Vontade Ferrenha.

Capítulo 25

Layse não sorriu e muito menos gostou de ouvir aquelas palavras. Imaginou que o tal porte era a forma como Valentina andava elegantemente rebolando ligeiramente os quadris. Permaneceu séria com os olhos fixos no rosto de Claudia.

– Valentina exerce um fascínio nas mulheres, saca?

– Saco não!

Layse respondeu ainda sem achar graça, enquanto Claudia ria diante dela.

– Não tem quem não babe por ela. Acho que é o lado meio quê Rita Hayworth que ela tem.

– Hã?

– Aquela atriz que fez Gilda no cinema. Não assistiu ao filme?

– Sei muito bem quem fez Gilda! Não entendi foi isso de babar nela.

– Aí, Layse, sem essa! Você também não baba na Valentina?

– Você não sabe nada da minha vida e muito menos quero falar o que quer que seja.

– Claro, eu te entendo. Ainda assim a Valentina mencionou que te magoou.

– Desculpe, mas não creio que isso seja da sua conta!

– Socorro! Também não precisa ser bruta. Eu te admiro, admiro mesmo. A Valentina apenas desabafou comigo. Ficou com raiva por ela ter me contado?

– Não fiquei com raiva. Nem me importa o que ela te contou. A Valentina pode falar sobre ela, sobre mim é que não acho certo.

Layse respondeu olhando para o lado sufocada.

– Relaxe, porque ela não falou mal de você. A verdade é que eu nem queria falar sobre a Valentina.

– Não? Não é o que está parecendo.

– Só falei nela para chamar a sua atenção. No fundo só você me interessa.

– Eu? Não vejo por que, sempre deixei claro que não estou disponível.

– Tudo bem, mas eu tenho uma queda por você. Pena que não se canse de me tirar.

– Olha aqui Claudia, vou ser muito franca para você não perder o seu tempo. Para começar não tiro ninguém.

– Por favor, pare com isto. Sou mesmo a fim de você, Layse. Depois que fiquei sabendo que te magoaram, comecei a sentir muita vontade de te consolar. Pode chorar no meu ombro se quiser.

– Obrigada, mas não estou com vontade de chorar. 

– Ah, certo, mas você não quer transar comigo? Garanto que não irá se arrepender.

Layse olhou em volta percebendo que estavam sozinhas. Os jovens estavam afastados formando várias rodinhas ao longo da praça.

Voltou a fitá-la, falando direta:

– Tudo bem. Quer tomar uma cerveja? Eu pago.

– Nem precisa pagar, eu pago só para ter o prazer da sua companhia. Mas depois da cerveja vai rolar entre a gente não vai?

– Está se oferecendo mesmo? Tem certeza disso?

– Tenho muita certeza.

– Você é que sabe.

Dito isso, Layse permaneceu fitando-a com certo descaso, se é que não beirava um desinteresse que sequer conseguia disfarçar no semblante. Não era a primeira vez que Claudia dava em cima dela, essa era a verdade. Sempre saía fora, no entanto, naquele momento sentia como se um vulcão estivesse para explodir em seu ser. Por isto, sorriu quando ouviu a resposta sincera.

– Não me tira de novo, por favor! Quero demais a sua companhia. Estou disposta a pagar o preço.

– Então vamos lá ao bar da Rua de baixo.

Layse respondeu seguindo com ela. Claudia mal acreditou que conseguiu convencê-la.

Assim que chegaram ao bar, pediram uma cerveja sentando no reservado dos fundos. Assim que o garçom saiu, Claudia se inclinou deslizando a mão pelo braço dela.

– Ai, Layse, seu corpo é tão forte. Eu te acho linda.

Layse bebeu um gole da cerveja olhando-a sem abrir a boca. Claudia sorriu satisfeita por ela não a cortar. Foi mais ousada, descendo a mão até a coxa. Deslizou-a ali sentindo a firmeza da mesma, confessando excitada:

– Nossa, que coxa! Assim você me mata de tesão. Sou louca para dar para você faz tanto tempo. Quer me comer? Eu deixo.

Layse colocou o copo sobre a mesa descendo os olhos pelo decote dos seios dela.

– Fala alguma coisa, assim você me deixa sem graça.

Layse se ergueu pegando a mão dela sem falar nada. Seguiu para o banheiro com ela, trancando a porta. Claudia colou o corpo ao dela sussurrando:

– Você tem sido muito má comigo. Já me fez esperar demais.

Layse desceu as mãos até a bunda dela puxando-a de encontro ao seu corpo. Rebolou o corpo no dela, enquanto apertava a bunda excitando-a mais. Inclinou o rosto beijando-a de uma vez. O beijo durou alguns segundos. As mãos de Layse tocaram os seios acariciando-os por cima da blusa.

– Aiiii… Assim, me toca que não penso em outra coisa.

Claudia estava vestindo uma saia e não disfarçava o quanto estava excitada. Agarrou uma mão de Layse levando-a ao meio das suas pernas.

– Me come agora, já não aguento esperar.

Sentiu os dedos de Layse afastando sua calcinha, para em seguida deslizar em sua buceta. Claudia agarrou-se mais a ela gemendo.

– Aiiii… Como eu queria dar para você… Ai…

Layse sentiu o quanto ela estava gostando quando passou possuí-la. Entrava e saía da buceta, enquanto Claudia rebolava se jogando contra a sua mão.

– Aiiii… Já vou gozar… Aiii… Vem…

Layse a comeu mais rápido, fazendo-a gozar em seguida.

– Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…

Claudia deitou a cabeça no ombro dela, confessando:

– Você fez gostoso demais. Agora me chupa. Quero gozar de novo, mas na sua boca.

– Chupo nada.

Layse respondeu afastando-se dela.

– Não quer me chupar? Estou tão a fim. Não faz isto comigo.

– Você fala demais. Vai, vira pra mim. Quero te pegar por trás.

Layse pediu olhando para bunda dela. Claudia virou sem se fazer de rogada. Layse abaixou a tanguinha deslizando os dedos pelo ânus provocando-a.

– Eu nunca dei assim. Faz bem devagar.

– Tenha medo não, você vai adorar.

Layse prometeu deslizando os dedos pela buceta para lubrificá-los. Em seguida introduziu um dedo lentamente no ânus. Fez devagar no início, entrando e saindo dele. De repente, deu um tapa da bunda dela. Claudia ergueu a cabeça gemendo:

– Aiiiii… Come mais rápido… Uiiiiiiiii… Malvadaaaa…

– Nem tanto, mas posso ser mais.

Continuou comendo-a cada vez mais rápido. Tocou o clitóris com a outra mão enlouquecendo-a de uma vez. Ficou assim até senti-la gozando.

– Uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu…

Layse afastou-se indo até a pia. Lavou as mãos cuidadosamente sem olhar para Claudia. Essa, vestiu a calcinha ajeitando a saia. Aproximou-se de Layse abraçando-a por trás, roçando a buceta na bunda dela.

– Quero dar muito para você. Adorei a sua pegada.

– Hum.

Respondeu pegando a toalha de papel secando as mãos sem olhar para ela.

– Por que você está sendo tão fria comigo?

Claudia perguntou sentindo-se incomodada.

– Gozou duas vezes e vem falar de frieza? Vou vazar, a cerveja está esquentando.

– Ok.

Layse sentou-se na cadeira e Claudia sentou ao lado dela. Buscou seus olhos, revelando:

– Queria tanto te tocar, mas você se fechou toda.

– Eu não disse que queria transar ou disse?

– Não disse, mas…

– Claudia, não confunda as coisas. Você queria e rolou. Não tenho tempo para as suas insatisfações, já me bastam as minhas.

– Poxa, você é tão brutinha quando quer.

– Quem corre atrás de mim é você, então não reclama. Onde já se viu um trem desses? Acabou de gozar e só abre a boca para reclamar? Seja tudo pelo amor de Deus, se aguenta e me deixa quieta.

Claudia começou a rir sem graça, insistindo:

– Você está dando uma de durona, mas já te vi comendo o meu corpo com os olhos.

– Olhei sim porque você ficava se exibindo. Já rolou então dá um tempo. Quer saber? Fica aí com essa cerveja, to saindo fora! A gente se vê por aí.

 

                No dia seguinte, Layse trabalhou novamente mergulhada no silêncio. Quando entrou para tomar o café que Clarice servia todas as tardes, comeu um pedaço de bolo sem dar uma palavra. Clarice serviu-se de uma xícara de café sentando diante dela.

– O que te deu agora? A conversa com a sua mãe ontem não foi boa?

– Foi boa sim, ela não teve escolha. Vai mudar comigo. Com o tempo ela se conforma.

– Isto mesmo. É você que tem que decidir, se dependesse dela nunca iria aceitar mudar daquela casa.

– É verdade.

– Então por que está com essa cara de Kiwi?

– Ah, Clarice! Acho que fiz uma bestagem ontem.

– Que bestagem? Quem é que não faz uma bestagem uma vez na vida?

– Como essa eu nunca fiz.

– Foi uma coisa cabeluda?

– Cabeluda, sei lá! Eu…

– Você perdoou a Valentina e ligou para ela?

– Nada disso, nem penso em ligar. Ela tem namorada, eu hein! Não quero saber de mais encrenca na minha vida.

– Neste ponto concordo com você. Deixa-a lá com a chifruda dela.

– Pelo amor de Deus, Clarice! Não fale isto que eu me sinto ainda pior.

– Sente nada e pare com essa bobagem. Para mais não foi você que levou os chifres e muito menos colocou.

– Não, mas ajudei a colocar chifre na mulher, uai. Coisa mais feia.

– As pessoas traem desde que o mundo é mundo. A culpa não é sua. Se a Valentina foi para a cama com você é uma prova de que o namoro dela não anda lá essas coisas.

– Pode até ser, mas não justifica que ela não tenha me contado que tinha alguém.

– Layse? Você se ofereceu para ela em uma bandeja. Vai querer ficar jogando a culpa em cima dela o tempo todo? Por favor, veja mais além. Ambas erraram, é isso que eu penso.

– Errei mesmo dando a minha virgindade. Não acho que foi importante para ela.

– Você deu a Valentina um presente ao qual ela jamais irá se esquecer. Coloco a minha mão no fogo quanto a isto. Vocês pegaram fogo na cama, essa é a verdade a qual você está fugindo.

– Não coloque mesmo, não ia gostar de ver a sua mão queimada. Teríamos que correr para o hospital. Seria um Deus nos acuda que nem quero pensar.

– Ah, menina! Você me faz rir quando quer. Hahahahahahaha…

– A Clarice também me faz rir. Hahahahaha…

Layse se descontraiu mesmo sem estar no clima. Clarice sabia como animá-la.

– Não se esqueça de que Valentina foi ao velório do seu pai. Até saiu com você para te dar força. Achei a atitude dela muito positiva. E depois vocês fizeram amor.

– Foi porque o pai a levou ao velório. Depois fomos para a cama, claro! Mesmo assim não me esqueço das brigas que tivemos.

– Isto são coisas que acontecem, quando existe uma forte atração. Essas faíscas são naturais. Vocês terem uns arranca rabos não é o fim do mundo. Se não tivessem, seria prova de que não sentem nada uma pela outra. A Valentina é geniosa e você não leva desaforos para casa. Agora voltando a tal bestagem que você fez, se não matou ninguém não pode ter sido tão grave.

– Matei não, deus que me livre! Não foi nada disso, eu fiquei com uma mulher.

– Ficou?

– Sim, tive intimidades com ela no banheiro do bar.

– Compreendo. Agora está se sentindo culpada porque ama a Valentina, não é?

– Não, não estou me sentindo culpada. A Valentina tem namorada, então não tenho que sentir culpa. O problema sou eu, porque fiquei, mas não senti a menor vontade que ela me tocasse. Falar sobre sexo com você é estranho. Não sei se isto é certo. Falo pelo sua idade e não quero ser desrespeitosa. A verdade é que me sinto bem desabafando.

– Olha aqui Layse, não fique imaginando que sou uma santinha que casou virgem. Muito menos que só fiz sexo com o meu marido de camisola porque sentia vergonha de mostrar o meu corpo. Nunca fui assim.

– A bem, nem pensei nada neste sentido.

– A verdade é que eu tive outros homens antes de me casar. Sendo desta forma, não casei virgem. Era até mais experiente do que o meu marido. Coitadinho, antes de mim fez sexo apenas com quatro mulheres.

– Posso perguntar com quantos fez antes de se casar?

– Pode perguntar tudo o que quiser. Eu fiz sexo com oito homens antes de conhecer o Lucas e cair de amores por ele.

– Com oito? Eu nunca que imaginaria algo assim.

Layse comentou surpresa prendendo o riso.

– Não é para imaginar mesmo, sexo é para fazer e ponto final. Aliás, nunca perdi meu tempo complicando a minha vida sexual.

– Sim, mas eram outros tempos. Dizem tanto que as mulheres de antigamente eram mais recatadas…

– Layse, eu nunca fui pervertida. Simplesmente fui uma mulher aberta. Os meus pais não andavam atrás de mim feito cães perdigueiros. Eram outros tempos sim, admito. Não tínhamos tanto medo de contrair doenças como se tem hoje em dia. Ia a festas, aos bailes, aos bares e conheci homens interessantes que me despertaram desejo. O sexo era uma necessidade na qual me deliciei. Não me arrependo do que vivi. Quando casei estava com 37 anos e já tinha saracoteado até demais. Estava na hora de sossegar ao lado de um bom homem. Agora me diga, foi a primeira vez que você beijou outra mulher que não fosse a Valentina?

– Foi sim.

– Você vai beijar outras mulheres, vai por mim.

– Será? Se dependesse de mim só beijava a Valentina.

– Eu sei, mas a Valentina está lá em São Paulo, e nós sabemos que está vivendo a vida dela. Ela namora. Você também pode ter intimidades, por que não? É o fato de não extravasar que te deixa a ponto de explodir.

– Como que sabe que me sinto a ponto de explodir?

Layse questionou admirada. Era estranho como Clarice a entendia em todos os sentidos.

“Talvez seja isso que as histórias querem dizer quando falam que alguém está de coração partido. Seu coração e seu estômago e todo o seu interior parece vazio e oco e dolorido.” Gabriel García Márquez.

Continua…



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