respeito.

– Será? Não vejo papai como um julgador. Ele é um ótimo amigo. Bato altos papos com ele.

– Sorte a sua.

– Ah, desculpe! Vamos mudar de assunto. Sei que está muito sensível com a perda do seu pai.

– Estou sim.

Layse respondeu deitando a cabeça no ombro dela.

– Fica quietinha nos meus braços enquanto te faço carinhos.

Layse fechou os olhos por alguns instantes sentindo as mãos de Valentina acariciando seus cabelos. Depois as mãos desceram pelos braços e pelas costas tocando a pele suavemente.

– “Deus tira, mas sempre dá algo em troca.”

Layse murmurou abrindo os olhos.

– Não é?

Valentina sorriu acariciando a face dela.

– É sim, querida! 

O coração de Layse disparou na hora. Ouvir querida dos lábios dela; foi como se as mãos de Valentina tivessem acariciado seu coração por dentro. Valentina sentiu, perguntando surpresa:

– Seu coração disparou. O que foi?

– Disparou sim. Você me chamou de querida, não estava esperando ouvir isto.

– É a verdade, você está sendo muito querida comigo.

– Ah, claro! Porque estou transando com você. Entendi.

Valentina procurou os olhos dela, ficando séria.

– Você não acha que está se armando demais? Não perde uma oportunidade de me mandar uma direta.

– Uai, só falo o que eu acho. É melhor se acostumar com o meu jeito, porque não sou de falsidades. É o que você me faz sentir quando demonstra se importar comigo. Se te desaponto, sinto muito.

– Ora, eu me importo com você. Qual é o seu problema? Acha que tudo que eu falo é mentira? Eu não sou de mentiras não. Poxa, Layse! Assim fica difícil! Toda hora tenho que amenizar o clima entre a gente.

– Não estou brigando, que coisa. Tenho o direto de falar ou não tenho? Poxa, você também.

– Hum, tá! Tem o direito de falar sim, mas vamos acabar brigando deste jeito.

– Você que começou com a perguntação.

Valentina começou a rir de novo, porque a cara que Layse fez foi engraçada demais.

– Eu não consigo me irritar com você. Que safada!

– Não estou sendo safada agora…

– Fica quieta e para de replicar.

Valentina deu um beijo na boca dela acabando com o impasse. Layse não perdeu tempo. Tratou de deitar logo sobre o corpo dela. Assim elas fizeram o 69 que tanto queriam. Depois, Layse a beijou por algum tempo sussurrando baixo.

– A sua buceta é muito gostosa. Nunca pensei que fosse tanto. Mentira, eu ficava pensando como seria o gosto dela. Pensava, pensava…

Layse começou a rir da expressão surpresa de Valentina.

– Era isto que pensava sobre mim?

– Entre outras coisas. Vai logo, tenho que ir embora. Nunca voltei de madrugada para casa.

– Tudo tem uma primeira vez. A sua mãe vai se acostumar com isto.

– Antes de se acostumar, ela vai se preocupar.

Layse explicou começando a se vestir. Valentina fez o mesmo. Depois pegou a chave do carro saindo com Layse da casa.

Enquanto dirigia, Valentina perguntou interessada:

– A que horas vai sair do trabalho?

– Por volta às dezessete horas.

– Eu quero te encontrar. Você quer sair comigo?

– Claro que quero. Que pergunta! Aonde vamos?

– Iremos em um barzinho em Vassourinhas e…

– Já vou avisando que não bebo.

– Pensa que não sei o quanto você é comportada?

Valentina perguntou sorrindo gostosamente.

– Você é um tesouro nos dias de hoje. As adolescentes da sua idade estão curtindo a vida adoidado, enquanto você vai de casa para o trabalho. Falei que sei de você porque sei mesmo.

– Pelo jeito sabe mesmo. Tem algo demais em ir do trabalho para casa? Eu deveria ir para os bares, ficar com todas as mulheres e beber até cair?

– Mais uma direta sua. A verdade é que você não convive comigo, por isto que enfiou na cabeça que eu fico com todas as mulheres. Existem tantas mulheres, se fosse assim eu estaria um caco. Quando me olho no espelho me acho muito bem, obrigada!

– Bem não, você está ótima. Tão linda que me deixa desnorteada.

– Oh! Que alívio ouvir um elogio seu.

– Meus olhos te elogiam o tempo todo, você que não percebe.

Valentina sorriu dobrando a esquina. Lançou um olhar para Layse comentando baixo:

– Existe uma tensão entre nós. Antes que me interprete mal, é uma tensão sexual que parece que vai explodir a cada segundo.

– Concordo. Você me provou que é muito boa de cama. Não paro de pensar sobre isto.

– Você também é. Não imagina o quanto.

– Fico feliz que tenha gostado. Temi não conseguir te agradar.

– Aprenda uma coisa Layse, tudo que é bom tem gosto de quero mais. Eu te quero, quero muito mesmo. Você me agradou imensamente.

– Gosto de quero mais, é? Gostei de saber.

– Grande parte das ficadas não passam da primeira. Não sabia?

– Ah, saquei! Está falando da latente insatisfação humana! Sabia sim.

Layse respondeu dando um sorriso de escárnio.

– Você era virgem até algumas horas atrás, não conhece realmente a insatisfação humana. Quando tiver muitas experiências vai poder falar com conhecimento de causa.

– Estava me referindo à sua insatisfação. O fiz num sentido generalizado, só isto.

– Viu? É a nossa tensão sexual gritando.

Valentina riu mais de nervoso, porque tinha certeza de que Layse a julgava erroneamente.

– Ainda bem que sentimos essa tensão, ou melhor, este desejo. Não acha? Ops! Você vai discordar, lógico, discordamos em muitos pontos. Vai perceber que não sou tão fácil quanto está pensando.

– Em nenhum momento me passou pela cabeça que você fosse fácil. Conheço o seu gênio, não me subestime, Layse! Sei que na cama você consegue ser afetuosa comigo, mas longe dela, tem muitas farpas para me atirar.

– Por que será?

– Prefiro não discutir com você. Eu te entendo, pode acreditar que entendo. Tentei explicar que não te procurei por temer o que acabamos por fazer, mas você se recente por eu ter me mantido longe. Não sei o que fazer quanto a isto.

– Sentir saudade é um inferno. Você sabe o que é sentir saudade? Aposto que não sabe! Aposto que nunca amou ninguém. Disso não tenho a menor dúvida.

– Tem certeza de que quer insistir em me confrontar? Nada do que diga vai fazer com que eu desista de sair com você novamente.

– Também não pretendo desistir de te ver de novo.

– Ótimo! Não somos boas discutindo. Aceite isto.

– Sei muito bem onde quero estar com você, Valentina!

Valentina parou o carro neste momento diante da casa de Layse. Mergulhou os olhos nos dela, confessando:

– Este seu jeito frontal me agrada profundamente.

– Que bom. Fique ciente que não aceitarei reclamações futuras.

– Hahahaha, Layse, Layse, você me deixa sem palavras.

– Tudo o que menos vai precisar comigo será de palavras. Tenho que entrar. Muito obrigada pelos ótimos momentos e pela carona.

– Eu também amei os nossos momentos. Venho te buscar amanhã às dezoito horas. Pode ser?

– Vem me buscar? Pensei que não desejasse que a minha mãe soubesse que estamos ficando.

– Ela não precisa saber deste detalhe. Você vai dormir comigo. Neste caso é melhor que ela seja informada para não se preocupar.

– Dormir com você? Agora me surpreendeu.

– Só espero que você goste da noite que vamos ter. Boa noite, Layse!

– Boa noite, Valentina!

Continua…



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