SAUDADES

Revisão: Carol Bivard e Nefer

Quando a água quente bateu em meus ombros, foi indescritível a sensação de conforto. Meu corpo ansiava por aquele banho de uma forma que eu não fazia ideia. Também, depois de uma aula de gastronomia, uma viagem de ônibus e outra de carona, totalizando 16h em trânsito, eu estava um trapo. E tinha uma aula de 4h pela frente. 

Bem, de alguma coisa tinha que servir o grande teatro no qual fui criada, chamado família. A atuação dos meus pais em frente às visitas e parentes sempre foi invejável! Só quem estava nos bastidores sabia o que realmente se passava por lá. 

Porém, os anos começam a nos pesar. Já não tenho mais a mesma energia daquela menina que andava 8h de ônibus para chegar ao destino e cumprir 4h de trabalho, e depois outra jornada semelhante na volta. Tudo em prol do tal currículo.  

Sim, ele é invejável. Sim, tenho muitas histórias para contar. Não, nunca tive casos furtivos com alunas, professoras, ou qualquer pessoa na mesa de um bar. O motivo dos sins? Eu mesma! O dos nãos? A aliança que uso no dedo não resume meu casamento. Acho que o dia que ela se tornar uma argola de ouro, não fará mais sentido para nós. 

Sempre gostei de sentir saudades. Ela nunca entendeu. Mas, quando as viagens começaram a ficar frequentes, eu comecei a desgostar deste sentimento. Em doses homeopáticas, te dá frio na barriga, faz voltar as borboletas no estômago, imaginando o retorno. Em doses maciças, só te faz pensar no colo, no abraço, no sono tranquilo ao lado de quem se ama. 

FIM!

 

Meninas, espero que tenham gostado desta singela crônica. E, novamente, venho falar das doações para o site. Estamos distantes da meta e precisamos realmente da ajuda de todas. O quanto e quando for possível! Obrigada.

 

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