Who You Are

Capítulo 18 – Confronto

– E ai? Você é o que? – falei já sabendo que nenhum dos outros cinco tomaria iniciativa de ajuda-lo depois das minhas palavras.

Corbb bufou de raiva e veio na minha direção. Mesmo com os dois braços doendo ele tentou me acertar socos, desviei do primeiro com a esquerda e deixei que a mão direita dele acertasse a lateral esquerda da minha mandíbula. Não movi a cabeça quase nada, porque o golpe dele já não tinha mais muita força por conta do braço estar dolorido. Mas quando ele me agarrou pela cabeça e tentou dar uma joelhada e eu bloqueei o joelho do jogador que subia com um soco de esquerda logo acima a rótula dele. Quando Mattheus se afastou acertei um soco em seu queixo que o fez desequilibrar e cair para trás atordoado.

– Satisfeito? – perguntei e tive que cuspir um pouco de sangue que estava na minha boca, provavelmente havia aberto um corte por dentro dos meus lábios.

Um dos nadadores pareceu acordar da surpresa e decidiu que valia a pena ‘vingar’ seu amigo porque fez uma expressão de ódio contra mim e avançou na minha direção. Antes que ele conseguisse dar dois passos o som alto de um motor acelerando e a luz que focou sobre nós fez com que todos parassem. A harley chegou acelerada quase indo contra o que tentava avançar contra mim e vi Jill retirar o capacete com uma das mãos e deixa-lo cair no chão.

– Eu sinceramente acho que se vocês pretendem sair daqui ilesos é melhor saírem logo – disse ela se levantando da moto e desligando-a – Não sejam estúpidos de saírem acabados para defender um cara que não consegue nem se manter em pé depois de uma briga que ele mesmo começou.

Eles olharam um para o outro, o nadador que tentou avançar contra mim ainda me encarava com ódio, mas os outros colocaram a mão sobre os ombros dele puxando-o para trás. Um deles agarrou a bolsa de Mattheus e outros dois agarraram os ombros do nadador. Os dois que levavam Mattheus entraram no carro que estava na vaga próxima a nós junto com o que carregava a bolsa do jogador. Os outros dois entraram num carro mais afastado e logo os dois veículos estavam saindo do estacionamento.

Assim que eles começaram a entrar nos carros Carlos e Lillian se aproximaram de onde eu e Jill estávamos. Ela continuou em pé ao lado de sua moto, logo a minha frente, durante todo o tempo entre eles saírem até os carros terem se afastado. Eu ainda estava irritado, mesmo que meu nível de estresse e raiva já tivesse diminuído muito eu já houvesse começado a me acalmar. Mas eu via os ombros de Jill tensos e suas mãos fechadas em punhos, o olhar dela estava fixado na direção dos carros.

Lillian se aproximou mais de mim quando os dois carros se afastavam, ficando na minha frente, e começando a olhar para meu rosto. Quando os carros finalmente saíram do estacionamento Jill se virou para mim e veio diretamente na minha direção. Ela estava com uma expressão perturbada e preocupada quando parou a minha frente, logo ao lado de Lillian. Jill segurou meu rosto com cuidado virando o lado onde eu havia sido acertado, sua mão no meu queixo num aperto leve apenas para me fazer girar o rosto.

– Você precisa colocar gelo nisso – disse ela de um jeito sério e girando novamente meu rosto para olhar o pequeno corte que havia do outro lado.

– Eu preciso ir a uma delegacia – disse com um pouco da raiva voltando para dentro de mim e afastei meu rosto indo atrás dos meus óculos que estavam caídos no chão um tanto longe.

– Você tem que ligar pra suas mães e avisar elas disso tudo – falou Jill vindo atrás de mim – Você é menor de idade e eles também. A polícia vai chegar rápido na escola com seu depoimento e isso vai ser uma péssima visibilidade. Além de que esses idiotas vão, com certeza, tentar inverter as coisas. Com uma das suas mães junto você vai poder entrar, dar depoimento e ser liberado rápido. Do contrário vão querer manter você lá até elas chegarem para te buscar.

– Não poderia chamar elas nem se quisesse – respondi depois de erguer os óculos quebrados e acabei suspirando – Elas estão em L.A. e só voltam no domingo – falei guardando os óculos no bolso e chegando perto deles de novo, Jill ainda caminhando perto de mim – Carlos, vai pra casa com Lillian no meu carro. Vou só pegar a minha jaqueta lá dentro e meus documentos. Amanhã eu vou busca-lo.

– Hey! – falou Jill entrando na minha frente e me segurando pelos ombros – Eu não vou te deixar ir pra delegacia sozinho.

– Você não tem que se preocupar, eu estou bem – falei calmo e segurei as mãos dela afastando-as dos meus ombros – Eles não vão me segurar por muito tempo. E, como você bem disse, o imbecil do Mattheus provavelmente vai tentar inverter a versão das coisas. Por isso o melhor que faço é ir ainda hoje prestar queixa contra ele.

– Arthur, eu concordo com a Jill – falou Lillian nos olhando de uma forma séria – Não gosto da ideia de você ter que ir sozinho.

– E depois – completou Carlos se aproximando também e me estendendo a chave do carro – Eu não sei dirigir – me olhou com um olhar de desculpas.

Soltei um suspiro cansado e peguei a chave começando a andar até meu carro. Eles continuaram em seguindo porque ouvia seus passos. Parei ao lado do dodge apoiando minhas mãos no teto ao lado da porta do passageiro e abaixei a cabeça tentando achar uma solução.

– Nós podemos ir com você pra delegacia – sugeriu Lillian e me virei para falar com eles.

– Não – disse sério – Não quero envolver vocês ainda mais nisso, já basta terem presenciado a confusão toda. Se for preciso que prestem depoimento depois não vou ter como intervir, mas quero evitar que vocês dois tenham que se meter nisso tudo.

– Hey – disse Jill parando na minha frente e colocando a mão no meu ombro de novo, mas apenas para me fazer olhar para ela – Não adianta discutir, pode mandar eles pra casa, mas eu não vou te deixar sozinho na delegacia. Estamos entendidos? – perguntou ela colocando a mão na parte de trás da minha cabeça como Erika costumava fazer quando queria que eu aceitasse melhor alguma coisa e acabei concordando com a cabeça – Certo – ela disse pegando a chave da moto e colocando na minha mão – Você vai pra lá, assim que chegar na delegacia me manda o endereço. Eu vou levar Carlos e Lillian pra casa e encontro você na delegacia com seu carro. Ok?

– Ok – não tive muito mais o que fazer além de concordar, mas a solução dela era a melhor que eu enxergava naquele momento.

Alcancei minha jaqueta e eles entraram no meu carro, Jill ainda passou por mim dando um aperto em meu ombro antes de passar para o lado do motorista do dodge. Vestia a jaqueta e fui até a moto dela, alcancei o capacete que ainda estava no chão. Antes de sair mandei uma mensagem à James dizendo que ele deveria se cuidar porque essa noite não poderia ser seu contato de emergência. Guardei o celular e coloquei o capacete.

Jill saiu com o dodge e eu sai logo atrás com a harley, fomos cada um para um lado e eu dirigi até uma delegacia próxima da escola. Tive de ir um tanto devagar no começo porque não estava acostumado a pilotar motos, mas assim que cheguei enviei o endereço à Jill. Tirei o capacete, travei o guidão e desci entrando na delegacia com o capacete nas mãos. Achei um oficial atrás da bancada da recepção do prédio e me dirigi a ele dizendo que queria prestar uma queixa.

Fui direcionado para o interior do prédio e um investigador veio falar comigo junto de um escrivão. Durante o início do meu depoimento tive que dizer que era menor e eles logo quiseram chamar meus responsáveis. Expliquei que eles estavam fora até domingo, disse que estava ficando na casa de um amigo e falei o nome dos Hozter’s. Pedi para contar o que havia acontecido antes de eles tomarem qualquer providência para chamar alguém.

Expliquei sobre o incidente anterior na escola. Despois contei sobre o jogo que fui assistir, expliquei que meu amigo tinha ficado para trás no vestiário e que eles iriam a uma festa pelo resultado positivo. Contei que não quis ir e preferia ir direto para a casa dos pais de James. Expliquei o ocorrido do estacionamento, mas não dei nomes além de Mattheus. Contei que ele e alguns amigos vieram tirar satisfações comigo por conta do incidente anterior. Descrevi toda a discussão e depois abriga e de como eu o havia acertado e então vindo para a delegacia.

O policial me disse que eu deveria ir fazer o um exame para comprovar as lesões e que precisariam ligar para os meus pais. Suspirei cansado, já imaginando que não haveria como impedir e apenas solicitei que me deixassem fazer a ligação para informar todo o ocorrido. Eles me encaminharam a um médico legista que estava de plantão e, logo depois, saí das salas e fui até os telefones da delegacia. Já que precisaria fazer a chamada de lá para que ficasse registrada.



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